quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A qualidade do plantel do Benfica

A frase de Luis Filipe Vieira gerou polémica: "temos o melhor plantel dos últimos 30 anos". O facto da época não ter começado da melhor forma, levou a que esta análise fosse muito criticada e até ridicularizada.

De facto, a frase não é muito feliz, sobretudo porque 30 anos abrange a década de 80 na qual o Benfica teve grandes plantéis que ganharam muita coisa, algo que este ainda não alcançou de todo. Plantéis onde se incluíram símbolos do Benfica como Bento e Humberto Coelho (embora este em fim de carreira) e jogadores como Shéu, Chalana, Nené, Diamantino, Carlos Manuel, Maniche, Álvaro e Veloso no início da década. Depois houve o plantel de 88/89, em que a dupla de centrais foi a melhor que vi jogar: Mozer e Ricardo; e onde figuram nomes como Veloso, Vitor Paneira, Valdo, Magnusson, Vata, Pacheco, Diamantino, Elzo, Chalana, Hernâni, Álvaro, Samuel, Garrido e Shéu, entre outros. No início dos anos 90 também tivemos plantéis de enorme qualidade, onde figuraram Isaías, Schwartz, Rui Costa, João Pinto, Paneira, Rui Águas e depois, conforme o ano, Futre, os russos, Paulo Sousa... 

Depois disso sobreveio uma verdadeira catástrofe: Artur Jorge. O plantel campeão do Benfica foi desfeito e nos anos subsequentes sujeito a novas e anuais revoluções.

Ora uma análise fria e objectiva mostra-nos que o Benfica tem de facto um dos melhores plantéis dos últimos anos, provavelmente desde que se desfez a equipa vencedora de 1993/94.

Em termos de um 11, com toda a probabilidade tivemos melhor equipa em 2009/2010: David Luiz, Coentrão, Aimar, Javi Garcia, Saviola... Mas em termos de plantel, este é certamente o melhor da era Vieira e possivelmente, repito, desde 94.

Com efeito, da fome passámos à fartura. Se nos últimos anos não tínhamos defesa esquerdo, este passámos a ter dois (Cortez e Siqueira) e mais duas opções como adaptados (André Almeida e Sílvio). Se não tínhamos suplentes no meio campo passámos a ter Fedja, Djuricic, André Gomes (agora de forma mais consistente) e Rúben Amorim. No ataque também são múltiplas e boas as soluções.

O Benfica tem um grande plantel em qualidade e quantidade, o que se passa é que Jorge Jesus ainda não conseguiu tirar o máximo partido de tantas soluções. Os sérvios tardam em afirmar-se, embora a sua a qualidade seja visível. As lesões de Sálvio, Rúben e agora Cardozo, bem como a baixa de forma de Matic (no início da época) e de Lima, não têm permitido que a equipa atinja consistência e estabilidade num patamar elevado de qualidade de jogo. Temos visto boas exibições alternarem com jogos sofríveis.

O plantel do Benfica tem qualidade e tem profundidade. Ainda ontem foi notório como existem soluções não apenas em qualidade e quantidade mas em variedade, isto é que permitem ao treinador aplicar diferentes modelos e soluções.

Por exemplo, Fedja é um excelente jogador que permite que a equipa jogue com um trinco ou num meio campo de 3 como ontem. Amorim também permite um outro meio campo de 3 com Matic e Enzo. Djuricic também, dando a esse meio campo uma configuração diferente.

De igual forma, Sulejmani é um jogador que permite um conjunto de soluções diferente dos outros avançados. Tem uma enorme qualidade de passe, é um excelente segundo avançado e pode jogar num esquema de 4-3-3.

Se este conjunto de jogadores se unir e se cada um deles trabalhar para a equipa e der tudo por ela, como temos visto nestes últimos jogos em que a inspiração não tem sido muita, se, finalmente, Jorge Jesus tiver cabeça e se deixar de egocentrismos, reconhecendo que as vitórias não sempre obra sua mas de todos, o Benfica tem as condições para ganhar tudo a nível interno. Assim os jogadores o queiram e JJ contribua. A qualidade é indiscutivelmente a melhor em Portugal.

O Porto não tem plantel, quase nem tem equipa. A arma do Porto nos últimos anos tem sido a sua união, coesão e organização, mas pelo menos esta última tem sido esfrangalhada por Paulo Fonseca que (estou quase certo) voltará no imediato ao esquema do seu antecessor (que tão insultado e desvalorizado foi mas que não era tão mau como o pintavam: percebia o que tinha e tirava daquilo o rendimento máximo). O Porto tem hoje um grande ponta de lança (que sozinho não pode fazer tudo), dois jogadores acima da média no meio campo (um dos quais em fim de carreira), um extremo (Varela), dois laterais com muito pulmão e alguma qualidade e um guarda-redes que muitas vezes evita o pior para a sua equipa. De resto não tema mais jogadores de categoria no 11 e acima de tudo não tem alternativas nenhumas válidas. Na terça, necessitado de mudar o resultado, o treinador do Porto fez entrar Ricardo e Quintero...

O Sporting tem uma equipa razoável, com uma boa mistura de jovens e jogadores com algum valor mas está bastante longe da qualidade do plantel do Benfica.

