terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cruz dos Santos - especialista em arbitragem PORTUGUESA

Cruz dos Santos é, até ver, uma pessoa idónea, que, não temos razões para pensar de outra forma, diz o que pensa. Eu uso estas ressalvas porque pelo menos desde 2009 que as análises de Cruz dos Santos começaram a ser cada vez mais estranhas e curiosamente sempre desfavoráveis ao Benfica.

No nosso futebol falsificado, começa à segunda-feira o exercício "bater no Benfica". Foi com surpresa que ontem, depois da arbitragem xistremática de Coimbra, vi Dias da Cunha a tentar defender o Benfica. Tentar, porque Guilherme Aguiar não deixou. A partir do momento em que as imagens dos lances duvidosos começaram a passar, Aguiar começou a gritar cada vez mais alto, que não se via se era dentro ou fora, que o árbitro não podia ver, que o Nolito devia ser expulso por agarrar o árbitro...

Depois de levar dos árbitros no fim-de-semana, a partir de segunda começamos a levar dos comentadores. E isto pela simples razão de que são sempre dois contra um.

Durante a semana, o exercício continua. E dele faz parte Cruz dos Santos, um "especialista" em arbitragem e uma figura "insuspeita" ou não escrevesse ele n' "A Bola", "orgão oficial do Benfica" como não se cansam de dizer os seus colunistas Moreira e Sousa Tavares. Que aliás usam as suas crónicas para invariavelmente nos dar pancada...

Seja como for, é importante perceber como funcionam as coisas, quer dizer as análises à arbitragem.

Em primeiro lugar há uma triagem que é feita. Nesta triagem seleccionam-se os lances a analisar. Há uma primeira regra: QUALQUER lance em que exista a MÍNIMA HIPÓTESE do Benfica ter sido beneficiado, entra na selecção (e será escalpelizado ao pormenor). Depois há uma segunda regra: só os lances mais graves e evidentes em que o Benfica possa ter sido prejudicado são seleccionados.

(No jogo com a Académica há pelo menos 4 lances em que potencialmente fomos prejudicados e que são ignorados: a entrada brutal sobre Jardel (aceita-se o amarelo como se aceitava o vermelho por jogo violento), o fora de jogo de 3 metros de Marinho não assinalado (quando um de centimetros de Cardozo o foi) e dois possíveis penalties sobre Nolito.)

Mas cá em Portugal há a triagem de que falei. E feita esta triagem, passa-se à análise.

E então, explora-se o lado da análise do lance que nos é mais desfavorável.

Tome-se o lance de Maxi em Coimbra, o primeiro "penalty". Ponto um: estabelece-se que é falta. Ponto dois: é ou não dentro da área. E depois diz-se que o lance é "duvidoso", que o árbitro "não podia ter a certeza", que "dá a ideia que é dentro". E conclui-se que afinal não nos podemos queixar.

A questão é portanto colocada de forma capciosa e intencionalmente desonesta. A questão não é se a falta é dentro ou fora da área. A questão é se É OU NÃO PENALTY. Toda a gente sabe que há inúmeras faltas e faltinhas que são marcadas a meio campo ou contra os avançados que nunca o seriam se daí resultasse um penalty. Mas isto é tão evidente que eu nem deveria ter que o escrever. No entanto, onde a estupidez ou a desonestidade grassa, temos que constantemente estar a repor a verdade. O lance de Maxi NÃO É PENALTY. Ponto final. Admitia-se uma falta fora da área, embora existam dezenas de lances iguais durante os jogos não sancionados. O que não é, não pode ser nunca, é penalty.

Cruz dos Santos, o especialista, diz esta coisa espantosa, que Guilherme Aguiar também disse ontem: "nem a TV me conseguiu provar se o lance é fora ou dentro da área". Ora, se não conseguiu provar, porque se marca penalty? É que um penalty é, a par da expulsão, a decisão mais gravosa para uma equipa que um árbitro pode assinalar. Assume-se portanto que, em caso de dúvida, se prejudica o Benfica. Que Guilherme Aguiar exulte com esse preceito, compreende-se. Já Cruz dos Santos...

Depois temos o segundo "penalty". Aqui é evidente para todos que Garay joga apenas e só a bola e que depois há um contacto inevitável e o jogador da Académica cai. Aliás, o jogador da Académica de certa forma até se atira para a frente. Isto é de uma evidência absoluta.

