terça-feira, 30 de abril de 2013

Benfica-Fenerbahçe - regresso à Europa

O Benfica venceu ontem o Marítimo, num jogo em que todos viram e perceberam o que se passou, não valendo a pena grandes análises. Vitória indiscutível e o campeonato quase conquistado: com alguma fortuna poderia até ser já na próxima semana. Ainda que assim não aconteça, ou seja, mesmo que o Porto vença o Nacional, a vitória sobre o Estoril significa um ponto final nas dúvidas, ficando apenas a faltar a confirmação "matemática". Mas sobre isso teremos ainda tempo de falar.

Agora é altura de apontar baterias à Liga Europa.

O Benfica foi grande na Europa nos anos 60, alcançando finais, conquistando títulos e granjeando prestígio e respeito a nível mundial.

A década seguinte não foi positiva a este nível mas nos anos 80 o Benfica volta à ribalta: a uma meia final da Taça das Taças em 80/81 segue-se uma final da Taça UEFA em 82/83 e uma final da Taça dos Campeões em 87/88. Depois de empatar a 0, o Benfica recebeu e venceu o Dínamo de Bucareste por 2-0 com dois golos de cabeça de Rui Águas. Foi o regresso à final da Taça dos Campeões 20 anos depois. Infelizmente, o Benfica perderia essa final por penalties contra o PSV Eindhoven.
Dois anos depois, o Benfica estava numa nova final. Foi a célebre meia final da mão de Vata (ainda hoje o jogador diz que meteu o peito). Depois de perder 2-1 em Marselha, contra uma equipa fortíssima onde pontificava Papin, o Benfica vence por 1-0 em casa, com o golo já referido a surgir perto do fim do jogo. Também essa final não seria feliz para o Benfica, tendo sido batido pelo grande Milão (campeão em título) de... Maldini, Costacurta, Baresi, Ancelotti, Rijkaard, Van Basten e Gullit por apenas 1-0, com o golo a surgir já na fase final do jogo. Note-se que este Milão tinha vencido no ano anterior a mesma Taça, batendo na final o Dínamo de Bucareste por 4-0 (2 de Gullit, 2 de Van Basten), tendo nas meias finais atropelado o Real Madrid: depois de um empate a 1 na primeira mão, os italianos deram 5-0 aos espanhóis em San Siro. E uma outra equipa do Milão, já sem quase todos os jogadores que defrontaram o Benfica, viria, apenas 4 anos depois, a vencer nova Taça, desta vez goleando o Barcelona por 4-0.

Com equipas relativamente medianas, o Benfica conseguia portanto proezas surpreendentes, embora perdendo as finais. Era porém difícil fazer melhor.

Em 1993/94, o Benfica está a um passo de nova final, desta vez da Taça das Taças. Na equipa pontifica Rui Costa, mas há vários jogadores já demasiado veteranos: Mozer com quase 34, Isaías com 30 e Veloso, que é titular na 1ª mão, com 37 anos! Na primeira mão na Luz o Benfica vence por 2-1 e na segunda sofre o golo da eliminação aos 77'.

Finalmente em 2010/11, aconteceu algo de muito infeliz e doloroso para o Benfica, com a eliminação nas meias finais frente ao Braga. Também nessa ocasião o Benfica jogou primeiro em casa e venceu por 2-1, tendo depois na 2ª mão jogado em Braga e perdido por 1-0. Foi uma eliminatória "esquisita", no meio de uma época para esquecer, em que o Braga pode agradecer a todos os santinhos ter passado, pois o azar do Benfica foi quase inacreditável. Como é sabido, o Porto viria a bater o Braga na final, com um golo de Falcao em fora de jogo.

Ou seja, dois anos depois o Benfica tem uma nova oportunidade de estar presente numa final europeia, algo que não acontece há 23 anos.

Nessa ocasião, tal como dois anos antes, o Benfica resolveu a eliminatória na 2ª mão no Estádio da Luz, uma vez vencendo por 2-0, na outra por 1-0. Já nas meias-finais perdidas, contra o Parma e o Braga (nomes curiosamente parecidos), a 1ª mão jogou-se na Luz. Esperemos que isto sejam bons augúrios, uma vez que iremos novamente e pela terceira vez em 25 anos enfrentar o jogo decisivo da eliminatória em nossa casa.

Depois de um ensaio, chegou agora a hora de recriar o verdadeiro inferno da Luz.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Força Campeões

Estes atletas do Benfica são campeões e vão-no demonstrar hoje na Madeira vencendo o Marítimo.
Este é o momento da VERDADE, esta é a semana das decisões.
Em Portugal existe há 30 anos um ambiente de mentira, de corrupção, de batota e de compadrio, cujas ramificações não conhecemos ainda senão superficialmente.

Depois de uma vitória indiscutível sobre o Sporting, num contexto de enorme, extrema pressão, por não existir margem de erro, por todos nos fazerem crer - e nós próprios já acreditarmos nisso - que para o Benfica ser campeão precisa não de ter mais um ponto do que o Porto mas sim 4!

Sim, nesta farsa portuguesa, que Gil Vicente se fosse vivo parodiaria e desmascararia, chamada futebol português, todos aceitam que se o Porto "precisar" vencerá mesmo o Benfica, apesar de todos reconhecerem que o Benfica é melhor, joga melhor, tem mais soluções, tem mais futebol e mais classe.

Todos dão como adquirido que se o Benfica tiver menos de 4 pontos de vantagem ao visitar o "dragão" já não conseguirá ser campeão, pois com bolas de golfe, com pedradas, com insultos, com batota, com arbitragem, (com doping?) o Porto derrotará o Benfica e será novamente campeão.

Nada interessa que o Porto tenha que ir a Paços de Ferreira na última jornada, defrontar o clube que é a sensação da prova e está 4 pontos à frente do Braga, enquanto o Benfica defrontará em casa o Moreirense.

Nada disso conta, porque se o Porto "precisar" ganhará mesmo, custe o que custar.

Hoje não haverá desculpas, não recorreremos a nenhuma desculpa pois juntos, com grande apoio dos nossos adeptos da Madeira daremos a primeira de várias bofetadas de luva branca num clube confessadamente batoteiro e absolutamente descarado e desavergonhado. Depois de ganhar anos a fio com favores de arbitragem COMPROVADOS, com CORRUPÇÃO DEMONSTRADA POR PROVAS INDESMENTÍVEIS, este clube lança um ataque absolutamente despudorado com a cobertura e a boleia de grande parte da comunicação social, aos árbitros, tentando uma vez mais e PERANTE A COMPLACÊNCIA DE TODO O PAÍS, condicioná-los e vencer através da batota e da adulteração da verdade desportiva.

Não passarão!

O Benfica vai vencer esta noite na Madeira. O Benfica vai ser Campeão com todo o mérito.

Os nossos atletas já são Campeões em espírito pela forma como resistiram a tudo a esta época, durante estes longos meses de ataques, de chicana, de pressão, de aldrabices.

Neste próximo mês, com o nosso apoio e confiança, conquistarão títulos de direito, dentro do campo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Casagrande - Eis o verdadeiro ESCÂNDALO que está a ser ignorado

Que o clube de Pinto da Costa, Reinaldo Teles e, em tempos, o guarda Abel, subornava e coagia árbitros e adversários, é algo que já sabíamos desde que as escutas do Apito Dourado se tornaram públicas.
Que o rendimento de vários jogadores do Porto tem vindo ao longo dos anos a gerar algumas suspeitas, é algo a que já aqui aludi, embora sempre tenha dito que não podia afirmar nada porque não havia provas.

