terça-feira, 22 de abril de 2014

Campeão com todo o mérito

O Benfica é Campeão Nacional com toda a justiça e mérito absoluto. Este campeonato foi ganho, como se costuma dizer, sem espinhas. Vencemos o Porto e o Sporting de forma claríssima (ambos por 2-0) e fomos muito fortes na maioria dos jogos, permitindo pouquíssimas oportunidades e quase não sofrendo golos na segunda volta. Este título não tem casos nem dúvidas a ensombrá-lo; tem pelo contrário muito brilho de grandes exibições e golos para recordar. Os jogos com o Porto, o Sporting, o Estoril, a Académica e o Rio Ave (entre outros) devem figurar nos compêndios de como praticar bom futebol.
Mas nem tudo foi um mar de rosas (ou papoilas). Chegámos a estar 5 pontos atrás do Porto, depois estivemos atrás do Sporting durante algumas jornadas e fomos eliminados da Liga dos Campeões na fase de grupos num ano de final na Luz. Este campeonato não foi pois um passeio ou caminhada triunfal, como seríamos levados a crer se só atendessemos a estes últimos jogos em que, de acordo com alguns, tínhamos mais do que "obrigação" de vencer.
A realidade é que, depois de um começo muito difícil, o Benfica fez nesta segunda volta um percurso absolutamente brilhante, com paralelo apenas no Liverpool em Inglaterra - mas este não está a disputar competições europeias. A vitória do Benfica é pois uma conquista plena de justiça e de mérito que merece ser reconhecido a todos os níveis. Uma conquista que começa numa decisão corajosa de Luis Filipe Vieira, que continua não apenas na competência mas na crença de Jorge Jesus nas suas capacidades apesar dos falhanços dos anos anteriores, que também passa por uma certa mudança da atitude e do discurso muito positiva, e que depois tem nos jogadores os grandes obreiros dentro do campo, onde tudo se decide. Para além de toda a sua qualidade, eles têm demonstrado uma imensa dedicação, capacidade de sacrifício e grande solidariedade.
A festa de Domingo foi bonita e perfeitamente compreensível. Depois do que aconteceu quer na época passada quer já nesta, havia uma grande ansiedade e tensão acumulada que se libertou. Nos festejos por todo o mundo, o Benfica demonstrou uma vez mais a sua enorme força e dimensão global. Pela minha parte participei com muita alegria também nas festas e publiquei uma série de fotos que podem ser consultadas na nossa página no Facebook.
Aí juntámos um conjunto de fotos quer do jogo quer da festa no Marquês. Se ainda não seguem esta página podem fazê-lo ou no respectivo botão, ou seguindo o link https://www.facebook.com/JusticaBenfiquista É mais fácil e graficamente mais apelativo colocar ali um conjunto de fotos e vídeos, razão pela qual mantemos essa página. As celebrações benfiquistas continuarão nas próximas semanas, quer aquando do final do campeonato quer aquando da final da Taça. Mas seria bonito que pudessem também ser motivadas por uma dupla visita (ou um regresso) a Turim. De facto a participação em mais uma final da Liga Europa faria desta época realmente uma época histórica para o Benfica. Não será nada fácil e, como já defendi, o Benfica não parte como favorito. Esse favoritismo e a "obrigação" de estar na final cabe à equipa precisamente de Turim, quer por ser tricampeã de Itália quer por ter um conjunto de opções mais custosas do que as do Benfica. Além disso não é uma daquelas equipas que possamos surpreender aproveitando uma certa sobranceria que por vezes afecta os favoritos. Não: a Juventus não padece de qualquer vedetismo, é uma equipa trabalhadora e humilde. O Benfica só poderá vencer se, tendo o mesmo querer e garra do que o adversário, conseguir ser ainda mais humilde e trabalhador e ter mais qualidade nos detalhes, aproveitando praticamente todas as suas oportunidades e não cometendo erros na defesa. O árbitro é perigosíssimo e a equipa terá também que estar bem atenta para não dar qualquer pretexto para que ele nos prejudique. Em suma, o Benfica tem muita coisa contra si, incluindo lesões de jogadores fundamentais nesta fase da época. Teremos por isso que preparar esta eliminatória ao pormenor, sem quaisquer distrações (que deixaram de existir com a conquista do principal objectivo da época e a concretização do apuramento para a final da Taça de Portugal), com a máxima concentração. Teremos que apelar ao limite das nossas forças e superarmo-nos neste momento. Teremos que ser extremamente humildes e capazes de sofrer. Na frente teremos que ser frios e certeiros. Só assim poderemos ter esperança de ir a Turim não uma mas duas vezes esta época.

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