A qualidade só não chega. Veja-se o exemplo dos "galácticos" do Real Madrid que a dada altura sofriam goleadas! Para além da qualidade é preciso organização, é preciso união e é preciso querer. O Benfica tem este ano condições para ganhar: tem muitos e bons jogadores para todas as posições, que inclusivamente permitem diversas variantes tácticas. Agora é preciso que todos remem para o mesmo lado. Quando olho para a atitude competitiva dos nossos jogadores - e tenho que destacar aqui, para além do capitão Luisão, Enzo Peres, Matic e Gaitan, que tantas vezes é acusado de indolência ou desinteresse do jogo e que tem sido um autêntico motor a levar o Benfica para a frente - penso que temos boas possibilidades. Assim haja critério na gestão deste vasto grupo de homens.


Rodrigo na 1ª vitória em Bruxelas

O Benfica conseguiu uma vitória importante e saborosa em Bruxelas, num terreno onde nunca tinha ganho e contra um adversário que nos provocou um enorme dissabor há 30 anos atrás.
Não existindo obviamente comparação entre essa equipa e esta (o futebol mudou radicalmente desde a lei Bosman, que só beneficiou os mais ricos), penso que terá havido alguma desvalorização deste adversário, induzida por resultados e prestações de facto muito fracas. 
O que a meu ver, o que poderá ter acontecido nas primeiras jornadas (em que perdeu com PSG 0-5 e com Olympiacos 0-3) é que nessa altura, acreditando na qualificação e não tendo muita experiência de Champions, a equipa belga jogou de igual para igual com os seus adversários e tentou mesmo e assumir o controlo dos jogos em sua casa contra aqueles adversários, pagando depois um elevado preço. Diz quem viu que o jogo Anderlecht-Olympiacos foi de grande domínio dos belgas, tendo depois os gregos marcado em contra-ataque, numa demonstração do futebol cínico que já bem conhecemos.
O futebol belga é pelo contrário franco e agressivo, o que constitui o seu mérito e a sua fraqueza, que ontem ficaram bem patentes. Não tenhamos porém dúvidas: esta equipa é bem mais forte do que o Áustria de Viena...

Já o Benfica, percebendo que em casa o Anderlecht seria agressivo e pressionante, optou por lançar Fedja para acompanhar Matic e Enzo, opção que foi criticada por alguns especialistas mas que a mim me parece correcta. Havia que ocupar os espaços e não permitir que o adversário embalasse. Penso que isso foi parcialmente conseguido. O golo dos belgas surgiu um pouco num vazio, sem que o jogo o justificasse. 

É verdade que a equipa não teve depois muita fluidez mas isso também já aconteceu contra o Braga e em alguns outros jogos nos quais o desenho de meio-campo não foi este. Penso que há que dar alguma margem para este trio poder evoluir, pelo menos em jogos de maior grau de dificuldade. Matic e Fedja já jogaram juntos na Sérvia pelo que existe compatibilidade. Se se verificar no futuro que isso é prejudicial à equipa, deve-se mudar, mas a meu ver a prova não está ainda feita. Pelo contrário considero que há potenciais benefícios em termos da coesão defensiva mesmo que ontem eles não tenham sido muito evidentes.

Depois do Benfica ter dado a volta ao jogo, devendo ser destacado o grande golo de Gaitan, tivemos mais algumas oportunidades para "matar" definitivamente o jogo, algo que não conseguimos e que poderia ter saído caro: numa demonstração de um futebol agressivo e objectivo, o Anderlecht marcou numa jogada simples e directa. O sonho da Liga dos Campeões parecia acabar ali.

Nos minutos finais surgiram dois jogadores que indiscutivelmente têm qualidade e em quem continuo a depositar esperança: Rodrigo evidentemente, mas também Sulejmani. Deste último saíram um conjunto de assistências que bem demonstram a sua qualidade no último passe. Espero sinceramente que o Benfica possa tirar muito mais partido da sua técnica e da sua classe. 

Quanto a Rodrigo, apesar de feliz na forma como a bola entra, teve mérito de correr e acreditar e fico muito feliz pelo seu regresso aos golos, ainda para mais num jogo importante (só a última jornada dirá realmente o quão) e nos instantes finais do jogo. Espero que este seja o regresso de Rodrigo, que não era o mesmo desde San Petersburgo. 

Agora ficamos à espera de um milagre na última jornada, na qual o Benfica precisa de fazer melhor do que o Olympiacos. O Benfica recebe um Paris Saint-Germain milionário mas já qualificado, o Olympiacos recebe um Anderlecht pobrezinho e já eliminado. Como digo, seria preciso algo de muito especial para nos qualificarmos e realisticamente a Liga Europa é o destino mais provável. 

Mas seja como for, o Benfica tem obrigação de fazer um grande jogo e vencer. O Benfica é o Benfica, e essa realidade tem que ser demonstrada face a um adversário que faz parte dos "galácticos" de hoje em dia. O Benfica é o Benfica e isso equivale a que jogar no seu Estádio tenha que ser sempre temível para qualquer adversário. Com ou sem continuidade na Liga dos Campeões, a vitória é essencial.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Despedida da Liga dos Campeões

O Benfica joga hoje com o Anderlecht pouco mais do que a qualificação para a Liga Europa. Não me parece que valha a pena ter qualquer ilusão: para passar, o Benfica precisaria de fazer 6 pontos nestes dois jogos (o que é difícil mas possível) e esperar que o Olympiacos não vença nenhum (o que já é pouco plausível). Os dois factores combinados dão-nos uma esperança mínima: se ganhar os nossos jogos já se afigura difícil, uma não vitória do Olympiacos em casa contra o Anderlecht parece ainda menos realista...

