quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mourinho demonstra a sua "estrela"

Escrevi aqui há algumas semanas que Mourinho dificilmente voltaria a ter o sucesso que alcançou aquando da sua primeira passagem pelo Chelsea. Desde então, o treinador português tem conseguido excelentes resultados, mostrando que as suas competências se mantêm num nível de topo. Não está (ainda) em primeiro lugar na Liga mas remeteu já os principais contendores ao título para posições pouco habituais na tabela (Man City 7º, United 8º) a 4 e 6 pontos de distância e tem vindo a subir na tabela, estando já em 2º com os mesmos pontos do Liverpool. Mais para a frente veremos se serei "obrigado" a reconhecer uma previsão errada quanto ao sucesso ou insucesso desta passagem de Mourinho pelo Chelsea mas no imediato há que reconhecer que a equipa mostra progressos muito grandes e que o treinador português merece todo o crédito por esse facto.

Este fim-de-semana disputou-se uma jornada importante em Inglaterra, com o Chelsea a receber o Man City no Domingo, num jogo com implicações de relevo para a corrida pelo título.

O Arsenal e o Liverpool venceram os seus jogos (relativamente "fáceis"), mas o mais relevante é que o Chelsea venceu o City, com um golo no último minuto, subindo assim do 5º para o 2º lugar.

A "estrela" de Mourinho voltou a brilhar, mas importa reconhecer que a equipa faz por isso, aproveitando depois de forma implacável os erros das equipas adversárias. Tal como aconteceu com o City, voltou ontem a acontecer com o Arsenal, derrotado em casa pelos "blues" para a Taça da Liga Inglesa.

Foi também engraçado ver a festa de Mourinho aquando da vitória sobre o City, correndo para abancada e festejando com os adeptos (depois explicaria que era o seu filho que ali se encontrava).

O Tottenham jogou mal, lento e previsível mas conseguiu os 3 pontos, que o levaram de novo ao 4º lugar, a um ponto do 2º e 3 do 1º, o Arsenal.

Na próxima jornada voltará a haver jogos grandes, como o Arsenal-Liverpool, o Newcastle-Chelsea ou o Everton-Tottenham. A não ser que se registem empates em todos estes jogos, haverá novas mudanças na frente.

O Manchester United vai ao terreno do Fulham (jogo que se prevê difícil) e o City recebe o Norwich de Wolfsvinkel, que se encontra nos lugares de descida. Já a equipa sensação da prova até ao momento, o Southampton, vai ao terreno do Stoke, que se encontra também nos últimos lugares.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os (novos) incidentes do dragão e o pseudo "dente por dente"

Assistiram-se a cenas inconcebíveis nas imediações do estádio do dragão, desta vez aparentemente motivadas por um grupo de adeptos (?) do Sporting, em parte ligados a skinheads.
Este grupo quis ir lançar o pânico e a confusão para o Porto, devolvendo na mesma moeda diversos episódios e comportamentos dos "superdragões", dos quais inclusivamente o seu líder se gabou num "livro".
Simplesmente a coisa correu mal ao grupo de vândalos sportinguistas...

Por muito organizados que estivessem (e a história dos acontecimentos está longe de estar feita), a verdade é que terão subestimado os seus "inimigos" e levaram um enorme arraial de pancada.
Pelos vistos, os ditos "superdragões" não foram apanhados desprevenidos e, aproveitando a intervenção da polícia e dos próprios stewards, desbaratou o grupo, que passou por muito maus bocados.

A violência leva à violência e isso é algo que quem advoga o "olho por olho, dente por dente" (forma de justiça em vigor há milhares de anos, que a civilização substituiu por formas muito mais humanas de reposição) deveria ter em mente.

A não ser que sejamos vândalos, marginais e criminosos dispostos a tudo, perderemos sempre quando entrarmos em confrontos deste tipo. E mesmo que sejamos uns durões, uns valentões, como muitos que na internet dizem que fazem e acontecem, arriscamo-nos, como bem perceberam aqueles sportinguistas, a que as coisas corram muito mal. Porque, como dizia alguém que eu conheci, "super-homem só há um e está numa cadeira de rodas" (e infelizmente já nem isso é verdade porque o actor entretanto faleceu). 

Por isso, deitar pratos de sopa pela cabeça de um jogador de basquete, por muito idiota e mal comportado que este possa ter sido ou seja, longe de ser uma forma de "retribuição", é sim uma enorme cobardia, pior da que aquela de que Marçal é acusado. O Benfica tem que se distanciar em absoluto destes comportamentos. 

É um facto que a violência e intimidação fazem parte do modus operandi do Porto e que são instrumentais para amedrontar adversários e árbitros e daí recolher dividendos desportivos. Mas a resposta nunca pode ser tornarmo-nos iguais a eles, abandonando os princípios que formam aquilo que somos. Temos que ser inteligentes e firmes. Não ter medo mas não entrar no jogo deles, porque aí perdemos. Temos, resumidamente, que ser capazes de ser melhores e de os derrotar dentro de campo, algo que nos últimos anos não tem acontecido. Se o conseguirmos, ganhamos uma autoridade que hoje não temos, outro peso no futebol e na sociedade e poderemos começar a mudar o presente estado de coisas.


PS - pelos vistos agora no dragão os stewards até já roubam bandeiras à claque adversária perante a completa passividade da polícia. É mais um exemplo de como existe uma lei e uma polícia no País e uma outra, especial, na cidade do Porto. Esta realidade tem que ser constantemente denunciada pelos dirigentes do Benfica, acentuando a situação de favor e o regime de proteccionismo de que o clube do Porto beneficia.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sporting vai ver como elas mordem

Após o roubo descarado de que o Benfica foi vítima em Alvalade há uns anos (penalty não assinalado sobre Gaitan, penalty fantasma de Luisão sobre Wolfsvinkel que partira de posição de offside, não expulsão de João Pereira, expulsão de Luisão) adverti os sportinguistas (que estavam muito contentes) de que aquilo não fôra para beneficiar o Sporting - fôra para beneficiar o Porto que ainda temia que o Benfica pudesse chegar ao título.

Domingo, quando tiverem o mesmo árbitro a arbitrar o clássico vão perceber bem o que eu então dizia.

Este é o desavergonhado que ofereceu a sua camisola a um adepto no estádio do cavalo marinho. Não havendo Proença (será que está mesmo lesionado ou pelo contrário em "sabática", depois das últimas vergonhas, para ver se a coisa se esquece?) recorreu-se a este Artur Soares Dias, que tem tudo para seguir as pisadas do "melhor do mundo". Pelo menos já tem o beneplácito do Porto, que através de Guilherme Aguiar, por exemplo, já lhe vaticinou carreira de sucesso. Vai no "bom" caminho.

De facto este nosso futebol é verdadeiramente inqualificável. Veja-se como os árbitros que se falavam para o clássico eram Benquerença, um "árbitro" de uma desonestidade absoluta, com um enorme rol de "erros" gravíssimos na sua carreira, de Leiria (onde se faziam grandes almoçaradas e grandes cozinhados), Jorge Sousa e este Soares Dias, dois árbitros do Porto. Isto para apitar um jogo entre o 1º classificado (por sinal do Porto) e o 2º, de Lisboa. Também se falou de Duarte Gomes, igualmente um mau árbitro com amplo historial de erros, mas esse estava fora de questão pois uma vez permitiu-se errar contra o Porto. Ainda se desculpou no Facebook mas aí o mal já estava feito...

Garanto-vos já aqui, a 3 dias do jogo: o Porto vai ser beneficiado pelo árbitro e se não for demasiado incompetente vai ganhar o jogo. Esta nomeação garante isso mesmo, ainda antes do jogo começar. Todos os jogadores do Porto entrarão em campo já instruídos de que o árbitro vai ser "amigo".

E isto tudo acontece com a direção da arbitragem a cargo de Vítor Pereira, supostamente um sportinguista. Esta gente não tem clube, o clube são eles próprios e as suas carreiras. E essas dependem de Pinto da Costa e Joaquim Oliveira. O resto é paisagem.

