quinta-feira, 28 de março de 2013

Primeira de sete finais

O Benfica joga amanhã em casa contra o Rio Ave a primeira de 7 finais.
Uma vitória deixa-nos um passo mais próximos do título, mantendo o rumo que vimos delineando praticamente desde o início do Campeonato. A atitude terá que ser a mesma, a aplicação a mesma, a seriedade a mesma. O Benfica tem que se manter concentrado e não se distrair nem desfocar um milímetro do seu rumo, apesar das provocações e trapaças que serão até ao final encomendadas por Pinto da Costa e o seu Porto que, não sabendo o que é ganhar de forma limpa, menos aceita perder apesar das ajudas (que foram já várias este ano).
Ganhando os seus jogos, o Benfica não terá que se preocupar com os resultados do adversário. Esse tem sido o nosso rumo e a receita para o que de bom tem acontecido esta época. O Benfica tem olhado para si e apenas para si, mesmo quando ser campeão parecia uma impossibilidade matemática tal o grau de ajudas de que o Porto beneficiava. Com efeito, durante as várias jornadas em que Benfica e Porto estiveram lado a lado, várias foram as ocasiões em que, parecendo que o Porto estava em sério risco de perder pontos, os árbitros deram uma generosa ajuda. Foram penalties perdoados (as célebres intervenções de Alex Sandro entram diretamente para o anedotário futebolístico nacional), foras de jogo mal assinalados a adversários e expulsões caricatas de adversários, para além de penalties mais que duvidosos marcados a favor do Porto, foram, enfim, uma série de intervenções que pareciam provar que o Porto não podia perder pontos. Mas perdeu mesmo, apesar de um desses penalties duvidosos e logo num jogo em que tal parecia impossível (com o Olhanense) e logo após uma proençada de todo o tamanho na Choupana.
O caminho do Benfica para o título continua portanto a ser o mesmo - não olhar para o lado e continuar a abordar todos os jogos da mesma forma, pois nada está ainda ganho e muito menos garantido.

Do público da Luz espera-se o mesmo apoio e uma presença maciça, pois entrámos na fase das decisões finais.

Para além do campeonato há mais para ganhar, disso não existem dúvidas. Mas temos que olhar para cada jogo de forma separada, não pensando logo no que se segue. Enfim, muito disto são lugares comuns do futebol, mas não deixam de constituir a base indispensável de uma equipa ganhadora e de uma época de sucesso. Como desejamos e acreditamos que esta nossa seja.

Boa Páscoa a todos.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Manter o rumo!

Faltam sete jornadas para o fim do campeonato. Tudo está ainda em aberto. O Benfica precisa de continuar o caminho vem fazendo até agora para manter e, quem sabe, aumentar esta vantagem de 4 pontos.

A PARTIR DE AGORA TODOS OS JOGOS SÃO DIFICEÍS. TODAS AS EQUIPAS PERSEGUEM OBJECTIVOS CONCRETOS (LIGA DOS CAMPEÕES, EUROPA, MANUTENÇÃO) E NENHUMA FACILITARÁ UM MILÍMETRO.

O Benfica jogará 4 vezes em casa e 3 fora. As deslocações são a Olhão, Funchal para defrontar o Marítimo e finalmente Porto. Esta equipa tem pelo contrário 3 jogos em casa e 4 fora.

Há um ano atrás, com as mesmas 23 jornadas disputadas, o Benfica estava em segundo lugar a um ponto do Porto. Na altura o Porto tinha 56 pontos e o Benfica 55. Este ano o Benfica tem 61 e o Porto 57. O ano passado por esta altura, os dois contendores já tinham jogado entre si (no célebre jogo na Luz) e faltavam jogos importantes com o Sporting e o Braga. Também agora falta o Porto jogar com o Braga no seu estádio e o Benfica receber o Sporting na Luz para além do tal clássico da penúltima jornada.

