sexta-feira, 28 de junho de 2013

A formação do Benfica

Como todos saberão, o Benfica até 1979 não admitia estrangeiros no seu plantel.

É evidente que até 1974 Portugal não era só a "metrópole", incluindo as então colónias, sobretudo Angola e Moçambique, de onde vieram grandes jogadores. Destes destacam-se obviamente Eusébio, o melhor de sempre, assim como Coluna (ambos oriundos de Moçambique) e Jordão (Angola). Mas merece também uma referência Carlos Alhinho que jogou pelo Benfica entre 76 e 81 (depois de começar a carreira em Portugal na Académica e ter representado Sporting e Porto) e que era natural de Cabo Verde.

Os tempos são outros e compreende-se que, sobretudo depois da Lei Bosman (altamente negativa, a meu ver, para o futebol), o Benfica tenha que se adaptar à realidade futebolística europeia e contratar em mercados sul-americanos, onde existem muitos talentos a um custo ainda relativamente baixo. Este ano houve também uma aposta no mercado sérvio, que esperemos dê bons frutos.

O que já não se compreende é que os jogadores portugueses e os jogadores da formação praticamente tenham desaparecido do plantel.

Tudo deve ser feito com conta, peso e medida.

Estas reflexões vieram-me à mente a propósito de Bruma. Que grande jogador que ali está!

Já o ano passado mo pareceu e disse-o antes do jogo com o Sporting na Luz. Penso que não me enganei. 

Bruma é do Sporting, que tem produzido inúmeros talentos nas últimas décadas, embora não os tenha sabido aproveitar. 

Mas Miguel Rosa é do Benfica!

Será tão talentoso como o jovem sportinguista? Possivelmente não. 

Mas tem outras características que deveríamos saber aproveitar: é raçudo, é determinado, é abnegado, é um jogador que sente a camisola, tem um potente remate.

Não deveria ele merecer uma oportunidade? Não deveria Jesus, à semelhança do que faz com jovens estrangeiros, algumas vezes contratados por avultadas somas, trabalhá-lo, melhorá-lo, fazê-lo crescer?

Parece-me evidente que sim!

Então porque não acontece isso? Começo a não ter respostas...

De igual modo, Miguel Vitor é um jogador que me custa ver deixar a Luz. Sempre que foi chamado, cumpriu! Isto, sem querer por uns contra os outros, é mais do que se pode dizer acerca de Jardel...

Miguel Vitor é português. É produto da formação. E saiu a custo zero.

Há opções que começo a não entender. Contra o Guimarães, na final da Taça, André Almeida fez de facto uma exibição miserável, a pior desde que está no Benfica. Desde o 1º minuto de jogo! Deixava sair as bolas junto à lateral, dominava-as deficientemente, não subia pelo seu flanco deixando Gaitan sem apoio. Porque não o tirou Jesus? Se não mais cedo, pelo menos ao intervalo? Porque o deixou em campo até ao momento fatídico daquele atraso que acabou por levar Artur a entregar a bola ao adversário, daí resultando o golo que mudou o jogo e levou a época ao descalabro final? Que ainda por cima teve como consequência a explosão de Cardozo que levará inevitavelmente à sua saída do Benfica (algo que poderá vir a ser altamente negativo)?

São coisas que não se percebem.

Miguel Vitor quase nunca comprometeu e apesar disso nunca foi opção. André Almeida fez uma excelente época mas num jogo em que estava claramente desinspirado o treinador não foi capaz de o substituir, com as consequências já descritas. Irá agora André ser ostracizado devido a essa insistência? Poderá o jogador ficar "marcado" pelo que se passou no Jamor. Espero que não, mas o risco existe.

Parece existir aqui algo de insistência em soluções que não são as melhores, de teimosia, que começa a prejudicar demasiado o clube.

É nesses momentos que o departamento de futebol tem que ter alguma capacidade de intervenção.

Neste momento, alguém teria que falar com o treinador e explicar que o Benfica precisa de ter jogadores portugueses, jogadores da formação, que não pode apostar exclusivamente em jovens estrangeiros, que há que dar oportunidades a quem as merece. Que, por outro lado, há que tomar as decisões sempre em defesa dos interesses do Benfica e não motivado por qualquer tipo de teimosia.

Por outro lado, há que parar de uma vez por todas com as constantes mexidas no departamento de formação. Entra Carraça, sai Carraça, entra Norton de Matos, sai Norton de Matos. Parece que estamos sempre a começar do zero. Para quando alguma continuidade na formação desde os escalões júniores à equipa sénior passando pela equipa B? Sem ela não poderá haver resultados.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Mais uma época. Desfecho diferente?

Está prestes a começar a pré-época 2013/14. Alguns dos reforços do Benfica já se apresentaram no centro de estágios do Seixal para fazer os testes médicos e dentro de dias começarão os treinos e depois os jogos particulares. Uma das curiosidades desta pré-época é o regresso da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa, que trará o primeiro derby, um Benfica-Sporting.

Em termos de plantel, como assinalei anteriormente, estão por definir as situações de Cardozo (que deverá mesmo sair restando perceber por quem será substituído), de Matic e da posição de defesa esquerdo. Essa será neste momento a prioridade, depois do eixo central da defesa ter sido (e bem) reforçado. Temos finalmente as situações de Gaitan e Garay por concretizar assim como a da lista de dispensas. Neste capítulo existe a boa notícia (por confirmar) de que Kardec terá sido apalavrado com o Palmeiras para um empréstimo de um ano.

A grande questão que se coloca é porém a de saber como acabará a época. Dificilmente os benfiquistas se deixarão este ano entusiasmar com o decurso da época que se avizinha, face às desilusões da que há pouco acabou. Mesmo que as coisas comecem a correr bem, o espectro da derrota nas decisões pairará até que tudo esteja definido.

Para que as coisas sejam realmente diferentes em 2013/14 há uma coisa que terá que mudar desde logo na primeira volta. Trata-se do resultado dos confrontos com o Porto. Já bati muito nesta tecla: o Benfica de Jesus, em jogos a contar para o campeonato, tem apenas uma vitória contra o Porto, obtida no primeiro jogo orientado por JJ. Foi na Luz, numa noite de chuva, com um golo de Saviola. Desde aí acumulámos derrotas e empates.

Enquanto o Benfica não fôr capaz de vencer o Porto terá muitas dificuldades em sagrar-se campeão. Isto pela simples razão de que o Porto praticamente não perde pontos nos restantes jogos - em três épocas teve apenas uma derrota! É obra! Nem o Barcelona, nem o Bayern de Munique conseguem registos deste tipo. Falsificação? Batota? É evidente!

O condicionamento dos árbitros quando o Porto actua é evidente para todos (exceptuando, talvez, os mais fanáticos adeptos portistas). Mas esse é já um dado da equação pelo que pela minha parte não contem para voltar a falar desse aspecto. Já disse muito, já identifiquei as causas. Quem quiser pode encontrar nos vários posts sobre o assunto, parte dos quais se encontram no separador "o sistema", as minhas reflexões e propostas sobre a matéria.

Para mim essa conversa acabou. Já escrevi o que tinha a escrever sobre a matéria.

Os sócios do Benfica elegem os seus dirigentes para estes zelarem pelos interesses do clube em todas as suas vertentes. Caso eles não o consigam fazer, devem assumir o falhanço e dar lugar a outros.

Esta é a postura de responsabilização que me proponho adoptar para a época que em breve se iniciará. Acabaram-se as explicações, acabaram-se as desculpas, acabou-se a tolerância para com os falhanços. Este ano o Benfica tem que ganhar o campeonato.

Crise? Greve?

Há uma crise em Portugal e na Europa mas ainda há muita gente que tem 59 euros para ir ver os Bon Jovi... Pelos vistos não lhes faz falta. Ainda bem.

Depois temos a greve "geral" do dia de hoje. A verdade é que quando saí de casa esta manhã vi tudo o que é negócio, tudo o que é estabelecimento, bem aberto. Onde me encontro neste momento tenho uma obra em pleno funcionamento. Quem normalmente trabalha hoje trabalhou na mesma. 

As greves gerais são cada vez mais greves de alguns funcionários públicos e dos transportes, que afinal de contas também são empregados do Estado. Quanto aos outros estão a trabalhar porque não têm possibilidade de fazer greves. E provavelmente também não de ir a concertos de Bon Jovi...




quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ainda não saiu ninguém...

O Benfica ainda não vendeu/colocou nenhum dos seus transferíveis/dispensados para a próxima época.

Não é muito surpreendente pois o mercado tem estado bastante parado. Veja-se como Cavani, um avançado que fez uma época sensacional e tem características únicas (velocidade, agressividade, capacidade concretizadora) continua com uma situação indefinida. De igual modo Suárez (que deseja sair) e Bale, que foi um dos melhores jogadores do mundo na época passada, continuam vinculados aos seus clubes.

Neymar e as contratações mirabolantes do Mónaco são até ao momento das poucas excepções dignas de registo a este defeso até agora muito calmo. Fala-se também de uma revolução no Chelsea, com a suposta saída de David Luiz e alguns históricos do clube, mas por agora tudo não passa de conversa de jornal.