Pior do que o jogo foram as declarações no fim

Tinha advertido que o momento era mau e que este jogo era decisivo. Quase ao mesmo tempo em que aqui escrevia isso mesmo, Jorge Jesus na habitual conferência de imprensa de antevisão da partida dizia que o jogo era importante mas não decisivo.
 
Para mim é errado abordar um jogo contra o clube com que se disputa o apuramento (já ontem eu dava, como está mais do que confirmado, o PSG como apurado e o Anderlech como eliminado) com a ligeireza que as declarações pareciam denotar. Contribui para uma atitude de pouca responsabilização dos jogadores num ano em que temos a final da Champions na Luz e em que o mínimo exigível é a passagem aos oitavos de final, sobretudo num grupo destes.
 
A equipa entrou mal, sem atitude, sem pressão, sem qualidade a fazer as coisas. De certa forma aconteceu o expectável, uma vez que os resultados não aparecem e os nervos vão subindo.

Mas foi capaz de recuperar de uma desvantagem, deu a impressão de até poder ganhar o jogo caso este durasse mais 5 ou 10 minutos e pode-se objectivamente queixar de pelo menos uma decisão errada do árbitro, ao mandar jogar num lance de penalty absolutamente evidente sobre Siqueira. Com espanhóis infelizmente a história é sempre a mesma...

Em resumo, foi (mais) um mau jogo do Benfica mas que felizmente não compromete as nossas aspirações. Tudo continua a estar nas nossas mãos, ou por outra, não dependemos dos resultados de terceiros.
 
No fim do jogo importava saber aproveitar o que de bom se passou (sobretudo a capacidade de luta e espírito combativo da equipa) e projectar confiança para os próximos jogos.

Ao invés disso, Jorge Jesus vem dizer que a equipa jogou muito bem nos primeiros 30 minutos (o que não corresponde ao que se passou), que fomos surpreendidos pela qualidade de Domingues e - o mais lamentável - que "de dois jogos fora, teremos que ganhar um".
 
Jorge Jesus está cansado e confuso. Não me parece no pleno das suas capacidades. Aquilo que diz não faz sentido: caso percamos na próxima jornada, ficamos praticamente arredados dos oitavos de final! Que o Anderlech perderá na Grécia é coisa que praticamente não oferece dúvidas, pelo que perder em Atenas praticamente elimina-nos da Champions.
 
Como pode o treinador do Benfica dizer algo desta natureza? É verdadeiramente incompreensível.
 
Luis Filipe Vieira tem que muito rapidamente ter uma conversa com o treinador e perceber o que se passa. Se Jorge Jesus já não tem condições psicológicas para estar à frente do Benfica (como sinceramente parece, a avaliar por estas declarações quase desconexas) há que tomar uma decisão no imediato, antes que seja tarde demais.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

As transmissões patéticas da TVI

É insólito mas indiscutível. A TVI (que já foi a televisão da Igreja) é hoje o canal mais rasca, mais deplorável da televisão portuguesa. Vive à custa de big brothers, que repete uns atrás dos outros dando-lhes diferentes nomes e contratando gente cada vez mais brega, mais ordinária para encher as "casas". Como se não bastasse, ainda faz edições "VIP" destes programas, onde coloca figurinhas que deveriam envergonhar e repugnar Portugal inteiro, não estivesse o nosso País tão desorientado. É para mim verdadeiramente incompreensível que alguém perca tempo precioso das suas vidas a ver aquelas grosserias.

Igualmente estranho (mas igualmente indesmentível) é o facto da TVI se ter tornado um canal de tendência "azul-e-branca" no que ao futebol diz respeito. Que a RTP, onde os estúdios do Porto assumiram já há bastante tempo preponderância, pelo menos no que ao desporto diz respeito, assuma essa tendência ainda se percebe, até porque àquele factor acresce o domínio que a Olivedesportos exerceu no canal público durante muitos anos. Já no caso da TVI a coisa se torna menos explicável. Aparentemente, a coisa começou pelo site "mais futebol", que também se podia chamar "mais porto", tal o seu tendenciosismo. Nesse site destaca-se em particular um tal de Luis Sobral, cujo ódio anti-Benfica assume proporções de autêntico fetichismo. Por outro lado, Júlio Magalhães, actual diretor do Porto Canal também terá feito "bem" o seu trabalhinho de portização do canal de Queluz.

Eu sei que houve e há benfiquistas na TVI (também era o que faltava que não houvesse). Fizeram parte dos seus quadros, como comentadores ou convidados, Valdemar Duarte, Pedro Ribeiro e João Querido Manha. Mas a verdade é que aos poucos eles foram desaparecendo ou ficando diluídos no meio de uma tendência muito pouco disfarçável.

Fernando Correia, que desde há anos para cá muito me desiludiu, pois imaginava-o no passado como um Artur Agostinho ou um Jorge Perestrelo (locutores que nunca colocaram as suas preferências clubísticas à frente da sua condição de jornalistas), não tem (creio) aparecido tanto como no ano passado, mas as transmissões continuam a ser de uma qualidade paupérrima.

Manuel Queirós, cujo portismo chega a enjoar, está em todas e os próprios repórteres de campo são tudo menos isentos.

Ontem o caricato chegou a isto: depois da expulsão - justa - de um jogador do Porto, o entrevistador da TVI pergunta na "flash interview" se achava que o jogo podia sequer ser comentado dada "a expulsão injusta"!! Depois, apercebendo-se do que dissera, acrescentou, de uma maneira forçada, "na sua opinião". Simplesmente o jogador do Porto não tinha dito que a expulsão fora injusta!

Isto para já não falar do ambiente carregado que a derrota do Porto na anterior jornada da Champions gerou naquela estação, que contrastou de forma bem visível com o que se passou aquando da derrota do Benfica para a mesma competição. Em resumo, uma tristeza.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Jogo decisivo na Champions

O grupo C da Champions League, em que o Benfica se encontra, está muito longe de ser um grupo fácil.
Depois da derrota com o Paris Saint-Germain, de alguma forma um resultado "normal" pois jogámos fora contra a equipa teoricamente mais forte, e da vitória do Olympiacos na Bélgica, a margem de erro do Benfica diminuiu quase para zero.

Seguindo a "lógica" do que é previsível, o Paris seguirá em frente. Nos próximos dois jogos jogará com o Anderlecht e, salvo alguma grande surpresa, fará 6 pontos. Com 12 ficará desde logo qualificado.

Tal deixa uma vaga em aberto que será disputada entre o Benfica e Olympiacos (o Anderlecht perdendo os dois jogos fica desde logo eliminado).

Nessa medida, os jogos de confronto directo entre Benfica e gregos assumem uma importância crucial. Ora o jogo na Luz é portanto para ganhar.

O Olympiacos é uma equipa muito móvel e com vários jogadores bem dotados tecnicamente. O Benfica terá que estar a alto nível, muito melhor do que nos últimos jogos.

A paragem no campeonato poderá ter sido positiva para tranquilizar um pouco Jorge Jesus, assentar ideias e para os jogadores interiorizarem que sem o seu total empenho e dedicação será impossível dar a volta ao mau início de temporada. Sem essa "volta", esta temporada poderia desde muito cedo ficar comprometida e isso não pode interessar a nenhum deles.

Face a este quadro, importará também os adeptos apoiarem a equipa, esquecendo as divergências que todos sabemos existirem e as críticas (fundadas) que muitos (entre os quais me incluo) em devido tempo formularam.