Eis a lista dos jogos do campeonato de Benfica e Porto por disputar:


24ª JORNADACasaFora
Benfica-Rio AveAcadémica-Porto
25ª JORNADAForaCasa
Olhanense-BenficaPorto-Braga
26ª JORNADACasaFora
Benfica-SportingMoreirense-Porto
27ª JORNADAForaCasa
Marítimo-BenficaPorto-Setúbal
28ª JORNADACasaFora
Benfica-EstorilNacional-Porto
29ª JORNADACasaFora
PortoBenfica
30ª JORNADACasaFora
Benfica-MoreirensePaços de Ferreira-Porto

Mais perto...

Grande vitória do Benfica em Guimarães: autoritária. indiscutível, limpa. Grandes jogadas, grandes golos, domínio praticamente absoluto das operações foram a marca da nossa equipa esta noite.
Depois do Porto perder dois pontos no Funchal (sem Moutinho aquela equipa não é a mesma e nem o penalty da ordem a salvou), o Benfica não tremeu, não acusou a "pressão" ou a responsabilidade de ser líder mais destacado, muito antes pelo contrário.
A nossa equipa mostrou maturidade, mostrou saber o que quer e ter a fibra para o conquistar.
São 4 agora os pontos de vantagem. Importa continuar fazendo como desde praticamente o início do campeonato e muito especialmente nas últimas jornadas: uma enorme competência, qualidade e seriedade a abordar os jogos e conseguir deles o essencial - os resultados que nos importam. Já não faltam todos. Estamos neste momento a entrar na última série de jogos da época, quer no tocante ao campeonato, quer no tocante à Liga Europa, quer no tocante à Taça.
É altura de manter a guarda, de não facilitar, de continuar o grande trabalho, para então daqui por algumas semanas dar tudo mas mesmo tudo o que se tem e trazer os títulos que estamos a tornar possíveis com o trabalho feito ao longo da época.

sábado, 16 de março de 2013

Jornada perigosa

Faltam 8 jogos e estão em disputa 24 pontos até ao fim do campeonato.
Neste momento, só 4 equipas, o Benfica, o Porto, o Braga e o Paços de Ferreira, podem  chegar ao título. Todas as outras estão já matematicamente impossibilitadas de o alcançar.
No fim desta jornada, caso o Benfica vença, fica a 19 pontos de matematicamente se tornar campeão. No caso do Porto escorregar, amanhã ou noutro jogo, por exemplo na semana seguinte em Coimbra, 17 ou 16 pontos poderiam ser suficientes.

Isto são factos que toda a gente sabe mas que demonstram uma coisa: nesta fase do campeonato, dois pontos de vantagem podem não ser muito, mas basta um deslize de quem vem atrás para esse avanço se tornar quase irrecuperável.

Quem também sabe isto é o clube do Porto. E Joaquim Oliveira!
Nesta medida, é importante procurar que o Benfica perca pontos o mais depressa possível e que o Porto não os perca de forma nenhuma. Se for preciso faz-se como o ano passado, até porque depois não faltará imprensa (e até alguns benfiquistas míopes, para não dizer pior, que fazem o jogo dos nossos inimigos) para branquear os "erros" de arbitragem, culpando Jesus, os jogadores, o plantel, etc, etc.

Ora o mais depressa possível começa esta jornada e só assim se justifica tão descarado quadro de nomeações: Paulo Baptista em Guimarães e Capela no Funchal. Quer um, quer outro têm um temor reverencial pelo sistema, quer um quer outro sabem que não é pela sua verticalidade e isenção que têm sido premiados no mundo da arbitragem. Quer um, quer outro têm um historial de prejuízo do Benfica e benefício do Porto. Capela foi um dos obreiros do título do Porto no ano passado, nomeadamente expulsando Aimar em Olhão, complicando ainda mais esse jogo que viríamos a empatar e inviabilizando ainda, através do seu relatório que contribuiu para a inusitada pena de 2 jogos de suspensão para El Mago, a sua utilização contra Braga e Sporting, vindo o Benfica a perder esse jogo (e a última esperança de chegar ao título) também graças a outro grande árbitro, o inenarrável Soares Dias, que há umas jornadas e depois de marcar dois penalties a favor do Porto, ofereceu a sua camisola a um adepto dragão. Até ao fim do ano ainda teríamos que apanhar com outra peça: Benquerença, por muitos chamado com graça de Olarápio Benquerença.