Voltando ao Benfica, a indefinição não é boa. É óbvio que, dadas as várias contratações já asseguradas, alguns jogadores terão que sair. Lisandro López, que pelo que se vai percebendo se tratará de um jogador de valia em quem o próprio Bayern estaria interessado, não vem certamente para estar na sombra de Garay. No entanto, os jornais, designadamente "A Bola" dizem agora que o Manchester United (apontado como o destino mais que provável do argentino) talvez não vá afinal avançar.

Por outro lado Cardozo, que JJ exigiu que saísse do plantel, continua por colocar, o que também atrasa o processo da sua substituição. Apesar da qualidade de Sulejmani e Markovic, nem um nem o outro me parecem poder substituir Cardozo. O próprio Lima precisa, a meu ver, de um outro ponta de lança para render o que pode (e é muito). O Fenerbahçe, que parecia ser o futuro clube de Cardozo está fora das provas europeias, o que seguramente levará os turcos a repensarem as suas contratações e possivelmente desistir do paraguaio.

Depois temos ainda as situações de Jardel (que penso sinceramente não ter espaço neste plantel), Kardec, Rodrigo Mora e tantos outros, que importa colocar para aliviar a carga salarial e realizar algum encaixe, por pequeno que possa ser.

Em termos de portugueses, temos também Rúben Amorim, Carlos Martins e Djaló que precisam de ver as suas situações definidas.

E o que dizer de Nélson Oliveira? E Roderick Miranda?

Há portanto muito para fazer por parte da SAD. Não tenho dúvidas de que estarão a trabalhar nestes processos mas a realidade é que não existe ainda nada para mostrar. E assim a ansiedade vai crescendo, ao mesmo ritmo que as possibilidades se vão tornando mais limitadas...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Meio campo do Benfica 2013/14

Como já assinalei anteriormente, o meio-campo do Benfica tem, ao longo dos 4 anos de comando técnico de Jorge Jesus, passado por várias versões.
A primeira versão foi a única campeã. Eis abaixo a equipa tipo desse ano.

Benfica versão 2009/10. 



Foi um modelo único e irrepetível, pois dependia muito das características e da qualidade dos intervenientes: da velocidade de David Luis, da capacidade de cobertura, pressing e ocupação dos espaços defensivos de Javi Garcia, do pulmão e dos equilíbrios gerados por Ramirez.

Este Benfica era tão forte - e tão rápido - que o jogo praticamente não se desenrolava no meio-campo. O Benfica asfixiava os adversários e estava a maior parte do tempo a atacar. As outras equipas quase se remetiam à defesa e a contra-ataques esporádicos. 

No ano seguinte, 2010/2011, saíram Ramirez e Di Maria (tal como Quim, substituído por Roberto). O esquema táctico manteve-se, mas apenas no papel pois a dinâmica era completamente diferente. As asas do Benfica campeão, Di Maria e Ramirez, tinham sido substituídas por Gaitan e Sálvio. Ora apesar destes serem bons jogadores, as características não eram as mesmas. Por um lado Gaitan, apesar de toda a sua qualidade e das suas arrancadas, não tem a velocidade de Di Maria e a capacidade de dar "esticões" como o seu compatriota. Por outro lado, Sálvio não fazia os equilíbrios defensivos que Ramirez fazia pelo que Javi Garcia começou a estar demasiado exposto, com a consequência do Benfica não conseguir ser uma equipa tão pressionante. Daí o aparecimento de César Peixoto na equipa (o que manifestamente não constituía uma solução para o grau de exigência em causa). Juntando Roberto a este quadro, estava preparada a receita para o desastre que aconteceu nos jogos em que o Benfica enfrentou adversários fortes, sobretudo fora de casa.

No ano seguinte, Jesus foi buscar Witsel, que inicialmente foi apresentado como um médio ofensivo. Muitos de nós benfiquistas pensámos que tal contratação era algo estranha, pois tínhamos já Aimar e Bruno César para o lugar, e o próprio Gaitan podia desempenhar tais funções. 

A verdade porém é que Witsel não veio propriamente substituir Aimar mas sim o esquema de jogo do Benfica, apesar de Jorge Jesus ter na altura afirmado que nada se alterara, apenas os jogadores. A realidade é que o meio-campo do Benfica passou a ter dois homens - Javi e Witsel. Com um Saviola cada vez menos produtivo, Aimar surgiu algumas vezes no apoio ao ponta de lança, Cardozo. Mas houve alguns equívocos, como Jara e, na defesa, Emerson.

Do esquema de 2009/10, que se pode classificar coma uma variante do 4-4-2 "diamante" com Javi a assumir as tarefas defensivas e Aimar as ofensivas e Ramirez a fechar no meio quando a equipa perdia a bola, passou-se a um 4-4-2 de pendor ofensivo mais convencional com os dois jogadores do corredor central a jogarem mais perto um do outro.

Esse esquema dos dois homens no meio não se alterou substancialmente com a saída dos dois titulares, já com o campeonato deste ano a decorrer. Com efeito, Javi foi substituído por Matic e Witsel por Enzo Perez. Sendo Matic mais tecnicista que Javi e Enzo mais esforçado e de maior rotação que Witsel, o Benfica teve um meio campo mais dinâmico, em que os dois jogadores se complementaram bem e alternaram nas subidas ao meio campo contrário, ao passo que no esquema anterior Javi era mais fixo e Witsel mais um médio de construção/equilíbrios.

Chegados a este ponto, estamos perante a possibilidade de Matic, face à extraordinária época que realizou, vir a sair. Por outro lado, Djuricic já está contratado, o que à partida parece apontar para um esquema mais parecido com o do primeiro ano.

Nesse esquema, Matic poderia desempenhar a função que Javi Garcia ocupou em 2009/2010 - mas Enzo não. No esquema de um playmaker atrás de dois avançados puros, é necessário um trinco. Mas mesmo essa solução, se não existir um Ramirez, será certamente insuficiente para defrontar adversários mais poderosos que nos criam outro tipo de dificuldades em termos defensivos e de ocupação do meio campo, que não se colocam quando jogamos com a maioria das equipas do nosso campeonato. 

É que o sistema de 4-4-2 diamante, que parece reunir o melhor de dois mundos (dois pontas de lança, um criativo e um meio campo de 4), para funcionar precisa de jogadores nas alas que tenham a capacidade de defender e mesmo juntar ao meio (como fazia Ramirez) quando a equipa não tem a bola, abrindo pelo contrário bem nos flancos quando a equipa ataca. Nem Sálvio, nem Ola John têm estas características em termos defensivos. Gaitan é o único dos que jogam nas alas que pode dar um pouco disso ao Benfica mas é um jogador de muitos altos e baixos.

A alternativa seria um meio campo idêntico ao deste ano (um 4-4-2 mais clássico com dois jogadores no meio) e Djuricic a fazer a ligação com o ataque, como aconteceu nalguns jogos na época 2011/2012. Mas sem Cardozo na frente, um esquema desses parece pouco acutilante em termos ofensivos... Além disso, ele recorda-nos o demasiado inofensivo modelo de Quique Flores.

Por outro lado, não parece crível que JJ venha agora adoptar um sistema diferente, por exemplo um 4-3-3, apesar deste se poder adaptar bem às características dos sérvios já contratados e dos extremos que temos (Sálvio, Ola John e Gaitan, caso continue).  Jesus não quererá no quinto ano passar a um novo modelo que implique deixar de jogar com dois pontas de lança, algo que tem sido a sua imagem de marca desde que chegou ao Benfica.

Muitas dúvidas subsistem portanto em relação à forma como o meio campo do Benfica se disporá para o ano. Uma coisa me parece porém certa: face a tanta incerteza, a presença de Matic no plantel da próxima época seria uma garantia não apenas de estabilidade como de fiabilidade e consistência. Ela permitiria várias soluções, desde um mais arriscado sistema em que apenas ele e Djuricic assegurariam o meio campo até  uma mais conservadora em que ele e Enzo manteriam os seus lugares e Djuricic poderia alternar com um dos avançados, por forma a manter o sistema de 4-4-2. Teremos que esperar para ver, mas espero que estas questões estejam já relativamente delineadas na cabeça de Jesus e que se comecem rapidamente (para além da questão do lateral esquerdo) a encontrar soluções para os diversos cenários possíveis.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Racionalizar o plantel

O plantel do Benfica é claramente excedentário em termos de números e deficitário em termos de qualidade para alguns lugares.

Na minha opinião, os seguintes jogadores não têm lugar no plantel principal do Benfica:

Jardel - a época até começou bem, ao conseguir disfarçar a ausência de Luisão e realizar algumas exibições de qualidade. Os erros e as infantilidades porém sempre existiram e nalguns jogos eles foram fatais, nomeadamente na final da Liga Europa (inadmissível a forma como concedeu o canto e nem saltou no lance decisivo da partida). Tentar vender para o estrangeiro. Na minha opinião a única hipótese que resta para continuar é se for o 4º central (alternando com a equipa B) e estiver pronto para o aceitar.