Resta-nos por isso fazer a nossa parte, vencendo hoje o Anderlecht e colocar assim alguma pressão sobre os gregos, que muito provavelmente perderão esta noite em Paris. Depois é esperar pelo milagre...

Se ele não acontecer, como é o mais natural, voltaremos à Liga Europa, onde teremos alguma expectativa de poder novamente chegar longe e, quem sabe, vencer. Se isso hoje nos parece "pouco", em ano de final de Champions na Luz, é apenas porque estamos a muitos meses (e muitos jogos) de distância dessa final. Mas voltar a estar na final, que este ano se disputa em Turim, não seria certamente algo que os benfiquistas desdenhariam. 

Uma coisa me parece certa: o Benfica tem um excelente plantel, que não tenho nenhuma dúvida que é o melhor em Portugal e se pode considerar forte a nível europeu. Não estamos a um nível de Champions, isso é certo, onde equipas como Bayern, Real, Barcelona e City ditarão as leis dos seus milhões e plantéis fabulosos na fase decisiva, mas não estamos nada mal em termos do que poderemos chamar uma segunda linha de equipas.

Seja como for, importante agora é vencer o Anderlecht ou, no pior dos casos, não perder. Se assim for, a continuidade nas competições europeias fica desde logo assegurada através da Liga Europa. Com o plantel vasto e de qualidade que possuímos, não apenas temos soluções suficientes para disputar dois jogos por semana, como seria mesmo um desperdício de qualidade que tantos atletas ficassem relegados apenas para as competições nacionais.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

EPL - do momento do Arsenal ao afundamento do Tottenham

O Arsenal voltou a vencer, desta vez a equipa sensação do Southampton, mantendo-se firme na liderança. Não foi o melhor jogo do líder, que venceu graças a um erro inacreditável do guarda-redes, que se pôs a inventar com pseudo fintas a Giroud, que o desarmou com facilidade e rematou para a baliza deserta (o lance fez aliás lembrar o golo do Porto na Luz o ano passado graças a uma dupla intervenção desastrada de Artur) e a um penalty muito discutível. Foi porém suficiente para os 3 pontos que naturalmente é o que mais conta no futebol. 

Com o empate do Liverpool no derby da cidade, contra o Everton, o Arsenal aumentou para 4 pontos a sua vantagem sobre o 2º, posição que o Chelsea agora também partilha.

Em 4º vem o Manchester City, que esmagou no Domingo o Tottenham de André Villas-Boas por 6-0. O City está agora a 6 pontos do líder, na companhia do referido Southampton. Já os "Spurs" cairam para a 9ª posição e demonstraram sem margem para dúvidas que não são candidatos ao título e muito provavelmente não ficarão nos 4, nos 5 e se calhar nem nos 6 primeiros lugares. A jogar desta forma a equipa de Villas-Boas terá muitas dificuldades e não tardarão a ser-lhe assacadas justificações face a um investimento tão avultado em jogadores.

O Manchester United voltou a perder pontos, ao deixar-se empatar no terreno do Cardiff já em tempo de descontos, interrompendo uma série de 3 vitórias seguidas e perdendo a oportunidade de se aproximar do grupo da frente.

No Domingo estas duas equipas em sub-rendimento, Tottenham e United, encontrar-se-ão em Londres. Mas atenção, porque o United, apesar do empate em Cardiff, vem a melhorar a sua prestação, ao passo que com os Spurs parece passar-se o contrário. O Arsenal vai precisamente ao terreno do Cardiff e o Liverpool visita o terreno do Hull, a equipa em pior forma da Premier League: nos últimos 6 jogos fez apenas 4 pontos. O Chelsea recebe o Southampton, a tal equipa surpresa e o City recebe o Swansea, treinado por Michael Laudrup.

Recorde-se que o City tem 6 vitórias em 6 jogos em casa (estando a sua performance fora no extremo oposto: nos mesmos 6 jogos apenas 4 pontos), ao passo que o Chelsea tem 5 vitórias e um empate, concedido no último jogo em casa frente ao West Brom. Aliás, mais do que concedido, deve-se falar em conseguido, pois foi obtido já em descontos, na cobrança de um penalty inexistente.

Em resumo, mais uma jornada entusiasmante em perspectiva num campeonato em que todas as semanas há muito para contar.

Há uma linha que não pode ser ultrapassada

A tentativa clara do Porto em colocar um seu esbirro - Rui Pedro Soares - na presidência da Liga tem que ser travada!

O Benfica tem que delinear aqui uma linha vermelha que não pode de modo nenhum ser trespassada. Tem que usar todo o seu poder e influência para evitar que este atentado se materialize. O Benfica tem que pugnar pela transparência e imparcialidade dos orgãos directivos do futebol e não pode permitir que a liga seja instrumentalizada de forma absolutamente clara pelo FC Porto.

Já bem basta o que basta. Não podemos voltar aos piores tempos do passado. Voltarei a este assunto periodicamente pois ele reveste-se da maior importância e tem um conjunto de implicações que são vitais para o futebol. Quem controlar estes factores controla em boa parte o futebol português. Joaquim Oliveira sabe-o e por isso está a tentar esta manobra, o Benfica também e daí a decisão - que saudei desde o primeiro dia - de criar a Benfica TV. 

Permitir que o Porto destituísse esta Liga para colocar um seu peão no poder equivaleria a deitar borda fora todo o trabalho já feito e a ficarmos numa posição de perigoso equilibrismo e dependência do poder do sistema. Algo que todos os benfiquistas têm o dever de combater. 