Capela fará tudo o que puder para agradar ao Porto e só não fará mais porque na Madeira também não são todos completamente parvos nem submissos. Mas tenhamos consciência das coisas: com Capela e depois do que aconteceu em Málaga, onde o Porto foi completamente vergado, sem apelo nem agravo, saindo sem glória nem dignidade da Champions, estando já só a disputar campeonato e Taça da Liga (que de repente passou a ser importante), muito dificilmente o Porto perderá pontos esta jornada. Não é impossível, mas é bastante difícil, porque além do Porto, o Marítimo jogará contra a arbitragem.

Daí os cuidados redobrados que o Benfica terá que ter em Guimarães. Cuidados com cartões e cuidados com penalties. Qualquer situação duvidosa na nossa área, nomeadamente qualquer bola na mão ou choque provocado pelos vimaranenses, dará um penalty. Qualquer entrada mais imprudente de um jogador do Benfica dará amarelo ou até vermelho. Ainda assim, o Benfica não poderá deixar de disputar as bolas com virilidade, de por o pé, sob pena de perder todas as divididas e de ficar por baixo no jogo, sem capacidade de reagir a qualquer possível adversidade.

Foi em Guimarães que o ano passado começou a queda do Benfica. É lá que este ano importa começar a escrever o capítulo final da conquista do presente campeonato. Com cabeça, com firmeza, com calma, com respeito pelo adversário, com confiança e com classe. E sempre de olhos bem abertos. Não os podemos deixar fazer o que fizeram o ano passado. E isto é também um alerta para os que vão estar no Estádio e que precisam de se fazer ouvir desde as bancadas.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Atitude e classe com estrelinha a mostrar o caminho

Não foi fácil o jogo de ontem. Não sei se por ignorância se por premeditada desonestidade, pintou-se  do Bordéus uma imagem duma equipa quase de 2ª divisão. Para quem andou nessa campanha (e muitos foram os jornalistas) a vitória do Benfica por 1-0 na Luz teria sido quase desprestigiante.

Mas o que estaria então esta equipa a fazer nos oitavos de final? Não foi esta a equipa que eliminou o Dinamo de Kiev? Que por sua vez é um frequentador assíduo da Liga dos Campeões, tendo até este ano calhado no grupo do Porto, sendo nessas alturas apresentado como uma equipa forte. Não foi este Dinamo de Kiev que empatou em casa 0-0 com o Porto? Então como é que a equipa que eliminou este forte Kiev "de Miguel Veloso" pode ser tão medíocre, tão banal?

A realidade sempre foi outra. O Bordéus é uma equipa com qualidade, perigosa, que atravessa uma fase menos boa e que o Benfica em circunstâncias normais eliminaria - como eliminou. Mas eliminaria, como eliminou, jogando bem e com muita seriedade. Qualquer outra atitude de sobranceria ou desatenção teria consequências muito perigosas.

A vitória do Benfica ontem merece ser destacada pela forma como foi obtida - com raça, querer e enorme classe de Cardozo e um ambiente fantástico - mais uma vez - nas bancadas, criado pelos nossos emigrantes. O Benfica é o único clube do Mundo que tem adeptos destes, espalhados por todo o mundo e sobretudo na Europa central e na América do Norte, para além de África, onde o clube é seguido com enorme paixão por adeptos que não são portugueses.

O Benfica é um clube único e especial e ontem deu mais uma grande alegria aos seus adeptos.

E pelos vistos uma grande tristeza a alguns nossos compatriotas, que falando exteriormente em sermos todos portugueses nestes momentos, pelos vistos por dentro sentem algo bem diferente, de uma forma tão intensa que chega a exteriorizar-se de forma bem evidente. Com efeito, nos comentários da SIC, Ribeiro Cristovão não conseguiu disfarçar a sua irritação.

Instado a um primeiro comentário ao jogo, começou por dizer que se "esperava mais" do ... Bordéus. Coitado, este "decano" do nosso comentário estava triste. A acabar disse: "O Bordéus merece estar na posição em que está na Liga Francesa". Ou seja, o Bordéus pelos vistos não fez o que o senhor Cristovão queria que fizesse, que era eliminar o Benfica. Passou portanto a ser mau, a merecer quiça até descer de divisão.

