Não levem a mal mas neste post vou-me citar muito a mim próprio.
A 21 de Maio, numa altura em que muitos já diziam que o resultado da Taça era indiferente pois já não alterava substancialmente o desfecho da época, "não salvava a época", discordei em absoluto e considerei
obrigatório vencer a Taça.
Depois desse triste jogo
considerei que Jesus tinha deixado de ter condições para continuar no Benfica.
O Presidente do Benfica teve obviamente outro entendimento e inclusivamente reforçou o plantel mas o rendimento da equipa tem estado muito abaixo do exigível. O objectivo de uma boa campanha na Liga dos Campeões que alimentasse o "sonho" foi completamente falhado, mantendo-se entretanto o Benfica "vivo" nas outras competições. Na Taça estamos numa boa posição para passar aos quartos de final e no campeonato estamos a 2 pontos do 1º, o que não é uma posição muito confortável mas ainda assim não desesperada.
As críticas na blogosfera quer a JJ quer a Vieira têm sido constantes e muito duras, muitas das vezes com razão, outras vezes com manifesto exagero e a despropósito.
Permitam-me continuar a citar anteriores posts como forma de chegar ao ponto que quero fazer. Há pouco mais de 15 dias, considerei:
"O Sporting é mesmo candidato e o mais natural é o Porto começar a ganhar os seus jogos e deixar de perder pontos desta forma, com ou sem Paulo Fonseca."
"O Sporting tem uma equipa jovem e ambiciosa e um treinador competente e equilibrado que faz uma boa leitura dos jogos. O Sporting é uma equipa perigosa quando tem um avançado concretizador e embala para sequências de vitórias para lá do ciclo do Natal, pelo que não deve ser subestimado como adversário, apesar das más épocas que tem feito no passado recente."
Nesta medida, a margem de erro de Jorge Jesus é neste momento nula. Qualquer deslize poderá permitir que os nossos adversários se distanciem de forma muito perigosa e potencialmente irrecuperável. Até pela questão das arbitragens, de que falarei noutro artigo. E vêm aí jogos absolutamente cruciais. Sexta-feira em Setúbal o Benfica enfrentará um desafio difícil. É sempre difícil jogar naquele estádio e nesta fase e com a falta de confiança existente (em contraste com o que se passa em Setúbal) as coisas agravar-se-ão. Na jornada seguinte, a 15ª, jogada a 11 ou 12 de Janeiro, o Benfica recebe o Porto. É obrigatório vencer. Na 18ª jornada, a 8 ou 9 de Fevereiro, o Benfica recebe o Sporting.
Não tenho dúvidas de que do desfecho destes jogos dependerá não apenas o destino do Benfica neste campeonato mas também o futuro imediato de Jorge Jesus. Não tenho, admito-o, grande expectativa em relação a eles: as más exibições do Benfica não deixam antever nada de bom. A qualidade do plantel (superior ao dos nossos adversários) é porém uma realidade pelo que a dúvida se mantém.
Nas próximas 5 jornadas, espaçadas em pouco menos de 8 semanas, um dos três candidatos embalará para o título. Veremos qual será. Se não for o Benfica chega ao fim o ciclo de Jorge Jesus. As provas de fogo começam porém já depois de amanhã e são todas cumulativas - não basta ganhar uma, é preciso ganhar todas. Estamos proibidos de falhar.