Esta é a batalha mais importante dos próximos anos no futebol português!



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Modalidades à conquista de títulos

Porque o Benfica não é só o futebol, convém periodicamente fazer um ponto de situação das modalidades.

Como é do conhecimento de todo o benfiquista minimamente informado, no hóquei em patins o nosso clube conquistou recentemente a Taça Continental (equivalente à Supertaça Europeia no futebol), vencendo o Vendrell, e a Taça Intercontinental, vencendo o Recife. Duas importantes conquistas internacionais que se juntam ao título de Campeão Europeu (vencedor da Liga Europeia) conquistado com todo o brilhantismo no fim da época passada no ringue do Porto. Na edição deste ano da prova, o Benfica segue em primeiro do seu grupo com duas vitórias. No sábado, o Benfica venceu fora o Quévert da França por 5-4.

No campeonato, disputadas 4 jornadas, o Benfica está em 3º lugar com 10 pontos (3 Vitórias e 1 empate). Na última jornada, disputada na quarta-feira, vencemos o Juventude de Viana em casa por uns claros 10-4. A equipa está em grande forma, importando manter esta cadência de vitórias e conquistas. A qualidade e o espírito parecem estar lá. Na próxima jornada, já quarta-feira, vamos ao terreno do Tomar e sábado recebemos o Cambra.

No andebol, modalidade em que o Benfica tem apenas 7 campeonatos e 4 Taças (para além de 4 supertaças e 2 Taças da Liga), não sendo campeão desde 2008, a equipa parece este ano mais forte e está mesmo em primeiro lugar, embora o Sporting tenha um jogo a menos e o Porto dois. Neste momento nas competições europeias estamos a meio da eliminatória contra uma equipa húngara à partida mais forte. Na primeira mão perdemos em casa por um golo e a segunda disputa-se no sábado. Depois disso virá um jogo muito importante no Porto. Após vencer o Belenenses de forma concludente neste fim de semana (27-20), uma vitória sobre o Porto pode projectar a equipa para o tão ambicionado título, embora seja ainda cedo. O Benfica está a concretizar muitos golos, importando agora garantir segurança defensiva para passar este teste que, repete-se, é importante para as nossas aspirações. Na Taça, iremos disputar os 16s de final no Restelo.

No basquetebol, modalidade tradicionalmente mais forte do Benfica a seguir ao futebol (24 campeonatos e 18 taças, entre muitos outros títulos num total de 66), o Benfica está em primeiro a par do Guimarães, com 4 vitórias e uma derrota, estando apurado para os 8s de final da Taça. Esperam-se títulos até porque a nossa equipa é claramente a mais forte.

No Voleibol, o Benfica está em 2º, com 27 pontos em 10 jogos, a 3 do Fonte Bastardo. Neste fim de semana derrotámos o Castelo da Maia por 3-0 e depois o Guimarães, para a Taça, também por 3-0. Também aqui se espera que o nosso clube conquiste pelo menos um título maior.

Em relação ao futsal, nada se decidirá na fase regular, na qual o Benfica se encontra em 1º lugar, com apenas 1 empate e 1 derrota em 12 jogos. As decisões nesta modalidade ficarão para o fim, para os playoffs, mas naturalmente que a vitória sobre o Sporting em Loures (8-7) constitui um bom sinal, tal como a vitória sobre o Belenenses na semana anterior (4-1). Este ano teremos também que contar com o Braga que já nos derrotou. O último resultado foi uma vitória sobre o SL e Olivais por 5-2 no passado sábado.

Finalmente, embora não se tratando de uma "modalidade" suplementar mas de um campeonato paralelo e inferior, deixamos aqui também uma palavra acerca da equipa B. Na última jornada, esta nossa equipa secundária venceu a Oliveirense por 4-3. No entanto este jogo poderia e deveria ter sido bem mais tranquilo: o Benfica acabou a primeira parte a vencer por 3-1 mas deixou-se empatar e só nos últimos minutos alcançou o golo da vitória. Um "filme" parecido tinha acontecido duas jornadas antes, com a equipa a desperdiçar uma vantagem de 2 golos (3-1 e 4-2), acabando por empatar a 4 com a União da Madeira. O Benfica B tem mostrado alguma qualidade, sendo um espaço de crescimento a afirmação para muitos jovens talentos, como Bernardo Silva, João Cancelo ou Ivan Cavaleiro, bem como de rodagem de alguns jogadores da equipa A. No entanto por vezes haverá talvez demasiadas opções de onde resulta muita rotatividade e pouca rotina. Na defesa isso reflecte-se de forma mais visível. Parece-me porém que Hélder terá que trabalhar mais os aspectos defensivos. Somos a equipa com mais golos marcados mas apenas 3 equipas têm mais golos sofridos. O Benfica B está em 8º lugar, a 9 pontos do 1º (Portimonense) e atrás dos seus rivais B. Na próxima jornada, disputada quarta-feira iremos ao terreno do Feirense, actual penúltimo. 