Rúben Amorim - não é um mau jogador mas denotou uma atitude pouco profissional ao questionar as opções do treinador e ao falar das suas escolhas já depois de ter sido emprestado ao Braga.

Carlos Martins - demasiado inconstante, muito atreito a lesões (ou alegadas lesões), comete erros em momentos chave. Para sair, se necessário a custo zero.

Kardec - tive muita esperança neste jogador mas infelizmente ele nunca se conseguiu impor. Tentar colocar ou dispensar a custo zero. 

Sidney - lento, pesado, sem a atitude necessária para ser jogador do Benfica. Para sair a custo zero.

Roderick - é alto, parece ter alguma calma a jogar, tem alguma técnica mas falta-lhe agressividade para poder ser um bom defesa ou sequer médio de cobertura. Caso se considere que, sendo jovem, ainda poderá corrigir este aspecto fundamental poderia ser emprestado uma última vez. 

Luisinho - não tem a qualidade necessária para jogar no Benfica.

Urreta - demasiado intermitente, demasiado apagado, não faz a diferença.

Nolito - ao contrário de todos os outros é um jogador com qualidade para jogar no Benfica, que traria mesmo valor acrescentado. Penso que seria uma alternativa evidente e de qualidade garantida a Sálvio. Infelizmente porém Jorge Jesus parece ter embirrado com o jogador e nessas circunstâncias, para estar apenas a fazer número e possivelmente contrariado, mais vale sair.

Considerando que sairão também, pelo menos, Garay, Cardozo e possivelmente Matic e/ou Gaitan, ficariam no plantel os seguintes jogadores:

GR

Artur
Paulo Lopes (não estou seguro acerca de quando termina o seu contrato)
Oblak?

Defesas centrais

Luisão
Steven Vitória
Lisandro López (estará aparentemente em vias de ser oficializado)

Laterais direitos

Maxi Pereira
André Almeida

Laterais esquerdos

Melgarejo

Médios

Matic ?
Enzo Perez
André Gomes
Djuricic

Extremos/avançados

Sálvio
Gaitan?
Ola John
Sujemani
Markovic


Pontas de lança

Lima
Rodrigo
Nélson Oliveira ?

Total: 21 jogadores. 

Daqui resulta a evidente necessidade de contratar um defesa esquerdo e a desejabilidade de contratar uma alternativa a Maxi mais sólida do que André Almeida (que pode também jogar no meio-campo em determinadas circunstâncias).

No entanto, como já tenho assinalado várias vezes, as contratações já realizadas indiciam também que algo poderá mudar na forma de jogar do Benfica, o que teria implicações na restante estruturação do plantel, designadamente no que toca ao meio campo. Isso será objecto de um outro post.

Nó cego


No preciso momento em que Torres Nilo deixava Hulk sentado no chão, Bruno Prata assegurava que a defesa do Brasil era frágil devido "aos vários erros" de David Luis...

Para alguns é muito difícil despir a camisola clubística. Mesmo quando estão em causa seleções e os jogadores em causa já não pertencem a nenhum clube português.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Paços-Porto foi classificado de "grau mínimo"

O jogo Paços de Ferreira-FC Porto foi classificado pelo Conselho de Arbitragem com o grau de dificuldade  mínimo. Ou seja, o jogo que na prática decidiu o campeonato não foi considerado pelo Conselho de Arbitragem como um jogo de grau de dificuldade acrescido.

Eles lá sabiam porquê. Nós ficámos a saber depois da farsa
Como sempre, eles tinham razão. O jogo com o Paços não contava para rigorosamente nada. Tudo já estava previamente decidido.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Maomé, os magrebinos e o ódio

No anterior post referi a recepção de que o Benfica foi alvo aquando da sua deslocação ao Porto e ao nível de ódio destilado por aquela gente. Já noutra altura disse que isto não era acidente: era uma forma de estar "cultivada".

"Ides sofrer como cães".
A frase, infame, nunca deverá ser esquecida.

E após o jogo até a classe política, até um deputado da Nação, vice-Presidente do PSD, se permitiu apelidar mais de metade do País de estrangeiros, de magrebinos. Impensável em qualquer País desenvolvido. Aceitável em Portugal.

Há algo de fundamentalmente errado e doentio em tudo isto.

Por um lado, há um sentimento que se aproxima do conceito de guerra santa preconizada justamente pelos muçulmanos.
 
Os mouros e os vermelhos para aquela turba ululante representam o infiel. Os mouros merecem ser tratados como cães.

Essa é outra curiosidade desta mentalidade doentia: é que também a demonização dos cães é uma característica não propriamente dos nórdicos ou dos portugueses mas precisamente do Islão. De acordo com certos preceitos muçulmanos, os cães (ou apenas os cães negros, conforme a versão) devem ser chacinados.

Ou seja, aqueles que nos chamam de mouros adoptam afinal alguns dos comportamentos mais radiciais e reprováveis de alguns muçulmanos. São curiosidades que não deixam de merecer ser assinaladas.
 
Perante isto, o que deve o Benfica fazer?

Na minha óptica, para além de reforçar a sua competência e se continuar a dotar de plantéis de qualidade ano após ano, o Benfica deve adoptar no que toca ao futebol uma postura próxima da estratégia que foi adoptada pelo seu hóquei: denunciar com toda a firmeza todos os comportamentos indignos do desporto e da vida em sociedade, exigindo da parte das autoridades desportivas, policiais e políticas o cumprimento dos seus deveres de isenção e de imposição da ordem pública. Recusar em absoluto ser cúmplice (através do silêncio) da coação e da violência. Deve fazer tudo isto, se necessário recorrendo à última das armas: a ameaça da falta de comparência ou mesmo a falta de comparência. O futebol não é um circo romano, um espectáculo de gladiadores e o Benfica tem a obrigação de não permitir que os seus adeptos e atletas não sejam alvo de violências como as acima descritas.

Quanto ao resto lembrem-se: as acções ficam com quem as pratica.

Maomé, os cães e o ódio

O clube de futebol do Porto, seus dirigentes e adeptos, ultrapassaram este ano todos os limites do decente e do aceitável.


Não falo de excessos verbais e físicos (naturalmente condenáveis) que existem em toda a parte e de que todos somos de uma forma ou outra culpados. Em todas as sociedades, em todas as organizações se verificam situações e comportamentos que são reprováveis. Todos somos humanos e falíveis.

Cenas de pancadaria e insultos são algo que infelizmente existe muitas vezes no futebol. Das minhas memórias de criança fazem parte as cenas em que toda uma bancada se começava a levantar e já se sabia porquê: briga.

Agora ter praticamente toda uma cidade, com bandos organizados de gente a fazer esperas, a insultar na véspera do jogo, a tentar agredir, a lanças petardos e fogo de artifício durante a noite e a madrugada nas imediações do nosso hotel e exibir faixas inqualificáveis como a foto acima ilustra é ir a um outro patamar, é ultrapassar uma fronteira. 

É já algo que não entra no campo das emoções e dos excessos. É algo de programático, de organizado, de grotesco.

Para além do que acima descrevo, descobri num blog (talvez o mais popular do clube do Porto) um post relativo à deslocação do Benfica em causa. O título é esclarecedor: "Ides sofrer que nem cães filhos da ****". No "texto" refere-se ao Benfica como sl m**** e depois sobre as declarações de Maxi atira: "primeiramente, meu MONTE DE M****, preocupa-te é em sair daqui vivová, agora RENNIE e caminha!"

Dos comentários dos frequentadores fiz um apanhado: 


    1. "Sinceramente, este foi o MELHOR POST que alguma vez Li!!!!
      Espero é que a vitória caia para cá, e que não desperdicem esta oportunidade de ouro!"
    1. "Não me ocorrem melhores palavras!"
    2. "AHAHAHAHA!
Muito bom!"

"Os cães são os melhores amigos do homem. Tenho muito mais respeito por esses animais do que por esses fdp vermelhos. Não gosto de ver cães a sofrer. Por isso não acho correto essa frase."

"ALÔ DAQUI É O ANTAS... ERA SÓ PARA IR BUSCAR A MINHA FRASE.

    IDES SOFRER QUE NEM CÃES FILHOS DE 31 P**** !!!!!!!!!!!!!"

"Foi com o mais profundo NOJO que hoje ao almoço, na cantina da empresa, assisti a um benfiquista sacar da sua carteira e mostrar 2 cartões de sócio do FC Porto!!!! Aquele mouro vai comprar 2 bilhetes e ocupar o lugar de 2 Portistas!!!! Eu próprio não posso ir ver o jogo, mas já tratei de arranjar um Portista para ir na minha vez!!!!

Temos de proporcinar um ambiente de inferno ás galinhas,temos de remar todos pro mesmo lado, vamos pra cima deles, vamos mostrar o nosso sangue quente, vamos mostrar o nosso tripeirismo, o nosso bairrismo, vamos comer esses filhos da p***. "


"Eu acho que aquela gente deve sofrer a bom sofrer… E pagar bem pelo que andam a fazer ao FC Porto, desde provocações nojentas a faltas de respeito constantes à instituição… Acho que têm de sentir medo quando colocarem os pés no Dragão, mas isto é todo o ambiente criado pelos adeptos que obviamente será o pior possível para eles."

