quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Facilitar é fatal

Os exemplos multiplicam-se e não afectam apenas os "perdedores". Ainda ontem Mourinho (um vencedor nato de acordo com todos) viu a sua equipa empatar em casa com uma das piores equipas da Premier League. Isto aconteceu na jornada que antecede o jogo grande com o Manchester City e já depois do empate do Arsenal, que significava que uma vitória do Chelsea o colocaria à frente deste adversário.

Da mesma forma o Benfica empatou em casa com o Arouca, num dos momentos baixos desta época. 

Vem isto a propósito do jogo contra o Gil Vicente. É um adversário fraco, quando comparado com o Benfica? Certamente, mas o facto de isso ser sabido não apenas não ganha jogos como muitas vezes acaba por ser um factor que joga contra a equipa mais forte. Por isso, para nos colocarmos a salvo de qualquer surpresa teremos que entrar fortes e nos manter concentrados o jogo todo de forma a vencer e, se possível, evitar que Maxi e Enzo se exponham a cartões amarelos, visto que o jogo com o Sporting vem a caminho. 

O Benfica está em 1º e precisa de consolidar essa posição nas próximas jornadas. Para isso terá que vencer os seus jogos, incluindo os mais "fáceis". Facilitar é fatal. Pode ser a diferença entre estar a celebrar ou a lamentar quando a época acaba. 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Arsenal escorrega, Liverpool esmaga

O Arsenal empatou ontem com o Southampton e pode perder já hoje a liderança, caso Manchester City e/ou Chelsea vençam os respetivos jogos. Seria um facto muito importante nesta liga Inglesa, pois o Arsenal é líder há praticamente uma volta, sendo imprevisível a forma como o mesmo se reflectiria na moral quer do Arsenal quer dos seus opositores.
Para além disso, vêm a caminho jogos grandes, em que vários dos candidatos aos primeiros lugares jogarão entre si, designadamente um Man City-Chelsea e um Liverpool-Arsenal, que serão como que um baralhar e voltar a dar nesta Liga. Veremos como daí saem os candidatos.
De qualquer modo antes disso há ainda que terminar a presente jornada, tendo o Chelsea uma tarefa fácil, ao receber o aflito West Ham que vai de mal a pior, ao contrário do City que vai precisamente a Londres mas para enfrentar o Tottenham.
Em relação aos jogos de ontem, o Liverpool voltou a mostrar todos os seus argumentos ofensivos, desmantelando o futebol trabalhado, de posse de bola e passe no pé do Everton. Foi uma noite dura para os adeptos deste clube que, diga-se, está  a fazer uma excelente campanha. No entanto perder um derby opr números tão expressivos nunca pode ser fácil. E o Liverpool ainda falhou um penalty, no que seria o hat-trick de Sturridge. 
Quanto ao Arsenal, entrou pessimamente no jogo, deixando o Southampton jogar quase á vontade durante 45 minutos, sofrendo um golo. Depois do intervalo a equipa voltou com mais atitude e até deu a volta ao resultado mas a vantagem durou pouco mais de um minuto. Nota negativa para Wenger que depois de provavelmente não ter preparado bem a estratégia para a partida não teve a capacidade para mudar o rumo do jogo a partir do banco. Penso que Podolsky tem lugar nesta equipa e que lhe daria um poder de fogo que claramente lhe falta. Assim o Arsenal não vai chegar , ou seja, ao título.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

André Gomes e as contratações de Inverno

Faltam três dias para o fecho do mercado de Inverno e parece agora certa a saída de André Gomes que se juntará a Matic.
Embora não tenha havido (tanto quanto sei) confirmação oficial por parte do Benfica, o passe do jogador terá sido de facto vendido ao empresário Jorge Mendes por valores da ordem dos 15 milhões de euros, abrindo a potra a que este possa agora negociar com clubes interessados a transferência do atleta.
Entre estes clubes perfilam-se, pelo menos, o Mónaco e o Liverpool. A imprensa inglesa e internacional em geral dá conta deste interesse.

A confirmar-se é algo que lamento. André Gomes é um jogador que gosto muito de ver actuar (embora não tenha tido muitas oportunidades de o fazer este ano) e penso que com a saída de Matic se abria mais espaço para a sua afirmação. É, até ver, o "produto" mais conseguido da formação. Tem uma técnica muito apurada, muita qualidade a tratar a bola e visão de jogo. É também um jogador bastante alto (1,88 m), o  que à partida é mais um dado a seu favor. Não é muito rápido e por vezes não é suficientemente "intenso" como agora se diz. Penso que é por isso que Jorge Jesus não apostou mais nele.

Dito isto, claro que 15 milhões de euros é uma quantia muito considerável, sobretudo por um jovem jogador cujo valor não está ainda definitivamente estabelecido. Veremos o que o futuro trás e se a nossa formação é capaz de produzir mais jogadores com a sua qualidade e características.

Este período de transferências teve até agora como pontos mais significativos as transferências de Matic e Mata, ambas envolvendo o Chelsea.

Segundo se diz em Inglaterra, o Manchester United estaria interessado no sérvio para reforçar o seu meio campo, que tem denotado fragilidades. Sabendo desse interesse, o Chelsea ter-se-ia antecipado (não sendo claro se havia alguma cláusula ou acordo de cavalheiros que dava preferência ao clube londrino no caso de um regresso a Inglaterra) contratando o jogador. 

Na realidade o Chelsea não tinha uma necessidade imediata de contratar Matic, uma vez que tem para jogar no meio campo Ramirez, Lampard, Obi Mikel e o próprio David Luiz. Até ontem, o Chelsea tinha ainda Essien, mas o veterano jogador transferiu-se para o Milan.

Outra transferência marcante é a de Mata, cujos valores parecem muito exagerados. Na realidade transferências entre clubes grandes em Inglaterra costumam motivar uma inflação dos montantes envolvidos. No caso o Chelsea até tinha pago uma verba também elevada (26 milhões de euros) quando há duas épocas o contratou ao Valência. Seja como for, duvido que seja o jogador que vai resolver os problemas do Manchester United, cuja época tem sido penosa.

Para o Benfica, os melhores "reforços" de Inverno seriam sem dúvida Cardozo e Sálvio. Não vejo no mercado ninguém melhor do que eles.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

As preocupações dos benfiquistas

Por estes dias o Benfica está em 1º lugar no campeonato e continua noutras competições. A equipa tem subido de rendimento e fez ultimamente alguns bons jogos. Venceu o Porto de forma clara algo que, apesar de dever ser normal, não acontecia há vários anos. 

No entanto percorrendo a blogosfera, dir-se-ia que o Benfica estava num momento desastroso, afastado da luta pelo título e com exibições miseráveis. De facto as críticas são tantas e tão constantes que seríamos levados a pensar assim se não soubessemos que a realidade é felizmente outra. 