Não há, repito, margem de erro e todos devemos estar conscientes desse facto. Todos teremos que remar para o mesmo lado, se ainda queremos ter sucesso nesta época. Até pelo seguinte: por muito mau que tenha sido este início (e foi-o de facto) nada está ainda perdido. A qualidade existe, é inquestionável. A competência está lá e foi demonstrada no passado. É altura de, sem ansiedades mas com muita concentração, colocar em campo toda essa qualidade e superar esta altura difícil. Talvez assim, somando  bons resultados, a coisa se possa encaminhar. As vitórias trazem estabilidade e confiança e ajudam a resolver muitos problemas. Que todos sejam pois responsáveis, desde o treinador aos jogadores, passando até pelo público. Façamo-lo pelo Benfica.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Arrogância e a provocação terão a resposta devida

Continuam a vir do clube do Porto provocações e manifestações de arrogância numa base diária.
Agora foi a vez de um jogador que custou 15 milhões querer compensar a falta de rendimento dentro de campo com atoardas, baboseiras e ataques gratuitos ao Benfica. Para compor o ramalhete, veio um aspirante a "grande líder", Antero de seu nome, lançar também provocações e insinuações.
Ontem escrevi sobre o que se passou há 20 anos num jogo no Porto. Ou seja, há já muito tempo que este padrão de comportamento se verifica.
Um dia - e penso que talvez já não falte muito - todo o Portugal e não apenas os benfiquistas terão oportunidade de ver esta gente cair. Cairão por si - e com muito estrondo. Porque neste mundo pode-se enganar algumas pessoas durante muito tempo e toda a gente durante algum tempo. Mas quando se quer enganar toda a gente durante muito tempo - e ainda se gaba arrogantemente dessa falsidade - a resposta chega quando menos se espera. Um dia a mentira é desmascarada. E quanto maior ela for maior a queda de quem a promove.

Breve nota sobre Portugal

Portugal tem jogado muito mal, isso é uma evidência absoluta.
Não responsabilizo o seleccionador nem culpabilizo demasiado os jogadores, que apesar de poderem ter feito melhor no apuramento sabemos que procuram honrar o seu País.
A meu ver o que se passa é que esta geração denota algum cansaço, sendo necessária alguma renovação, dificultada pelo pouco espaço que os jovens portugueses têm nos grandes, assim se diminuindo o campo de recrutamento de Paulo Bento.
Creio que a situação pode começar a reverter-se em breve. Quero pelo menos acreditar nisso.
Estou convencido de que Ivan Cavaleiro, Bruma e outros valores começarão em breve a impor-se.
No imediato, penso que Paulo Bento deveria mudar um pouco o figurino da equipa (mantendo naturalmente a estrutura base, Patrício, Moutinho, Ronaldo), apostando nalguns jovens que podem dar mais garra e energia à seleção. Por muito que isto possa parecer cruel, penso que Rúben Micael, Meireles e Hugo Almeida, pelo menos neste momento, são jogadores que não devem ser convocados pois não acrescentam rigorosamente nada à seleção.
Quanto ao resto teremos que estar unidos visto que o adversário é muito sólido e calculista. Nunca fui daqueles que diziam que "com maior ou menor dificuldade estaremos no Mundial", precisamente porque sabia que não havia nenhuma inevitabilidade nesse sentido e que nos podia calhar (como aconteceu) um adversário muito forte. De qualquer modo também não nos dou por eliminados nem entro em pessimismos. Temos que fazer dois grandes jogos, estar concentrados a todo o momento e ter as nossas estrelas a 100%. Se assim for podemos passar.

domingo, 20 de outubro de 2013

RTP Memória mostra o grotesco

Sábado de madrugada, o zapping leva-me à RTP Memória. Para minha surpresa está a dar um Porto-Benfica. No canto superior direito explicita-se o ano: 1993.
 
O Benfica tem uma equipa de sonho: Neno, José Carlos, Hélder, Mozer, Veloso, Shwartz, Kulkov, Isaías, Vitor Paneira, João Pinto e Rui Águas. O Porto é Baía, João Pinto, Fernando Couto, Paulinho Santos, Aloísio, André, Jaime Magalhães, Rui Filipe (falecido), Semedo, Timofte, Domingos e Kostadinov.
 
Na segunda parte, com 0-0 no marcador, o Benfica domina completamente o jogo e parece perto de marcar. Nisto há o célebre lance: um atraso para Neno, este chuta a bola, Domingos levanta os braços e "defende" a bola, que então fica à mercê de Kostadinov, que empurra para a baliza. O golo é bem anulado e a partir daí é o descontrolo: Kostadinov corre a toda a velocidade para o fiscal de linha e agride-o com uma peitada. Todos os jogadores do Porto rodeiam, empurram e insultam José Pratas. Dirigentes (?), adeptos (?) berram com o fiscal, um deles tenta agredi-lo com algo que parece um chicote. Finalmente a polícia aparece e apazigua esta gente que estava mesmo junto à linha lateral. Dentro de campo, quem faz de polícia é Mozer: revoltado com a situação, empurra os jogadores do Porto e impõe a sua autoridade. Os jogadores do Porto sabem que com Mozer não brincam. No fim da comoção, Fernando Couto leva um amarelo.
Se já na primeira parte tinha havido várias situações "no limite", a partir daí vale TUDO!
Os jogadores do Porto empurram, rasteiram e o árbitro deixa passar tudo. Nas bancadas, quando há um canto para o Benfica a turba cospe, insulta, tenta atirar objectos (ainda havia redes).
Deixa de haver faltas marcadas a favor do Benfica por muito que os jogadores do Porto as façam.
A turba rejubila.
É então que Fernando Couto, já amarelado, dá um pontapé a Isaías com o jogo parado mesmo à frente do árbitro. O comentador diz que Couto este acto pode custar a expulsão a Couto. Mas José Pratas corre para os jogadores, separa-os e nada faz. Há depois um canto, Mozer e Couto embrulham-se e aquele dá uma cotovelada (com bastante força) na cara de Couto. Este fica no chão a contorcer-se. Desta vez o árbitro não terá mesmo visto pois o lance passa-se longe da disputa da bola.
Um pouco mais e Paulinho Santos placa João Pinto numa jogada perigosa. Nada de cartão.
No lance seguinte, o mesmo Couto entra a pés juntos (uma agressão) de novo sobre Isaías. O árbitro, em vez de dar o vermelho, mais uma vez nada faz perante a indignação dos jogadores do Benfica.
 
Mais uns minutos e uma bola é metida em profundidade no ataque do Porto. Mozer ganha a posição, Kostadinov aparece no chão e Pratas mostra o vermelho ao nosso jogador. Na repetição fica a ideia de que Mozer coloca o cotovelo à frente do queixo do atacante do Porto. Como este, caso passasse, ficaria na cara de Neno, o vermelho aceita-se (Mozer não tinha ainda amarelo, apesar do lance referido). No entanto, Couto teria que ter sido expulso pelo menos duas vezes antes, tal como Kostadinov uma, tendo então o árbitro feito vista grossa.

Na sequência do livre é golo do Porto.
Não aguento mais e deixo de ver.
 
Mas quando decido escrever este post, apenas para mostrar como pouco mudou em 20 anos no futebol português, vou à net para recordar o que aconteceu até ao fim do jogo.
 
E o que aconteceu foi que um Benfica reduzido a 10 e a perder 0-1 contra uma equipa para a qual tudo valia, teve a raça e a fortuna de empatar nos últimos minutos. Aguentámos até ao fim o empate e, como o jogo era para a Taça, recebemos depois o Porto e vencemos. Acabaríamos por vencer a Taça nesse ano.
 