    "Isto é muito fácil, quem não aparecer no Dragão de cachecol ou camisola do Porto neste dia, é mouro."

    "Por mim, os vermelhos não saiam vivos do dragão, só em sacos pretos e em contentores do lixo."


    "IDES SOFRER COMO CÃES SEUS FILHOS DA P***."
    "Façam o mesmo C****** mas não deixem aqueles vermes ocupar os NOSSOS lugares!!!!!!!!!!

    Abraço"



    "Tomara que esse filho de 30 p***s venha ali prós lados da Porta 4... se diz um ai sequer, leva um banano no meio do focinho que só pára lá em baixo junto ao relvado.

    E se não for esse, que se livre outro qualquer... com a sede de ir ao pote que ando a esse filhos de um camião de p***s, que se livrem, que se livrem de se me aproximar...
    ps - m****s de Portistas pipoqueiros que emprestam cartões a esse fdp... tanto uns como outros, uns bons montes de m****!

    No resto, com calma é o c******... a hora é de soltar os cães a esses montes de m**** de gente que são... cá se fazem, cá se pagam... olho por olho, dente por dente!!
    Isto vai ser um rico mês de Maio, vai, vai... Futebol, Hóquei, Andebol... uiiiii, é desta que os c*****s não passam a ponte!"

    "Cuidado também com aqueles que aprecem com cachecol de Portugal, é tudo mouros!"

    "26 comentarios, assim vale a pena, so demonstra que vamos comer esses FDP! Se no Sabado passar por algum lampiao, trincu-lhe uma p*** duma orelha carago! CARREGA PORTO NESSES FILHOS DA P***!"

    DE REPENTE, no meio destes comentários, SURGE UMA VOZ DE MODERAÇÃO E NORMALIDADE, QUE DIZ:


    "Bom dia

    Vocês não têm benfiquistas na família, amigos ou até conhecidos? Para quê o insulto fácil e baixo?
    Queremos ganhar o jogo, "limpinho, limpinho" para poder ser campeões e mais nada. 
    Somos Porto, Somos maiores que estes insultos."


    E QUE RECEBE AS SEGUINTES RESPOSTAS:

    "Oh Sr. Jorge Oliveira, o senhor não tem televisão em casa? Não viu a pouca vergonha que o lampiao do joão gabriel fez nas televisões publicas? O senhor esta a espera de quê? Os FILHOS DA GRANDE UPTA QUE SE PREPAREM!" 

    "Eu não insulto nenhum vermelho. Só faço votos sinceros para que os vermelhos passem o dia mais aterrorizante das suas vidas a todos os níveis. Que a nossa SAD tenha coragem para isso. Temos que ganhar, custe o que custar. Repito: Custe o que custar."

    "ASSINO POR BAIXO....
    SE passo por esses FILHOS DA P*** ATE OS COMO C******!!!"

    "Sabe tão bem ler e ouvir esta frase!! Ódio eterno a este visitante"

    (continua).

    Martins dos Santos condenado (outra vez)

    O árbitro portuense Martins dos Santos foi ontem condenado a 18 meses de pena suspensa por corrupção.


    Já em 2008 o mesmo árbitro fôra condenado a 20 meses também por corrupção, no âmbito do processo apito dourado. 

    Desta vez esteve em causa o clube de São Pedro da Cova, de Gondomar. Em 2008 tinha sido o Marítimo, num jogo contra o Nacional. 

    Curiosamente este árbitro, conhecido pelo seu "rigor" na amostragem de cartões, nunca foi condenado em casos envolvendo o seu clube do "coração", que até lhe ofereceu uma homenagem de fim de carreira. Foi  um gesto de reconhecimento desse clube, naturalmente o Porto, num jogo no Estádio das Antas. Martins dos Santos até se comoveu. Foi bonito.

    Pensávamos que já tínhamos visto tudo, mas este ano ainda conseguimos ser surpreendidos com outro "grande" árbitro, Soares Dias, também de uma família de árbitros: no fim de um jogo no estádio do "dragon" ofereceu a sua camisola a um espectador.

    Tudo normal. Como disse Afonso de Melo: "ser árbitro em Portugal é bom. Mas mete nojo". 

    segunda-feira, 17 de junho de 2013

    Futsal - 3 a 0 já não fica.

    O Benfica venceu com mérito o segundo jogo do playoff da final do campeonato de futsal, batendo o Sporting nos penalties. Foi um jogo bem disputado, que fica marcado pela lesão de Vitor Hugo, no qual o Benfica esteve em vantagem até a 4 segundos do fim!

    A jogar com guarda-redes avançado, o Sporting já tinha criado algumas oportunidades, pelo que o empate até se aceita, mas sofrer um golo a 4 segundos do fim não deixou de ter um sabor amargo e recordar o penoso final de época no futebol profissional.

    O Benfica esteve porém muito bem no prolongamento, não se deixando afectar pelo golo ao cair do pano, quando a vitória parecia certa. Não concedeu oportunidades ao adversário no prolongamento e venceu bem nos penalties com Bébe a ter todo o mérito na forma como evitou que 3 penalties fossem concretizados pelo Sporting.

    Ao longo da época regular o Sporting foi a equipa mais forte e como tal continua a ter algum favoritismo. No entanto, com uma atitude humilde de total concentração e entrega, o Benfica pode ficar mais perto da surpresa.

    Para já, temos dois jogos no nosso pavilhão e uma certeza: a final já não se resolverá em 3 jogos e o resultado do playoff não será 3-0, como desejou publicamente um jogador do Sporting, plenamente convencido da superioridade total da sua equipa. 

    Reforçar a defesa

    A contratação de Steven Vitória é uma excelente notícia para o Benfica.
    O jogador estava em fim de contrato e era pretendido por vários clubes. Tal como no caso de Markovic, o Benfica conseguiu antecipar-se à concorrência. É um jogador alto, forte, com bom jogo aéreo, que além disso marca muito bem livres à entrada da área (algo em que o Benfica não tem sido perigoso nos últimos anos). E é português.

    Veremos se pode ou não ser titular, mas é certo que constituirá uma opção muito válida para o eixo da defesa onde infelizmente Jardel deixou bastante a desejar nos últimos jogos da época. Com a eminente saída de Garay e a veterania de Luisão, esta parece-me ser uma óptima contratação para reforçar a defesa. Fica-se a aguardar pela possível contratação de Lisandro, a que terá necessariamente que se juntar um defesa esquerdo de qualidade comprovada.

    Fica ainda a faltar pelo menos um médio centro, sobretudo se Matic vier a deixar o clube. 

    Enfim, até Agosto muita coisa acontecerá mas pelo menos nesta altura o Benfica parece estar-se a reforçar bem. Há obviamente muita incerteza, até quanto ao esquema de jogo que viremos a adoptar, agora que contratámos um playmaker e jogadores como Sulejmani e Markovic que podem render bastante num esquema de 4-3-3 que, como se sabe, Jesus não tem contemplado por preferir jogar com dois avançados de centro. Porém dois avançados de centro mais dois extremos e um playmaker cobrem 5 posições do meio campo para a frente, deixando apenas uma vaga para um centro campista de características defensivas, um trinco como se costumava dizer. 

    Muito portanto para definir, resta-nos ser pacientes.

    quarta-feira, 12 de junho de 2013

    Artur também pode sair

    Artur fez uma grande Liga Europa e foi um dos responsáveis pela presença do Benfica na final. 

    No entanto para o campeonato as coisas já não foram tanto assim. 

    Nos jogos em que tudo se decidiu, Artur ficou muito mal na fotografia. Primeiro foi o jogo da Luz contra o Porto, em que o Benfica estava num grande momento e poderia ter adquirido uma vantagem psicológica e pontual sobre o seu único rival deste ano. Artur deu um golo ao Porto, num lance que ainda hoje me custa a entender.



    Depois contra o Estoril Artur, ainda que perturbado pela acção de Licá em posição irregular (talvez a que lhe mereceu a contratação pelo Porto), deixa entrar uma bola fácil, tornando tudo muito mais complicado.

    Finalmente nas antas, apesar do ressalto em Maxi, a bola do primeiro golo do Porto era perfeitamente defensável. Indo para o intervalo em vantagem, o Benfica tinha tudo para ser campeão. Foi um erro que saíu caro até porque Artur, aí sim numa bola bem mais difícil, não conseguiu fazer o que ainda assim não era impossível para um grande guarda-redes, que era defender o remate de Kelvin. 

    A isto acresce uma nova exibição comprometedora na final da Taça, que custou o troféu.

    Muito embora eu evite sempre culpabilizar um jogador pelas derrotas (Jorge Jesus tem responsabilidades sobretudo na final da Taça, jogo em que André Almeida foi o pior jogador em campo, e Roderick deixou Kelvin fazer o referido remate) esta sucessão de erros de Artur é um bocadinho demais.

    Refira-se que a possibilidade de Eduardo vir para o Benfica é real. Não sei se será a melhor solução (sobretudo depois do que vi no jogo Portugal-Croácia) mas que vários indícios apontam para que Artur venha a perder o seu lugar, disso não tenho dúvidas.