Ontem tudo mudou: Casagrande, jogador do Porto em 1988, admitiu que se dopou no Porto e que essa era prática comum no clube!

Estamos perante uma denúncia de uma gravidade extrema. No seu livro, escrito por um jornalista, Casagrande omite o nome do clube em que se dopou, por questões que todos percebem, tendo os acontecimentos de hoje já vindo dar-lhe razão: Domingos Gomes, Artur Jorge, Jaime Magalhães, Inácio, Sousa já vieram negar e até ameaçar processos judiciais.

Faz-me lembrar... Lance Armstrong.

No entanto, nesse mesmo livro, Casagrande refere-se à lesão grave que sabemos ter acontecido no Porto. E diz explicitamente que, por ter usado substâncias dopantes, mesmo com a rotura completa de ligamentos no tornozelo, a tal lesão que sofreu, ele queria voltar ao campo...

Casagrande diz: sentia-me um super-homem, com o rendimento físico a ser potenciado: "alongamento máximo dos músculos. Podia-se levantar totalmente a perna, a gente virava bailarina... Isso realmente melhorava o desempenho, o jogador não desistia em nenhuma bola. Cansaço? Esquece... se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas". 
(Do livro "Casagrande e os seus demônios", citado pelo blog Indefectível)

Onde é que eu já vi isto?

Até ontem, apenas existiam suspeitas e algumas denúncias a medo. Houve a história de Fernando Mendes que depois disse que afinal o clube do Norte onde se dopava não era o Porto mas sim o Boavista...

Depois de Casagrande, a história é outra. Não me surpreende, antes pelo contrário.

O Porto dos tempos de Casagrande e o de hoje são comandados pelos mesmos indivíduos e com as mesmas tácticas e métodos - a grande "organização" e a grande "máquina", liderada por Pinto da Costa com Reinaldo Teles ao lado, que alguns passam a vida a adular.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Amasso alemão

O Barcelona, equipa cujo futebol é indiscutivelmente muito evoluído mas que não me consegue entusiasmar, levou esta noite um verdadeiro amasso do panzer alemão Bayern de Munique.
Os bávaros deram realmente uma lição de futebol prático e musculado, de grande pujança física e velocidade, mas também talento. É preciso perceber que este Bayern tem a base da seleção alemã mais Ribery, Robben... É muita coisa. São jogadores com tremenda força, endurance e qualidade.

E o que dizer de Heynckes, que quando veio para o Benfica já alguns consideraram acabado?

Quanto ao Barcelona, com Messi numa noite não e um árbitro que permitiu algum contacto (pelo menos em fases do jogo), os pequenos catalães foram positivamente atropelados.

Está encontrado o primeiro finalista.

Amanhã dificilmente se repetirá a história desta noite. Não só os protagonistas não são os mesmos (Dortmund mais fraco que Bayern, Real mais forte que Barcelona) como Mourinho dificilmente é goleado, mais ainda numa eliminatória europeia. Prevejo que o Real ultrapasse esta eliminatória e esteja na final.

Escândalo?



A arbitragem de João Capela na Luz mereceu muitas críticas e é evidente que não está isenta de polémica. Da mesma forma que nos queixámos inúmeras vezes no passado (com razão), temos que ter a honestidade intelectual de saber reconhecer quando somos beneficiados.
Foi o caso? E se sim, pode-se falar num escândalo? (A palavra foi usada por amigos meus, tão benfiquistas como eu.)

O assunto merece-me agora algumas reflexões, primeiro porque não gosto de ver o Benfica ser beneficiado pela arbitragem (muito menos se estivermos perante um "escândalo"), segundo porque as consequências têm o potencial de manchar uma época até aqui imaculada (e a propaganda portista investirá nisso todas as suas forças), terceiro porque não fiquei no Estádio com essa ideia e quarto porque me parece que se poderá estar aqui, de propósito ou inadvertidamente, a distorcer o que aconteceu.
Fui assim rever o jogo - não só os casos - desde o primeiro minuto.

Não quero branquear nada (se o quisesse não me daria a este trabalho): quero apenas fazer uma análise o mais justa possível.

Quem por vezes passa neste blog sabe que defendo acima de tudo a coerência nas arbitragens e a aplicação de um critério uniforme ao longo do jogo (e de toda a competição, se possível).

Não admito que se marque penalty nalgumas situações em que a bola bate na mão e não se marque noutras praticamente iguais. Isto porém acontece, inclusivamente com o mesmo árbitro, em diferentes jogos.

No jogo do ano passado em Alvalade não foi marcado um penalty claríssimo sobre Gaitan e depois foi marcado um em que Luisão toca ao de leve no pescoço de Wolfsvinkel. Há ainda uma situação (que o árbitro vê) de um agarrão de Ismailov a Luisão na área que também não merece acção do árbitro, já depois dos  referidos lances. Luisão aliás acabou expulso, ao contrário de João Pereira, que jogou de forma inqualificável, podendo ter sido expulso pelo menos três vezes mas a quem tudo foi permitido, tendo acabado apenas com um amarelo.

Isso para mim configuram situações claras em que o árbitro não aplica um critério coerente, prejudicando objectivamente uma das equipas.

Foi isso que aconteceu Domingo?

Não. Desde o início do jogo o árbitro adoptou um critério: deixar jogar e marcar apenas as faltas indiscutíveis. O lance de Wolfsvinkel (que para mim não seria penalty em nenhuma circunstância, adoptasse ou não o árbitro um critério "largo") surge aos 5 minutos. Nessa altura tinham ocorrido já 3 lances (um sobre Miguel Lopes, um sobre Lima e um sobre Enzo) que poderiam ser apitados como falta mas que o árbitro não considerou, em coerência com esse critério. Aliás de dois desses lances (recuperações de bola) resultaram situações de perigo para a baliza do Benfica, um deles precisamente o de Wolfsvinkel.

Já quanto ao lance entre Maxi e Capel, tal como disse ontem, parece-me penalty. Mas atenção: o árbitro foi coerente. Há um lance aos 20 minutos em que Melgarejo é pisado por André Martins. Pelos critérios dos 3 ou 4 penalties, este também teria que entrar na contabilidade. O público da Luz e os nossos jogadores nem protestaram pois já se tinham percebido que o árbitro não apitaria faltinhas.

Depois na segunda parte existem dois lances, um para o Benfica, outro para o Sporting, também duvidosos. Num deles o defesa do Sporting empurra Gaitan dentro da área e no outro Maxi coloca um braço à frente de Viola, que se isolava. Penalties? Em ambos os lances, um outro árbitro poderia apitar. O de Maxi parece-me porém mais flagrante e penso que deveria ter sido assinalado, mesmo com o critério de que o árbitro fez uso.

Mesmo sobre os 94 minutos, de novo Viola tenta passar entre dois jogadores do Benfica e tropeça em Jardel. Aqui não me parece haver qualquer falta do nosso jogador, que não se mexe, mas não deixa de ser um lance aparatoso, tanto mais que tinha já havido os referidos lances de dúvida.

Este é o quadro geral, sem facciosismos e sem ignorar o ponto, que me parece fundamental por muito que portistas e sportinguistas agora o tentem desvalorizar de o árbitro ter deixado jogar e apitar o menos possível. Acaso o árbitro sabia, quando optou por adoptar este critério, que iria haver vários lances de dúvida na área do Benfica no decurso do jogo? É que o critério se aplicou realmente desde o apito inicial e não apenas depois dos lances de dúvida, como forma de justificar as (não) decisões então tomadas.