Apesar do grotesco do comportamento dos jogadores e público do Porto, apesar de uma arbitragem incapaz de ser imparcial face à insuportável pressão, os nossos jogadores não se deixaram vergar e tiveram o seu merecido prémio. Apesar de tudo o que se passava no campo e fora dele, aqueles nossos jogadores não tinham medo!
 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Altura certa para lançar Ivan

Ivan Cavaleiro está a mostrar ter não apenas qualidade mas mentalidade competitiva para ser jogador do Benfica.
Se há coisa que podemos aprender com o Sporting é que a aposta em jogadores jovens portugueses da formação dá resultados.
Com a lesão de Sálvio abriu-se um espaço na direita do ataque que permite a meu ver que se deem oportunidades a jogadores como Ivan. É um jogador trabalhador, com recursos técnicos, com espírito colectivo e sentido de baliza.
Jorge Jesus precisa de dar sangue novo a uma equipa que parece amorfa, apática. Cavaleiro é o tipo de jogador que, como se costuma dizer, mexe com o jogo. É jovem, é fisicamente bem dotado, tem recursos técnicos e irreverência.
O jogo da Taça é uma excelente oportunidade para o lançar.
De igual modo gostaria de ver Steven Vitória em acção. Luisão não vai para novo e o luso-canadiano precisa de começar a ter minutos na equipa principal para um dia se poder impor.
O Benfica precisa de ter uma identidade mais definida para poder ter um modelo de jogo minimamente estável e isso não se conseguirá fazer sem uma base de jogadores portugueses. A chegada de André Almeida à seleção é uma boa notícia, importando capitalizar este momento.
Quem conhece melhor os escalões jovens do Benfica afirma que para além de Ivan e de João Cancelo, existem outros jovens com capacidade de afirmação ao mais alto nível.
Está na hora de JJ assumir a aposta que o clube diz estar a fazer na formação. Aproveite a qualidade que lhe é oferecida pela equipa B e aposte nestes jogadores. Há alguma razão para o não fazer? Estamos à espera de quê? Temos medo de quê?
Não está a aposta o Sporting nos seus jovens a dar bons resultados? Não é Josué titular do Porto, tendo já chegado à seleção?
Pela minha parte estou seguro: esta fornada de jovens não deixará ficar mal o Benfica. Assim lhes sejam dadas as oportunidades que eles merecem e o espaço de crescimento de que precisam.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Portugal e o caminho para o Brasil

As equipas já classificadas para o Mundial de 2014 são as seguintes 21.


Bélgica (Europa)
Inglaterra
Itália
Alemanha
Suíça
Bósnia
Espanha
Holanda
Rússia
EUA (América do Norte e Central)
Costa Rica
Honduras
Brasil (América do Sul)
Colômbia
Argentina
Chile
Equador
Austrália (Ásia)
Japão
Irão
Coreia do Sul

Existem 11 vagas em aberto, 5 para África, 4 para Europa e 2 intercontinentais. Alguns jogos já estão definidos (em África até já se jogou a primeira mão dos playoffs), os outros (Europa) serão sorteados segunda-feira.


Nigéria-Etiópia (2-1)
Senegal-Costa do Marfim (1-3)
Camarões-Tunísia (0-0)
Egipto-Gana (1-6 - não se trata de um erro!)
Argélia-Burkina Faso (2-3)
(Entre parentesis estão os resultados da primeira mão)

Uruguai-Jordânia
México-Nova Zelândia

Cabeças de grupo da Europa:

Portugal 
Croácia
Grécia
Ucrânia

contra:

Roménia
Islândia
Suécia
França

Dois nórdicos e dois latinos, sendo a França a nossa besta negra e o adversário a evitar. A Islândia é evidentemente o adversário mais acessível, seguindo-se, em termos teóricos, a Roménia e a Suécia. 

Em termos de curiosidades, refira-se que o México se apurou in extremis para o playoff intercontinental, depois de uma fase de qualificação horrível em que apenas conseguiu duas (!) vitórias em 10 jogos, tendo despedido um treinador pelo caminho, e acabando por ficar atrás de EUA, Costa Rica e Honduras. Na última jornada, já em tempos de descontos, o Paraguai estava apurado, pois vencia os EUA por 2-1. No entanto, dois golos dos EUA aos 90+2 e 90+3 eliminaram definitivamente o Panamá e permitiram ao México (que perdeu com a Costa Rica) ir ao playoff. 

Outra nota para o Egipto, cuja crise política e social parece estar a afectar a equipa de futebol, trucidada pelo Gana na primeira mão do playoff (em África não há apuramentos directos dos grupos para o Mundial, tendo o primeiro classificado de cada um que defrontar o primeiro de outro, o que não deixa de ser sui generis. A África do Sul, organizadora do anterior mundial, não estará no Brasil, depois de ter ficado atrás da surpreendente Etiópia no Grupo A. Cabo Verde ficou em segundo no seu grupo (atrás da Tunísia), o que não deixa de ser um feito interessante para o arquipélago.

Os últimos destaques vão para algumas meias surpresas na Europa. Em primeiro lugar destaque-se a Bósnia que se qualificou pela primeira vez, sendo primeiro no grupo G que contava com Grécia, Lituânia, Letónia e Eslováquia. Depois a Bélgica, que parece de volta ao grupo das boas equipas europeias, com a geração de Witsel, Lukaku, Hazard, Kompany e Fellaini a prometer bom futebol. (Recorde-se que a Bélgica chegou a ser semi finalista, no México 86, onde contava com jogadores como Jean Marie Pfaff, Enzo Scifo e Eric Gerets). A Bélgica suplantou a Croácia, a Sérvia, a Escócia, o País de Gales e a Macedónia no Grupo A.

Pela negativa refiram-se as prestações da Sérvia (3ª no Grupo A com apenas 4 vitórias em 10 jogos), da Dinamarca (Grupo B, atrás da Itália, não estando nos playoffs por ter sido o pior segundo de todos), da República Checa (3º no mesmo grupo) e da Turquia. Por fim, refira-se que o grupo da Suíça era o pior de todos (Islândia, Eslovénia, Noruega, Albânia e Chipre), não se percebendo bem os critérios da UEFA.

Portugal poderia e deveria ter feito melhor, sobretudo contra a Irlanda do Norte (uma equipa muito fraca, quase semi-amadora) e Israel nos jogos em casa. Em ambos os casos empatámos 1-1, perdendo 4 pontos que nos custaram o primeiro lugar. Veremos se nos playoff ainda podemos emendar a mão mas é preciso perceber que, com excepção da Islândia, qualquer um dos outros adversários tem possibilidades de nos eliminar.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Selvageria na Luz

Há dois dias um jogador de basquete de um clube da Maia estava a jantar no estádio da Luz quando foi abordado por um conjunto de indivíduos que lhe despejaram o seu prato de sopa pela cabeça. Posteriormente, o jogador Nuno Marçal e os seus colegas abandonaram o local sob escolta policial. 

Importa referir que o Maia e outras equipas ali se encontravam no âmbito do troféu António Pratas, que o Benfica organizou no seu pavilhão. O restaurante em causa, dentro do complexo do Estádio, foi o que foi indicado aos atletas pela federação, naturalmente sob orientação do Benfica.

Trata-se evidentemente de um acto inqualificável, que supostamente foi uma represália pelo papel desempenhado por Marçal aquando das tristes cenas no "dragão-caixa" quando o Benfica ali venceu o campeonato de basquetebol. Na altura o jogador era capitão do Porto.

O que diríamos nós se isto acontecesse a um nosso jogador no Porto? O que dissemos - e bem - sobre os acontecimentos no basquete, no hóquei e, claro está, no futebol aquando das últimas visitas do Benfica?

Seria pois muito triste que aquilo que era condenável ontem passe a justificável hoje, apenas porque da outra vez nos calhou a nós e agora calhou aos outros.

Um Benfica que não defenda os valores da lealdade, do desportivismo e da educação deixa de ser o clube que mereceu o nome de glorioso e torna-se naquilo que tanto denunciou e criticou nos outros que acham que vale tudo. O que mais me espanta e entristece é que há gente que acha que assim é que estamos bem. Não demonstram ser em nada diferentes daqueles que tanto criticam. 

Eu também critico, mas critico precisamente por acções como estas (e outras). Nessa medida condeno em absoluto o que se passou e considero que o Benfica deveria tomar medidas veementes para reparar o que foi feito e evitar que algo de semelhante se possa voltar a passar. É triste, é vil, atacar quem se recebe e janta em sua casa. Seja ele quem for. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Conseguirão os jogadores do Benfica ser campeões?

