quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Rodrigo na 1ª vitória em Bruxelas

O Benfica conseguiu uma vitória importante e saborosa em Bruxelas, num terreno onde nunca tinha ganho e contra um adversário que nos provocou um enorme dissabor há 30 anos atrás.
Não existindo obviamente comparação entre essa equipa e esta (o futebol mudou radicalmente desde a lei Bosman, que só beneficiou os mais ricos), penso que terá havido alguma desvalorização deste adversário, induzida por resultados e prestações de facto muito fracas. 
O que a meu ver, o que poderá ter acontecido nas primeiras jornadas (em que perdeu com PSG 0-5 e com Olympiacos 0-3) é que nessa altura, acreditando na qualificação e não tendo muita experiência de Champions, a equipa belga jogou de igual para igual com os seus adversários e tentou mesmo e assumir o controlo dos jogos em sua casa contra aqueles adversários, pagando depois um elevado preço. Diz quem viu que o jogo Anderlecht-Olympiacos foi de grande domínio dos belgas, tendo depois os gregos marcado em contra-ataque, numa demonstração do futebol cínico que já bem conhecemos.
O futebol belga é pelo contrário franco e agressivo, o que constitui o seu mérito e a sua fraqueza, que ontem ficaram bem patentes. Não tenhamos porém dúvidas: esta equipa é bem mais forte do que o Áustria de Viena...

Já o Benfica, percebendo que em casa o Anderlecht seria agressivo e pressionante, optou por lançar Fedja para acompanhar Matic e Enzo, opção que foi criticada por alguns especialistas mas que a mim me parece correcta. Havia que ocupar os espaços e não permitir que o adversário embalasse. Penso que isso foi parcialmente conseguido. O golo dos belgas surgiu um pouco num vazio, sem que o jogo o justificasse. 

É verdade que a equipa não teve depois muita fluidez mas isso também já aconteceu contra o Braga e em alguns outros jogos nos quais o desenho de meio-campo não foi este. Penso que há que dar alguma margem para este trio poder evoluir, pelo menos em jogos de maior grau de dificuldade. Matic e Fedja já jogaram juntos na Sérvia pelo que existe compatibilidade. Se se verificar no futuro que isso é prejudicial à equipa, deve-se mudar, mas a meu ver a prova não está ainda feita. Pelo contrário considero que há potenciais benefícios em termos da coesão defensiva mesmo que ontem eles não tenham sido muito evidentes.

Depois do Benfica ter dado a volta ao jogo, devendo ser destacado o grande golo de Gaitan, tivemos mais algumas oportunidades para "matar" definitivamente o jogo, algo que não conseguimos e que poderia ter saído caro: numa demonstração de um futebol agressivo e objectivo, o Anderlecht marcou numa jogada simples e directa. O sonho da Liga dos Campeões parecia acabar ali.

Nos minutos finais surgiram dois jogadores que indiscutivelmente têm qualidade e em quem continuo a depositar esperança: Rodrigo evidentemente, mas também Sulejmani. Deste último saíram um conjunto de assistências que bem demonstram a sua qualidade no último passe. Espero sinceramente que o Benfica possa tirar muito mais partido da sua técnica e da sua classe. 

Quanto a Rodrigo, apesar de feliz na forma como a bola entra, teve mérito de correr e acreditar e fico muito feliz pelo seu regresso aos golos, ainda para mais num jogo importante (só a última jornada dirá realmente o quão) e nos instantes finais do jogo. Espero que este seja o regresso de Rodrigo, que não era o mesmo desde San Petersburgo. 

Agora ficamos à espera de um milagre na última jornada, na qual o Benfica precisa de fazer melhor do que o Olympiacos. O Benfica recebe um Paris Saint-Germain milionário mas já qualificado, o Olympiacos recebe um Anderlecht pobrezinho e já eliminado. Como digo, seria preciso algo de muito especial para nos qualificarmos e realisticamente a Liga Europa é o destino mais provável. 

Mas seja como for, o Benfica tem obrigação de fazer um grande jogo e vencer. O Benfica é o Benfica, e essa realidade tem que ser demonstrada face a um adversário que faz parte dos "galácticos" de hoje em dia. O Benfica é o Benfica e isso equivale a que jogar no seu Estádio tenha que ser sempre temível para qualquer adversário. Com ou sem continuidade na Liga dos Campeões, a vitória é essencial.

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