Enfim, nada que mereça tanto do nosso tempo.

O que merece sobretudo ser destacado é o feito do Benfica em terras francesas, onde venceu uma equipa que há muitos anos não era derrotada em casa para as comeptições europeias, a jogar com uma defesa onde não estavam Luisão Garay nem Maxi e um ataque onde não constavam de início Lima nem Cardozo.

Isso sim merece ser destacado, tal como os dois bonitos golos de Cardozo nuns últimos minutos frenéticos, que de alguma forma fizeram lembrar o jogo louco de Leverkussen há uns anos atrás.

Parece haver uma estrela a brilhar no Céu que indica um caminho que esta equipa tem feito por merecer palmilhar. Ela indica agora Inglaterra e o Newcastle, que importa vencer. A atitude terá que ser a mesma. Sabemos agora que podemos contar não apenas com 13, 14 ou 15 jogadores mas verdadeiramente com  todo o plantel para se bater com atitude e raça pelo Benfica. Essa é uma das grandes conquistas de Bordéus. A outra, que espero se torne realidade, é a que os nossos emigrantes ontem apontaram mais uma vez: eles acreditam sempre, apoiam sempre, defendem sempre o Benfica. Consigam os de cá perceber esta mensagem e unir-se à volta desta equipa e seguramente que conquistaremos os ambiciosos objectivos para a época.

Domingo há um outro castelo para conquistar.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Equipa forte para superar ausências

O Benfica terá que ser muito forte esta noite para conseguir colmatar as ausências dos dois grandes centrais Luisão e Garay. É uma situação rara (o Braga tem sofrido algo de parecido) que levará a que possa jogar uma dupla inédita, caso Roderick seja titular. Jardel e Miguel Vitor já jogaram juntos, pela equipa B, pelo que nesse caso existirá já um mínimo de rotinas. Poderá portanto ser essa a opção de Jesus.

De qualquer modo, uma dupla improvisada precisa de uma grande cobertura por parte do resto da equipa e sobretudo por parte do meio campo. Matic terá que estar ao seu nível habitual e as faixas também terão que ser cobertas quer pelos laterais quer pelos extremos para não permitir muitos cruzamentos para a área que exponham demasiado os centrais. Nada que o nosso treinador não tenha pensado e seguramente acautelado.

Boa sorte para todos nós para logo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Sem árbitros é mais difícil...

Penso que não é preciso dizer muito mais. Quando são dados os segundos amarelos que devem ser mostrados, quando os árbitros não apitam quando os jogadores se atiram para o chão, quando não inventam penalties e quando os golos em fora-de-jogo são anulados, o Porto é uma equipa banal.
Esta é a realidade. Depois há a ficção e a realidade paralela do futebol português e da arbitragem portuguesa. Os proenças, os que dão camisolas aos adeptos depois de marcarem dois penalties, etc, etc, etc.
E ainda houve um golo mal anulado a Saviola...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Vergonha em Old Trafford

O que se passou ontem em Old Trafford foi o que se passa muitas vezes em Portugal: um árbitro a ser protagonista e a ter uma influência directa no resultado. Mais: o árbitro resolveu a eliminatória.
Antes da expulsão o jogo estava bom, estava equilibrado, com ascendente do Manchester. Antevia-se uma segunda parte com mais risco por parte do Real Madrid, o que resultaria certamente num grande espetáculo.
Depois vem o lance de Nani. Com o devido respeito por algumas opiniões que já ouvi e li... não consigo compreender como pode alguém sustentar que aquilo é um lance para vermelho. Nani estica-se para dominar a bola e aparece-lhe de rompante o adversário, tornando-se o choque inevitável. Para mim não é sequer cartão amarelo, mas esse ainda poderia compreender, agora vermelho?
Aqueles que defendem que foi muito bem mostrado não compreendem na minha opinião, a essência do jogo de futebol. O futebol não é para dar cartões vermelhos e assinalar penalties por dá cá aquela palha. Porque estas decisões são as mais gravosas, incomparavelmente mais do que as que os árbitros tomam em qualquer outro desporto. Porquê? Porque no futebol há muito poucos golos e cada um deles é absolutamente decisivo.

