quarta-feira, 12 de junho de 2013

Saídas no Benfica

Para além de Cardozo, deverão deixar o Benfica Garay (praticamente já transferido), possivelmente Gaitan e... poderemos ter ainda uma semi-surpresa desagradável. Matic disse querer continuar pelo menos mais um ano e o seu irmão foi contratado mas... 

A época de Matic deu muito nas vistas. Convém não esquecer que o Benfica chegou a uma final europeia. Matic foi constantemente o melhor do Benfica. Pelos valores certos (e a cláusula de rescisão penso que rondará os 50 milhões), Matic sairá certamente.

A confirmarem-se estas saídas, para além naturalmente das dispensas e de um ou outro jogador menos influente, será certo que o Benfica adoptará um novo tipo de jogo.

Para jogar como o fez na primeira época, o Benfica precisou de um super-Javi Garcia, autêntico guarda-costas dos centrais e pronto-socorro nas perdas de bola. Era um jogador que imediatamente caia em cima do opositor quando o Benfica perdia a bola. Daí dificilmente as equipas adversárias conseguirem ter bola e sair a jogar contra o Benfica nessa época. Mas havia também Ramirez que era um ala muito especial, recuperava a bola e conduzia-a e fazia muito bem a ligação entre sectores. Havia também, claro está, um Aimar em grande forma.

Depois da saída de Ramirez, foi o descalabro: a equipa ficou partida e o campeonato irremediavelmente perdido na 1ª volta, com derrotas amargas contra o Porto e Braga a ditarem a saída das taças nas meias-finais.

No terceiro ano chegou Witsel e a equipa voltou a equilibrar-se. O Benfica perdeu o campeonato devido às arbitragens.

No ano passado, com as saídas de Javi, autêntico esteio da equipa desde a chegada de Jorge Jesus e da adopção do modelo super-atacante do Benfica, e de Witsel, o chamado médio box-to-box, com tremenda qualidade técnica e cultura táctica, temeu-se o pior. Jorge Jesus lançou então Matic, que foi um autêntico monstro. Matic parecia estar em todo o lado, desde o meio às faixas laterais, desde a rectaguarda do nosso ataque à frente da nossa defesa. Graças à sua extraordinária época e à óptima prestação também de Enzo Peres, que secundou Matic muito bem, sendo sempre um jogador extremamente combativo e com capacidade para sair com a bola, a substituição do miolo da equipa do ano anterior não se notou. 

Caso Matic saia, Jorge Jesus terá que inventar outro meio-campo. Será a quarta vez que o faz em 5 anos. Apenas no segundo ano se manteve (embora apenas na aparência) o desenho táctico. Na realidade a saída de Ramirez deveria ter sido colmatada com outro desenho táctico (o que surgiu no terceiro ano) para compensar o vazio deixado no meio campo.

Voltando ao próximo ano, a contratação de Djuricic e a saída de Cardozo, ponta de lança fixo, já deixavam antever que o Benfica viria a jogar de forma diferente. Imagino que possa voltar ao modelo de um médio defensivo mais clássico, ao estilo de Javi, mas teremos que esperar para ver.

1 comentário:

  1. E o Enzo Perez, que também deu nas vistas, nomeadamente com o enorme jogo em Amsterdão, também poderá ser cobiçado. Aí seria preciso reinventar, mais uma vez, o meio-campo de raiz. Será sempre um pouco a sina do Benfica, descobrir jogadores para depois outros os levarem. A nossa sustentabilidade financeira depende disso. Mas se não os descobríssemos seria pior...

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