quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Selecção - hora da verdade

Concordo, na generalidade, com as apreciações que têm sido feitas acerca da nossa selecção - um jogador de classe mundial, Ronaldo, alguns jogadores acima da média, como Moutinho, Coentrão, Pepe e depois vários jogadores médios e medianos em termos internacionais. Também partilho a opinião de que a convocatória levanta dúvidas: Amorim (entretanto infelizmente lesionado) merecia ter tido o seu nome na lista, tal como Tiago, do Atlético de Madrid, ao contrário de Rúben Micael (não acrescenta nada); Hugo Almeida já mostrou não ter suficiente qualidade, ao passo que a ausência de Nélson Oliveira me parece um erro. Fico satisfeito por Paulo Bento ter dado oportunidade a alguns jovens que a merecem, como André Almeida e Bruma e, pelo que dizem, também o jovem trinco sportinguista, embora não conheça ainda este jogador.

Em termos de habilidade e fantasia, a nossa equipa, quando carbura e os jogadores se sentem inspirados, é muito boa, ao nível das melhores. Mas em termos físicos, atléticos e de mentalidade competitiva está bastante abaixo das melhores, como a Espanha, Alemanha, a Itália, o Brasil e a Argentina. O confronto com a Suécia será por isso certamente equilibrado e o jogo da primeira mão assume uma enorme importância. A ideia de que "de uma forma ou de outra estaremos no mundial", propagada e repetida pelos comentadores da nossa praça, como se de uma inevitabilidade se tratasse, sempre me pareceu perfeitamente disparatada. Temos evidentemente possibilidades de vencer o playoff mas só o faremos se conseguirmos ser melhores: ninguém nos dará nada e o nosso adversário não facilitará um milímetro. Trata-se de uma equipa sólida, experimentada e rodada nos "palcos" maiores do futebol internacional. Uma equipa muito competitiva. Para se apurar, Portugal terá que fazer muito melhor do que na fase de qualificação regular. Terá que estar concentrado durante os 180 minutos da eliminatória e saber gerir os momentos do jogo em seu favor. Algo que não se afigura fácil.

É um lugar comum, mas seria realmente uma pena Portugal ficar de fora de um Mundial organizado no Brasil. É um facto que, lá chegando, estaríamos longe de figurar entre os favoritos. Ainda assim poderíamos sempre mostrar algo do futebol, tendo certamente qualidade para passar a fase de grupos e batermo-nos com dignidade com qualquer adversário. Seria certamente uma grande alegria para os milhões de Portugueses e descendentes de Portugueses que vivem no Brasil poderem assistir a jogos da nossa selecção no País onde vivem, tão distantes da Pátria de onde os seus antepassados foram oriundos. Tudo isto deve estar presente na mente dos nossos jogadores na hora de enfrentar esta eliminatória. É também a hora de Ronaldo aparecer no seu melhor e ser capaz de "carregar" a equipa às costas. Perto de fazer 29 anos, o jogador não terá muito mais oportunidades de estar em mundiais.

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