Tendo isto em mente, um árbitro só deve expulsar um jogador se este fez realmente algo de grave (como uma agressão ou impedir ilegalmente uma jogada de golo eminente) ou se, tendo já amarelo,  faz uma falta susceptível de cartão amarelo que não mereça constestação ou insiste numa série de faltas. Só assim se aceita uma expulsão.

Dar o vermelho a um jogador por ter levantado o pé quando não tinha sequer nenhum jogador ao seu redor é, pior do que ridículo, acabar com um jogo.

E foi isso que aconteceu. A partir daí o Manchester teve que se fechar atrás e o Real atacou até fazer os dois golos que lhe deram a qualificação. Que obviamente fica manchada por uma decisão lamentável do árbitro, sobre o qual já aquando da participação portuguesa no Europeu recairam suspeitas face às suas ligações à federação espanhola.

No fim, num assomo de classe e dignidade o Manchester ainda tentou por todas as formas o golo que ainda lhe permitisse sonhar o qual não surgiu por infelicidade e boas intervenções do guarda redes.

Árbitros como este destroiem o espectáculo do futebol, frustram os adeptos e desvirtuam a competição. Esta decisão é comparável à da expulsão de Aimar em Olhão há um ano (talvez ainda pior) no tocante ao lance em si mesmo, mas em termos de leviandade e protagonismo do árbitro pode ser comparada às expulsões de Matic ou Emerson por parte de Proença.

Os árbitros têm que perceber de uma vez por todas: os protagonistas do futebol não são eles mas sim os jogadores. São estes que devem decidir os jogos e não os árbitros. Melhor que ninguém, nós benfiquistas deveríamos ter bem presente este princípio.

Uma nota final para a honestidade de Moutrinho na sua análise, ao reconhecer que a expulsão tinha permitido ao Real Madrid dar a volta ao jogo, algo que com 11 contra 11 não teria provavelmente sido possível. Esteve muito bem.

terça-feira, 5 de março de 2013

Dias Ferreira não pode continuar na TV

Dias Ferreira ultrapassou tudo no programa de ontem, mesmo para os "critérios largos" aplicados a estes talk shows da bola.

Insultar em pleno horário nobre, naquele que foi o primeiro canal de notícias em Portugal, completamente a despropósito e de uma forma perfeitamente descontrolada e gratuita, não pode ser aceite pela SIC.

Dias Ferreira é mal criado e, por alguma razão inexplicável, julga-se mais que os outros mas tudo tem que ter limites. Não digo que a credibilidade do programa fique afectada porque essa já era zero.

O que fica prejudicado com este triste episódio (mais um, aliás numa longa história de conflitualidade de Dias Ferreira, que claramente tem problemas) é a imagem da própria SIC.

Depois deste episódio absolutamente lamentável, deste exemplo execrável dado por um advogado (!) e figura pública, havia um caminho, que era o de Dias Ferreira pedir desculpa não apenas a Rui Gomes da Silva mas ao apresentador e a todos os espectadores pela cena lamentável que protagonizou. Como isso me parece impossível, não resta à SIC senão demitir Dias Ferreira ou, o que melhor seria, este sair pelo seu próprio pé.
É insustentável tê-lo em sequer mais um programa e não tenho dúvidas de que a esmagadora maioria das pessoas civilizadas se recusarão daqui para a frente em ver um programa em que esta figura apareça.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Lavagem cerebral em 3 actos

Em Portugal ultrapassa-se todos os limites do decoro intelectual, não sei por falta de inteligência se por falta de vergonha. Provavelmente pelas duas.

Acto I

Há duas semanas, o Benfica vence a Académica por 1-0 com um golo de penalty nos descontos.
Foi um jogo miserável por parte dos academistas, com 11 jogadores permanentemente atrás da bola, por vezes nos últimos 15 metros, quase sempre a queimar tempo.

Foi penalty? Claramente há falta do jogador da Académica. Alguns vêem alí uma falta anterior de Gaitan. Gaitan de facto coloca o braço no ombro do adversário, mas não parece o suficiente para ser considerado falta. Já a falta do jogador da Académica é clara, agarrando Gaitan até o derrubar.