Mas Cruz dos Santos não concorda. Para ele "no segundo penalty, o toque na bola não significa ausência de infracção e penso que ela existiu, em arrastamento de pé que provocou derrube do atacante."

Em primeiro lugar, isto é escrito num português muito pouco claro e até indigno de um "decano" do jornalismo. Mas se calhar corresponde ao desejado pois é tão confuso que, nas mentes simples, gera a nebulosa que importa agora criar para se branquear mais uma falsificação no futebol português.

Arrastamento de pé? O que é isso?

O que as imagens mostram é só isto: Garay toca na bola e só na bola. Normalmente diz-se que tem que tocar primeiro na bola. Neste caso, ele só toca mesmo na bola.

Introduzem-se assim novos conceitos, como o do "arrastamento de pé" que, note-se bem, "provocou o derrube". Ora um derrube não se provoca, um derrube faz-se.

O que dizem então as regras do futebol (em que Cruz dos Santos é suposto especialista) sobre livres directos?

Passo a citar:

Um pontapé-livre directo será concedido à equipa adversária do jogador que, no entender do árbitro cometa, por negligência, por imprudência ou por excesso de combatividade, uma das sete faltas seguintes:
  • dar ou tentar dar um pontapé num adversário;
  • passar ou tentar passar uma rasteira a um adversário;
  • saltar sobre um adversário;
  • carregar um adversário;
  • agredir ou tentar agredir um adversário;
  • empurrar um adversário.
  • entrar em tacle contra um adversário
Um pontapé livre directo será igualmente concedido à equipa adversária do jogador que cometa uma das três faltas seguintes:
  • agarrar um adversário;
  • cuspir sobre um adversário;
  • tocar deliberadamente a bola com as mãos (excepto o guarda-redes dentro da sua própria área de grande penalidade).
Ora como Garay não cuspui, não agrediu, não agarrou, não tocou com as mãos na bola, não fez tacle, não empurrou, não saltou sobre e não carregou o adversário, restam duas hipóteses. Pergunto então: Garay deu ou tentou dar um pontapé no adversário? Garay passou ou tentou passar uma rasteira ao adversário?

É evidente que não. Porquê então marcar penalty? E porquê falar num "arrastamento de pé" que "provocou o derrube"?

Cruz dos Santos não é, lamento dizê-lo, um perito em arbitragem. É um perito, isso sim, em arbitragens à portuguesa, que é uma coisa bem diferente.

11 comentários:

  1. Um boa análise que fazes sobre este personagem. Destacas algo que também já me vinha a parecer. Se calhar passa férias no Brasil...

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    1. estou admirado sr.shadows a culpa não é do vieira

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    2. E eu a pensar que a culpa era do LFV e do JJ. Este shadows supreendeu-me. Se calhar a culpa será deles no penalty não assinalado a favor do SL Benfica.

      Tomás Pizarro

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  2. Absolutamente de acordo há um lance que passaram na transmissão da sptv que mostra claramente uma falta igual à que dá origem ao 1º pénalti, sobre o Nolito, mas essa dentro da área, e não fora. O boi de amarelo estava a 3 ou 4 mts da jogada e manda seguir o jogo.
    Mesmo a que mostraram ontem nos vários programas desportivos (?!?!) coloca em evidência que o jogador da Académica mais à esquerda coloca as 2 (DUAS) mãos nas costas do Nolito e empurra, é claríssimo. Qual foi a desculpa do cabrão do GA desta vez? o jogador ia a recuar e ele pôs as mãos para não levar com ele, e isto com a conivência do moderador do suposto debate, porque aquilo não é nada... um programa onde um fdp começa a berrar para não deixar mostrar a evidência de roubo que foi aquela coisa a que alguém tem coragem de chamar arbitragem, não pode ser considerado um debate mas sim um deboche.
    A isso podemos juntar ainda a não passagem das imagens do fora-de-jogo escandaloso de mais de 2 mts que não marcaram antes do pénalti inventado, a rapidez com que mostraram o lance de fora de jogo marcado ao Cardozo, que não me convence nada que foi fora de jogo, a falta clara sobre o Cardozo, junto à área, que não foi marcada nos primeiros minutos de jogo.
    A tentativa de virar a história e dizer que foi o Maxi que tentou agredir com uma cabeçada aquele anormal daquele dirigente da académica que estava junto ao relvado. Interessante como ninguém questionou o porquê da sua presença junto à linha quando não havia nada que a justificasse, ninguém fala que ele tentou retardar o lançamento e que ele SIM tentou dar uma cabeçada no Maxi.