Recuperação e um cabaz

O Benfica venceu por 1-0 o Braga num jogo sem grande brilho. Não nos podemos esquecer porém de que, para além de não ter JJ no banco, o Benfica não pode contar com: Sálvio, Cardozo, Rúben Amorim e Maxi Pereira. Acrescentando a isto a paragem demasiado longa no campeonato, era evidente que este jogo seria difícil. Tendo o Benfica ganho, conseguiu-se o mais importante.
Sem Cardozo, a equipa não é a mesma, sobretudo quando Lima atravessa um período de má forma e falta de inspiração. Markovic é um jogador que tem talento mas precisa de muito trabalho a vários níveis, nomeadamente físico, táctico e mental. A ausência de Sálvio claro que se faz notar, sobretudo quando, como foi o caso, não temos um lateral explosivo e atacante como Maxi Pereira. Sílvio é um jogador que tem as rotinas de lateral mas que esteve bastante mal na minha opinião a atacar, sobretudo nos centros. Sem Sálvio nem Maxi, a equipa perde muita da sua dinâmica na asa direita.
Depois temos a questão do meio campo e da alteração que  Jesus estava a implementar na equipa, através da polivalência e qualidade de Rúben Amorim. Mais uma vez, a lesão veio na pior altura, quer para o jogador, quer para a equipa.
Foi testado Djuricic, que é um jogador diferente. Não desgostei, penso que mostrou algumas das qualidades que lhe são reconhecidas. Precisa porém de mais rotina e mais andamento para ser uma opção mais constante. André Gomes poderá ser também alternativa para já não falar de Bernardo Silva que me parece poder vir a ser um caso sério no futuro caso tenha cabeça. 
Gaitan esteve bem mas teve pouco apoio para criar jogo. Para além de Enzo, quase ninguém o acompanhava e aos poucos foi perdendo um pouco a sua dinâmica. Siqueira é um jogador interessante mas que parece um pouco preso, sem grande capacidade de criar as roturas e os desdobramentos que normalmente caracterizam o jogo do Benfica pelas alas. Talvez esteja a ver mal, mas não me importaria, sobretudo em jogos em casa, de ver Bruno Cortez a titular.
Finalmente Matic acabou por decidir, numa noite de pouca inspiração, com um Braga muito recuado, em que o Benfica não parecia ter grande imaginação para desbloquear o jogo. Valeu a raça e a determinação de um jogador que curiosamente até aí nem estava a jogar particularmente bem. Matic estava a falhar alguns passes e a não contribuir para que o jogo da equipa fluísse. No entanto acabou por compensar com esforço e suor, fazendo um grande e decisivo golo, ele que nem costuma ter capacidade concretizadora.
Quanto ao Braga, não fez nem grande nem pequeno jogo. Fez um jogo normal em que praticamente se remeteu à defesa e em que dois grandes remates de fora da área em jogadas individuais que resultaram em bolas na barra deram a ilusão de mais do que o que o Braga realmente fez. A equipa treinado por Jesualdo defendeu bem mas pouco mais do que isso. 
O Benfica foi a equipa que tentou sempre ganhar o jogo. Fomos felizes porque não criámos grande volume ofensivo mas ainda assim o resultado pareceu-me justo. Numa prova como o campeonato, é certamente desejável jogar bem mas o que é obrigatório mesmo é vencer. Em jogos como o de sábado, quando a inspiração é pouca é preciso recorrer à força e à determinação para alcançar a necessária vitória. Foi isso que a equipa fez e, face às múltiplas ausências, merece ser elogiada por isso.
O Benfica está a um ponto do Porto e em igualdade com o Sporting, estando o campeonato totalmente em aberto.


2. No futebol, tal como na vida, existem altos e baixos. É importante saber lidar com ambos os momentos. Sem soberba na hora da vitória nem depressões na derrota.

Villas-Boas há três anos atrás vencia o Benfica e embalava para uma "época de sonho" na sua "cadeira de sonho". Na altura falava de Jorge Jesus do alto da burra, como se, aos seus 30 e poucos anos, já tivesse descoberto algum segredo que o seu colega desconhecia por completo. Desmerecia e descartava o trabalho de Jesus, como se se tratasse de algo ultrapassado e como se ele estivesse num patamar muito superior. Ontem levou mais uma lição, mais um banho de humildade. Foram 6. A zero.

PS - o Paços de Ferreira venceu o Belenenses por 1-0 e saiu da zona de despromoção. Acho que não preciso de dizer mais nada.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Seleções orgulham o País!

A jornada que se disputou esta semana pelas seleções nacionais foi gloriosa e orgulhou tremendamente todos os Portugueses.
Com toda a justiça ultrapassamos a Suécia e estaremos no Brasil, um feito muito importante, sobretudo se atendermos a que se trata do 4º mundial consecutivo em que marcaremos presença. O facto do mesmo se jogar no Brasil é um motivo de redobrada alegria. A forma como foi alcançado, com o brilhantismo de Ronaldo a atingir o seu pico desde que o madeirense representa a seleção, é um motivo adicional de alegria e regozijo.
Para além disso, os Sub-21 venceram em Israel, também com momentos de grande futebol e muitos golos. A exibição e o golo de Bernardo Silva, bem como os golos de Ivan Cavaleiro e André Gomes são notícias excelentes também para o Benfica. Agora sim a formação parece estar lançada e bem. O trabalho começa a dar frutos e deve-lhe ser dada continuidade. Assim temos futuro.
É verdade que na seleção principal tivemos apenas André Almeida entre os convocados, mas se olharmos para os 11 que entraram em campo, percebemos que nenhum jogador de campo actua no nosso campeonato: João Pereira (Valência), Pepe (Real Madrid), Bruno Alves (Fenerbahçe), Coentrão (Real Madrid), Miguel Veloso (Dynamo de Kiev), Moutinho (Mónaco), Meireles (Fenerbahçe), Nani (Manchester United), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Hugo Almeida (Besiktas). O guarda-redes Patrício  está no Sporting, que viu também ser convocado William Carvalho, ao passo que o Porto teve apenas Josué e Varela. 
Não é a situação ideal, nem desejável, mas o quadro comparativo mostra que não estamos longe dos nossos rivais e que com outras opções (por exemplo a inclusão de Rúben Amorim ou Nélson Oliveira) estaríamos em pé de igualdade. No futuro esperemos ter mais jogadores, para o que teremos evidentemente que apostar mais nos portugueses na equipa principal do Benfica. As indicações do passado recente mostram que isso é possível.