Não pedimos nós tantas vezes arbitragens à inglesa? Eu pelo menos faço-o. Nessa medida lamento que as coisas tenham corrido desta forma, porque a partir daqui os árbitros terão receio de enveredar por este caminho, que para mim é o certo.

Em termos objectivos, penso que  o Sporting acabou por ser prejudicado (pois foi a equipa que teve mais lances destes dentro da área). É natural que os sportinguistas se queixem (há que dizer aliás que as palavras dos seus dirigentes, pelo menos até agora, foram moderadas). Já menos sério é da parte de adeptos e comentadores ignorar que de facto houve coerência na forma de apitar e um critério praticamente uniforme ao longo do jogo. Como não o é reclamar vermelho para Matic, que devia ter visto amarelo, tal como Rinaudo poderia ter visto e também não viu ainda na primeira parte.

Capela já prejudicou o Benfica no passado (e eu fui muito crítico disso). Agora beneficiou, sobretudo no tocante aos dois lances de Maxi.

Outra questão é a de saber porque é que o árbitro adoptou este critério. Decidiu pela sua cabeça ou teve instruções nesse sentido? Já João Ferreira teve critério semelhante no Benfica-Porto, na minha opinião prejudicando nessa altura o desenrolar do nosso futebol, sistematicamente parado pelos jogadores portistas.

Dito isto, o Sporting perdeu por causa do árbitro? É difícil dizer. O Sporting entrou melhor e se tem sido assinalado penalty no lance em que Maxi e Capel se embrulham o jogo teria sido certamente diferente. Mas não quer dizer que o Benfica não o viesse a ganhar.

Não começou o Benfica a perder em Alvalade, tendo depois vencido por 3-1? Na Luz, contra o Newcastle, não se passou exatamente o mesmo?

Penso que a diferença entre as duas equipas é real e fez-se sentir sobretudo ao nível da concretização: o Benfica foi letal nos momentos cruciais do jogo e geriu o restante, excepção feita ao mau início. Se o árbitro tem assinalado o penalty de Maxi na primeira parte, caso ele fosse concretizado, o jogo seria diferente e o Benfica teria que jogar de outra forma. Se tivesse assinalado na segunda, o resultado passaria de 2-0 para 2-1, ficando ainda bastante por fazer para o Sporting.

Quanto a nós, teremos que jogar de outra forma (se possível, dado o avançado da época e a condição física já algo pesada de alguns jogadores, como Enzo, Luisão, Garay ou o próprio Matic em certos períodos do jogo) nas partidas em Istambul e na Madeira. A arbitragem de Capela não belisca um milímetro o nosso percurso até ao momento, nem sequer a justeza da vitória no Domingo.

Istambul e Funchal são as próximas paragens do que desejamos possa ser uma época de sonho.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Hino ao futebol

A jogada de Gaitan no segundo golo do Benfica esta noite, vale o preço do bilhete. É uma jogada de antologia, só ao alcance de um génio futebolístico, como é o pequeno argentino, apesar de algumas intermitências no jogo.

Não foi de todo o melhor jogo do Benfica. A pressão estava lá, era inegável, depois da vitória concludente do Porto contra o Moreirense, e o Benfica não tinha qualquer margem de erro.

Certamente também por isso, a nossa equipa não entrou muito bem. O Sporting teve realmente uma entrada melhor e com uma jogada muito perigosa de Wolfswinkel (a tal que os sportinguistas reclamam - sem razão - penalty) gerou algumas dúvidas na nossa equipa, que esteve pouco confortável na primeira metade dos 45m iniciais.

O Sporting jogava muito recuado no campo - sem pressionar - optando por tapar bem o seu meio campo.

O Benfica por sua vez demorou a carburar, mas foi paulatinamente montando um cerco à grande área sportinguista. A partir dos 30 minutos, o Sporting deixou de conseguir passar do meio campo e o Benfica começou-se a aproximar do golo.

Por esta altura veio o lance entre Maxi e Capel. Aqui sim há um toque de Maxi dentro da área (embora o nosso jogador tenha feito menção de simplesmente marcar o seu espaço). Há assim que dizer, em nome da verdade, que se aceitava se o árbitro marcasse penalty. Como se aceita que não tenha assinalado. Percebeu-se desde cedo que o árbitro iria deixar jogar e permitir o contacto, pelo que houve coerência na sua forma de apitar.

 A ganhar ao intervalo, esperava-se que o Benfica pudesse a qualquer altura marcar de novo na segunda e sentenciar o jogo. O Sporting não criou uma única oportunidade digna desse nome e foi neste quadro e com uma toada morna, que surgiu a obra prima de Gaitan e Lima.

Vitória inquestionável do Benfica, o título fica ao virar da esquina, à distância matemática de três vitórias (ou duas, caso não percamos no Porto), sendo que ganhar na Madeira deixará praticamente tudo resolvido.

Quinta jogamos na Turquia mais uma página desta época que pode ser histórica.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Contagem decrescente

Estamos na recta final da época e a pouco mais de 48 horas do grande derby. 

Quase tudo foi já nesta altura dito e redito. Os treinadores já certamente preparam as suas tácticas e os jogadores estão mentalizados para o que devem fazer em campo. Os analistas e os apostadores anteciparam já desfechos. 

Os benfiquistas compreendem a importância deste jogo e sabem que vencendo-o ficam muito mais perto de um título que perseguem desde o início da prova. É com esse espírito que estaremos na Luz no Domingo e será certamente também com esse espírito que os jogadores entrarão em campo.

Existe entretanto uma notícia muito interessante e que deixa muito satisfeitos todos os benfiquistas:  o Estádio estará cheio. É verdade, neste momento existem apenas cerca de 1.200 bilhetes. Entre agora e a hora da partida é quase certo que todos eles serão vendidos. Perspectiva-se casa cheia! A confirmar-se, é notável e demonstra mais uma vez uma grande comunhão existente entre todos os benfiquistas.

A ansiedade cresce. Haja coração!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Contra a euforia, a arrogância e a estupidez

Este universo, conhecido como "blogosfera", em que cada um publica o que quer, é, por inerência, muito dado ao disparate.

Se alguns tentam ainda manter alguma moderação, alguma ponderação nas análises e comentários, já outros assumem-se como irresponsáveis, convencidos de que têm graça. Naturalmente que faço o meu juízo do que vou lendo e que me identifico e revejo mais com uns e nada com outros.

No entanto deve ser assinalado que a blogosfera tem vindo a assumir uma importância crescente no universo benfiquista, não escondendo já os comentadores dos programas com "painéis" clubísticos que vão espreitando os blogs, chegando a citá-los e até a imprimir fotos ou textos deles retirados. Se bem que pontualmente o possa perceber, como princípio isso parece-me mal porque, como digo, os blogs (e nisso incluo o meu que obviamente faz parte deste universo) não respondem perante ninguém e refletem apenas a opinião de quem lá publica. (Isto é uma reflexão de teor genérico que não se destina a dar recados a ninguém.)

Deixando estes considerandos e passando diretamente ao assunto, penso que o Benfica enquanto instituição e o chamado "grupo de trabalho" (treinador e jogadores) da nossa equipa se devem nesta fase manter bem longe de alguma agitação e euforia que infelizmente e a destempo vejo começar a perpassar nalguns blogs.