Não defendo obviamente uma atitude acrítica por parte de ninguém, mas tudo tem limites. Quando, num momento destes, com o nosso clube envolvido em vários desafios da maior importância e sabendo da falta de princípios do nosso principal adversário, muitos benfiquistas se dedicam diariamente a encontrar temas para criar polémicas ou atacar quem está à frente dos destinos do clube, algo não vai bem na blogosfera benfiquista e merece ser reflectido. 

Quem publica em blogs gosta de ser lido, isso é evidente e legítimo. O que me parece muito discutível do ponto de vista do benfiquismo é instrumentalizar o clube nessa ânsia de audiências, por vezes levantando e empolando temas que só fomentam a dissenção e a divisão interna. 

Nos últimos dias houve "polémica" atrás de polémica, muita dela fomentada pelos próprios benfiquistas. 

Assim de repente lembro-me das seguintes:

Matic não deveria sair do clube.
Jesus desrespeitou a formação.
Artur está triste e no aquecimento só defende com os pés (garanto-vos que li isto!).
Não há gala do Benfica este ano.
André Gomes só entrou no tempo de descontos contra o Marítimo.
O irmão de Matic foi-se embora (polémico por vir, polémico por partir).
O relvado não está em condições.

Não acham que chega de tanta choradinho?

A saída de Matic obviamente não era desejável. Mas há que saber olhar para as coisas de forma realista. Matic queria sair, isso era evidente e o próprio já o disse. Depois da não fazer nenhuma venda relevante no início da época e da não continuação na Liga dos Campeões, o Benfica precisava de receitas, ou seja de vender alguma das suas "pérolas".

Matic podia ter rendido mais mas não se pode esquecer que ele chegou ao Benfica oriundo do Chelsea incluído no negócio de David Luiz. Nessa altura recebemos 25 milhões de euros mais Matic. Agora recebemos mais 25 milhões. Acho que não nos podemos com seriedade queixar muito deste negócio porque na prática um jogador (David Luiz) que fomos buscar quase a custo zero com 17 anos rendeu-nos 50 milhões de euros mais um "empréstimo" de Matic por dois anos e meio. E por favor não me venham dizer que estou a defender Luis Filipe Vieira por isto ou por aquilo porque já o critiquei no passado e voltarei a criticar no futuro se achar que ele o merece. Sou absolutamente independente de qualquer poder ou grupo dentro do Benfica e digo exactamente o que penso depois de tentar analisar as coisas o melhor que consigo.

Aquilo que é importante agora é gerir bem a saída de Matic e de preferência não vender mais ninguém. A saída de Rodrigo em particular seria a meu ver desastrosa, pois Cardozo poderá não voltar a jogar na presente época e Lima não está num grande momento sobretudo na finalização, que é o mais importante. 

Quanto à questão das declarações de Jorge Jesus sobre substituir Matic através da formação, claro que não foram felizes, como logo se percebeu. No entanto o próprio veio rectificar o que dissera e afirmar que não desejara ofender ou diminuir a formação do Benfica. Por outro lado, os míudos, na sua reacção a quente demonstraram o seu amor pelo Benfica ao afirmarem que jogar no seu clube é o sonho que alimentam e do qual não abdicarão. Não há pois razão para - os próprios benfiquistas - empolar este caso.

Quanto ao resto são questões perfeitamente secundárias e folclóricas que não devem de modo nenhum preocupar os benfiquistas. Não vale a pena andar com tanto excitamento à flor da pele. 

Fusão PT/ZON/Sportinveste (Oliveira) chumbada

A notícia é de ontem à noite, veio referida na imprensa online e o "Público" de hoje dá-lhe grande destaque. Já a vi referida no blog Belo Voar da Águia que assinala e bem que se tratam de boas notícias: com efeito, a ERC (entidade reguladora da comunicação social) chumbou o acordo de entrada da PT no capital da Sport tv que passaria, caso o acordo se mantivesse, a ser detida 25 % pela PT, 25% pela ZON e 50 % por Joaquim Oliveira através da Sportinveste.

Na prática, o que este acordo significaria era um reforço da posição de quase monopólio da Sport TV no tocante aos direitos televisivos e portanto uma posição de controlo das principais fontes de receita do futebol. Daí a uma tremenda influência sobre os clubes vai um pequeno passo. É sobre este pressuposto que assenta grande parte do poder daquilo a que normalmente se chama o sistema.

No detalhe, o acordo (agora vetado) determina que ZON e PT (MEO) passariam a ter condições privilegiadas para distribuir a Sport TV (em detrimento da Vodafone e da Cabovisão) e que  se comprometiam a "não concorrer" contra a Sport TV. Não é claro o que significa esta cláusula de "não concorrência" mas no limite ela podia significar que a ZON e a PT fossem impedidas de distribuir a Benfica TV por esta ser concorrencial em relação à Sport TV.

O parecer negativo da ERC é pois uma boa notícia para o Benfica que, através da sua SAD, tinha contestado o negócio junto da Autoridade da Concorrência. Ele junta-se a um outro chumbo da ICP-ANACOM (autoridade nacional de comunicações). Não é porém ainda definitivo, uma vez que última palavra cabe à Autoridade da Concorrência. Isto se o assunto não chegar mesmo aos tribunais, o que ainda é possível.

A luta pelo poder continua pois no futebol português e estamos muito, mas mesmo muito longe de poder cantar vitória ou sequer de poder decretar um "fim de ciclo". Pode haver sinais disso, mas nada ainda de decisivo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Na direcção certa