Que as coisas não começaram bem é algo que já sabemos e que só pode ter surpreendido quem anda mesmo muito desatento.
Alertei para que assim ia ser - e não precisei de recorrer a nenhuns dotes de adivinhação para o conseguir.
Como em tempos escrevi, o desastre anunciava-se, era tudo muito previsível.
Cumpridas 7 jornadas, o Benfica está a 5 pontos do Porto e a 3 do Sporting.
Olhando para as últimas épocas (nas quais nem avanços de 4 e 5 pontos à entrada para a segunda volta foram suficientes para sermos campeões) somos levados a crer que o campeonato está perdido.
Mas será mesmo assim?

Creio que o Benfica tem ainda possibilidades de vencer. Embora algo remotas, elas alicerçam-se no seguinte: a meu ver, o Benfica é o clube português que tem o melhor plantel e o maior número de soluções. E por vezes é o melhor plantel - aquele que tem mais qualidade - que acaba por vencer. Tal acontece quando os jogadores, apesar de toda essa qualidade, se vêm numa posição desfavorável e se sentem feridos no seu orgulho. Nessas ocasiões existem momentos em que se dá um "click", como se costuma dizer, momentos-chave nos quais os jogadores chamam a si a responsabilidade pelos destinos da equipa, sendo capazes de se unir e levar o clube à vitória.

Em relação ao ano passado, o Porto perdeu Moutinho. É verdade que contratou outros jogadores, mas nenhum com a mesma categoria. A dinâmica do meio campo do Porto e o equilíbrio da equipa não são os mesmos. Para o ataque, o Porto contratou vários jogadores, alguns interessantes, mas nenhum fora de série. A equipa mantém por isso sensivelmente a mesma qualidade, destacando-se obviamente Jackson. Para  seu substituto contratou Ghilas. Os jogos já disputados permitem-nos afirmar que o Porto não está mais forte, provavelmente está mesmo mais fraco e menos seguro no seu jogo do que no ano passado.

Este ano temos aparentemente o Sporting de volta ao quadro de candidatos. São boas notícias em termos de competitividade. Não me parecendo este Sporting ainda capaz de ser um candidato credível até ao fim, dará certamente problemas aos outros e será um factor de incerteza no campeonato que não permitirá ao Porto "concentrar-se" exclusivamente no Benfica. Um Sporting com voz própria não deixará além disso certamente de denunciar benefícios claros de arbitragem ao Porto, sobretudo nos jogos entre ambos, o que é bom para o Benfica que no passado recente tem estado sozinho nessa denúncia.

Estas circunstâncias criam uma janela de oportunidade. Regressando ao ponto de partida, considero que o Benfica tem um plantel bem mais forte do que no ano passado. Existem alternativas credíveis e Luisão e Garay, a Matic e Enzo e variadíssimas opções para o ataque que inclusivamente permitem adoptar diferentes "desenhos tácticos". Existe muita qualidade do meio campo para a frente e vários jogadores com classe suficiente para resolverem os jogos.

O Benfica está obviamente mais fraco do que no ano passado no que diz respeito à liderança, cada vez mais desgastada, quer de LFV quer de JJ. Daí os jogadores estarem de certa forma entregues a si próprios só eles de facto podendo conseguir dar a volta à situação. A qualidade existe e é até superior à da época passada, em que se esteve perto de ganhar. 

Tudo depende pois da capacidade destes jogadores em se unirem e remarem para o mesmo lado. Veremos se o querem fazer e se têm capacidade mental para o conseguir. Uma coisa é absolutamente certa: só vencendo o Porto para o campeonato (talvez mesmo nos dois jogos) isso será possível. Menos de 4 pontos nos jogos de confronto directo equivalem a perder de novo o campeonato. A isso terão que acrescer 6 pontos contra o Braga e 3 contra o Sporting na Luz (já empatámos em Alvalade). Tudo o que fique aquém disto será provavelmente insuficiente para ser campeão.

Benfica-Braga (10ª jornada, 24/11)
Benfica-Porto (15ª jornada, 12/1/2014)
Benfica-Sporting (18ª jornada, 9/2)
Braga-Benfica (25ª jornada, 30/3)
Porto-Benfica (30ª jornada, 11/5)

Impossível? Certamente que não, apesar nunca ter sido alcançado nestes 4 anos. A palavra está do lado dos jogadores.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Das arbitragens - pela ÚLTIMA VEZ

Entendamo-nos de uma vez por todas: as arbitragens protegem o Porto a um nível quase inacreditável e uma parte muito considerável dos seus sucessos deve-se à adulteração da verdade desportiva por parte dos árbitros. Mais: muitos dos árbitros actuam desta forma de uma maneira consciente, deliberada. Quem quiser ver as coisas objectivamente não pode deixar de reconhecer que é assim.

Num campeonato, o Porto é objectivamente prejudicado em 1, 2 jogos no máximo. E é beneficiado em talvez dois terços dos jogos restantes. 

É RARÍSSIMO (acontece nos tais um ou dois jogos por época) o Porto ter uma expulsão ou um penalty contra quando um jogo está empatado ou o Porto vence por uma bola. É QUASE UMA IMPOSSIBILIDADE ESTATÍSTICA. E isto apesar de se saber que os jogadores do Porto usam de uma agressividade muito acima da média!


Já O CONTRÁRIO - O PORTO SER BENEFICIADO QUENDO UM JOGO ESTÁ EM ABERTO - ACONTECE INÚMERAS VEZES. Diria mais: ACONTECE EM GRANDE PARTE (SE NÃO A MAIORIA) DOS JOGOS EM QUE O PORTO ESTÁ A TER DIFICULDADES NO JOGO.


Esta realidade é absolutamente indesmentível por quem é intelectualmente honesto. Claro que é muito difícil ou quase impossível levar um adepto do Porto a admiti-lo. Ninguém pode viver numa contradição interior tamanha: festejar títulos (e são muitos de facto) e ao mesmo tempo sentir-se "culpado" pela forma como eles são alcançados. A psicologia explica os mecanismos através dos quais as pessoas resolvem isto. Há uma negação, um bloqueio mental que entra em acção quando o Porto é beneficiado. É como se os seus adeptos não vissem estes benefícios - mas não vissem MESMO. De certa forma podemos até dizer que não o vêm. Por outro lado, os adeptos do Porto são muito fanáticos, o que agudiza este estado de coisas e - é importante sublinhá-lo - muitos deles nem são grandes amantes de futebol. Isto pode parecer uma coisa estranha, mas existem muitos portistas que vivem o futebol não tanto pelo jogo mas pela alegria e orgulho que as vitórias lhes propiciam. O futebol é de certo modo um instrumento do amor à sua cidade (que muitos chamam bairrismo) e não algo que se aprecie por si mesmo. Há muito fanatismo mas não há tanta paixão como a que existe entre os adeptos do Sporting ou do Benfica. Se o Porto começasse a perder, o seu estádio rapidamente se esvaziaria e uma parte considerável dos seus adeptos afastar-se-ia rapidamente do futebol. Disso não tenho a menor dúvida.

Passemos ao Benfica.

É um lugar comum dizer que os grandes são beneficiados. A verdade porém é que, ainda que o Benfica possa ser aqui ou ali beneficiado (estou-me a reportar ao período dos últimos 25 a 30 anos), é muito mais flagrante e frequentemente prejudicado. Existem blogs que o demonstram de forma objectiva (influência arbitral) e eu não farei aqui toda uma enumeração de jogos que sustentam o que digo. Aliás se o leitor quiser clicar no separador acima, relativo ao sistema, encontrará muitos casos ABSOLUTAMENTE ESCANDALOSOS em que as arbitragens, DELIBERADAMENTE, não tenho o menor pejo em afirmá-lo, prejudicaram o Benfica. A razão pela qual isto não é mais consensual na sociedade portuguesa e no meio futebolístico em geral, é porque os comentadores por regra se refugiam em lugares comuns como "os grandes são geralmente beneficiados", "no final do campeonato os prejuízos e benefícios equilibram-se", "quem ganha é porque foi melhor" e outros do género que lhes permitem fazer análises pseudo-doutorais mas que não têm qualquer correspondência com a realidade. 