    Saídas no Benfica

    Para além de Cardozo, deverão deixar o Benfica Garay (praticamente já transferido), possivelmente Gaitan e... poderemos ter ainda uma semi-surpresa desagradável. Matic disse querer continuar pelo menos mais um ano e o seu irmão foi contratado mas... 

    A época de Matic deu muito nas vistas. Convém não esquecer que o Benfica chegou a uma final europeia. Matic foi constantemente o melhor do Benfica. Pelos valores certos (e a cláusula de rescisão penso que rondará os 50 milhões), Matic sairá certamente.

    A confirmarem-se estas saídas, para além naturalmente das dispensas e de um ou outro jogador menos influente, será certo que o Benfica adoptará um novo tipo de jogo.

    Para jogar como o fez na primeira época, o Benfica precisou de um super-Javi Garcia, autêntico guarda-costas dos centrais e pronto-socorro nas perdas de bola. Era um jogador que imediatamente caia em cima do opositor quando o Benfica perdia a bola. Daí dificilmente as equipas adversárias conseguirem ter bola e sair a jogar contra o Benfica nessa época. Mas havia também Ramirez que era um ala muito especial, recuperava a bola e conduzia-a e fazia muito bem a ligação entre sectores. Havia também, claro está, um Aimar em grande forma.

    Depois da saída de Ramirez, foi o descalabro: a equipa ficou partida e o campeonato irremediavelmente perdido na 1ª volta, com derrotas amargas contra o Porto e Braga a ditarem a saída das taças nas meias-finais.

    No terceiro ano chegou Witsel e a equipa voltou a equilibrar-se. O Benfica perdeu o campeonato devido às arbitragens.

    No ano passado, com as saídas de Javi, autêntico esteio da equipa desde a chegada de Jorge Jesus e da adopção do modelo super-atacante do Benfica, e de Witsel, o chamado médio box-to-box, com tremenda qualidade técnica e cultura táctica, temeu-se o pior. Jorge Jesus lançou então Matic, que foi um autêntico monstro. Matic parecia estar em todo o lado, desde o meio às faixas laterais, desde a rectaguarda do nosso ataque à frente da nossa defesa. Graças à sua extraordinária época e à óptima prestação também de Enzo Peres, que secundou Matic muito bem, sendo sempre um jogador extremamente combativo e com capacidade para sair com a bola, a substituição do miolo da equipa do ano anterior não se notou. 

    Caso Matic saia, Jorge Jesus terá que inventar outro meio-campo. Será a quarta vez que o faz em 5 anos. Apenas no segundo ano se manteve (embora apenas na aparência) o desenho táctico. Na realidade a saída de Ramirez deveria ter sido colmatada com outro desenho táctico (o que surgiu no terceiro ano) para compensar o vazio deixado no meio campo.

    Voltando ao próximo ano, a contratação de Djuricic e a saída de Cardozo, ponta de lança fixo, já deixavam antever que o Benfica viria a jogar de forma diferente. Imagino que possa voltar ao modelo de um médio defensivo mais clássico, ao estilo de Javi, mas teremos que esperar para ver.

    terça-feira, 11 de junho de 2013

    Reforçar a competência e a qualidade (II)

    Independentemente dos erros, que existiram e de, entre outros, referi no anterior post sobre o assunto, Luis Filipe Vieira e Jorge Jesus têm os seguintes méritos que não podem ser negados: o presidente reforçou - e muito - a qualidade do plantel ao longo dos anos, ao passo que o treinador colocou a equipa a competir num patamar completamente diferente do que sucedia nos anos que o precederam.

    O Benfica tem tido nos últimos anos plantéis de grande qualidade que estão a passar ao lado do sucesso que merecem por diferentes factores, uns imputáveis ao Benfica, outros completamente estranhos não apenas ao Benfica mas à própria essência do futebol. Nos últimos dois anos (pelo menos) o Benfica teria sido o campeão se estes factores estranhos não tivessem desempenhado um papel decisivo.

    Em termos de erros próprios, deixando agora de lado as questões de combate ao sistema e de comunicação do clube, o Benfica não pode repetir erros do passado como sejam as apostas insistentes em jogadores claramente sem perfil para o Benfica ou começar épocas com carências em posições fundamentais.

    Na época que se iniciará dentro de dois meses, o Benfica terá que ter no seu plantel um lateral esquerdo com capacidade e competências indiscutíveis, assim como uma alternativa (se possível ainda de maior qualidade) a Maxi Pereira. Terá igualmente que acautelar a questão dos centrais: se Garay sair é necessário pelo menos um substituto de grande qualidade, até porque Luisão não durará sempre. Steven Vitória parece-me uma solução óbvia que oferece garantias. Depois há ainda a questão do meio campo. Aimar já saiu e Carlos Martins deverá seguir o mesmo caminho. Jorge Jesus deveria a meu ver dar uma oportunidade a Miguel Rosa (mas não vai dar, pois o jogador será emprestado ao Belenenses, o que pelo menos lhe dará espaço para se mostrar) e apostar mais em André Gomes. Há ainda André Almeida e Uros Matic. A questão é se estes jogadores contam ou não para JJ. Se não contam e não se contratar ninguém podemos esperar novamente o meio campo do Benfica a acabar a época em grandes dificuldades.

    Finalmente temos a questão Cardozo. Melhor goleador do Benfica dos últimos anos, o paraguaio era pouco utilizado antes de JJ chegar à Luz. Foi com Jesus que Cardozo cresceu e se tornou no goleador que é hoje. A sua atitude irreflectida (mas grave) deverá levar mesmo à sua saída do Benfica.

    A confirmar-se, isto exige alguma reflexão e o encontrar de soluções. Markovic parece-me um grande jogador mas pelo menos neste momento não tem o perfil de Cardozo como finalizador e homem de área. Aliás não há muitos jogadores como Cardozo. A sua presença e poder físico, aliados à capacidade concretizadora tornam-no num jogador raro e valioso. Que ainda para mais se encaixa muito bem no tipo de jogo do Benfica.

    Será portanto preciso JJ ver se quer substituir Cardozo por um jogador semelhante ou se pelo contrário aproveitará esta oportunidade para mudar um pouco o modelo do Benfica, ou jogando com dois avançados mais móveis ou jogando num futebol mais apoiado, fazendo uso das qualidades de Djuricic.

    Em termos de qualidade, estou plenamente convencido de que Djuricic, Markovic e Sulejmani acrescentam qualidade ao Benfica. Importa portanto agora acautelar as saídas e encontrar soluções para as posições onde há carências já de longa data (na esquerda, desde Álvaro e Veloso só me lembro de Léo e Fábio, como jogadores com capacidade indiscutível para envergar a camisola do Benfica). 

    Depois há que continuar a reforçar a competência: a abordagem aos jogos decisivos, a capacidade de comunicar e gerir a informação, as condições de treino, a organização do futebol. Tenho visto pela blogosfera várias críticas a Carraça, sobre as quais não me pronuncio pois não conheço o seu trabalho e o dia a dia do Benfica. A questão de Carraça é igual à de Lourenço Coelho, que está igualmente envolvido com o balneário e de quem também não é possível identificar méritos. No entanto, mais do que pessoalizar, importa é corrigir erros, ser mais competente, ter mais atenção aos detalhes (não se admite o que se passou no final da Taça) e encontrar equilíbrios na gestão das emoções que permitam retirar o melhor de cada um. 

    O caminho do Benfica tem que ser este: de ano para ano ser cada vez mais competitivo, mais capaz, mais profissional e manter ou se possível reforçar a qualidade da equipa. Se assim for, os títulos certamente que começarão a aparecer com regularidade. 

    A "estrutura"

    A tal "estrutura" que todos não se cansam de elogiar viu-se livre de Vitor Pereira como quem cospe uma pastilha elástica da boca.

    Aqui neste blog critiquei muitas vezes e de forma muito dura Vitor Pereira, pois ele usou todos os métodos para atacar o Benfica e pressionar as arbitragens, assumindo-se como peão de brega do clube do Porto. Foi um treinador que os próprios adeptos portistas, nomeadamente os que têm páginas inteiras n' "A Bola", criticaram sistematicamente. Defendeu sempre o seu grupo e deu sempre a cara. Em dois anos perdeu um jogo para o campeonato. Venceu duas supertaças. 

    E o que lhe fez a "estrutura"? Andou a tentar contratar Jorge Jesus ainda com o campeonato a decorrer. "Plantou" notícias que falavam de alegados (e inventados) interesses do Everton, justamente para passar a Pereira a mensagem de que devia começar a pensar em encontrar clube. Inventou uma rábula de que tinha sido feita uma proposta a Pereira e que este estaria a pensar se aceitava ou não...

    Agora, não satisfeita com a desconsideração que fez a um treinador que talvez não seja tão incompetente como o pintam (em 4 jogos com JJ para o campeonato não perdeu um), a "estrutura", através do "papa", queixa-se de que Vitor Pereira ainda não se desvinculou do Porto, pelo que (subentende-se) não deveria ter assinado pelos árabes. Isto no mesmo dia em que apresentou Paulo Fonseca!!!! 