Na Suécia, a seleção AA tinha uma missão difícil. Esta Suécia empatou a 4 com a Alemanha, o que mostra que tem capacidade ofensiva. Um golo de vantagem não dava grande margem. O frio seria também um factor que poderia beneficiar os suecos.

Foi surpreendente para mim constatar que a postura dos suecos esteve muito longe da civilidade habitualmente atribuída aos nórdicos. Queixumes do jogo de Lisboa (do quê nunca se chegou a perceber), tentativas de desestabilizar, que incluíram "concertos" à porta do hotel onde estava a seleção e uma inqualificável assobiadela ao hino nacional. Este último acto em particular é vergonhoso e injustificável, para não dizer indesculpável.

A seleção esteve à altura do momento e da responsabilidade e claro que Ronaldo brilhou mais que todos os outros. Foi gigante e carregou a equipa às costas. Ele é mesmo o melhor jogador de futebol do mundo neste momento, disso não há dúvidas. É o melhor atleta, um goleador único e um profissional extraordinário que ontem finalmente assumiu em pleno o seu estatuto dentro da seleção. Mas todos estiveram bem e mereceram o triunfo. Parabéns a todos e a Paulo Bento. Obrigado por nos darem mais esta alegria. Até ao Brasil!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Selecção - hora da verdade

Concordo, na generalidade, com as apreciações que têm sido feitas acerca da nossa selecção - um jogador de classe mundial, Ronaldo, alguns jogadores acima da média, como Moutinho, Coentrão, Pepe e depois vários jogadores médios e medianos em termos internacionais. Também partilho a opinião de que a convocatória levanta dúvidas: Amorim (entretanto infelizmente lesionado) merecia ter tido o seu nome na lista, tal como Tiago, do Atlético de Madrid, ao contrário de Rúben Micael (não acrescenta nada); Hugo Almeida já mostrou não ter suficiente qualidade, ao passo que a ausência de Nélson Oliveira me parece um erro. Fico satisfeito por Paulo Bento ter dado oportunidade a alguns jovens que a merecem, como André Almeida e Bruma e, pelo que dizem, também o jovem trinco sportinguista, embora não conheça ainda este jogador.

Em termos de habilidade e fantasia, a nossa equipa, quando carbura e os jogadores se sentem inspirados, é muito boa, ao nível das melhores. Mas em termos físicos, atléticos e de mentalidade competitiva está bastante abaixo das melhores, como a Espanha, Alemanha, a Itália, o Brasil e a Argentina. O confronto com a Suécia será por isso certamente equilibrado e o jogo da primeira mão assume uma enorme importância. A ideia de que "de uma forma ou de outra estaremos no mundial", propagada e repetida pelos comentadores da nossa praça, como se de uma inevitabilidade se tratasse, sempre me pareceu perfeitamente disparatada. Temos evidentemente possibilidades de vencer o playoff mas só o faremos se conseguirmos ser melhores: ninguém nos dará nada e o nosso adversário não facilitará um milímetro. Trata-se de uma equipa sólida, experimentada e rodada nos "palcos" maiores do futebol internacional. Uma equipa muito competitiva. Para se apurar, Portugal terá que fazer muito melhor do que na fase de qualificação regular. Terá que estar concentrado durante os 180 minutos da eliminatória e saber gerir os momentos do jogo em seu favor. Algo que não se afigura fácil.

É um lugar comum, mas seria realmente uma pena Portugal ficar de fora de um Mundial organizado no Brasil. É um facto que, lá chegando, estaríamos longe de figurar entre os favoritos. Ainda assim poderíamos sempre mostrar algo do futebol, tendo certamente qualidade para passar a fase de grupos e batermo-nos com dignidade com qualquer adversário. Seria certamente uma grande alegria para os milhões de Portugueses e descendentes de Portugueses que vivem no Brasil poderem assistir a jogos da nossa selecção no País onde vivem, tão distantes da Pátria de onde os seus antepassados foram oriundos. Tudo isto deve estar presente na mente dos nossos jogadores na hora de enfrentar esta eliminatória. É também a hora de Ronaldo aparecer no seu melhor e ser capaz de "carregar" a equipa às costas. Perto de fazer 29 anos, o jogador não terá muito mais oportunidades de estar em mundiais.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Os Enormes e a grande vitória de sábado

Depois do que aconteceu na Grécia e que fez aliás recordar o tenebroso final da época passada, a equipa do Benfica tinha que estar física e mentalmente muito desgastada. Este é um facto que ninguém pode omitir ou desvalorizar se quiser fazer uma análise séria do jogo de sábado.
Na Grécia, a equipa correu e tentou incansavelmente - apenas para esbarrar em Roberto e na falta de fortuna, ficando quase afastada dos oitavos de final da Champions, revés muito duro em ano de final no Estádio da Luz.