Foi o Benfica beneficiado por algumas arbitragens nos últimos anos? Certamente, mas foi muito mais prejudicado, SOBRETUDO se compararmos com o que se passa com o Porto, que é o seu adversário directo. No tocante a jogos entre os dois, então, o balanço é ainda mais desequilibrado. Em jogos nas antas é rara a vez em que o Benfica não tenha um penalty ou uma expulsão contra, sendo a inversa completamente falsa. Pelo contrário, o Porto já "conseguiu" muitas vezes ser beneficiado na Luz e capitalizar esses benefícios em resultados que iam ao encontro das suas necessidades. 

As explicações para isto são múltiplas e também já abordei esse assunto, tendo-o até, creio, explicado em larga medida. Há razões para que as coisas sejam assim. Desse conjunto de factores resulta essa coisa a que chamo (em conjunto com muita gente) sistema. Direi apenas agora que praticamente NENHUM árbitro QUER FICAR ASSOCIADO A UM MAU RESULTADO DO PORTO. É um peso muito grande, que pode significar uma carreira mais curta, certamente de menor projeção e quase de certeza afastado dos jogos internacionais (onde os árbitros ganham mais dinheiro por apitar).

Proença, um mestre a gerir a sua carreira, é um dos que melhor percebe como as coisas funcionam e é por isso que faz o que faz, não apenas com impunidade mas mesmo com aplauso quase generalizado.

Mas aqui chegamos ao ponto principal, que constitui a razão pela qual eu há tempos disse que não aceitava mais desculpabilizações das derrotas do Benfica com base em "erros" dos árbitros.

O BENFICA NÃO PODE CONTINUAR A ACTUAR COMO UM COITADINHO. O Benfica é o maior clube português em termos de adeptos e sócios e tem capacidade para mudar o estado de coisas. Tem é que actuar de forma inteligente e veemente para conseguir resultados. Não é com apoios a Fernando Gomes e convites a Proença para ir ao Seixal dar explicações que o conseguirá. 

Não me peçam para vir aqui dar receitas. Já escrevi muito sobre o assunto e apontei coisas que era imperativo fazer. A errância e a falta de inteligência numa matéria tão estratégica são porém fatais perante um quadro tão adverso quanto o que enfrentamos. Não faz portanto qualquer sentido nós (blogs e adeptos) falarmos, berrarmos e chorarmos com a arbitragem quando a nossa direção nada faz que verdadeiramente se veja, parecendo aceitar o actual estado de coisas. 

A direcção do Benfica não pode comportar-se como se estivesse atada de pés e mãos e nada pudesse fazer. Tem que estar em cima dos acontecimentos, tem que saber quem são os observadores, que notas têm os árbitros que nos prejudicam com erros grosseiros, tem que requerer os relatórios, tem, enfim, que fazer MUITO MAS MUITO MAIS para defender os interesses do Benfica. Não pode estar de bem com Fernando Gomes e convidá-lo para ir a Paris quando as coisas são o que são.

Não se verificando isto, eu assumo que não falo de arbitragens.

Finalmente há outra coisa que os adeptos devem ponderar: o Benfica não pode estar à mercê de uma decisão arbitral desfavorável, não pode perder dois pontos em casa com o Belenenses apenas por o árbitro ter validado um golo ilegal ao nosso adversário. O Benfica teve tempo (e tinha mais do que obrigação) para ainda assim ter ganho esse jogo. A mentalidade dos coitadinhos é uma coisa que tem que ser completamente erradicada do Benfica! 

A terminar deixo uma pergunta: quando será que a nossa equipa entrará em campo mais motivada e determinada do que o Porto? É que eles, protegidos, têm que inventar inimigos imaginários para se motivar, ao passo que nós, prejudicados, temos razões reais para transformar a indignação em vontade de vencer...


A BenficaTV vale (mesmo) a pena

Habitei-me há muitos anos, por vicissitudes várias que para aqui não interessam, a assistir na TV a jogos da Liga Inglesa.

Depois da perda de qualidade da Liga Italiana, o calcio, as Ligas Espanhola e Inglesa tornaram-se as mais apelativas. O que se passou em Itália foi que as tácticas super-defensivas tornaram o futebol demasiado calculista e aborrecido. Em Inglaterra e em Espanha aconteceu o contrário: o futebol atacante começou-se a impor e os jogos tornaram-se cada vez mais entusiasmantes. O espectáculo começou a ganhar e estas ligas começaram a atrair mais receitas, conseguindo assim contratar os melhores jogadores que aos poucos de Itália se mudaram para Inglaterra e Espanha. Há uns 15/20 anos atrás o sonho de qualquer grande jogador era Itália. De facto, as principais estrelas do futebol mundial jogavam no calcio: os melhores holandeses, os melhores alemães, os melhores sul-americanos brilhavam nas equipas de topo, sobretudo o Inter, o Milan, a Juventus e o Nápoles. 

Hoje claro que não é assim. De Itália o domínio do futebol passou para Espanha, depois para Espanha e Inglaterra e neste momento, a meu ver para Inglaterra. Espanha tem duas das três melhores equipas mundiais (Barcelona e Real Madrid, à qual se juntam os bávaros do Bayern) mas a melhor Liga é a Inglesa. Isto porque em Espanha a disputa do campeonato (e da Liga dos Campeões) se limita àqueles dois, não tendo as outras equipas quaisquer hipóteses de competir ao mesmo nível, ao passo que em Inglaterra existem várias equipas de nível semelhante: Manchester United, Chelsea, Arsenal, Manchester City. 

Devido à espectacularidade do seu futebol, Inglaterra conseguiu atrair grandes receitas e com isso milionários que para lá levaram as principais estrelas.

Ronaldo não está mas esteve muitos anos, Messi nunca esteve e provavelmente nunca estará (os dois melhores do mundo em dois dos três melhores clubes mundiais), mas a "concentração" de estrelas na Premier League é enorme. United, City e Chelsea são obviamente os principais detentores destas vedetas, mas o próprio Arsenal, o Liverpool e até o Tottenham ou equipas menores como o Newcastle têm jogadores que, por exemplo, o Benfica, equipa média do futebol mundial, não poderia comportar em termos financeiros. 

Assim, Inglaterra acaba por ter a maioria dos clubes que compõem a élite do futebol mundial sendo o nível médio elevadíssimo. Acresce que em Inglaterra os estádios estão sempre cheios e o ambiente é frenético, o que confere uma enorme espectacularidade à Liga inglesa. 

Dito isto, a BenficaTV é um excelente negócio para quem a subscreve. Afirmo-o com toda a objectividade possível.

Para além dos jogos do Benfica em casa (que, confesso, não são o que mais me atrai neste momento) e da Liga Inglesa, a BenficaTV oferece aos subscritores o Brasileirão (que tem alguns bons jogos), a Liga grega (que, quando não há nada melhor para ver, também tem algum interesse), a MLS (EUA) e ainda as modalidades. Isto para além de outros programas, de debates e história do Benfica que são por vezes também interessantes. Acresce que a Liga Inglesa é transmitida em HD, o que eleva a qualidade da transmissão a um outro patamar, e que o nível da narração e dos comentários é bastante razoável. 

Por 10 euros, ter a melhor Liga do mundo e os outros produtos televisivos referidos é a meu ver um dos melhores negócios que o adepto de desporto e o benfiquista em particular pode alguma vez conseguir. Recomendo vivamente a quem ainda não tem.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Benfica precisa de seriedade e serenidade

Duas coisas que há muito não existem no clube.

Mozer, um dos últimos verdadeiros campeões que passou pelo Benfica, esteve ontem na Bola TV e teceu algumas considerações extremamente certeiras.

Mozer foi um central de eleição: rápido, excelente no desarme e quase imbatível no jogo aéreo, o brasileiro era um central que oferecia uma enorme segurança à equipa. Para além disso, Mozer impunha respeito dentro do campo: com ele ninguém brincava.