Nesse jogo tinha até havido um outro lance em que dá toda a ideia (apesar das poucas repetições da tal SportTV...) que um jogador da Académica intercepta (de forma claramente deliberada) um centro com a mão. Penalty? O árbitro não marcou e o jogo seguiu.

Chega o fim do jogo e praticamente todas as perguntas na flash interview e na conferência de imprensa são sobre a arbitragem e o penalty. De tal forma que ainda dias depois andam os jornalistas a fazer perguntas sobre o penalty a... Pinto da Costa! Para certa imprensa tratou-se pois de um autêntico escândalo.

Acto II

Ora há uma semana atrás, o Porto ganha por 2-1 com dois penalties. No primeiro, o jogador do Porto nem chega bem a cair, continuando com a jogada. Houve um pisar (dá ideia que inadvertido) do jogador do Rio Ave ao russo do Porto mas lances daqueles normalmente há muitos, nunca ou quase nunca dando penalty. Ali foi, claro. Por acaso falhado, com a agravante de que pouco depois o Rio Ave marca. Pois já no fim da primeira parte, prenunciando-se uma segunda parte com a necessidade impreterível do Porto marcar 2 golos, eis que surge novo penalty. O que aconteceu? Um jogador do Rio Ave tinha o braço normalmente posicionado ao lado do corpo e o jogador do Porto chuta a bola a um metro contra esse braço. Onde estava a intenção deliberada de jogar com a mão (o que diz a lei)? Onde estava o braço posicionado de forma anormal? Houve alguma proteção da baliza ou de jogada de golo eminente através do braço? A que distância estava o braço? Teve o jogador tempo de ver que a bola vinha na direção do mesmo?

Obviamente que a intenção estava em lado nenhum. Obviamente que a jogada nada tinha de perigosa, obviamente que o jogador tinha o braço normalmente posicionado e que a bola lhe bateu a um metro sem que ele nada pudesse fazer.

Dois penalties, uma semana depois do penalty do Benfica contra a Académica. Preparo-me para a indignação generalizada na imprensa e nas televisões.

Pois bem, não houve nenhuma pergunta na flash interview a nenhum dos intervenientes dos jogo acerca de penalties ou de arbitragem.

Quanto a restantes reacções, digo apenas isto: se eu não tivesse visto o jogo, não teria sabido que o Porto tinha tido 2 penalties e que só assim tinha podido dar a volta ao jogo.

Acto III

O terceiro acto desta lavagem cerebral chega com o jogo com o Beira Mar.

Muito cedo no jogo, há um lance parecido com o que dá o segundo penalty ao Porto. Para mim não é penalty, nenhum deles, mas como todos os "especialistas" explicaram que era o do Porto era mesmo, fiquei à espera que este também fosse marcado. Felizmente estava sentado.

Depois vem o lance do penalty de Hugo.

Cardozo cabeceia para a baliza (e provavelmente para o golo) e o jogador do Beira Mar não chegando à bola coloca um braço esticado à frente da baliza.

Penalty, obviamente, e a meu ver seria expulsão pois a bola ia, tudo o indica, entrar. Não pode haver dúvidas de que, mesmo de lado ou de costas para a baliza, o defesa fez exactamente aquilo que pretendia fazer: interceptar com o braço o que não conseguiu com a cabeça. Hugo percebeu que não chegava à bola e nem saltou com Cardozo: saltou à sua frente na esperança de interceptar o cabeceamento e já agora toca a levantar o braço para tapar mais um bocadinho a baliza.

Então não é que hoje ligo a televisão e está o Miguel Guedes "indignado" com o penalty "inexistente"??! E claro que todas as peças que passam nas televisões, mesmo aquelas que dizem que é bem assinalado, fazem questão de enfatizar bem que a vitória foi conseguida "com um golo de penalty". Isto como se, imaginando que o penalty não era assinalado, o Benfica tivesse a mesma atitude que teve depois de estar a vencer por 1-0.