As propostas do Sporting para alterações estruturais no futebol português, a começar pela arbitragem, vão, por aquilo que conheço, na direcção certa. De acordo com notícia de hoje do "Record", o Benfica, através de representante presente em reunião em Alvalade, terá concordado com a grande maioria das mesmas.
Aquilo que se precisa no futebol português é de completa transparência nos vários processos e de regras claras, que limitem ao mínimo as arbitrariedades. O edifício da arbitragem está, como temos dito, inquinado pelo sistema dos observadores e o próprio modo como são feitas as nomeações (critérios ou falta deles). Tudo isso tem que ser alterado, de forma a que existam formas objectivas de avaliar as arbitragens e que consequentemente os árbitros não estejam completamente dependentes (no que respeita ao sucesso da sua carreira) do centro de poder futebolístico, que tem sempre e muito marcadamente uma cor clubística.
O Porto não deseja mudar o actual estado de coisas pois não lhe interessa um sistema transparente, no qual exista lisura de processos e regras claras e justas. Ao Porto interessará sempre o actual sistema opaco, lamacento mesmo, no qual possa mover influências de bastidores para daí retirar proveitos, não apenas ao nível da arbitragem mas também da disciplina. Não se pode portanto contar com ele, aliás esta reforma terá que ser feita com a sua oposição.
É porém muito positivo que Benfica e Sporting (para além de um conjunto vasto de clubes das ligas profissionais) se estejam a entender. É sinal de que se caminha para um sistema transparente, no qual se possa confiar e no qual ninguém se sente à partida em vantagem ou prejudicado. Era importante que as massas adeptas de ambos os clubes manifestassem o seu apoio a esta forma de agir, pois do respectivo sucesso depende, em última análise, a viabilidade do futebol português. 
Jogos "fabricados", como tantas vezes são os do Porto, são autênticas machadadas no prestígio de uma competição e tornam mais difícil vendê-la, quer a nível interno quer internacional. Ora o futebol depende hoje muito da sua capacidade de financiamento, sobretudo através dos direitos televisivos, a uma escala global. O campeonato português é visto em França, nos EUA, no Brasil e nalguns países da arábia/golfo pérsico (isto não contando com o jogo semanal transmitido pela RTP-I), mas poderia e deveria estar ainda em mais. Não digo que pudesse ter a difusão do inglês, mas capitalizando na dimensão global da Língua Portuguesa, poderia certamente ter uma maior projeção. O futebol português, mais ainda agora com a consagração de Ronaldo, é conhecido e apreciado, podendo ser mais visto.
Para tal precisa porém de mais gente nos estádios, melhores e mais sãos espectáculos, para o que é imperativo acabar com o actual sistema bafio e doentio dos pintos da costa e lourenços pintos.  
Uma vez mudadas as coisas, no sentido das leis e regulamentos por si mesmos esvaziarem (em larga medida) o poder ilegítimo dos bastidores do futebol, haverá necessariamente que fazer uma grande renovação ao nível dos quadros, sobretudo toda a gente ligada à arbitragem, desde o senhor Vítor Pereira aos observadores e passando naturalmente por grande parte dos árbitros. Muitos fizeram a sua carreira graças a padrinhos e influências, por estarem lá a fazer o jogo de alguns, projectados pela comunicação social a píncaros que nunca mereceram. Tudo isso tem que acabar.
Não tenhamos dúvidas de que a BenficaTV foi um passo essencial para tornar possível a mudança. O poder do futebol português assenta muito na Olivedesportos, como o próprio António Oliveira, irmão de Joaquim, já assumiu publicamente. Este blog, que a certa altura, no auge das arbitragens clubísticas, decidiu "auto-suspender-se" por estar cansado de tanta batota e da apatia do Benfica, regressou justamente na sequência da não venda dos direitos televisivos à Olivedesportos por considerar esta decisão crucial para mudar o panorama futebolístico em Portugal. Fico muito satisfeito por ver que Sporting se juntou a esta luta e que pode haver finalmente vontade "política" para mudar as coisas para melhor. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O vício de mentir e os "árbitros adeptos"

É uma pena que o Porto não tenha aproveitado a mudança de clima que a partida de Eusébio gerou no Portugal futebolístico. Podia tê-lo feito. Não mudaria o passado, mas pelo menos podia preparar um futuro um pouco menos vergonhoso do ponto de vista dos valores desportivos, para não dizer morais.
A "cultura" do FC Porto é uma cultura de agressão e falsidade. E isso é muito difícil mudar. Se dúvidas houvesse veja-se estas últimas declarações do seu presidente e do seu treinador.

Pinto da Costa, o tal que dizia que só os "burros" falavam de arbitragem, veio dizer que Artur Soares Dias, árbitro que, segundo se diz, tinha um registo "perfeito" em jogos do Porto (só vitórias), "não tem condições para arbitrar". E isto porquê?

Porque Soares Dias não beneficiou suficientemente o seu clube como, para a mentalidade de Pinto da Costa, deveria. Aquilo que Pinto da Costa de facto disse é que não marcar um penalty descarado, indiscutível e óbvio, que ocorreu nas barbas do árbitro, contra o seu clube (evitando assim também a expulsão do seu jogador) não é suficiente. Não, isso é o "normal". Depois disso, o árbitro deveria ter feito o necessário para que o Porto mesmo assim não perdesse o jogo.

Soares Dias, que de acordo com os portistas era, até dia 12 de Janeiro, o "melhor árbitro português", deixou, a partir desse dia, de ter condições para apitar. Isto porque o Porto perdeu um jogo por ele apitado.

Esteve bem Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting, ao dizer que de facto esta actuação era merecedora de um óscar de Hollywood.

E depois disto, como se não bastasse, ainda surgiu o treinador, que após o clássico na Luz declarara que "não havia nada a dizer sobre a vitória do Benfica", a explicar-nos agora que afinal isso era tudo parte de uma "estratégia" para ver se a comunicação social falava por sua inciativa da arbitragem. Como ninguém falara da arbitragem ficava provado que existia uma "cabala" para prejudicar o Porto. Patético.

A vergonha está à mostra para quem a quiser ver. Já nada é escondido, tudo se faz às claras. Um árbitro que faz vista grossa a um penalty descarado que se passa a um metro de si, mas DESCARADO a um ponto que quase não se acredita, ser ainda criticado pelo clube que beneficiou dessa decisão, é de facto o cúmulo. Aquilo que se está a dizer em público, é que os árbitros têm que fazer o que for preciso, não importa quão evidente, para que o Porto ganhe. Pinto da Costa mostrou que a sua natureza é a de um puro batoteiro e esvaziou de qualquer mérito, que ainda pudesse ser reconhecido, as vitórias do seu clube.

Um autêntico escândalo que os comentadores deixaram, na maior parte dos casos, passar quase despercebido, sem analisarem e retirarem as consequências lógicas destas declarações que, apesar de tudo, ainda considero infelizes, pois não posso acreditar que Pinto da Costa realmente desejasse, como acabou por fazer, dizer publicamente que o seu clube quer ganhar com batota. 

Quanto ao árbitro, tem o que merece, pois não tem seriedade para desempenhar aquelas funções. Este é o árbitro que entregou a sua camisola a um adepto no dragão, que fez a arbitragem miserável que se sabe há dois anos em Alvalade, tirando-nos definitivamente a possibilidade de chegar ao título, e que no ano passado nas Antas marcou dois penalties contra o Rio Ave, ambos inexistentes, um dos quais aos 45m+1 não fosse o Porto a perder (como estava) para o intervalo. Se Soares Dias fosse sério, teria quem o defendesse agora, mas como a sua carreira foi feita à custa do clube do seu coração, agora que este, ingrato, lhe vira as costas, o portuense portista está sozinho. 

Foi, sem sombra de dúvida a pior arbitragem que vi na minha vida, com a decisão mais escandalosa de que me lembro (o lance de Mangala) e um conjunto de outros lances menos evidentes mal decididos para os dois lados. O jogo acaba mesmo com uma cena de comédia, a rábula da bola ao ar que só faltou ter resultado em golo do Benfica para completar a pantomina. Lamentável, absolutamente lamentável mas facilmente explicável - como passo a demonstrar.

Aqui há pouco mais de um ano "desafiei" Vitor Pereira, da arbitragem, a nomear os árbitros conhecidos por prejudicar o Benfica em jogos fora, para jogos na Luz. A razão era simples: eu não acreditava que na Luz eles se atrevessem a fazer o que faziam nos jogos fora.