AINDA NÃO GANHÁMOS NADA!

A grande arma do Benfica esta época tem sido o rigor, o equilíbrio e até a humildade com que a nossa equipa tem enfrentado os vários desafios que se lhe vão deparando. Em praticamente todos os jogos disputados, a equipa entrou sabendo que só no campo se ganham os jogos e que a bazófia normalmente leva a maus resultados. A arrogância, a atitude de se achar que as coisas já estão ganhas, por regra leva a exatamente ao resultado contrário. Essa fraca mentalidade nunca foi aliás apanágio do Benfica. Nenhuma das nossas justas e suadas vitórias - e foram muitas ao longo da nossa história - foi alcançada com esse tipo de atitude infantil. Pelo contrário, o Benfica sempre se caracterizou pela raça e pela crença, pelo querer mais forte do que o do adversário, que se cultivam com a seriedade competitiva e a humildade.

Sei que a grande maioria dos benfiquistas tem isto bem presente e que sabe que este não é o momento para celebrar coisa nenhuma nem para nos distrairmos com folclores. Este, mais do que nenhum outro momento da época, é o tempo de nos unirmos no apoio à nossa equipa, tentando-lhe dar o suplemento anímico que lhe permita manter-se focada e concentrada para conseguir as vitórias de que precisa.

Sei disto mas também sei que alguns não o percebem. O meu apelo vai assim para que os benfiquistas que se dão ao trabalho de passar os olhos por este blog não se deixem arrastar em bazófias, em tonterias, em triunfalismos descabidos - receita certa e rápida para o desastre. Só assim, só mantendo-nos focados e respeitando os adversários, nunca os subestimando, poderemos no fim da época, aí sim, fazer a festa que temos feito por merecer.

Derby aquece... é deixá-los falar

Ontem dizia aqui que me pareciam normais as declarações do Presidente da Mesa da AG do Sporting, bem como a ambição desse clube em vencer na Luz. Estranho seria que um clube entrasse em campo já a assumir-se como derrotado, sobretudo tratando-se de um histórico e um grande do futebol português.
Mas se a ambição é normal, já a proliferação de declarações de jogadores sportinguistas a propósito de tudo e de nada sobre o Benfica e sobre o derby de Domingo - que se verifica já desde dia 6 do corrente, portanto 15 dias antes do jogo - já me parece um pouco mais discutível. Mas que não surpreende tratando-se do Sporting. Desde criança que me lembro dos sportinguistas a "prometerem" ou "ameaçarem" com vitórias históricas e a terem que engolir as suas palavras na segunda-feira depois dos jogos. Ou, ainda mais característico, a dizerem, depois de perderem, que afinal nem sequer gostavam de futebol, que o futebol era para o "povo".

O Benfica terá Domingo mais uma etapa rumo a um título que merece mas que ninguém lhe oferecerá. Pelo contrário, terá que o conquistar, inclusivamente estando preparado para lutar contra adversidades e injustiças. E muitas já teve desse tipo este ano. Basta recordar que em três dos nossos 4 empates este ano existiram casos graves de arbitragem contra o Benfica: na Luz, contra o Braga, vimos ser-nos anulado um auto-golo do então guarda redes bracarense; em Coimbra houve xistrada à moda do Porto, algo de um calibre a que raramente se assiste sequer em divisões secundárias, com dois penalties contra nós inventados e ainda pelo menos um a nosso favor não assinalado; na Choupana, contra Nacional, uma proençada, com duas expulsões, uma das quais por puro capricho. A esta lista poderia ainda acrescentar o jogo com o Porto, em que, apesar das queixas infundadas do treinador portista, quem ficou mais prejudicado pela arbitragem permissiva de João Ferreira, foi o Benfica, pois Moutinho e Fernando poderiam e deveriam ter visto cartões (no plural) ainda na primeira parte.

Sabendo que poderímos nesta altura ter o título praticamente conquistado, devemos porém continuar a jogar e a enfrentar a competição como se tivessemos exactamente os mesmos pontos que o Porto e a enfrentar desafio a desafio com a mesma atitude, querer e crença. Com o objectivo de ganhar sempre presente, independentemente do adversário. O Benfica já demonstrou categoria para tal e continuará a fazê-lo seguramente até ao fim da época.

Aos adeptos pede-se também que continuem a apoiar e a acreditar, sem euforias nem soberbas. Se os outros falam muito, é porque sabem que em circustâncias normais sairão a perder. A nós, treinadores, jogadores e adeptos, só nos resta continuar unidos para vencer o que resta da temporada futebolística.

É possível. Ajudemos os nossos profissionais a torná-lo numa realidade. Já este Domingo. Eu estarei presente.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sporting tem legitimidade para querer, Benfica tem qualidade para poder ganhar na Luz

Penso que as palavras do Presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting foram interpretadas por alguns benfiquistas exactamente ao contrário do que deviam e do espírito com que foram proferidas.
Quem me conhece e quem conhece este blog sabe que sou completamente insuspeito de sportinguismo. Mas tal não me pode levar a deturpar o que os nossos adversários dizem.

Aquilo que a pessoa em causa afirmou é exactamente o que eu e a maioria dos benfiquistas (e muitos sportinguistas) defendem que deve ser a postura do clube de Alvalade: defender os seus interesses independentemente do Benfica, não se concentrando nem estando obcecados pelo Benfica.

Eis as palavras exactas do dirigente:

«Roubar a possibilidade de os encarnados serem campeões daria uma satisfação especial ao Sporting? “Não”, responde Jaime Soares. “O Sporting entra em campo para tentar ganhar pontos. Se impedir o Benfica de ser campeão, isso é problema do Benfica. Amigos, amigos, negócios à parte. O que nós queremos é chegar à Luz e ganhar, para chegarmos o mais depressa possível aos lugares de acesso à Liga Europa - e, porque não, ainda ao terceiro lugar”, rematou o dirigente.»

Isto é absolutamente normal, educado, diria mesmo.
Agora se o Sporting tem a natural aspiração de ganhar, já o Benfica é que terá que ter a capacidade - e nisso acreditamos com todo o nosso benfiquismo - para por sua vez vencer, se possível de forma clara, e manter ou aumentar a sua vantagem na Liga para se sagrar campeão o mais cedo possível.

O Benfica tem qualidade, está forte e em sua casa tem apenas e só que se concentrar em ganhar o jogo não desviando a sua atenção por um segundo desse objectivo.

Vencer o Sporting equivale a dar um passo de gigante para ser campeão. No cenário de escorregadela do Porto em Moreira de Cónegos, uma vitória no Domingo significaria praticamente o selar do título e permitiria mesmo um apontar de todas as "baterias", uma aposta mais empenhada na Liga Europa.

Seja como for - e isto é o mais importante - o Benfica tem que jogar no Domingo ao seu melhor nível, com máxima concentração, na senda do que vem fazendo ao longo de toda a época. Só dessa forma poderá vencer um Sporting que está ou parece agora mais motivado e que tudo fará para conseguir pontuar e manter-se na luta pela Europa. Antes desse jogo não há Liga Europa. Aliás esta só pode ser vista como um bónus para a excelente época que vimos fazendo e não como um objectivo da mesma.