Poder-se-ia esperar cansaço e algum desalento no jogo da Taça - mas o que se viu foi o contrário.
É verdade que tivemos a felicidade de conseguir marcar quase no primeiro remate que fizemos à baliza, depois de uma entrada mais forte do Sporting no jogo. Mas depois disso também o Sporting empatou sem que antes tivesse criado praticamente nenhuma oportunidade para o efeito, num lance também de grande espectacularidade.

A partir daí e até metade da segunda parte, só deu Benfica. Foi um autêntico festival, com Cardozo a marcar mais dois golos de levantar qualquer estádio, quer pela beleza das jogadas, com Enzo e Gaitan a desbaratarem a defesa do Sporting e Cardozo a bombardear Rui Patrício primeiro num tiro de cabeça e depois num rocket de pé, por duas vezes no ângulo superior direito da baliza do Sporting.  Eficácia? Certamente. Qualidade? Superlativa! 

Aliás o Benfica poderia ter marcado mais um golo até ao fim da primeira parte, arrumando de vez o jogo.

Na segunda parte o Benfica entrou melhor, a dominar e a criar mais oportunidades. Depois surgiu a lesão de Rúben Amorim, num lance em que o sportinguista Adrien me parece ter sido no mínimo imprudente e pouco preocupado com a integridade física do seu colega de profissão. Este jogador do Sporting aliás merecia ter visto cartolinas mais cedo pois foi impetuoso em demasia e não apenas neste lance. E com a lesão de Rúben o Benfica perdeu um pouco o controlo do jogo e permitiu que o Sporting se fosse aproximando um pouco da sua baliza.

Ainda assim, o Sporting não justificou os dois golos que marcou, ao passo que o Benfica poderia ter marcado mais dois ou três: num deles Ivan não teve a melhor opção num contra-ataque em que o Benfica estava em superioridade numérica, perdendo a bola numa finta desnecessária, noutro o mesmo Ivan rematou forte para grande defesa de Patrício e André Gomes na recarga enviou a bola ao poste e ainda num outro lance Cardozo esteve perto do poker quando ficou na cara do golo, evitado in extremis por defesa de recurso do mesmo Patrício.

O Sporting por seu turno marcou em dois lances de bola parada, em que teve mérito e felicidade e pouco mais oportunidades criou, exceptuando dois lances de Slijmani.

Mas o jogo chegou empatado ao fim, com prolongamento pela frente. Face ao desgaste do jogo na Grécia e respetiva viagem, face à evolução do marcador, pensou-se que o Sporting estava em melhor posição e ia mesmo vencer a partida.

Puro engano. O Benfica voltou a dominar, a criar jogadas de ataque (especialmente depois da substituição de um Enzo esgotado por um Lima fresco) e marcou com todo o mérito, num lance que fez lembrar a conquista do campeonato contra o Sporting, com golo de Luisão e "perús" dos guarde-redes do Sporting, Ricardo na altura, Patrício agora.

Uma vitória de enorme mérito do Benfica, possível apenas pela grande qualidade, entrega e crença dos nossos jogadores que nunca se deixaram amedrontar ou abater. Uma vitória que deve ser reconhecida e apreciada pelos benfiquistas. Uma vitória inteiramente justa e sem qualquer espinha. Uma vitória que deve servir de base para o futuro. Com esta atitude, a equipa pode ir longe.

Como é óbvio, não posso ignorar o que se passou em termos de arbitragem e o que disseram os sportinguistas a este propósito, tentando diminuir o mérito da nossa vitória.

Sobre isto, seria importante os benfiquistas perceberem uma coisa: quem criou esta ideia de que a arbitragem prejudicou o Sporting foi sobretudo quem passou dezenas de repetições de lances de dúvida, omitindo outros, de uma forma claramente tendenciosa. E também quem, em directo, desde logo proferiu juízos que a maioria das pessoas engole sem qualquer capacidade crítica.

A Sporttv deseja prejudicar o Benfica e como tal manipula as imagens da transmissão no sentido de dar a entender que o Benfica é beneficiado e nunca prejudicado. É óbvio que a Sporttv não pode inventar imagens que não existem mas pode seguramente omitir muitas que sejam inconvenientes e enfatizar demasiado outras com o intuito de criar uma "narrativa" (para usar uma expressão que está na moda) que acaba por pegar. E a narrativa é sempre a mesma.

Isto é bem evidente e tem que ser denunciado e combatido por todos os meios. Até porque as imagens são usadas não apenas como meio de prova para sumaríssimos mas também para avaliar as prestações dos árbitros. Se semanalmente estes vêm, graças a tal manipulação da Sporttv, o Benfica ser beneficiado, como estará o seu estado de espírito quando nos apitam?

Houve dois lances de dúvida na área do Benfica? Certamente. Mas não houve pelo menos um na do Sporting? E o que dizer do jogo de Alvalade para o campeonato? Quanto ao putativo fora-de-jogo de Cardozo no terceiro golo, seria preciso bem mais do que uma linha pintada pela Sporttv, que não estou seguro de que tenha em conta a distorção normal da imagem televisiva (veja-se como na imagem as linhas de grande área e pequena área não estão paralelas), para efetivamente provar que o Paraguaio estava dois centímetros (!!) à frente do último defesa do Sporting. Só mesmo uma estação declaradamente portista faria disto um "caso". E assim se manipula a opinião pública...

O caminho é pois o de manter a rotura com o sistema que vem alimentando este estado de coisas no futebol português há tantos e tantos anos. 