O que aconteceu com Soares Dias foi o seguinte: durante a primeira parte, decidiu constantemente contra o Benfica mas não houve nenhum caso muito importante (a não ser um lance em que dois jogadores do Porto fazem falta para amarelo e nenhum o vê); na segunda parte há o lance do penalty de Mangala a um metro de si - o Estádio explode; mas no lance imediatamente seguinte há o golo, de "raiva", pela injustiça flagrante e pouco depois o lance de Jackson com Maxi; aqui parece novamente muito claro haver uma agressão (na repetição fica-se na dúvida e aceita-se o amarelo); todos os intervenientes esperam o vermelho mas Soares Dias dá o amarelo; nova assobiadela monumental e o árbitro a partir daí já está no limite das suas forças para combater o Benfica e suportar a pressão do Estádio; já não tem coragem para marcar o possível penalty sobre Quaresma e expulsa Danilo por pretensa simulação. A partir daqui o seu desnorte já é completo. Ele já só queria sair dali.

Por esta razão, os adeptos não podem ser árbitros. Mas infelizmente isso acontece em Portugal, como, para além do caso em apreço, se viu ainda agora com dois árbitros de andebol. Depois de uma arbitragem absolutamente tendenciosa num clássico Benfica-Porto, com enorme influência no desfecho do jogo (que ocorreu há alguns meses), descobriu-se que os mesmos tinham páginas no Facebook onde faziam piadas sobre o Benfica, assumiam o seu portismo e subscreviam mesmo páginas do "anti-Benfica". Os árbitros foram suspensos e terão agora assumido a sua saída da arbitragem (talvez para integrar a "estrutura" do Porto).

Está na hora de acabar com esta pouca vergonha.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

As maiores transferências do Benfica

De acordo com um levantamento feito pelo semanário "Sol", Jorge Jesus é o treinador que mais receitas com transferências gerou a um clube português.

Ao todo, o Benfica terá realizado em vendas cerca de 251 milhões de euros desde que JJ é treinador.

As principais transferências foram as seguintes:

Witsel 40 milhões - Zénite São Petersburgo
Javi Garcia 20 milhões - Manchester City
Matic 25 milhões - Chelsea
Ramirez 11 milhões (por 50% do passe que era o que o Benfica detinha na altura) - Chelsea
David Luiz 25 milhões (+ Matic, na altura avaliado em 5 milhões) - Chelsea
Fábio Coentrão 30 milhões - Real Madrid
Di Maria 33 milhões - Real Madrid
Bruno César 5,5 milhões - Al Ali
Melgarejo 5 milhões - Kuban Krasnodar

Só aqui estão 194,5 milhões, faltando depois um conjunto de outras vendas menores (e por ano há literalmente dezenas de transferências, a maioria das quais nem chegam a ser referidas pelos media).

São números que não podem ser ignorados e que demonstram, em primeiro lugar, que o Benfica tem bons olheiros e, em segundo, que Jorge Jesus tem sido capaz de valorizar jogadores. David Luiz, Javi Garcia e Coentrão não tinham, nem pouco mais ou menos, estatuto internacional quando chegaram ao clube e chegaram ao topo do futebol mundial. Di Maria, Matic, Witsel e Ramirez pelo contrário já vinham referenciados, mas atingiram no Benfica um patamar superior. 

Já agora e para complementar esta informação refira-se que antes destas, as maiores transferências do Benfica tinham sido as de:

Simão 18 milhões (Atlético de Madrid) em 2007
Manuel Fernandes 18 milhões (Valência) em 2007
Nuno Gomes 17 milhões (Fiorentina) em 2000
Tiago 12 milhões Chelsea em 2004.

Falta agora ao Benfica, para além evidentemente de títulos, começar a aproveitar os frutos do trabalho da formação, com uma aposta mais consistente nos valores portugueses, a começar por André Gomes que me parece que agora que Matic saiu deverá começar a ter mais oportunidades para jogar.


A degola de Moyes

O estado do Manchester United esta época e as ausências de Rooney, Van Persie, Nani e Fellaini (todos por lesão) não faziam prever nada de bom para esta equipa na sua deslocação a Londres para defrontar o Chelsea. Em casa, Mourinho tem um registo "limpo", sem qualquer derrota para o campeonato. O modo como as suas equipas normalmente jogam nos jogos grandes era mais um factor que atribuía forte favoritismo ao Chelsea. 
Foi por isso sem surpresa que se assistiu à completa vulgarização do ainda campeão inglês. Enquanto houve jogo (apesar de um começo razoável mas inofensivo do United) o Chelsea foi de uma superioridade esmagadora. A partir do 3-0 (que aconteceu logo aos 48m) foi claro o abrandamento: para Mourinho não há vantagem em obter goleadas em jogos que valem 3 pontos, pelo que passou a haver uma gestão de esforço. O Chelsea facilitou mesmo um pouco e o United conseguiu o golo de honra, já perto do fim. Nunca houve porém, a partir do 1º golo do Chelsea, que surgiu logo aos 16m, qualquer dúvida acerca do desfecho do jogo. 
Mourinho voltou a ter um toque mágico, ao colocar Etoo no 11, em detrimento de Torres, pois o camaronês fez um hat-trick. Torres pelo contrário acabou por se lesionar nos poucos minutos que esteve em campo e estará ausente por algumas semanas. 
De sublinhar também que David Luiz voltou a jogar no meio campo, ao lado de Ramirez. É uma situação que Mourinho vem gerindo, conhecendo-se a qualidade do brasileiro e o seu estatuto, agora com esta "solução" de jogar no meio. Na defesa Terry é um bastião intocável e Cahill é um defesa à medida de Mourinho - muito seguro e concentrado, não é dado às subidas e "aventuras" de Luiz. Terry e Cahill completam-se muito bem. Veremos como é que, com soluções como Matic, Obi Mikel e Lampard no banco, Mourinho gere a situação de Luiz nesta segunda metade da época. Claro que poderá sempre haver alguma lesão de um dos centrais neste momento titulares, mas se não for o caso pode estar ali um problema.
Independentemente deste aspecto, há que reconhecer que Mourinho vem fazendo um excelente trabalho e que esta equipa não tem nada a ver com a que jogou nas primeiras jornadas do campeonato. Está muito mais forte, muito mais consistente, mantém-se a apenas 2 pontos da liderança e vários jogadores subiram muitíssimo de rendimento.  