O Benfica e os benfiquistas que estarão nas bancadas a apoiar no Domingo têm que se recordar que este é um dos últimos obstáculos que temos que ultrapassar para nos sagrarmos campeões. Uma vitória deixar-nos-á (pelo menos) uma jornada mais próximos do título, apenas com adversários de muito menos dimensão para ultrapassar na Luz (Estoril e Moreirense) e um para vencer fora (o Marítimo), podendo nesse cenário celebrar o título no estádio do Porto.

Estamos perto mas ainda nada está ganho. É com esse espírito, com essa mentalidade, com a raça benfiquista que têm caracterizado esta época que temos que encarar o jogo de Domingo. Tudo o mais (o que os adversários querem, o que dizem) não nos diz respeito a nós.

Lugar marcado no Jamor

Foi um jogo em ritmo menos elevado, menos intenso do Benfica, a jogar com o resultado da primeira mão. Ainda assim desde o início assumimos as despesas do jogo, como as estatísticas mostram, tendo disposto de várias oportunidades para marcar. O Paços não arriscou muito, sabendo também que se o fizesse provavelmente sofreria golos em contra-ataque.

O Benfica está no Jamor! É um regresso que acontece muitos anos depois, com a possibilidade de culminar uma época histórica.

Que possamos novamente fazer a festa dia 28 de Maio.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Bilhete para o Jamor

Para informação sobre preços, hora e como comprar bilhetes para a final, clique neste link:
http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2013/05/bilhetes-para-o-jamor-venda-domingo.html

O Benfica pode esta noite garantir não ainda um título mas uma presença numa final, bastando para tal não perder, em casa, com o Paços de Ferreira.
O Jamor está à vista e o preço dos bilhetes para o jogo que pode "carimbar esse passaporte", para usar uma expressão do jargão futebolístico, é bastante acessível. Apenas os dois primeiros anéis estão abertos e os sócios podem marcar presença por apenas 7, 5 euros. Para os sócios infantis o preço desde aos 5 euros e para as famílias o total é de 25.
Boas razões para marcar presença, apesar da vantagem confortável na eliminatória.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Benfica-Fenerbahçe com segunda mão na Luz

Não calhou o Chelsea, como eu gostaria, não calhou o Basileia, que seria a deslocação mais conveniente. Calhou quem o sorteio ditou: os turcos. Há que jogar para tentar ultrapassá-los e nada mais.
É evidente que o Benfica tem uma grande probabilidade de, pela primeira vez em muitos anos, estar novamente numa final europeia. Merecemos esta oportunidade e vamos fazer tudo para estar na final de Amsterdão.
O Fenerbahçe eliminou o Bate Borisov, da Bielorússia, o Plzen, da República Checa e a Lázio. O Plzen por sua vez tinha eliminado o Nápoles, que muitos olhavam como potencia favorita com um total de 5-0 (!) nas duas mãos, ao passo que a Lázio tinha eliminado duas equipas alemãs: o Monchengladbach e Estugarda.
Isto serve, para além de mostrar o percurso da equipa, apenas para recordar o óbvio: não há equipas que cheguem a umas meias finais por acaso, pelo que só um Benfica a jogar ao seu melhor nível poderá superar este último obstáculo, este adversário de valor, para poder estar em Amsterdão.
Aconselho todos a comprarem atempadamente os bilhetes para o jogo na Luz: dia 2 de Maio.
Recordo que o calendário completo do Benfica até ao fim da época pode ser consultado neste blog, aqui.

Venha o Chelsea!

Glória nos quartos de final em Newcastle. Nem um ambiente infernal, nem um golo de sorte do adversário na pior altura possível, nem manifesto azar na concretização, nem habilidades de um árbitro que permitiu mais do que devia ao adversário impediram o Benfica de passar a eliminatória, com mérito absoluto.
Para mim venha desde já o Chelsea, certamente a equipa mais forte (é só o campeão europeu...) que podemos enfrentar na competição. Assim resolvemos já o assunto e, caso passemos, temos tudo para conquistar a Liga Europa.
Parabéns a Jorge Jesus e aos bravos que estiveram em campo!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Aos vossos lugares...



Um resultado que permita ao Benfica a passagem às meias finais da Liga Europa, equivalerá à ponta final de época mais excitante dos últimos anos e certamente uma das mais importantes da história do Benfica.
As possibilidades de conquistar três troféus maiores (os dois mais importantes a nível nacional e o segundo mais importante a nível europeu) serão bem reais, não há como o negar.
Isto não equivale a embandeirar em arco. As duas últimas épocas mostraram bem como nada está conquistado antes do fim, como qualquer desatenção, qualquer displicência, qualquer sentimento de que o mais difícil já está feito podem ser fatais.
Há dois anos estávamos em duas meias finais, numa posição privilegiada. Na Taça tínhamos ganho 2-0 nas antas, na Liga Europa tínhamos batido o Braga em casa por 2-1. O campeonato, esse já estava perdido, restando o orgulho de não deixar o adversário fazer a festa em nossa casa. Perdemos tudo. Com infelicidade fomos afastados da final da Liga Europa perdendo1-0 em Braga, com um golo fora de jogo e um adormecimento no jogo fomos afastados da final da Taça perdendo 3-1 em casa, com um auto-golo de Roberto deixámos o adversário celebrar o campeonato (invicto) em nossa casa.
No ano passado, ainda a curar estas feridas, conseguimos uma importante vantagem de 5 pontos à entrada para a segunda volta. Com arbitragens miseráveis e com uma má entrada e má saída no jogo contra o Porto em casa perdemo-la e voltámos a permitir que esse clube fosse campeão.
Em ambos os anos ganhámos apenas a Taça da Liga.

Este ano as coisas são diferentes: o plantel é mais forte e tem mais soluções; o adversário da Taça é mais acessível, na Liga Europa ainda estamos só nos quartos, com uma vantagem de dois golos; no campeonato estamos numa situação mais parecida com a de há 3 anos, quando celebrámos o título, do que da do ano passado (nesta altura estávamos atrás); já não estamos na Taça da Liga.

As lições terão sido aprendidas. Percebemos agora que o campeonato é a prioridade e que, se a alternativa for entre assegurar este e ver o que dá a Liga Europa (com a possibilidade de dobradinha com a conquista da Taça) ou tentar tudo e arriscarmo-nos a perder ambas as competições (ganhando eventualmente apenas a Taça), a escolha recairá sobre a primeira opção. Muita do que ajudará a definir prioridades passará pela próxima jornada.

Ainda assim, com o campeonato a interromper para se jogar a final da Taça da Liga, tendo apenas no calendário um jogo, relativamente confortável para a segunda mão da Taça de Portugal, na próxima segunda, as baterias têm que ser agora apontadas na totalidade para a Europa e para o jogo com o Newcastle. (A nossa saída da Taça da Liga acabou assim por ser providencial, pois seria insustentável ter ainda mais essa final, ainda por cima contra o Porto, com tudo o que isso significa a nível mental e psicológico, a juntar a um calendário já tão sobrecarregado).

Não será certamente um jogo fácil. Em casa, todos o sabem, o Newcastle é muito forte, tendo o seu estádio um dos ambientes mais ruidosos e apaixonados em Inglaterra. O Benfica já mostrou porém capacidade para saber enfrentar desafios desta estirpe e estará certamente à altura. Não será, disso estou absolutamente seguro, por não se baterem bem que os nossos jogadores deixarão de se qualificar para as meias finais. Há porém um adversário de valor do outro lado, que apostará todas as fichas nesta competição, pelo que os nossos atletas terão que estar ao seu maior nível.

