sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Peseiro na porta de saída?

Diz muita imprensa que depois da derrota em Alvalade e das declarações completamente desajustadas proferidas após esse jogo, da prestação desoladora na Liga dos Campeões que resultou na eliminação das competições europeias, Peseiro tem a sua continuidade no Braga em jogo nos próximos confrontos com o Porto. Não é claro que resultados seriam aceitáveis para António Salvador nessas duas recepções ao Porto, mas é quase seguro que duas derrotas ditariam o afastamento de Peseiro.

Confesso que tenho alguma simpatia por este treinador, apesar dele se afirmar sportinguista. Tenta jogar um futebol pela positiva e para a frente. Mas isso também tentava Luis Campos...

Penso que Peseiro tem dois problemas: o primeiro é não assegurar uma suficiente consistência das suas equipas (quer atacar muito mas desguarnece defensivamente as equipas), o segundo é não conseguir (pelo menos até ao momento) estar à altura dos momentos de decisão. Não é falta de sorte, tem sido falta de capacidade.

Toda a pressão está portanto do seu lado. Desta vez Peseiro não tem crédito a que apelar, como tinha por exemplo no Sporting quando perdeu duas "finais", uma das quais o célebre jogo que praticamente nos garantiu o título em 2005, em duas semanas. Pelo menos aí Peseiro pode refugiar-se num bom trabalho, num bom futebol e numa campanha europeia ainda assim positiva (como terá que ser sempre considerada uma ida a uma final). Mas ficou um amargo demasiadamente grande para os sportinguistas, que ali viram perder-se uma oportunidade única de fazer história.

Peseiro deslumbrou-se no Braga, depois de algumas boas exibições (em mesmo aqui elogiei a prestação que qualificou a equipa para a Champions) e alguns jogos com muito futebol atacante e muitos golos. Pensou que estava a treinar o Benfica ou o Porto - e não está.

A grande força do Braga nos últimos anos foi a sua solidez como equipa, construída a partir de trás, com muita segurança defensiva e muita eficácia ofensiva. Foi isso que Jesualdo mas sobretudo Jesus e Domingos conseguiram dar à equipa. Jesus era mais ofensivo (embora no Belenenses fosse exactamente o contrário), ao passo que Domingos soube aproveitar essas dinâmicas ofensivas mas trabalhou sobretudo o aspecto defensivo. Leonardo Jardim deu continuidade a esse equilíbrio, ficando ainda assim aquém dos resultados de Domingos, precisamente por ter balanceado a equipa mais para o ataque do que ela estava habituada.

Com Peseiro, o equilíbrio, que apesar de tudo restava, foi rompido depois de algumas vitórias na Champions (na fase de qualificação e sobre o Galatasaray) que levaram o treinador a acreditar que tinha uma super-equipa. A partir daí sucederam-se maus resultados.

Depois de uma peregrinação no deserto, pela Arábia Saudita, Peseiro teve no Braga uma segunda oportunidade de treinar ao mais alto nível no futebol português. A sua carreira depende agora de dois jogos com o Porto.

1 comentário:

  1. Boa noite

    No texto é dito que o Peseiro é sportinguista, mas não é verdade ele é benfiquista ele e toda a familia.

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