Outra boa surpresa tem sido a consistência do Arsenal, que se mantém na liderança. Ozil veio indiscutivelmente dar muita maturidade e dimensão à equipa na qual se destacam ainda outros jogadores como Ramsey e Giroud, para além da defesa, nomeadamente guarda-redes e centrais. É uma pena que Walcott se tenha lesionado e não volte a jogar esta época. A regularidade tem sido o apanágio desta equipa que conseguiu "sobreviver" ao "choque com os titãs" que aconteceu há algumas jornadas atrás. Apesar de uma derrota copiosa com o City, o empate com o Chelsea permitiu ao Arsenal manter-se na frente. Essa liderança é, estou convencido, o combustível de que se alimenta esta equipa, pelo que será essencial mantê-la para prolongar o élan vencedor. Temo que perder a posição cimeira possa significar uma grande queda para o Arsenal em termos de mentalidade e motivação. 

Já o Liverpool disse adeus ao título precisamente nesse mini ciclo de jogos com os gigantes: duas derrotas entre o Natal e o fim de ano, ambas por 2-1 e ambas depois de estar em vantagem, contra City e Chelsea abriram um fosso que já não é recuperável para o trio da frente. Nunca considerei o Liverpool como candidato mas confesso que fiquei surpreso pelo boa forma e bom futebol que vem demonstrando esta época.

Finalmente o City apresenta-se como a equipa com o plantel mais forte e que nessa medida será o principal candidato a vencer, até porque tem mostrado qualidade e consistência nas últimas jornadas. As opções são mais do que muitas para todos os sectores do campo, incluindo suplentes de luxo. 

As próximas jornadas prometem mais emoções trazendo alguns jogos importantes na luta pelo título: o City na próxima quarta, dia 29, vai a Londres jogar com o Tottenham (que desde a saída de Villas-Boas vem encetando uma grande recuperação, com Addebayor a desempenhar um papel importante) e na jornada seguinte recebe o Chelsea. Começamos, lá como cá, a entrar na fase das decisões, aquela na qual começa a não haver muito tempo para recuperar de qualquer erro.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Vitória segura

O Benfica abordou bem o jogo e venceu o Marítimo com justiça. A equipa fez um jogo seguro, tendo controlado o adversário e o rumo da partida durante a maior parte do tempo.
Oblak ajudou nessa segurança e controlo pois fez duas ou três defesas de grande grau de dificuldade.
Jorge Jesus preparou bem o jogo e no essencial mexeu bem na equipa.
  
A grande curiosidade era ver como Fedja assumia o seu novo papel na equipa e pode-se dizer que o fez bem. Esteve sempre perto da bola e conseguiu fazer na maioria das vezes as compensações defensivas. Não se espere dele a exuberância de Matic.
Matic tem de facto uma qualidade de topo como comprova o facto de Mourinho o ter querido ter na sua equipa.
No entanto Fedja, num estilo mais discreto, pode igualmente ser um jogador importante para a nossa equipa, que lhe traga equilíbrio e segurança defensiva. Precisa naturalmente de tempo de jogo e de se habituar às rotinas da equipa.
Na fase final da partida entrou Rúben Amorim e foi novamente ensaiado o esquema alternativo 4-3-3. O Marítimo teve apenas mais uma situação de perigo, num passe para as costas de Maxi Pereira, com o jogador maritimista a isolar-se pela meia direita da nossa defesa e a rematar para uma excelente defesa de Oblak que levou ainda assim a bola ao poste. O Benfica poderia porém também ter marcado por mais do que uma vez neste período. Lima continua a não acertar com as redes, apesar do evidente empenho. O contraste com um Rodrigo cada vez mais confiante e eficaz é enorme, mas não podemos esquecer que foi Lima quem noutras alturas resolveu e que o brasileiro trabalha imenso em prole da equipa.
Destaco também Gaitan, que está um jogador cada vez mais inteligente. Os seus passes são inteligentes, criativos e intencionais. Gaitan tem crescido e amadurecido muito esta época.
No geral foi um bom jogo do Benfica. Há que dar continuidade a este caminho.
 
O campeonato agora é interrompido novamente (um disparate com o qual temos que conviver) para a terceira e última jornada da fase de grupos da Taça da Liga. Já apurados, deveremos usar esta partida para rotinar mais Fedja e para dar minutos, como agora se diz, a jogadores como Ivan, André Gomes, Rúben Amorim, Steven Vitória e outros.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Os penalties e a verdade do jogo

O futebol é um jogo físico, um jogo viril.
Sem desprimor para o futebol feminino, ainda me lembro bem de, na escola, se dizer "o futebol não é para meninas". A carga de ombro é um exemplo do lado físico do futebol - o mais forte ganha o lance.
Por outro lado o futebol é um jogo leal e por isso não se admite as rasteiras ou o jogo com os braços.
 
Nos países latinos (sobretudo Portugal, Espanha e Itália), por razões que não são fáceis de discernir, mas que podem ter que ver também com o grande número de jogadores oriundos do Brasil e restante América Latina, o futebol tornou-se demasiado faltoso.
Uma mentalidade resultadista em detrimento de uma desportivista, leva a que muitas equipas recorram a todo o tipo de expedientes para impedir as equipas mais fortes e atacantes de jogar, nomeadamente os esquemas ultra-defensivos do chamado "autocarro" em frente da área e o anti-jogo, constantes perdas de tempo, simulações de lesões e demoras nas reposições de bola.
Nos países anglo-saxónicos, o futebol é muito mais físico e existe mais fair-play. É uma questão de honra: simular ou perder tempo é considerado vergonhoso e condenado por adeptos e comentadores (e punido pelas instâncias competentes).
Em Portugal é tudo ao contrário: por regra os jogadores não têm esse espírito de fair-play, os árbitros tudo permitem e os comentadores têm muito pouca capacidade crítica, fazendo normalmente as suas análises em virtude dos resultados dos jogos.
Por estas razões há muitos anos que me identifico mais com o futebol inglês, de grande intensidade, grande ritmo, atacante, de parada e resposta. O futebol português pelo contrário é lento, com imensos tempos mortos, sem ritmo nem fluência, cheio de faltas e faltinhas a toda a hora.
 
Claro que a arbitragem desempenha um papel essencial neste tipo de futebol. A nossa arbitragem é, por regra, péssima. Os nossos árbitros passam o tempo a apitar, a cortar o ritmo do jogo. São incapazes de distinguir entre a virilidade e a maldade. São preciosistas e autoritários em relação a coisas insignificantes mas depois completamente incapazes de se fazer respeitar nos momentos verdadeiramente importantes. São incoerentes, não têm critérios uniformes, a maior parte das vezes nem sequer no mesmo jogo! Depois há as preferências clubísticas dos árbitros que são por vezes evidentes e se refletem, e de que maneira, nas suas decisões.
 
Dito isto, as decisões mais importantes durante os jogos (penalties e cartões) acabam por ser tomadas de forma arbitrária, quer dizer, quase ao calhas, com o factor clubístico a ser, na maioria das vezes, decisivo para o lado que as mesmas acabam por pender. Um completo desastre para a verdade do jogo! E é evidente que o Porto é o clube que nas últimas décadas mais tem beneficiado deste estado de coisas.
 