Conto, claro, com todos, mas penso que Gaitan poderá ser uma peça muito importante nesta partida, tal como Cardozo (embora possa começar no banco) e o próprio Rodrigo, que vem subindo e muito de forma.

Aos vossos lugares, o espetáculo vai começar.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

As escutas - parabéns ao "Correio da Manhã"

O "Correio da Manhã" é um jornal que se conhece sobretudo pelas suas histórias de crimes e pelos posters de mulheres despidas, que, numa altura em que não havia internet nem TV cabo (nos anos 80), eram o cúmulo do "picante" no País.
Não deixa porém de ser um dos jornais mais atentos a tudo o que se passa em Portugal, tendo por norma mais notícias do que os seus concorrentes, por estar mais e melhor implantado em todo o País, nomeadamente na província, onde outros não chegam.
Recentemente, o CM aderiu à nova moda - os canais temáticos cabo - o que desde logo teve um mérito tremendo: para conseguir desde já alcançar audiências significativas, começou por divulgar as escutas do Apito Dourado, conhecidas e inéditas.
Num País, o nosso, no qual a Justiça é um arremedo de direito (ele próprio já constituído por um amontoado de leis pouco coerentes e mal elaboradas, forjadas numa mentalidade demasiado ideológica), um sistema totalmente ineficaz, a existência de uma comunicação social que denuncie os escândalos e atropelos de toda a decência que perpassam pela política e pela sociedade em geral, é um imperativo.

Só através da imprensa os Portugueses podem ter a esperança de saber o que realmente se passa por muitos corredores do poder - porque com a justiça (as provas são inúmeras) não se pode contar. É uma triste mas indiscutível realidade.

Ou não será verdade que um apparatchik do anterior governo andou tentando calar a imprensa incómoda, comprou o apoio de Figo a José Sócrates, saiu da PT com uma indeminização milionária, com esse dinheiro tentou comprar direitos televisivos da Champions League e continua andando por aí, tendo-se ainda permitindo "comprar" o Belenenses?

Ou não será verdade que quase todos os responsáveis pela calamidade do BPN continuam andando por aí com vidas faustosas e que a famosa SLN, agora com outro nome, continua a ter um enorme património enquanto so portugueses continuam a ter que fazer tremendos sacrifícios, em parte para tapar buracos criados por aquele mesmo BPN?

Ou não será verdade que algumas empresas proto-estatais continuam a ter regimes de excepção, ordenados milionários, benesses inaceitáveis?

A lista poderia continuar.

Nessa medida, temos que estar gratos ao CM por, muito provavelmente por razões comerciais mas ainda assim, estar a divulgar as escutas do Apito Dourado, a maior fraude desportiva que conheço a nível mundial. A organização, o sistema subjacente ao futebol português dos últimos 30 anos, foi uma autêntica "fábrica" de corrupção, uma central de vício, batota e adulteração de resultados e competições. Uma agência de prostitutas, de viagens, de dinheiros mal explicados, de "campeões" viciados. E (quase) todos, exceptuando Valentim Loureiro, os árbitrso que se retiraram e os dirigentes que entretanto morreram, continuam no activo, fazendo o mesmo!

A vergonha não tem fim. E o que faz a justiça? Declara a nulidade das provas, decide prescrições, absolve culpados por "falta de provas", quando as mesmas são esmagadoras e auto-evidentes. A justiça descredibiliza os testemunhos dos acusadores em favor dos acusados, em causa própria. Que aceita que um árbitro vai à noite a casa do Presidente do clube que apitará no dia seguinte para receber conselhos matrimoniais para o seu Pai? Onde está a justiça? Onde está a decência? Onde está a vergonha?

Para além de casos já bem conhecidos, as escutas revelam outros casos espantosos que merecem artigos separados.

Notas da imprensa

Na vizinha Espanha, as ondas de choque pela polémica eliminação do Málaga ocupam grande parte da imprensa desportiva. Sobretudo no sul do país, há uma enorme indignação, fazendo-se eco das declarações de jogadores e responsáveis do Málaga. Pelegrini diz que os jogadores do Dortmund "acabaram o jogo às cotoveladas" e que o árbitro perdoou duas expulsões aos alemães, tendo permitido tudo nos últimos 7 minutos, incluindo um inacreditável golo em que há um duplo fora-de-jogo, o primeiro dos quais com 4 jogadores. Joaquim diz que suspeitam "de Platini e de todos" pois o Málaga não é o Real Madrid. O xeque dono do Málaga fala de "racismo". Vários jornais usam a expressão "roubo".


Em Portugal, Bruno de Carvalho ocupa as primeiras páginas de "A Bola" e o "Record", a propósito de um alegado braço de ferro com a banca e das dificuldades de tesouraria do Sporting. A manchete do "Record" (de propósito ou sem querer) sugere algo mais, pois "Bruno mostra o que vale" faz perigosamente pensar em "Bruno mostra que é Vale".

O "Correio da Manhã" diz a este propósito que Bruno de Carvalho e Ricciardi se terão envolvido numa troca de insultos num telefonema.

"A Bola" noticia também que Peseiro está de saída do Braga, o que dificilmente pode ser considerado uma surpresa.

O mesmo periódico diz, citando "A Marca", que Falcão poderá estar a caminho do Manchester United.

No "Record" especula-se com outras transferências, nomeadamente a de Jackson Martinez para o Anzi, de Capel para o Liverpool e de Insua para o Benfica.

Finalmente, a imprensa tem também nos últimos dias, continuando hoje, dado destaque a declarações de André Villas Boas confirmando a utilização de um método de transfusões de sangue (próprio) para apressar a recuperação de Gareth Bale. Parece-me mais um sintoma de que métodos proto-dopagem são usados impunemente no desporto de alta competição!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Da noite europeia de hoje e da noite nortenha de ontem

Assistiu-se hoje na Turquia a um enorme jogo de futebol, um hino ao futebol de ataque e uma demonstração de como a crença pode catapultar uma equipa para o quase impensável. O Galatasaray não esteve muito longe de conseguir uma das maiores e mais surpreendentes reviravoltas da história recente do futebol. Não tivesse o golo de Drogba que daria o 4-1 sido (e bem) anulado e provavelmente a história teria sido outra e estaríamos aqui a falar da eliminação do Real Madrid. São certamente vários ses, mas uma coisa é uma realidade indesmentível: o Galatasaray, durante quase toda a segunda parte, vulgarizou completamente o Real Madrid e atacou incessantemente, fazendo os madrilenhos passar por muitos maus bocados; fez 3 golos em 15 minutos (!) a uma das melhores equipas mundiais e deixou no ar e na cabeça dos jogadores madrilistas muitas dúvidas quanto ao desfecho da eliminatória. Ronaldo foi, bem vistas as coisas, quem a decidiu. Que isto sirva de exemplo para aqueles que dizem que o ambiente e o apoio do público nada conta. Mourinho disse já depois do jogo: "jogaram com 50.000 homens".
 
Em Dortmund, o humilde Málaga, onde jogam os "nossos" Eliseu (benfiquista ) e Saviola, esteve à beira de surpresa, embora de menor monta. Fica a dever o desaire, na minha opinião, à arbitragem, que não expulsou, como devia um jogador do Dortmund, e que validou um golo em claro e duplo fora de jogo aos alemães. É porém verdade que o golo de Eliseu também está ligeiramente fora de jogo.
 
