quinta-feira, 6 de junho de 2013

Porto fez várias propostas a Jesus

A notícia que vem hoje no "Correio da Manhã" confere em todos os detalhes com informações que obtivemos há já várias semanas.

O Porto fez várias propostas a Jorge Jesus, superando o que treinador auferia (e aufere) no Benfica.

É importante que os adeptos do Benfica tenham consciência disto e que não acreditem na propaganda portista (em relação à qual muita comunicação funciona como caixa de ressonância e amplificação) e no mito da infalibilidade de Pinto da Costa.

Pinto queria mesmo Jesus e usou um empresário chamado Baidek para o alcançar. A pressão colocada em Jesus foi tremenda. Este porém resistiu e preferiu ficar no Benfica.

Porque queria o Porto Jesus?

Porque Jorge Jesus, com os seus defeitos, é o melhor treinador a atuar em Portugal; porque colocaria o Porto a jogar a um nível que não alcança há muitos anos e porque o Benfica provavelmente recuaria ao passado recente, de Quique Flores ou Camacho, voltando a chegar ao fim da primeira volta praticamente sem hipóteses de ser campeão.


No Benfica, JJ tem que lutar contra o sistema, contra a arbitragem que não se cansa de facilitar a vida ao Porto e dificultá-la ao Benfica, contra equipas e treinadores que tudo fazem, lutando à exaustão para fazer o Benfica perder pontos mas contra o Porto jogam a ritmo de passeio, que contra o Benfica só falam de arbitragem mas contra o Porto, por muito escandalosamente que sejam prejudicados, não abrem a boca.


Pinto tem noção de tudo isto e tem noção de que os últimos dois campeonatos só mesmo com muita batota (e muita sorte) foram parar ao dragão. 

Critiquei muito JJ depois da final da Taça de Portugal mas não podemos por um segundo colocar em causa o desejo do treinador do Benfica em conquistar esse troféu, tanto mais conhecendo-se a história familiar que o liga ao Jamor. O que aconteceu não pode portanto de modo nenhum ser atribuído a um desejo (mesmo que subconsciente) de perder o jogo para sair do Benfica (como se disse que aconteceu com Trapattoni na derrota de 2005 com o Setúbal), mas sim ao desgaste de uma época competitivamente fatigante.

A frio, há que reconhecer que dificilmente o Benfica encontraria melhor treinador. Com o respeito que me merece Rui Vitória, parece-me o mesmo muito longe de ter a competência e a capacidade mental necessárias para suportar o nível de pressão de um clube como o Benfica, com jogadores internacionais e reputados, com vastos currículos, para gerir no balneário.

A renovação de JJ pelo Benfica não resolve todos os problemas que mais uma vez nos impediram de ganhar (internos e externos) mas, se bem gerida, pode ser um passo na direcção certa. 

O Benfica só poderia deixar sair Jesus caso tivesse uma alternativa melhor - e essas só existem fora de Portugal e não parecem disponíveis. Além disso, mesmo um grande treinador teria que passar por um período de aprendizagem no frutabol português: em qualquer campeonato é normal perder pontos mas em no nosso frutabol qualquer ponto perdido pode significar quase logo a perda do campeonato. Lembre-se que Koeman (um treinador interessante que chegou longe na Liga dos Campeões) nas primeiras 3 jornadas do campeonato fez 1 ponto...

A indefinição reinante no Porto e a solução que dali vier a emergir pode, por uma vez, dar alguma vantagem ao Benfica. Vitor Pereira, com todos os seus defeitos, sabia o que é o frutabol e soube gerir o seu plantel bem, mantendo um certo modelo de jogo muito enraizado no Porto bem como a mentalidade regionalista. O seu sucessor terá dificuldade em fazer melhor em termos de pontos conquistados e gestão de expectativas. Há também o fim do ciclo Moutinho (e Lucho estará já mesmo no fim de carreira, ao passo que Fernando também começa a perder algum pulmão) que deixará sequelas. 

A última coisa que retiro desta confirmação do falhanço da ofensiva portista a JJ é o reforço da ideia que venho defendendo: o Porto é como uma praga para o Benfica. Está sempre e a todos os níveis tentando desestabilizar-nos e prejudicar-nos. Saibamos usar isso em nosso proveito.

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