De todas as decisões, o penalty e a expulsão são evidentemente as mais determinantes no desfecho do jogo. O blog influência arbitral tem feito um trabalho notável neste domínio, demonstrando de forma objectiva como o Porto tem sido beneficiado ano após ano e como esses benefícios explicam largamente o seu sucesso.
 
Em Inglaterra, conscientes como são, os árbitros têm a noção de como o penalty é uma decisão importantíssima senão determinante. E nessa medida quase não marcam penalties.
 
De facto, o penalty é uma falta que deve ser apitada apenas quando um jogador está numa posição de quase fazer golo e é impedido ilegalmente dentro da área, ou quando exista uma falta que, apesar de desnecessária, seja absolutamente evidente. Marcar penalties por bolas pontapeadas à queima roupa tocarem na mão do adversário em situações de nenhum perigo eminente, ou por supostos (ou reais) toques mínimos quando os atacantes correm em direcção paralela ou mesmo contrária à baliza, é algo que considero absurdo e totalmente desvirtuador da verdade do jogo. Do nada, de lances perfeitamente inofensivos, resulta, por uma decisão exclusiva do árbitro, um golo quase certo.
 
É uma decisão tão séria que os árbitros só a devem tomar quando têm a certeza absoluta de que existiu uma falta, isto é quando essa falta é evidente. Ora penalties evidentes são uma minoria muito pequena. Infelizmente porém por vezes são esses que não são marcados (como se viu com a mão de Mangala, tipo bloqueio de vólei, no passado domingo), ao passo que lances inofensivos e altamente discutíveis acabam por ser decididos nesse sentido.
 
Em conclusão, quanto menos penalties forem marcados (assinalando-se apenas os óbvios) menor a probabilidade dos árbitros errarem com influência no resultado. Isto apesar dos comentadores e pseudo-especialistas, grande parte com agendas marcadamente clubísticas, poderem dizer exactamente o contrário e reclamarem a marcação de penalties a toda a hora e por tudo e por nada. Não percebem o espírito do jogo e não percebem que, mesmo que haja erros, se houver coerência, já teremos um grande avanço.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A saída de Matic: 4-3-3 ou 4-4-2 ?

O meio campo do Benfica é um tópico sobre o qual já escrevi uma série de posts. Não tendo eu pretensões a ser um especialista em táctica, a observação e análise das transformações que se têm verificado naquele sector desde que Jorge Jesus chegou ao Benfica não deixam de me interessar e merecer algumas considerações.

Desde então o Benfica já teve os seguintes "meios-campos":

2009/2010

Javi Garcia como trinco, apoiado por Ramirez (que fazia o corredor direito, ao passo que Di Maria ficava no esquerdo) e Aimar a construtor de jogo (tratava-se de um 4-4-2 no qual não apenas um dos alas mas o próprio 2º avançado, no caso Saviola, baixavam para dar algum equilíbrio à equipa)

2010/2011

Com a saída de Ramirez (e Di Maria), JJ foi tentando várias soluções que alternou, para colmatar o desequilíbrio que se gerou. Por exemplo colocar ou César Peixoto ou Rúben Amorim nas alas ou ainda Carlos Martins no meio ao lado de Javi. No entanto, com a afirmação definitiva de Gaitan e Sálvio nas alas, a dupla Javi Garcia (indiscutível)-Aimar acabou por ser  mais habitual. Era um 4-4-2 muito marcadamente ofensivo que deu resultados muito negativos numa época para esquecer. 

2011/2012

Chegaram ao Benfica no início dessa época Matic (incluído no negócio de David Luiz que saíra a meio da época anterior, no fim do período de transferências de Janeiro) e Witsel. Este impôs-se na equipa rapidamente e o meio campo passou a ter uma composição mais equilibrada: Javi e Witsel complementavam-se muito bem. Ao passo que Aimar era um criativo sem presença no meio campo (pouca capacidade de choque, pouco poder de recuperar bolas e o próprio posicionamento muito avançado, perto dos pontas de lança), Witsel era o chamado "box-to-box", com uma presença física importante no meio campo. Foi uma época melhor do que a anterior na qual o campeonato se perdeu devido a arbitragens miseráveis e ao esgotamento físico dos jogadores (não houve quase rotação). 

2012/2013

A época passada começou com a mesma dupla no meio campo mas antes do fecho do período de transferências Javi e Witsel foram transferidos. Imaginava-se o pior mas a verdade é que foram substituídos por Matic e Enzo e a equipa ficou ainda mais forte. Matic demonstrou uma capacidade extraordinária para não apenas ser o "novo" Javi Garcia como ainda lhe juntar alguns dos predicados de Witsel. Enzo por seu turno é um grande futebolista, para mais muito raçudo e de alta rotação.

2013/2014?

Com a saída de Matic a solução que me parece mais provável é a sua troca directa por Fedja. Existem obviamente outras possibilidades, incluindo a do Benfica adoptar um 4-3-3 tal como já aconteceu esta época, abrindo-se então espaço para Rúben Amorim. A minha aposta vai porém para Fedja, pelos seguintes motivos: é um jogador mais forte e com mais capacidade de choque do que Amorim; tem rotina da posição e poderá, sublinho poderá, dar mais garantias em termos defensivos. Agora Fedja é claramente um jogador com mais dificuldades a construir, com menos velocidade, um jogador mais ao estilo de Javi do que de Matic. Mas, como se vê pela amostra, o meio campo do Benfica tem mudado constantemente ao longo dos anos (certamente também pela valorização dos jogadores que lá actuam) pelo que não há razões para pânico. Com solidariedade entre os jogadores acredito que a qualidade existente no plantel permitirá suprir esta perda. 

É preciso descaramento!

Eu comprometi-me este ano a não falar de arbitragens e tenho cumprido até ao momento. No entanto neste momento não posso deixar passar uma manobra que visa de uma forma descarada condicionar (ainda mais) as arbitragens.

Pinto da Costa diz que o atraso do Porto no campeonato se deve a "arbitragem escandalosa no Estádio da Luz". E o treinador, acossado pelos adeptos e acusado de incompetência pelos comentadores afectos ao seu clube em programas televisivos, vem dizer que a sua posição e a dos jogadores é exactamente igual à do seu presidente e ainda que há uma "campanha" para beneficiar o Benfica, cuja prova seria a de que "ninguém falou da arbitragem durante a semana".

Esta gente é doente! Nem vale a pena qualificar muito mais.

Agora é importante sublinhar uma coisa: o Benfica não pode deixar de fazer valer a sua posição. Porque neste País há muitos mentecaptos e muita gente influenciável. Existe pouca capacidade crítica e de discernimento. É sabendo-o que Pinto da Costa, um comunicador e propagandista de enorme calibre, lança estas atoardas. A imprensa deste País, claro está, dá grande destaque à "notícia".