Uma das coisas que Mozer disse ontem foi que o que sobra hoje no Benfica em verborreia (somos os melhores, somos os que jogamos mais), falta depois em: disciplina e rigor, segurança no jogo, resultados.

Olhemos objectivamente para os últimos anos do Benfica e reflitamos: esta equipa do Benfica dá-nos segurança? Para mim a resposta é óbvia.

O Benfica pode até ter entusiasmado (e entusiasmou de facto, com muitos golos e espectáculo) no último ano em que foi campeão (2010). Mas nunca demonstrou ser uma equipa verdadeiramente sólida, que oferecesse segurança. O Benfica jogava numa vertigem quase louca, que a velocidade de Di Maria e Coentrão, as tabelinhas de Aimar e Saviola, o fulgor e a presença de Javi Garcia, o pulmão de Ramirez e a efusividade de David Luiz permitiam. Mas era uma equipa que parecia sempre no fio da navalha, que não descansava os adeptos. Mesmo a ganhar por 2-0 temíamos sempre que o jogo se pudesse complicar. 

A melhor demonstração de que mesmo esse melhor Benfica de JJ era pouco confiável em termos de controle de jogo e capacidade defensiva veio nos jogos mais difíceis, nomeadamente em Anfield Road (em que perdemos 4-1), em Braga (onde perdemos 2-0) e nas antas, em que perdemos por 3-1 quando jogámos grande parte da segunda metade do jogo contra apenas 10. E, recorde-se, o treinador do Porto era Jesualdo que não se tornou famoso pela sua ousadia...

Mesmo então, o Benfica sofria golos desnecessários. Na primeira jornada foi uma aflição para empatar com em casa o Marítimo, como mais à frente no campeonato o foi para empatar em Olhão. Contra a Naval (para além do jogo em casa em que vencemos com um golo aos 90 minutos) no jogo da segunda volta aos 12 minutos o Benfica perdia por 0-2. Teve depois a enorme capacidade de dar a volta e vencer por 4-2. 

A qualidade existia, isso é indesmentível. Agora mesmo nessa altura o Benfica não demonstrava aquela segurança, aquela confiança das equipas campeãs, que ganham com regularidade e naturalidade.

E nos anos seguintes, com menos qualidade devido à saída de jogadores fundamentais, os problemas agravaram-se e a insegurança aumentou. Em 2010/11 iniciou-se a época a perder a supertaça para o Porto, o campeonato a perder em casa com a Académica e levou-se 5 no porto para acabar logo com as dúvidas sobre o campeão ainda na primeira volta. Mas, por incrível que pareça, o pior ainda estava para vir. Num prenúncio do que se passou esta época, em poucas semanas o Benfica: permitiu que o Porto vencesse e assim conquistasse o título no Estádio da Luz (com a agravante de ter assim permitido que o Porto fosse campeão invicto - feito que nos pertencia - nessa época); perdeu a possibilidade de estar na final da Liga Europa, sendo eliminado nas meias finais pelo Braga; perdeu a possibilidade de estar no Jamor, depois de ter vencido 2-0 nas antas, perdendo 3-1 em casa contra o Porto também nas meias-finais! Foi a época em que estivemos nas meias-finais...

Depois perderam-se mais dois campeonatos, desperdiçando avanços de 5 e 4 pontos de avanço a que acresce tudo o que de mais se passou no ano passado. 

A verdade porém é que este Benfica, mesmo quando parecia lançado para ganhar tudo, não inspirava muita confiança. Essa é a realidade. Nós apoiávamos, "acreditávamos" e tudo mais - mas estávamos sempre, como se costuma dizer, com o credo na boca. Temíamos que a qualquer momento a equipa vacilasse. Ainda por cima sabendo-se do papel das arbitragens em Portugal, que é o de "equilibrar" as coisas quando o Benfica está muito forte e prejudicar objectivamente a nossa equipa quando damos qualquer sinal de fragilidade. 

O Benfica de JJ tem sido mais forte do que o do passado imediatamente anterior (isso é indiscutível) mas não está ao nível do Benfica campeão que impunha respeito em todos os campos do País pela categoria e postura dos seus atletas e dirigentes. 

A este Benfica faltam várias coisas, nomeadamente disciplina, como Mozer referiu, rigor, seriedade e serenidade. Não duvido que se trabalhe e que se faça o melhor que se sabe, mas sem confiança (que não se pode confundir com arrogância, vaidade ou soberba), sem seriedade e sem serenidade, não se conseguem os resultados pretendidos. 

O Benfica continua a não olhar para os seus erros e insuficiências, quanto mais a corrigir seja o que for. O Benfica de hoje não é é sério ao reconhecer as suas próprias limitações e corrigir o que está mal, preferindo fugas para a frente constantes, numa vertigem de contratações, de mudanças, de ziguezagues na sua postura e na sua estratégia, que não permitem a estabilidade que se diz pretender. As pessoas até se podem (no caso de Vieira e Jesus) manter há vários anos mas por diferentes razões está-se sempre a começar quase do zero.

Aquilo que hoje sobeja em promessas vãs e auto elogios, escasseia em resultados. E não vejo modo destes protagonistas alterarem o corrente estado de coisas. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Premier League, dia 7 - boa semana para Chelsea



O Chelsea venceu um jogo que esteve muito complicado e ganhou pontos ao Tottenham e ao Arsenal, tendo subido 3 posições na tabela. A equipa de Villas-Boas foi goleada (0-3) em casa pelo West Ham do experiente técnico Sam Allardyce (também conhecido como "Big Sam") e o Arsenal deixou-se empatar no terreno do WBA, assim quebrando um ciclo de 8 vitórias consecutivas em jogos fora. O Liverpool venceu com autoridade o Crystal Palace e os dois Manchesters também venceram, depois de terem estado a perder. O Tottenham acaba assim por ser o grande penalizado da jornada, tanto mais que jogava em casa e, em caso de vitória, estaria agora em 1º lugar, juntamente com Arsenal e Liverpool.

A equipa de Mourinho foi a grande beneficiada da jornada e está de novo com a liderança à vista. Num jogo em que entrou muito bem e podia ter resolvido ainda na primeira parte, contra um adversário relativamente fraco que faz da alma e do futebol simples, rápido e directo os seus principais argumentos, o Chelsea viu-se em apuros inesperados quando, já bem dentro da segunda parte, o Norwich empatou.

Chegou-se a temer o pior para a equipa londrina, tanto mais que a equipa da casa, fortemente apoiada pelo seu público, cresceu e se tornou cada vez mais ameaçadora. O Chelsea estava ademais "proibido" de perder pontos, face às vitórias de sábado de Liverpool, United e City. A estrela de Mourinho voltou porém a brilhar: sem desesperar, o manager do Chelsea tirou Demba Ba, que até fizera uma boa partida como único avançado fixo, para colocar em campo Etoo, lançando depois Hazard e o brasileiro William. Estes dois últimos viriam, num minuto, a fazer 2 golos. Primeiro foi Hazard, num mortal contra-ataque resultante de um canto favorável ao Norwich, a marcar, num autêntico frango do guarda-redes opositor. Bola ao centro e de imediato novo golo do Chelsea, desta vez num grande remate de William. Em momentos de dificuldade, o treinador português realmente não se desconjunta e as suas opções acabaram por resolver a partida. Esta vitória foi muitíssimo importante e certamente dará muita moral à equipa. Grande jogo de Ramirez e David Luiz. Este último, estar envolvido na jogada do golo do Norwich, deu imensa alma e força à sua equipa, ao passo que Ramirez deu a sua habitual força ao meio-campo londrino, a jogar no meio, atrás e à frente.