Ou seja, o penalty do Porto num lance em que o jogador tem o braço normalmente ao lado do corpo e vê a bola ser chutada contra o mesmo, num lance sem qualquer perigo, é muito bem assinalado. E o penalty do Benfica, num lance em que o defesa se atira com o braço no ar à frente da cabeça de Cardozo interceptando a bola que ia para golo é que é duvidoso ou mal assinalado.

Que o Miguel Guedes e outros do mesmo tipo são fanáticos mal formados que não merecem nenhum respeito já sabemos há muito. Claro que ouvir aquela voz esganiçada e ver o seu dedo espetado a dizer estas enormidades irrita. Mas o que mais me incomoda e entristece é ver que do outro lado quem supostamente nos está a defender fica calado ou vem falar do Alex Sandro, quando só tinha que recuar uma semana.

É inconcebível que depois de todas as vergonhas que já se passaram neste campeonato a favor do Porto - e sábado foi mais uma - ainda se faça passar a ideia de que o Benfica é que está a ser beneficiado pelas arbitragens!!! Isto praticamente só um doente mental ou alguém que nada saiba do que se passa no futebol português pode sustentar, mas a verdade é que com tanta intoxicação essa imagem passa por possível.

Que falta faz António Pedro Vasconcelos! Estamos a 9 jornadas do fim do campeonato, sem favores arbitrais ao Porto (e prejuízos ao Benfica) teríamos já seguramente uns 10 pontos de avanço. Por favor comentadores benfiquistas, reponham minimamente a verdade dos factos e não permitam que qualquer penalty ainda que evidente a favor do Benfica seja tratado como um escândalo e quase um crime e os penalties fantasmas do Porto, os penalties não assinalados contra o Porto, as expulsões perdoadas ou expulsões forçadas dos adversários passem completamente incólumes. Não permitam que se crie o clima para acontecer um assalto como o do fim da época passada!

Tiro no porta aviões

O anúncio de Luis Filipe Vieira de que a BenficaTV comprou os direitos televisivos da Liga Inglesa é uma decisão fundamental para acabar com o sistema em Portugal.

Há muito que defendo que o sistema é sobretudo formado pelo Porto e por Pinto da Costa e por Joaquim Oliveira e a sua Olivedesportos, sobretudo com a SportTV.

O anúncio de que não renovava o seu contrato com a SportTV foi um primeiro passo dado pelo Benfica para abalar este sistema. Faltava porém alguma coisa, pois a SportTV opera em monopólio em Portugal e uma BenficaTV que apenas transmitisse os jogos da nossa equipa teria dificuldade em obter as receitas que se perdem ao terminar o contrato com a SportTV.

Com a compra dos direitos da Liga Inglesa, a BenficaTV assume-se como concorrente da SportTV, aliás com o melhor produto futebolístico do mundo, que é a Liga Inglesa, com capacidade de gerar receitas publicitárias e, como é já inevitável, se tornar paga por subscrição.

O fim da SportTV, que alimenta o sistema do futebol português, dominado por Pinto da Costa é assim colocado em cheque, de uma direção inesperada para o próprio sistema, onde ele se julgava imbatível e inatingível.

Esta decisão coloca o Benfica fora de uma teia de interesses e influência, com toda a força e capacidade para denunciar, e por fim derrubar, o sistema.

Nesta medida, tenho que reconhecer que a direcção do Benfica não apenas estava atenta ao que se ia passando como foi capaz de fazer uma jogada de longo alcance que pode finalmente acabar com o domínio de Oliveira e Pinto no futebol português, que gerou este nosso futebol insuportavelmente previsível em que o Porto faz tudo o que quer e ainda lhe sobra tempo. 21 jornadas e ainda nem um penalty contra! Mas disso falaremos adiante.

Por agora queria felicitar Luis Filipe Vieira por esta decisão e dizer que assim, com uma direcção que demonstra ser capaz de assumir a ruptura total, que sempre tenho defendido, com o sistema instalado no futebol português há 30 anos, estou evidentemente de volta para neste espaço defender o nosso clube dos ataques vergonhosos de que continua a ser alvo e das defesas mal conseguidas que alguns benfiquistas tentam fazer sem sucesso.