O Benfica não pode deixar passar esta tentativa de manipulação descarada e deve denunciá-la com firmeza, pois se houve uma decisão absolutamente ESCANDALOSA, ao nível do mais descarado que jamais vi num campo de futebol, foi a não marcação do penalty, evidente e cometido a um metro do árbitro, de Mangala. Todos os outros lances são discutíveis e passíveis de interpretações - eu por exemplo acho que Jackson agrediu Maxi Pereira e que portanto devia ter sido expulso - agora o de Mangala é evidente e o ÁRBITRO VIU-O.

Pinto da Costa não tem de facto um pingo de vergonha na cara!



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Fotos do clássico

Aqui ficam mais fotos que permitem, aos que não puderam estar no Estádio, sentir um pouco do ambiente fantástico que se viveu no Domingo - e que muito se deve ao facto do jogo ter sido às 4 da tarde, que por sua vez só é possível devido à decisão de manter os direitos no clube e transmitir os jogos na BenficaTV. Desde o início que achei esta decisão fundamental para o Benfica, no sentido de romper com o "sistema" e mudar o caminho (viciado) do futebol português.
Desde já informo que há mais fotos na página "Estádio da Luz", que podem encontrar aqui no blog no separador que se encontra no topo da página e que temos ainda mais fotos e também um vídeo HD dos momentos que antecederam o jogo (e nomeadamente quando se cantou o hino do Benfica) na nossa página no Facebook.
Quanto às fotos abaixo, podem clicar para ver em tamanho maior.







segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Este é o verdadeiro Benfica

Assistiu-se a uma grande jornada de benfiquismo este Domingo.

O ambiente foi extraordinário em todos os aspectos: Estádio cheio, grande apoio à equipa e grande respeito pela memória de Eusébio, o maior jogador de sempre do Benfica.

Começando por este último aspecto, há que dar os parabéns à estrutura benfiquista pela forma como organizou as cerimónias até ao jogo de ontem inclusivé. A coreografia foi simplesmente espectacular, provavelmente a melhor que já vi num Estádio de futebol. Há igualmente que reconhecer a forma como o minuto de silêncio foi respeitado por todos os adeptos, inclusivamente os do Porto (entre quase 63.000 pessoas houve apenas meia dúzia de espectadores que ensaiaram uns berros mas foram de imediato silenciados por quem os rodeava). Esse facto merece ser destacado face ao clima de grande tensão que bem se conhece.

Ainda sobre a coreografia, o virar de página ou virar da cartolina teve um grande simbolismo e permitiu que da respeitosa memória de Eusébio se transitasse com naturalidade para as emoções mais coloridas do jogo de futebol, de que aquele foi "King". Bonita igualmente a decisão dos jogadores terem nas camisolas o nome de Eusébio.



O ambiente foi fantástico. Pela primeira vez em muitos anos o Benfica - adeptos incluídos - não enfrentou este jogo a medo, quase com as pernas a tremer. Nas partidas dos últimos anos em particular isso era absolutamente evidente: o Benfica mostrava-se mais forte no campeonato mas quando chegava a estes clássicos parece que se sentia em inferioridade mesmo quando jogava em casa. Havia uma ansiedade e um receio que já se transmitiam das próprias bancadas para dentro do campo.

Desta vez parece-me que os benfiquistas todos acharam que vencer o Porto em casa é um desfecho normal pelo que não se justificava tamanha ansiedade, tamanho nervosismo. Creio também que o "efeito Eusébio" nos libertou de uma certa negatividade em relação ao Porto que não estava a ajudar. Penso que o Benfica nos últimos anos se deixou embrenhar num jogo em que sai a perder: o de entrar num processo de ódio ao Porto. Talvez para o Porto a lógica do "contra"  possa funcionar, uma vez que Lisboa é a capital e o Benfica o maior clube em adeptos. Mas para nós não. Nós não podemos entrar nesse tipo de lógica; o ódio não nos dá força, pelo contrário inibe-nos de mostrar o nosso melhor. Temos sim que interiorizar a grandeza e dimensão do Benfica e jogar sem qualquer medo, como foi o caso, permitindo que essa grandeza e o grande ambiente à volta do campo funcione a nosso favor. Foi isso que, como em tantas décadas no passado, sobretudo desde os anos 60 aos 80, ontem voltou a acontecer. 

Este jogo trouxe várias lições. É verdade que este Porto estava mais fraco do que no passado. Mas também no tempo de Vitor Pereira se pensava que o Benfica estava mais forte e no entanto não conseguíamos ganhar. Mesmo na época de Villas-Boas, sobretudo no primeiro jogo, para  Supertaça, o Benfica era favorito e depois aconteceu o que se sabe. Uma das lições que este jogo trouxe é que o Benfica pode ganhar ao Porto em casa jogando com dois pontas de lança. 

Vejo muitas vezes especialistas de internet explicarem que Jorge Jesus é ignorante tacticamente por insistir em jogar com dois pontas de lança nestas partidas. No entanto o Benfica não apenas jogou Rodrigo e Lima como ainda acrescentou aos avançados Markovic, para não falar de Gaitan. Isto mostra que de facto para lá dos sistemas, conta sobretudo a dinâmica que os jogadores são capazes de imprimir. E mostra que as certezas absolutas que algumas pessoas dizem ter devem ser refreadas. 

Nesta partida os jogadores do Benfica foram solidários e esse foi outro factor determinantes na vitória. Houve de facto uma grande comunhão de sentimentos entre todos os que estiveram no campo e os que estavam nas bancadas com as camisolas do Benfica.

Os "11 Eusébios" foram confiantes, determinados e abnegados e ganharam com toda a justiça e sem margem para dúvidas, dedicando a vitória e os golos ao Pantera Negra. Foi uma jornada de grande benfiquismo que nos faz pensar que podemos esperar coisas boas no futuro. Esperemos que assim seja.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A última entrada em campo

O melhor jogador do Benfica de todos os tempos e certamente um dos melhores futebolistas da história do futebol despediu-se na segunda-feira num dia de grande emoção para todo o País.
Com a morte de Eusébio parte deste mundo um símbolo de Portugal, ainda para mais de uma era que praticamente já não existe, o que deixa uma nostalgia acrescida. 
Em 1999 tinha partido Amália, igualmente uma "bandeira", um emblema de Portugal, uma daquelas figuras que se distinguem claramente da multidão e que atingem uma dimensão internacional.
Tal como Amália, Eusébio tinha essa qualidade intraduzível da genialidade, uma espécie de aura que o rodeava. Tal como ela, teve fama internacional, actou ao mais alto nível no estrangeiro e foi reconhecido nas mais diversas partes do mundo, projectando o nome de Portugal numa altura em que praticamente só se falava do nosso País por más razões.
Durante muitos anos eles constituíram um factor de reconhecimento e apreço por Portugal no mundo. Neles se retratavam aspectos muito importantes da cultura portuguesa, nomeadamente o seu carácter multi-racial e quase universal.
Já não vi Eusébio jogar mas tenho a plena consciência de que o Benfica é o que é devido a ele. As suas características de grande humildade (a humildade que só os verdadeiramente grandes podem ter), grande desportivismo e respeito pelo público, pelos adversários e pelos árbitros são um exemplo para todos nós. Eusébio foi um autêntico cavalheiro do futebol.