    Inacreditável! É uma escumalha sem qualificação, que até os que os serviram de forma tão dedicada trata desta forma. 

    Escumalha que não acaba na estrutura. Ao ouvir Miguel Guedes anteontem, dei por mim com vontade de lhe dar dois pares de estalos. Não porque ele estivesse a dizer verdades incómodas para o Benfica mas porque este indivíduo é um manipulador, um fuinha, uma criaturinha insolente e irritante, arrogante até à ponta dos cabelos e por todos os poros da sua pele, absolutamente insuportável. 

    Dizia a criaturinha que Jorge Jesus tinha "problemas de personalidade" e menos de 5 minutos depois critica Gobern por atacar "a pessoa" de Jesualdo, algo que ele, Guedes (o santo) nunca fazia. Como se não bastasse ainda se permitiu fazer "avisos" ao Sporting a propósito do corte de relações, como quem diz "tu tem cuidado...".

    O clube do Porto é isto. Em todos os seus representantes e na maioria esmagadora dos seus adeptos. A "estrutura" é isso: uma mentalidade de que vale tudo para ganhar, não se olhando a meios, atropelando quem se atravessar no caminho, usando e deitando no lixo as pessoas quando já não servem. Uma mentalidade (e pessoas dispostas a ser seus instrumentos) de que vale a pena violentar, agredir, fazer batota, adulterar e falsificar a realidade para ter títulos no currículo. 

    Ao contrário do Benfica ou do Sporting, o Porto não vive da paixão clubística. Vive do ódio e das vitórias. Sem ódio não haveria "sentimento clubístico" do portismo, sem vitórias não haveria adeptos. No dia em que o Porto começar a perder, toda aquela gente, agora tão valente, ferrenha e aguerrida, dispersar-se-á, desaparecerá. O Estádio ficará às moscas e as peixeiras já não gritarão Porto. Os super-macacos acabarão e a "estrutura" dissolver-se-á como um castelo de cartas.

    domingo, 9 de junho de 2013

    O triângulo de Chão de Porcos

    É mundialmente famoso o triângulo das Bermudas, também conhecido por triângulo do diabo, onde aviões e embarcações desaparecem misteriosamente, fruto de, alegam alguns, actividade paranormal e/ou de extra-terrestres.

    Portugal não gosta de ficar atrás de ninguém seja no que for e daí a ter, desde há cerca de um mês, o seu próprio triângulo: o triângulo de Chão de Porcos.



    Se o triângulo das Bermudas fica entre Miami, Bermuda e San Juan (Porto Rico), já o nosso fica entre o Porto, Braga e Paços de Ferreira. No meio do "nosso" triângulo fica a localidade que lhe dá nome: Chão de Porcos, que se situa ao lado de Costa do Pinto.

    Tal como no triângulo das Bermudas desapareceram de forma misteriosa um avião e diversas embarcações, também no triângulo de Chão de Porcos desapareceram misteriosamente: 1) a verdade desportiva; 2) dois treinadores de futebol; 3) alguns jogadores. Provavelmente terão sido sugados por um vórtex semelhante ao que se diz existir nas Bermudas.

    Há ainda outra semelhança notável, que faz com que Portugal esteja, como sempre, na vanguarda do que é estranho: tal como no triângulo das Bermudas alguns objectos desaparecem para sempre, ao passo que outros reaparecem noutros locais, o mesmo acontece em Chão de Porcos. De facto a verdade desportiva desapareceu sem deixar rasto mas os treinadores e os jogadores já reapareceram noutras paragens. Mais uma vez, as palavras de Pinto da Costa, certamente ligado por laços misteriosos a Chão de Porcos, ou não fosse a localidade vizinha Costa do Pinto, foram proféticas, pois ele disse (na altura incompreendido por nós, meros leigos): "já tenho treinador, vocês sabem onde ele está".

    Estava, evidentemente, no triângulo de Chão de Porcos e agora tudo bate certo. 

    Até aqui, Portugal tinha o seu quinhão de actividade paranormal, por força do Entrocamento e seus fenómenos (tudo ali cresce em proporções fantásticas) e também do Canal Caveira, onde ao invés de desaparecimentos havia, diz-se, encontros misteriosos.

    Mas isso não chegava. Agora sim podemos-nos orgulhar de ter o nosso próprio um triângulo, tal como as Bermudas.

    O primeiro fenómeno no triângulo de Chão de Porcos, deu-se a 11 de Maio. O Nacional da Madeira foi ganhar a Braga por 3-1, depois de ter perdido pelo mesmo resultado e com uma exibição descolorida uma semana antes contra o Porto. Com esse resultado, garantiu ao Paços de Ferreira o 3º lugar no campeonato, perdido precisamente pelo Braga. Foi um resultado anormal, especialmente se tivermos em conta que o Braga estava obrigado a ganhar se quisesse manter esperanças de ir à Liga dos Campeões no próximo ano. De facto ainda mais estranho se considerarmos a quantidade de água que a equipa nacionalista meteu na semana anterior, na sua própria casa, quando hipotecou definitivamente as possibilidades de alcançar a Liga Europa. Mas o futebol é assim, cheio de sortilégios e se fosse só por esse facto, nunca Chão de Porcos se teria celebrizado.

    Os mais espectaculares fenómenos misteriosos começaram a dar-se a partir de 19 de Maio no vértice de Paços de Ferreira. A um já nos referimos: a verdade desportiva desapareceu  aos 20 minutos de jogo.

    Os outros foram ainda mais extraordinários e aí sim, imortalizaram este triângulo: do vértice de Paços passaram para o vértice de Braga Luis Carlos, o jogador que, num atraso infeliz, isolou James para o "penalty" do título e Cássio, guarda-redes do Paços. 

    Também do vértice de Paços, passou desta vez ao vértice do Porto Josué, que entretanto revelou que já antes disso era do Porto e que tinha a certeza que lá jogaria. 

    Do Porto a Paços vai em sentido contrário um dragão, um Estádio, que abre as portas para que lá jogue a equipa do Paços (ou o que dela sobrar) para o ano. 

    E finalmente de Paços para o Porto vai também o treinador (que se encontrava desaparecido há algum tempo), dando lugar a outro que por sua vez desapareceu para agora reaparecer (tal como aconteceu já também nas Bermudas) no meio de um deserto das arábias... Já a misteriosa proposta para a sua renovação, essa foi mesmo engolida pelo buraco negro do triângulo.  

    Para compor e rematar este ramalhete, Pinto da Costa, numa entrevista à RTP logo a seguir à "conquista" do Campeonato, anunciou, provavelmente fazendo uso dos seus proverbiais dons de vaticínio (ou omnisciência), que este tinha sido "o ano da verdade desportiva", o que ilustrou anunciando ao País a transferência de Cássio para o Braga. Na altura ninguém sabia desta passagem de um vértice ao outro.

    Confusos? Eu explico: a verdade desportiva que eu disse ter desaparecido em Paços está afinal no triângulo de Chão de Porcos. Pinto da Costa, com a sua ligação a Costa do Pinto, mesmo ao lado de Chão de Porcos, foi o único que a viu, provavelmente ao lado de Josué, Cássio, Luis Carlos e Paulo Fonseca.

    Agora digam lá: a este rectângulo à beira mar plantado, o que estava a faltar? É óbvio: o triângulo de Chão de Porcos. Num país de gente quadrada, nada como uma grande lição de geometria para deixar bem redondas as cabeças dos maus alunos. 

    sábado, 8 de junho de 2013

    Será tudo nossa imaginação?

    Ponto prévio: todas as suspeitas sobre o FC Porto, desde que fundamentadas, são legítimas. Porquê?

    Porque o Porto é um dos únicos clubes condenado por corrupção em Portugal e, creio, o ÚNICO que NÃO RECORREU DA SENTENÇA. Nessa medida pode-se falar de um clube assumidamente corrupto. E como todos os dirigentes mais influentes por lá se mantiveram, a começar em PdC, não temos verdadeiramente razões para esperar deles outro comportamento que não o da trapaça e da deslealdade. Que aliás demonstram a todo o momento.

    Vem isto a propósito do caso CASAGRANDE que (como aliás era de esperar) não teve praticamente repercussão na imprensa.

    Naturalmente que não tenho certezas absolutas acerca do caso. Mas que é muito estranho e mereceria no mínimo alguma investigação, disso tenho a certeza.

    Dei-me ao trabalho de ler o que escreveu um portista num blog.

    Parecendo querer fazer uma análise séria ao caso, os seus principais argumentos para contrariar o testemunho de Casagrande são estes: a resposta de Domingos Gomes, médico do Porto na altura (pessoa que reputa de credível) e a incongruência entre a passagem (fugaz) de Casagrande pelo Porto e o alegado uso de substâncias dopantes.

    Em relação a Domingos Gomes, sendo parte interessada no caso, não será talvez a fonte mais independente. Mas mesmo descontando esse facto, as declarações em si mesmas são algo estranhas.