Uma nota final, no tocante à noite europeia, para os comentários de Fernando Correia. Para além de um interminável rol de erros, disparates e tonterias que foram sendo ditas ao longo da transmissão, verifico que Fernando Correia vibra com o Real Madrid como se fosse uma equipa portuguesa (no que é aliás acompanhado por Dani). Ora se por um lado é natural que nos congratulemos com o sucesso de Mourinho e de Cristiano Ronaldo, Coentrão ou Pepe, por outro lado não se justificam frases e interjeições como "cuidado", "o Galatasaray está a fazer uma segunda parte quase tão boa como a primeira do Real Madrid" ou outras considerações "madrilistas". Até porque quando foi o Benfica a jogar a Champions não vi tamanho entusiasmo por parte de Correia e a TVI. Aliás e porque vem a propósito, o apuramento do Benfica nas eliminatórias na Liga Europa não tem senão merecido críticas por parte da estação responsável pelas transmissões, em particular pelas vozes de Ribeiro Cristovão e Jorge Batista. Haja um mínimo de decência!
 
Virando-nos para a noite "nortenha" de ontem, gostaria de partilhar convosco que ao ouvir o 11 do Braga comentei que não valia a pena ver o jogo. José Peseiro, a quem elogiei pelo apuramento para a Champions, numa já remota pré-eliminatória em Agosto, está a ser um completo desastre no Braga, que neste momento regrediu aos tempos pré-Jorge Jesus ou até de Jesualdo Ferreira.
 
Peseiro começou por desbaratar a grande qualidade que o Braga tinha que era defender bem: tem os mesmos golos sofridos que o Rio Ave e o Olhanense. Agora, a 5 jogos do final do campeonato decide ir jogar ao estádio do Porto como uma equipa pequena, deixando apenas Mossoró na frente.
 
O Braga fez efetivamente um jogo de equipa pequena: com um brinde da defesa portista criou uma oportunidade de quase golo feito, com uma grande combinação de ataque conseguiu o golo improvável que lhe deu vantagem e depois disso remeteu-se à defesa praticamente dentro da sua grande área. Sem jogar muito, sem velocidade, sem grande criatividade, o Porto dominou por completo, chegando numa fase do jogo o Braga a não conseguir fazer 2 (dois!) passes seguidos.
 
Mas, como se não bastasse, Peseiro teve ainda o condão de, ao lançar Carlão e tentar colocar a equipa a jogar de forma mais atacante com o resultado empatado, sofrer o golo que resolveu o jogo quando a sua equipa estava desposicionada por ter tentado uma jogada de ataque. Ou seja, sofreu um golo numa das poucas vezes em que a sua equipa ensaiou uma jogada de ataque, numa fase do jogo em que (aí sim) o reforço da defesa se justificaria.
 
Peseiro teve uma oportunidade no Braga de voltar a treinar uma equipa que lutasse pelos lugares cimeiros, mas tudo o que conseguiu foi desvirtuar o Braga, que acaba o campeonato como uma equipa totalmente descaracterizada e sem qualquer ideia de jogo coerente. Note-se que esta análise não tem nada a ver com o que eu quero ou deixo de querer para o Braga ou para Peseiro, tentando apenas fazer um retrato objectivo do que eu vejo.
 
Numa frase, Peseiro começou a época a querer fazer do Braga um verdadeiro grande e acaba-a a jogar com o Porto como um pequeno, com 11 jogadores dentro do seu meio campo. Nem a coerência sobreviveu.
 
É verdade que os golos do 1-1 e do 2-1 surgem de remates de fora da área que me pareceram defensáveis. Mas até nisso Peseiro tem azar...
 
Amanhã há mais futebol e quinta-feira há de novo Benfica. Que os nossos jogadores estejam a ver estes jogos europeus para recordarem que no futebol tudo é possível e que a concentração terá que ser mantida.

Tudo o que falta jogar

Estamos já em plena fase de decisões. Os jogos são agora quase todos decisivos. O Benfica parte para esta fase com alguma margem, que conquistou com todo o mérito, nas três competições em que está envolvido: uma margem muito boa para alcançar a final da Taça de Portugal, uma vantagem importante nos quartos de final da Liga Europa, uma vantagem de 4 pontos no Campeonato. Preservando estas vantagens nos próximos jogos, o Benfica tem tudo para conquistar pelo menos as competições nacionais. A Liga Europa tem que ser vista como um bónus: é possível vencê-la mas não podemos esquecer que o Campeonato é a prioridade. Próxima jornada pode ser decisiva.

Os jogos:

Newcastle-Benfica, Saint James Park, 11 de Abril, 21.05h
Benfica-Paços de Ferreira, Estádio da Luz, 15 de Abril, 20.00h (Taça de Portugal)
Benfica-Sporting, Estádio da Luz, 21 de Abril, 20.15h (26º jornada da Liga)
1ª mão da Meia final da Liga Europa, a confirmar, 25 de Abril
Marítimo-Benfica, Estádio dos Barreiros, 28 de Abril (27ª jornada da Liga, hora por confirmar)
2ª mão da Meia Final da Liga Europa, a confirmar, 2 de Maio
Benfica-Estoril, Estádio da Luz, 5 de Maio, 20.15h (28ª jornada da Liga, hora por confirmar)
Porto-Benfica, Estádio do Porto, 12 de Maio, 20.15h (29ª jornada da Liga, hora por confirmar)
Final da Liga Europa, Estádio Arena de Amsterdão, 15 de Maio, 20.45h.
Benfica-Moreirense, Estádio da Luz, 19 de Maio, 16.00h.
Final da Taça de Portugal, Estádio Nacional (do Jamor), 26 de Maio às 17.00h.

A análise:

O Benfica tem nos próximos dois jogos uma vantagem de dois golos para gerir, assim como um período relativamente grande de tempo, sobretudo se comparado com o que temos jogado até aqui: primeiro 4 dias de intervalo, depois 6. É uma oportunidade para respirar um pouco e ganhar balanço para o ciclo final de jogos.
Já na quinta-feira em Newcastle, o Benfica tem que fazer um jogo inteligente mas não baixando nunca de intensidade, pois sabemos que os ingleses, a fazer um mau campeonato, darão tudo neste jogo para tentar salvar a época. Marcar fora será sempre importante até para, se possível, fazer alguma gestão de esforço na segunda parte do jogo.
Com o Paços, tratar-se-á sobretudo de manter o ritmo e a atitude competitiva, para não criar facilitismos. A presença na final da Taça é um imperativo e importa que não assumamos que isso já está alcançado, salvaguardando-nos de qualquer dissabor. Nestes dois jogos, Jorge Jesus poderá também aproveitar para dar ritmo a algum jogador que queira preparar para ser chamado a desafios mais decisivos e que neste momento não tenha muito ritmo, como por exemplo André Gomes.
A partir daí, a partir de 21 de Abril vêm os jogos de intensidade máxima, começando logo com um derby. Esta jornada pode definir muita coisa: na eventualidade de uma vitória nossa em casa contra o Sporting e um deslize do Porto em Moreira de Cónegos, o campeonato ficaria quase decidido. Mesmo com um empate nos Barreiros, o Benfica seria certamente campeão. Nessa medida, tal permitir-nos-ia uma aposta mais séria, mais empenhada, mais decisiva na Liga Europa, caso ultrapassemos o Newcastle.
Não se verificando esse cenário, o Benfica terá, na minha óptica, que assumir que o Campeonato é a verdadeira prioridade e que, mais importante que a eventual meia final da Liga Europa, são os compromissos com o Marítimo e o Estoril, que se realizam nos fins de semana após os dois jogos da competição europeia.