O Liverpool, jogando antes, resolveu rapidamente o seu jogo, através de excelentes combinações no ataque, com a qualidade de Suárez, Sturridge e Moses a sobressair. Com um interessante esquema de 3 defesas, a equipa dominou completamente o meio campo e os seus avançados fizeram o resto. Aos 17 minutos o resultado era já de 2-0 (Suárez e Sturridge) e aos 38 de 3-0 (Gerrard, de penalty). Depois disso a equipa desacelerou e o Palace acabaria por chegar ao golo de honra num cabeceamento resultante de uma bola parada. Vitória sem contestação e o melhor arranque de campeonato do Liverpool nos últimos anos. Caso a equipa consiga manter-se consistente e confiante poderá ser um caso sério.

Quanto aos Manchesters tiveram jogos diferentes, apesar de ambos terem começado a perder. A jogar em casa, o City sofreu um golo cedo do Everton, que iniciou a jornada na 4ª posição e sem derrotas, à frente do seu adversário na partida. No entanto o City dominou  a partida e chegou à vitória (3-1) sem surpresa, depois de ter dado a volta ao marcador ainda na primeira parte. Já o United venceu o lanterna vermelha num jogo que esteve bastante difícil e que foi desbloqueado por Januzaj, belga de origem kosavar de apenas 18 anos que ameaça vir a ser a nova estrela da equipa. Não apenas pelos golos mas pelo seu futebol de grande classe e maturidade, o jovem jogador foi a figura da partida e salvou para já um Moyes em grandes dificuldades para dar dinâmica à sua equipa. É preciso ver que o United continua a contar com jogadores de imensa classe, como Van Persie, Rooney, Nani e Evra, entre tantos outros, pelo que, apesar do impacto da saída de Ferguson, se esperaria bem mais da equipa. Apesar da vitória, o United continua a 6 pontos da liderança e caso a equipa não melhore substancialmente perderá certamente muitos mais pontos.

Quanto ao Arsenal, empatou no terreno do West Bromich Albion, num empate que se ajusta ao que se passou, embora a equipa da casa (que marcou primeiro) pudesse ter feito o 2-0 e quase resolver a partida no início da 2ª parte. O WBA venceu na passada semana o United em Anfield, pelo que já demonstrou ser uma equipa difícil de defrontar. Wenger estava satisfeito pelo resultado e por se manter na liderança, agora em igualdade pontual com o Liverpool.

Em resumo, foi uma excelente jornada para o Chelsea. Venceu fora um jogo difícil e viu o Arsenal perder pontos, beneficiando ainda das derrotas do Everton e do Tottenham para subir na classificação e estar agora com a liderança à vista. Também o City teve uma boa jornada, derrotando o Everton de Martinez e aproximando-se do topo. Para o Tottenham a desilusão foi completa. Perder 0-3 em casa contra uma equipa que tinha vencido apenas na primeira jornada e depois acumulara 2 empates e 3 derrotas nos jogos seguintes, é no mínimo surpreendente. É verdade que a equipa não foi feliz e que os dois primeiros golos do West Ham foram pelo contrário um pouco de sorte mas isso não explica tudo. Sofrer 3 golos em 12 minutos (entre os 66 e os 78 minutos) não pode deixar de fazer pensar Villas-Boas. Mais uma vez se demonstra que os exageros da imprensa portuguesa em relação à alegada excelência do trabalho do treinador português não se justificam.

A Premier League interrompe-se agora um fim de semana, tal como todas as outras ligas europeias, para os compromissos das selecções. Quando voltar, a 19, teremos uma jornada em que o principal jogo é o Newcastle-Liverpool. Para os "reds" será um bom teste, num terreno habitualmente difícil. Para manter o bom momento e começar a acreditar que poderá ser possível manter-se no topo da classificação, o Liverpool deverá vencer esta partida. Quanto aos outros candidatos, têm jogos relativamente fáceis: o Arsenal recebe o Norwich, o Chelsea o Cardiff e o United o Southampton, ao passo que o City vai ao terreno do West Ham. O Everton recebe o Hull City e o Tottenham vai ao sempre difícil estádio do Aston Villa. Everton e Spurs terão que ganhar para não perderem o comboio da frente.






quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Demasiado previsível - eu avisei...

Estamos só no início de Outubro e Jorge Jesus já está por um fio.
Era previsível, demasiado previsível.

TUDO foi feito de forma errada - tudo! E o principal culpado é Luis Filipe Vieira.

Eu não digo que Vieira seja culpado por ser negligente. Eu creio que ele faz o melhor que sabe. 

Simplesmente é incapaz de, no actual contexto, que todos reconhecemos ser de grande adversidade e de controlo do futebol (e não só) por parte do Porto, inverter as coisas.

Os erros são demasiados e demasiado óbvios. Eu venho alertando aqui há MESES para eles.

1. Renovação de Jorge Jesus

Que sentido teve aquela telenovela?

A renovação de Jorge Jesus, se era para consumar, tinha que se materializar LOGO APÓS O JOGO COM O ESTORIL. PARA dar força ao treinador e estabilidade ao grupo de trabalho. IMEDIATAMENTE ANTES DA IDA AO DRAGÃO.

Assim não foi.

Como se não bastasse, após a derrota com o Chelsea e antes da disputa da terceira final, a do Jamor, Vieira veio dizer que a continuidade de Jorge estava assegurada e não dependia dos resultados. Como???

2. Final do Jamor

Era ABSOLUTAMENTE IMPERATIVO VENCER ESSE JOGO. Escrevi aqui, com todas as letras, QUE NÃO VENCER UM GUIMARÃES DE TERCEIRA CATEGORIA TERIA QUE TER CONSEQUÊNCIAS. Alguém teria que assumir as suas responsabilidades. Jorge Jesus deixaria de ter condições para continuar ou, pelo menos, teriam que se verificar mudanças radicais e estruturais no futebol do Benfica. Lamento dizê-lo mas o Porto NUNCA perderia uma final daquelas. NUNCA. É por estas e outras que o Porto já é o clube com mais troféus do futebol nacional e o Benfica não venceu praticamente nada nos últimos 20 anos. 

3. Pré-época.

Adverti que o descalabro era certo se se continuasse a verificar um padrão de desresponsabilização, falta de estratégia e bazófia.

Depois de perder tudo, os poderes de Jorge Jesus foram reforçados e os disparates continuaram a sai-lhe da boca para fora. Deu entrevistas a dizer que tínhamos feito uma grande época, falou de hegemonia... Como se não bastasse, há dias Vieira veio falar na conquista da Liga dos Campeões...

Adverti em tempo que se deveria reforçar pontualmente a equipa nos sectores carentes (meio campo e defesa) e manter a solidez do plantel nas outras posições. O que se fez? Contrataram-se jogadores às dúzias, criando problemas onde não existiam (com excesso de jogadores para as posições atacantes, levando à desmotivação de todos por não jogarem os minutos que ambicionavam e à falta de rotinas) e mantiveram-se os problemas: lateral esquerda e meio-campo defensivo. Nos últimos dias do mercado foram-se buscar os jogadores de que realmente precisávamos (Fedja e Siqueira) que naturalmente não tiveram tempo suficiente para se integrarem. É o 3º ano seguido em que esta política de contratação perfeitamente demencial se verifica.

4. Caso Cardozo

Inacreditável. Nem merece muitos comentários. Integrado à força à última da hora, depois de um caricato remake do programa "Perdoa-me", versão BenficaTV, os resultados estão à vista.


Ao fim de tantos anos, o padrão está visto, como disse antes. LFV já não tem mais para dar ao Benfica. A única hipótese que ele tem de fazer o Benfica campeão novamente é os nossos adversários serem muito fracos, andarem muito, mas mesmo muito, para trás.

A 5 de Agosto escrevi aqui que ou alguém punha ordem no Benfica ou o descalabro era certo. Neste momento a equação é outra: ou aparece um grupo de benfiquistas responsáveis, liderado por uma figura credível, respeitável e capaz de liderar o clube, que se constitua como alternativa e rapidamente tome conta dos destinos do Benfica, ou arriscamo-nos a voltar aos piores tempos de instabilidade e desgoverno, com o monstro do gigantesco passivo a pesar como um cutelo sobre o Benfica, à semelhança da situação do Sporting.