Voltando ao jogo, para além do gigante Cardozo, há que destacar outros jogadores, sobretudo Enzo, que correu muitas milhas e fez um jogo soberbo enquanto teve pernas, o já referido Amorim, que deu um tremendo equilíbrio à equipa (mais uma vez) esperando-se que a lesão não seja grave e Gaitan, que encheu o campo de classe. Este pequeno grande jogador, quando está em condição física é de facto um fora de série. E a sua dedicação ao Benfica já ficou muitas vezes demonstrada à saciedade.

Por fim, queria dizer em relação ao Enorme Tacuara que, nunca tendo eu sido um daqueles que o "crucificou" pela sua acção (reprovável), considerei porém na altura que não tinha condições (em termos da coesão do balneário e da disciplina interna) para se manter no Benfica. Tanto quanto sei, Jorge Jesus queria mesmo que o jogador saísse. Felizmente porém, Luis Filipe Vieira, que tanto tenho criticado por outras razões, ouviu, disse que sim... mas foi prolongando a situação até ao limite, com o intuito não declarado mas certamente deliberado interiormente, de manter o jogador. Estava certo Eusébio, estava certo o Presidente e estava certo o benfiquista Grão Vasco do blog Pinceladas Gloriosas. Não tirando nem pondo ao que disse na altura, sempre sublinhei porém que seria muito difícil substituir Cardozo. Estive errado ao dizer que ele "tinha" que sair devido ao que acontecera, erro que reconheço agora com enorme satisfação pela alegria que (mais uma vez) Cardozo nos deu. É que jogadores assim de facto há poucos.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Escultura para FCP JÁ

Tendo em conta a "indignação"* dos responsáveis do clube do Porto (Antero Henriques é seguramente o mentor desta campanha tão pungente) pela decisão da cidade de Lisboa de fazer uma estátua a Cosme Damião, gostaria desde já de propor uma petição pública para que o Porto tenha também uma escultura que invoque os sucessos do seu principal clube.

A escultura poderá ser algo assim:


* Nota: as aspas explicam-se pelo facto da indignação ser sentimento próprio de quem tem coluna vertebral, o que não é o caso. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Azar ou maldição

Realmente o Benfica é uma equipa com pouca sorte. Começa mesmo a ser um case study.

Nas últimas 3 décadas atingiu quatro finais europeias e perdeu todas, incluindo uma nos penalties (ao 6º pontapé) e outra aos 92 minutos. No passado mais longínquo já tinha perdido várias, algumas das quais de forma muito injusta.

Na época 2012/2013, o Benfica perdeu um campeonato e a referida final europeia de forma totalmente injusta e cruel, vindo ainda a perder a final da Taça de Portugal num jogo em que, tendo estado bastante mal, fez ainda assim o suficiente para ganhar. 

Haverá alguma maldição, algum estigma sobre o Benfica?

Por muito que "especialistas" e pseudo-analistas tenham sempre explicações para os resultados a verdade é que muitas vezes os desfechos dos jogos dependem apenas e só de um simples facto: sorte. 

E nesse domínio, a realidade objectiva é que o Benfica é uma equipa muito pouco favorecida. Por um ou dois jogos em que o Benfica seja feliz numa época, acaba por ser infeliz e ter azar em muitos mais, sobretudo naqueles que realmente são decisivos.

Vemos inúmeras vezes (quase todos os jogos internos) o Benfica ter oportunidades umas atrás das outras e matar-se a jogar para conseguir um ou dois míseros golos. Já outras equipas passam o jogo inteiro sem criar uma única oportunidade digna desse nome e ainda assim conseguem muitas vezes ganhar.

Ontem repetiu-se este filme já anteriormente visto e uma equipa grega voltou a bater injustamente uma equipa portuguesa.

Para se perceber como a sorte é importante, veja-se como a Grécia se sagrou campeã europeia. Antes de 2004, a Grécia tinha estado apenas num Euro. Tinha sido em 1980 e a participação saldara-se num ponto conquistado e um golo marcado.

A sua qualificação para o Euro 2004 começou com duas derrotas que quase a afastavam prematuramente. Mas desde aí venceu todos os jogos, incluindo a Espanha fora. Durante o torneio propriamente dito, a Grécia não jogou praticamente nada, não criando mais do que uma ou duas oportunidades por jogo. Portugal jogou e encantou, com golos espectaculares e grande futebol durante quase todo o torneio. E na final, a Grécia limitou-se a defender o jogo todo, marcando um golo num canto e sagrando-se campeã da Europa. O "anti-futebol" vencera.

Ontem passou-se algo de parecido. O Olympiacos foi inicialmente expectante, depois completamente dominado e manietado pelo Benfica, não conseguindo fazer uma única jogada com princípio, meio e fim durante todo o jogo, marcou num canto, depois disso continuou apenas a defender e contou com Roberto e com a sorte.

O azar que o Benfica tem é inversamente proporcional à sorte que os gregos têm. Com um futebol miserável conseguiram ser campeões da Europa, ao passo que Portugal com tudo o que já deu ao futebol mundial, desde Eusébio a Cristiano Ronaldo, passando por Chalana, Futre e tantos outros, ainda nunca ganhou (e provavelmente nunca ganhará) coisa nenhuma. O que aconteceu ontem, seguindo esta "lógica" da sorte, estava por isso já previamente escrito.

O Benfica é um clube que joga muito bem, que tem um futebol bonito e atacante mas que infelizmente na maior parte das vezes perde as competições em que está envolvido. Essa é a realidade, por muito que nos custe. Temos pouca sorte.