    Porque à Renascença Domingos Gomes diz:

    "essa prática nunca se efectuou no clube. As palavras de Casagrande também ofendem o FC Porto que se achar deve accionar judicialmente o antigo jogador. Condeno em absoluto essas declarações. São falsas e ofendem a dignidade do departamento médico e do FC Porto".

    Mas depois a outros orgãos de informação diz o seguinte:

    Comigo não aconteceu. Não tenho nada a negar. Já foi há muito tempo, nesta altura não consigo relacionar com nada. Se ele disse isso, não tenho nada a reagir. Já lá vai, não tenho nenhuma referência neste momento para falar do caso. Ele é que terá de dizer quem foi. Transcende-me. Não tenho que comentar”, disse Domingos Gomes em declarações ao jornal MaisFutebol.

    Não tenho nada a dizer, se foi utilizado ou não. Já não faço parte desse mundo. Não tenho dados, e haverá pessoas mais habilitadas para comentar”, acrescentou o médico, que adiantou não ter grandes recordações de Casagrande: “Se é quem eu penso, é uma pessoa que foi muito bem tratada. Fraturou o tornozelo uns jogos antes da final”.

    Será só a mim que estas declarações parecem um pouco incongruentes?

    O outro argumento é o do rendimento (e jogos disputados) versus a "necessidade" do uso de doping.

    Ora aqui o blog portista não percebeu ou não quis perceber o que Casagrande disse. O brasileiro disse que não havia cansaço e que "Se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas”.
     
    E comenta o portista:

    "Três partidas seguidas? No FC Porto?
    Lendo isto, quem não souber até pode pensar que Casagrande disputou muitos jogos no FC Porto e que, para aguentar o intenso esforço que lhe era exigido, tinha que se dopar (quatro vezes, diz ele). Vejamos, então, a realidade dos factos.
    Casagrande participou em apenas seis jogos do campeonato português (perfazendo um total de 318 minutos) e na Taça dos Campeões Europeus 1986/87 teve uma utilização residual (cerca de 60 minutos e na final nem sequer saiu do banco de suplentes).
    Quanto a ter disputado três jogos seguidos num curto período de tempo, bem, isso é algo que nunca aconteceu, nem nada que se pareça. O mais seguido que Casagrande teve no FC Porto foram dois jogos, com um intervalo de seis dias (!), em que esteve em campo uma “enormidade” de 90 minutos (63+27)."

    Ora não é isto que está em causa. Casagrande não diz que jogou 3 partidas seguidas. O que ele disse é que se fosse preciso com o doping poderia jogar 3 partidas umas a seguir ás outras. Ou seja conseguia jogar 270 minutos sem parar...

    Casagrande AFIRMA DUAS VEZES QUE FOI NO FUTEBOL CLUBE DO PORTO QUE TOMOU DOPING! SERÀ QUE FOI O BENFICA QUE LHE PEDIU PARA O DIZER? SERÁ QUE ALGUÉM PAGOU A CASAGRANDE, QUE TEVE A CORAGEM DE ASSUMIR UM PASSADO DE DROGAS E QUE AGORA SE QUER LIBERTAR DESSES DEMÓNIOS, PARA INVENTAR UMA COISA DESTAS? QUAL O INTERESSE DE CASAGRANDE?

    Porque viria o jogar mentir sobre um caso desta gravidade tantos anos depois?

    E SE O PORTO NADA TEM A TEMER OU ESCONDER PORQUÊ AS AMEAÇAS FEITAS AO JOGADOR BRASILEIRO?

    Enfim é mais um caso estranho para os lados do Porto e mais uma sombra que fica sobre as suas conquistas do passado, mesmo aquelas que à partida menos contestaríamos: as europeias.

    Seguidamente fica um registo de uma série de notícias e artigos sobre este e outros casos envolvendo doping e o Porto.

    http://www.publico.pt/desporto/noticia/casagrande-admite-uso-de-doping-quando-jogava-no-fc-porto-1592230
    http://www.maisfutebol.iol.pt/noticias/casagrande-doping-porto-casagrande-doping-casagrande-doping-porto-fc-porto-walter-casagrande/1442338-1192.html
    http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/interior.aspx?content_id=817327
    http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=397300

    http://desporto.sapo.pt/futebol/brasil/artigo/2013/04/30/deco_apanhado_num_exame_anti_dop.html
    http://www.publico.pt/desporto/noticia/deco-constitui-defesa-contra-acusacao-de-doping-1593336
    http://sol.sapo.pt/inicio/Desporto/Interior.aspx?content_id=74103

    http://relvado.sapo.pt/internacional/carlos-alberto-ex-fc-porto-acusou-doping-451038
    http://www.ojogo.pt/Internacional/interior.aspx?content_id=3169463
    http://www.maisfutebol.iol.pt/noticias/doping-carlos-alberto-absolvido/1452641-1192.html

    http://www.avanteplobenfica.com/2011/02/doping-no-fcporto-o-caso-semedo-e.html
    http://mastergroove2010.blogspot.pt/2013/05/doping-fcporto-guilherme-aguiar-mentiu.html
    http://mastergroove2010.blogspot.pt/2013/04/doping-no-fc-porto-desaparece-da.html

    http://pulpuscorruptus.blogspot.pt/2013/05/o-adn-da-raca-corrupta-mafia-da-palermo.html

    sexta-feira, 7 de junho de 2013

    Reforçar a competência e a qualidade

    Que a decência não é apanágio do futebol português é uma evidência absoluta para todos, incluindo os adeptos do Porto. Quando no fim do jogo com o Paços, um jogo viciado desde o minuto 20, a "romaria" à Avenida dos Aliados tem como mote "limpinho" está tudo dito.

    O Porto não é um clube que queira competir de uma forma leal e vencer com mérito - é um clube que quer ganhar por todos os meios e a todo o custo, não se importando absolutamente nada em atropelar todas as regras de decência e verdade desportiva. Já nem sabem o que isso é. Para eles tudo vale, desde que no fim vençam e possam insultar os seus adversários. Essa é a sua forma de estar que, embora contrária à essência do desporto, é congénita à sua natureza.

    O Porto, dirigentes e adeptos, entrou já numa espiral de demência batoteira, na qual prosseguirá até ser apanhado em flagrante. O que, sendo Portugal um País de brandos costumes (sobretudo no que à punição da criminalidade diz respeito), pode até nunca acontecer. Como disse no anterior post, agora já tudo se faz praticamente às claras. Eles são os "espertos" e portanto riem-se dos outros, os "burros" os "cabeçudos", os enganados, que se deixam comer pelas suas tropelias constantes.

    No Porto vale tudo, mas mesmo tudo. Vale agredir, vale roubar, vale até matar. Ainda ontem vi uma entrevista do famoso "macaco", o chefe dos superdragões a um canal local. Perguntava-lhe o apresentador sobre a violência e as mortes na noite do Porto. O "macaco" riu-se e disse que agora as coisas já estavam "mais calmas". É tudo assim, nas calmas... E em completa impunidade.

    Deve ser um case study mundial.

    Face a este cenário, muitos benfiquistas têm defendido a necessidade de adoptar outros métodos, menos inocentes, menos ingénuos, mais "musculados". Nessa medida tem sido defendido por alguns o regresso de José Veiga.

    Em termos factuais, Veiga esteve envolvido no negócio mal explicado da ida de João Pinto para o Sporting e foi efectivamente apanhado em duas escutas, quando era accionista maioritário do Estoril. Nelas, Veiga pedia (1ª escuta) a Valentim Loureiro para interditar o estádio do Marco de Canavezes, na sequência das cenas caricatas de Avelino Ferreira Torres a ameaçar um árbitro e a pontapear placas. Veiga queria que a interdição coincidisse com a visita do Estoril ao Marco e conseguiu-o (2ª escuta). Embora seja diferente ser apanhado numa escuta a oferecer prostitutas a árbitros ou a exigir um castigo (justo) para um adversário, não deixa de ser verdade que a pressão junto de Valentim para que o castigo coincidisse com a visita da sua equipa àquele campo já não é legítima, como em geral esses "favores" não o são.

    Nessa medida não me parece que um regresso de Veiga seja possível pelo que não vale a pena gastar energias nesse debate.

    O combate à corrupção tem que ser feito não com meios idênticos mas com meios legítimos.

    Neste aspecto, o caminho a fazer é o adoptado recentemente no hóquei.

    Já há anos que o defendo: o Benfica deve EXIGIR condições de segurança MÍNIMAS aquando das visitas ao Porto e dar a máxima visibilidade a todos os incidentes que ali acontecem. Deve DENUNCIAR com todo o vigor as intimidações, as violências, as coações e os crimes que se passam no Porto, exigindo punições EXEMPLARES para os mesmos e, caso não sejam garantidas essas condições de segurança, PURA E SIMPLESMENTE, voltar com o autocarro para trás e NÃO COMPARECER. A ameaça tem que pairar no ar e a pressão sobre autoridades (desde PSP, Ministério da Administração Interna, Liga e Federação) tem que ser mantida.

    Só assim conseguiremos ter condições MÍNIMAS para os nossos atletas se concentrarem e focarem unica e exclusivamente em jogar futebol. E nisso eles não são piores que os do Porto.