    Penso que a repetir-se uma arbitragem destas o Benfica, através de alguém da sua direcção, deveria dar ordem aos jogadores para abandonarem o relvado. Jogar futebol sim, participar em fraudes e jogos em que somos premeditadamente prejudicados acho que já chega.

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  3. É muito fácil marcar um penalti contra o Benfica! Na dúvida os árbitros marcam sempre contra mas nunca a favor. E se é um lance duvidoso com imagens de TV como é possível o arbitro ter a certeza? Marcou porque queria prejudicar!

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  4. o lance sobre o nolito é ao minuto 80. também cai nas categorias do "saltar sobre um adversário" e "empurrar um adversário". e note-se que aquilo é um lance de bola corrida, com centro do maxi. não é um canto onde toda a gente agarra toda a gente...

    mas aqui o essencial foram os 2 penaltis. mesmo que o ladrãozeco do xistra não tivesse marcado a defesa do rodrigo galo o resultado seria pelo menos 1-0 para o SLB e 3 pontos em vez de 1. mas todos sabemos que o propósito não foi beneficiar a académica...

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  5. Será possível arranjar o video do penalti sobre o Nolito? É que as osgas andam a dizer que o Nolito empurrou o defesa antes. Gostava de esclarecer.
    Do mesmo modo um lance de que ninguém fala logo no inicio do jogo em que o Cardozo é agarrado quando se preparava para ir isolado para a baliza (livre e expulsão). É possivel arranjar e passar isso?
    Obrigado!

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  6. Grande Post!
    Há que juntar forças na denúncia deste futebol rasteiro que tenta beneficiar sempre o clube da fruta... Até quando apoiaremos Fernando Gomes na FPF??? Até quando???
    JR Mendes

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  7. BOICOTE AOS JOGOS FORA DA LUZ.
    CHAMAR CORRUPTOS AOS CORRUPTOS QUANDO FOREM À LUZ.

    PASSEM A MENSAGEM.

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  8. Gosto do trabalho do texto em particular a citação que faz da lei 12. É que há muito papagaio a falar de leis de jogo sem as conhecer.

    Quanto aos programas dos Trios, deixei de ver quando Camacho era treinador e fomos ganhar 2-1 ao Leiria. Nesse jogo houve 1 penalty a favor do Benfica e 1 possível penalty a favor do Leiria não assinalados. O do Benfica foi quando Nuno Gomes foi agarrado e depois largado como uma mola, projectando-se em queda para a frente. Os dois comentadores de FCP e SCP disseram que aquilo não foi nada e que NG caiu porque o "campo estava inclinado" (subvertendo as palavras de Rui Cunha que tinha dito isso noutro contexto, quando o árbitro inventou uma falta aos 94 mn em frente à nossa grande área, a ver de o Leiria empatava). A partir dai fiquei tão incomodado com a situação que dormi mal e prometi nunca mais ver um programa destes.

    Quanto a estes programas existem para isso mesmo: LAVAR os erros de arbitragem com os critérios de selecção das imagens, sempre contra os interesses do Benfica, do rigor e proporcionalidade dos lances pelas duas equipas, e pela intervenção amanhada entre o pivot e os dois comentadores de FCP e SCP.

    Erro da Direcção? Simples: Desligar-se publicamente desses programas, desses comentadores que não nos defendem como Seara. Quanto aos pseudo jornais como a BOLA, simples: denunciar publicamente a falta de rigor e isenção desse jornal, logo quando boicotaram um texto do Gato sportinguista.

    O problema que ninguém reparou, é que a equipa de futebol do Benfica tem má comunicação social, mas a Direcção tem BOA comunicação social. OU seja., se a Direcção cortar com a BOLA, passa a ter alguém que vai escrever sobre as barabridades de gestão que têm sido cometidas ... percebem porque Vieira não quer isso?

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