Nessa medida, o Benfica só pode ir dar tudo, jogando com Melgarejo, Matic, Lima, Enzo Perez, Gaitan e Sálvio, nos jogos da eventual meia-final se tiver uma almofada de 6 ou 7 pontos no fim da próxima jornada. Caso contrário, terá que haver gestão, terá que haver jogadores poupados para os confrontos decisivos e prioritários sobretudo com o Marítimo mas mesmo também com o Estoril. Uma eventual segunda mão da meia-final da Liga Europa, com jogadores a terem que jogar nos limites contra uma equipa grande europeia (imagine-se um Chelsea por exemplo) num jogo disputado e aberto até ao fim, não poderia deixar de ter, nesta fase avançada da época, consequências físicas para um jogo decisivo (pois vale os mesmos 3 pontos dos outros) a disputar apenas 3 dias depois contra o Estoril (boa equipa, por sinal).

Claro que há outros dois cenários que alterariam as coisas. O primeiro, que certamente não desejamos, é o da eliminação do Benfica já nesta ronda. O segundo, mais sorridente, é o de o Benfica ultrapassar o Newcastle e nas meias-finais ter como adversário uma equipa menos consagrada, por exemplo o Basileia. No cenário ideial, o Benfica garantiria na próxima jornada os tais 6 pontos de vantagem e para além disso, ultrapassando o Newcastle, tinha ainda a fortuna de jogar com o Basileia as meias finais. Estamos enfim já no campo, muito distante da realidade, dos desejos e puras especulações. O que me parece porém mais importante é que tenhamos em mente o que ficou dito no parágrafo anterior.

Cumprindo nos seus jogos, jogando com o rigor, empenho e espírito que tem tido, a qualidade dos jogadores do Benfica permite-nos pensar que podemos passar à final da Taça de Portugal, ganhar os próximos 3 jogos do campeonato e chegar ao estádio do Porto com os necessários 4 pontos de vantagem que praticamente nos garantiriam o título. O Benfica tem certamente qualidade para não perder e até para ganhar nas antas ou dragão, mas todos nós passaríamos bem melhor se não tivessemos que chegar a esse jogo com a liderança em disputa, até por todo o passado dos últimos 30 anos.

Quanto ao resto, fica a faltar a Taça, que temos todas as condições para conquistar, muitos anos depois. O Guimarães (em circunstâncias normais será adversário do Benfica no Jamor) é uma boa equipa mas a uma distância muito grande desta grande equipa do Benfica. Quanto à Liga Europa, é o tal bónus que, dependendo das circunstâncias, poderemos ou não alcançar. Antes disso há porém que comer a sopa e o prato principal, não sendo esquisitos. As sobremesas só vêm depois.

A Liga Europa e o Vulcão da Luz

Marquei presença, como se impunha, no Estádio da Luz, para uma importante jornada europeia, a primeira mão dos quartos de final da Liga Europa. Todos esperamos que este tenha sido o penúltimo jogo em casa desta época para a Liga Europa e que o percurso na competição acabe com uma vitória em Amsterdão. É possível!

O Benfica fez para mim um dos melhores jogos da época contra o Newcastle.

Por mérito do Newcastle que se posicionou bem em campo, o Benfica não teve a melhor entrada no jogo. Fazendo uso da enorme velocidade dos seus homens da frente, o Newcastle aproveitou a sua primeira oportunidade para marcar e conseguir o temido golo fora, que tantas vezes compromete as eliminatórias. As coisas podiam-se ter complicado muito: à necessidade do Benfica inverter o resultado, contrapunha-se um perigoso contra-ataque inglês. Ou seja, dificilmente poderíamos ter tido um pior começo.

No entanto, este Benfica é a equipa mais consistente, mais sólida e mais forte dos últimos anos. Foi, com garra e qualidade de jogo, em busca dos golos. Logo na primeira jogada após o golo forasteiro se viu a determinação e confiança dos nossos jogadores. E assim, com a felicidade que não tivemos no primeiro lance de ataque do Newcastle, "sobrevivemos" a duas bolas no poste sabendo depois dar as estocadas nos momentos certos, com a "lança" bem "afiada" Lima a ser crucial e Cardozo a não perdoar, nem mesmo na repetição (caricata) do indiscutível penalty.

Só uma grande equipa, com estofo europeu sério, seria capaz de inverter de forma tão clara o resultado. Essa equipa merece todo o nosso apoio e carinho.

E teve-o realmente. Apesar de haver sempre insatisfeitos, o ambiente no Estádio foi talvez não infernal mas certamente vulcânico. Muitas vezes os jogadores do Newcastle andaram completamente desorientados, atarantados com o ambiente à volta do campo e a velocidade, pressão e determinação dos jogadores do Benfica. Os 3-1 espelham, até por defeito, essa realidade. Que as estatísticas também demonstram: 20 remates contra 7, 12 cantos contra zero. O resultado poderia até ter sido outro, caso o 2º golo tivesse surgido ainda na primeira parte. Considerando porém as duas bolas ao poste do Newcastle, penso que o mesmo se aceita.

Fica uma grande exibição europeia e uma noite que pode servir de ensaio a outros voos da águia. A enorme falange de apoio inglesa, sempre fiel no acompanhamento das suas equipas, sobretudo o Newcastle, que é um histórico de Inglaterra, foi quase completamente silenciada, submergida pelo Vulcão da Luz.

Resta fazer um jogo seguro e personalizado em Inglaterra para podermos passar às meias-finais e aspirar a vencer de novo, mais de 40 anos depois uma competição europeia. O Benfica, pela sua grandeza, já o merece. Esta equipa, pela sua qualidade e espírito, também. Tenho pena de não poder ir a Inglaterra, mas mais forte do que isso é a esperança de poder ir a Amsterdão e lá celebrar um feito histórico.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Mais perto

A vitória em Olhão, que, em virtude de vários falhanços na concretização e de um "autocarro" algarvio colocado à frente da sua baliza, chegou a parecer em perigo, representa mais um importante passo rumo ao título que todos aspiramos.
A superioridade do Benfica foi absoluta, a atitude dos jogadores exemplar. Sálvio, por quem temi o pior aquando da entrada absolutamente grotesca, que deu toda a sensação de ser propositada, de um jogador do Rio Ave na passada semana, foi salvador. Matic foi outro gigante em Olhão, onde os benfiquistas do Algarve e não só marcaram presença, ajudando a criar a onda vermelha de que precisamos até ao último jogo da época.
O Benfica está bem, está onde exclusivamente está por mérito mérito próprio, merecendo até estar mais destacado nesta altura do campeonato. De qualquer modo dependemos apenas de nós, de mantermos a mesma atitude, a mesma raça, o mesmo espírito.

Hoje o Futebol Clube de Proença, perdão, do Porto recebe o Braga. A presença de um dos seus mais fiéis e dedicados adeptos em campo, o referido Proença, indica que muito dificilmente o Porto perderá pontos, apesar de se tratar de um jogo tradicionalmente difícil. O País estará porém a ver. A aura de Proença já se desvaneceu, as suas simpatias são cada vez mais evidentes. Mais penalties mal marcados a favor do Porto ou expulsões injustas dos seus adversários serão agora mais difíceis de justificar. Ficamos a aguardar, na certeza de que continuando a fazer o nosso trabalho nem mesmo as habilidades de Proença e outros que tais nos desviarão a atenção do nosso caminho.