    Não mais poderemos continuar a aceitar que aquando de agressões de adeptos do Porto aos nossos adeptos, a PSP se limite a "acalmar" ou afastar os prevaricadores, devolvendo-os às bancadas como quem lhes diz: "nós até percebemos a vossa raiva mas tenham lá calma que assim também é demais". NÃO! Essas  pessoas têm que presas, têm que ser identificadas, têm que ser banidas do desporto. Caso contrário continua a acontecer o que tem acontecido até aqui: a impunidade encoraja-os a continuar.

    Como é possível que o Benfica não tenha tomado uma posição de força aquando da invasão de campo no último Porto-Benfica? Logo após o golo, vários adeptos entraram bem dentro do campo. Quais as consequências? O que aconteceu a esses adeptos? Foram castigados? Banidos de recintos desportivos? Não me parece.

    O golo do Porto não foi aos 92 m como se tem dito mas sim aos 90+57 segundos. Nessa altura há pelo menos 4 adeptos que invadem o campo. Helton vai tentar "protegê-los" de polícia e stewards. Aos 90+ 3 minutos, o jogo ainda não se reatou. Proença apita para o fim do jogo aos 90+4 m e 57 segs quando Artur lança uma bola para o ataque. Dos 4 minutos dados de descontos, jogaram-se 1 e 30 segs. Teríamos conseguido empatar se fossem jogados mais 3 minutos de descontos (portanto até aos 90+6 minutos e uns segs.), como deveriam ter sido? Não sei.

    Mas sei que numa liga tão falseada como a nossa, não se pode deixar passar NADA e os nossos dirigentes infelizmente deixam.

    Em suma, o Benfica tem que assumir uma postura de tolerância zero para com a violência e a coação contra a sua equipa. Aimar e Sálvio poderiam ter ficado gravemente feridos (ou pior) aquando de viagens ao Norte. O mesmo se passou com LFV. O Benfica tem que fazer uma "marcação cerrada" a todas as autoridades e monitorizar muito bem o que se passa em termos de multas e castigos aplicados ao Porto aquando de actos de indisciplina ou violência. Volto a perguntar, quais as consequências da invasão de campo? Da tocha que nessa mesma altura foi atirada para a área de Artur?

    Provavelmente nenhumas ou as mínimas previstas por lei (como se o clube não fosse reincidente nestas e noutra práticas que envolveram já até bolas de golfe e galinhas dentro de campo). Isso é (mais uma vez) não apenas um convite a continuar, é a cobertura e promoção dessas acções.

    As medidas que proponho são fundamentais para que os nossos atletas se consigam concentrar apenas e só em jogar futebol. Eles não são contratados para arriscar a vida ou para se envolver em combates corpo a corpo.

    Caso o Benfica não consiga acabar com isto então deve de facto começar a, selectivamente, responder na mesma moeda. Não atirando pedras em autoestradas ou cadeiras para o campo (outra variante, esta usada na final da Taça da Liga no Algarve quando o Benfica vencia 3-0) pois isso são actos criminosos, mas não conseguindo evitar, por exemplo, que os seus adeptos invadam o campo aquando dos seus golos. Depois, quando o castigo aparecesse, recorrer das decisões alegando a "jurisprudência" passada.

    De igual forma, o Benfica deve conceder ao Porto, quando visita a Luz, condições idênticas (em matéria de disponibilização de bilhetes e convites, de permissões de circulação nos balneários e outras questões semelhantes) às que o Porto nos oferece no seu estádio.

    A isto chama-se, na relação entre Estados, de aplicação do princípio da reciprocidade. É tão antigo como a diplomacia em si, pelo que deve ter alguma razão de ser.

    De qualquer modo, o principal trabalho em que o Benfica tem que se continuar a empenhar é em reforçar a sua competência e qualidade.

    (Continua).

    quinta-feira, 6 de junho de 2013

    O "obo" de Colombo

    Aqui há uns anos, o Porto foi condenado por corrupção desportiva. Condenado obviamente é uma forma de dizer, porque condenação teria sido o que foi feito ao Boavista: descida de divisão. No mínimo dos mínimos os dirigentes comprovadamente corruptos teriam que ter sido irradiados, banidos para sempre do futebol.

    Mas isso era num País sério e não numa choldra.

    Desde então, esses mesmos dirigentes, com Pinto da Costa à cabeça, resolveram aplicar o princípio do ovo de Colombo, ou obo de Colombo, como é conhecido naquelas bandas.

    O ovo não se equilibra? Fácil, quebra-se um pouco uma das extremidades e já está.

    Ora como foi este princípio aplicado ao futebol português? Muito simples: se a corrupção não se pode fazer às escondidas (pode haver escutas e o caso vai parar a tribunal o que é desagradável e pode exigir novas fugas para Espanha) faz-se às tudo claras. Aí ninguém os pode acusar de coisa nenhuma porque nada foi escondido (e as trafulhices por regra fazem-se ás escondidas).

    Vamos então fazer uma recriação da forma como as coisas poderiam ter acontecido (por limitações de espaço e tempo reportar-nos-emos apenas à última jornada do campeonato).


    No seu gabinete da "Torre das Ântas", onde dizem que houve um suicídio misterioso, Pinto recebe um Antero Henriques ofegante.

    AH - Presideânte! Somos cámpeons carago! Aqueles feilhos da p*** daqueles lampiõaes! Esta já eu nem esperava!!

    PdC -He he he. Aquele filho da p*** daquele Kelvin f****-** bem f******. Mas oh Doutor, depois do que já aconteceu com este ano, depois do empate com o Olhanense, é preciso ver que em Paços não falha nada. Não quero mais brincadeiras este ano. E desta vez não é o Jackson que marca o penalty!

    AH - Nãon se preocoupe presideânte. Já falei com o Lucho, o coumandânte, é ele que bai marcar. E os mouros tãom tan f****** que nem bão abrir piu...

    PdC - quem é que apita?

    AH - É o Hugo, presideânte, o Hugo Miguéal! Assim cão jeitinho ainda lhe peço para dar tãobém um bermelho (bermelho, tá a ber presideânte...) logo a um jogador do Paços.

    PdC - Está bem. E o Josué? Já lhe falaste?

    AH - Já presideânte. Ele tá em cuntacto com o macaco.

    PdC - olhe oh doutor, por falar nisso chame-me aí o Reinaldo.

    (Antero Henriques liga a Reinaldo Teles que pouco depois entra no gabinete).

    PdC - Reinaldo, já falaste com o macaco? Tá tudo controlado ou não?

    RT - Presidente, está tudo. Os superdragãos seguem já amanhã para Paços. Bamos jogar em casa.

    PdC - Ok Reinaldo. Mas olha que o Paços é boa equipa. Eu não admito que falhe seja o que for. Imagina que eles se põem para lá a jogar à bola e acontece o que às vezes acontece que é falharmos golos e depois arriscarmo-nos a sofrer um e a complicar tudo. São coisas que podem acontecer Reinaldo. Imagina o que isso seria...

    RT - Presidente, o macaco já pôs a correr que ou o Porto ganha ou eles partem aquilo tudo. Ele até disse: arrebentamos com esses castores todos. Agora o Presidente podia dar um toque ao Presidente do Paços antes do jogo e garantir-lhe que tudo correrá bem, que não haverá problemas... que é tudo boatos... E depois talvez... falar das nossas relações. Como eles já estão classificados para a pré-iliminatuória da liga dos cámpeõees, até podíamos falar em que podem usar o nosso estádio... Tá a ver presidente?

    PdC - boua ideia Reinaldo. Mas o macaco já falou de tudo ao Josué?

    RT - já presidente. Ele está a meter medo lá no balneário e vai-nos dizer se algum jogador do Paços se armar mais em herói... Também já falei com o Salvador e ele concorda com o Cássio e ao Luis Carlos. Eles também já sabem, mas como se fosse um rumor... Mas tudo bem feito, presidente, não se preocupe. Quer que o Bitor dê uma palabrinha ao Fonseca, o treinador do Paços? Também é importante...

    PdC - é melhor não! É melhor não! Isso... Isso eu depois trato doutra maneira.

    AH - Presideânte e acha que os mouros bão tentar alguma coisa?

    PdC - tentar, tentar, se calhar até vão. Oh Reinaldo, diz ao macaco para ver bem se anda algum mouro lá por Paços... Mas eles não se atrevem... Já sabem como é!

    AH e RT - Ah ah ah ah.

    PdC - Diz já aos super para prepararem um cânticoa gozar com os magrebinos. Tipo cabeçudos ou uma coisa assim. Eles estão tão humilhados que nem abrem a boca. E eu depois ainda vou mandar umas bocas para os gozar mais. Vou dar uma entrevista à Judite de Sousa e vou dizer que este é o campeonato da verdade desportiva!


    AH e RT em uníssono - "Oh Presideânte, Bocê é um génio Carago!! AH AH AH (gargalhadas alarves, boçais)"



    Nota: a ideia do "ovo de Colombo" não é originalmente minha. Retirei-a de um comentário ao post "Paulo Fonseca - a 1ª escolha" do blog "O antitripa".