Não podia pois deixar de me associar a esta homenagem e segunda-feira lá estive à hora de almoço para a despedida  que Eusébio pediu: no Estádio da Luz, a sua casa, entrando por uma última vez em campo, indo ao centro do terreno e dando depois uma volta ao mesmo, saudando as bancadas.

Cheguei um pouco antes das 13.30h e a atmosfera era especial, de profundo respeito, genuíno reconhecimento e grande benfiquismo. Apesar dos muitos milhares nas bancadas, o silêncio fazia-se sentir.
A dada altura começaram os cânticos, sentidos e apropriados, de um sector da bancada, intercalados com novos períodos de um silêncio expressivo e significativo. Cantou-se o hino do Benfica.

Chega finalmente o corpo de Eusébio. Pela última vez entra em campo, vai ao centro do terreno e por um momento o vejo, já retirado, com os seus óculos e o seu sorriso, a acenar para a bancada. O público aplaude. E depois dá a volta, despedindo-se de todos e todos se despedindo dele. Canta-se o hino de Portugal, grita-se Eusébio.

O Benfica e o País - e sublinho a atitude sincera e bonita de tantos rivais nas cores clubistas que se associaram às homenagens - souberam despedir-se de Eusébio. As enormes alegrias que ele proporcionou foram reconhecidas. Eusébio teve uma estátua em vida, algo que é raro acontecer e que deve ser creditado a quem o idealizou e quem o realizou. A despedida na Luz foi muito especial, tal como o foi pelas ruas de Lisboa, algo que já só acompanhei na televisão.

A partir de agora os valores que Eusébio representava têm que ser interiorizados de uma forma diferente pelos benfiquistas para fazer do nosso clube um clube novamente grande, novamente vitorioso, novamente temível a nível mundial. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O King parte em dia de Reis

Eusébio é, de certo modo, o Benfica.
 
Além de ter sido o melhor jogador de sempre do Benfica, simboliza o que de melhor o nosso clube representa: a classe, a humildade, o espírito vencedor, o desportivismo, o cavalheirismo.
 
Eusébio encarnou e reinterpretou como ninguém a mística benfiquista. Foi um grande campeão e graças a Deus manteve-se ligado ao clube até ao fim.
 
Eusébio, como o Benfica, não morre. Continua vivo na memória e no sentimento de todos os benfiquistas, de todos os Portugueses e de todos os amantes do futebol espalhados pelo mundo.
Um símbolo, uma bandeira, um modelo.
 
Parte da homenagem foi feita ontem. Seria bonito - e justo - que milhares de benfiquistas acorressem hoje, pela hora de almoço, ao Estádio que foi e continuará a ser sempre a casa de Eusébio, para das bancadas o ver e saudar pela última vez, correspondendo a um dos poucos desejos que expressou dirigido ao povo benfiquista.
 
A todos os que puderem, não deixem de estar presentes nesta homenagem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A fórmula Mourinho

Como se sabe, em Inglaterra o campeonato não pára na quadra natalícia, muito pelo contrário. Joga-se no boxing day e joga-se também no dia de ano novo. 
Precisamente dia 1 o  Chelsea venceu fora o Southampton (que chegou a ser a surpresa do início do campeonato) por 3-0 e conseguiu talvez a sua exibição mais conseguida da época. Mais uma vez Mourinho alicerçou a vitória da sua equipa na segurança defensiva e depois soube ter a arte de, no momento certo, usar as armas que tinha no banco e decidir a partida.
Mourinho procura (e esta característica foi muito bem observada por Norton de Matos que me parece o mais conhecedor e melhor comentador da Benfica TV) o equilíbrio nas suas equipas, usando os jogadores que melhor o podem assegurar em diferentes momentos do campeonato e dos próprios jogos. 
Contra o Southampton, foi clara a intenção de, na primeira parte, controlar e segurar o jogo, manietar o adversário controlando a bola e os espaços sem assumir riscos, para então na segunda parte lançar os jogadores de maior acutilância ofensiva e vencer a partida (Óscar e William por Mata e Shurer). Foi um pouco o que o Benfica fez em Setúbal e que foi bastante criticado pelos comentadores e pelos próprios adeptos, que ora se queixam por (no ano passado) jogarmos bem e não ganharmos nada como de ganharmos mas não jogarmos bem (este ano). 
A verdade é que um treinador vive de resultados, algo que constitui o cerne e a essência da "fórmula Mourinho" que não hesita em recorrer a tácticas ultra-defensivas e ao pontapé para a frente para o assegurar. (Recorde-se por exemplo a eliminação do Barcelona pelo Inter de Mourinho, na qual o 4-3-3 foi substituído por um insólito 7-3-0).
Isso porém é o extremo, pois Mourinho normalmente, até por treinar uma equipa de topo, assume mais as despesas do jogo. Mas não muito mais e nunca ao ponto de desgastar demasiado a sua equipa numa busca desenfreada do golo (algo que no passado aconteceu muitas vezes ao Benfica) ou de correr riscos defensivos para o conseguir. As mexidas de Mourinho na equipa são por regra conservadoras.
A "fórmula Mourinho" é de certo modo o ovo de Colombo: grande segurança defensiva, grande controlo do jogo e excelente ocupação dos espaços, grande equilíbrio da sua equipa e depois capacidade de mudar durante os jogos o que está menos bem na equipa. Mourinho tem a paciência de saber esperar pelo golo e pela vitória. Tem uma grande autoconfiança e consegue projectá-la para os seus jogadores. É um excelente líder de homens e, um pouco à semelhança de Jorge Jesus, consegue retirar o melhor dos jogadores, como é actualmente o exemplo de Hazard.
Por tudo isto, e por ter sabido escolher bem os clubes por onde passou, a fórmula Mourinho é altamente vencedora - mas não infalível.
Este ano, como já assinalei, Mourinho "arrisca" bastante em termos da sua reputação e da sua aura vencedora, pois o seu Chelsea não tem o melhor plantel de Inglaterra, ficando atrás do Manchester City. Por outro lado, o Arsenal apresenta também um bom futebol e tem-se conseguido manter na liderança do campeonato, algo que dá sempre muita força, confiança e alento aos respetivos atletas. No entanto, se quisermos ser objectivos, temos que reconhecer que se o Chelsea se mantém a apenas dois pontos da liderança com todas as possibilidades de poder vencer, deve-o sem dúvida a Mourinho, à sua veia competitiva e ao grande equilíbrio que confere às suas equipas e que as coloca mais perto de vencer.
Alguns treinadores dizem que "jogar bem" é meio caminho para vencer, mesmo quando as suas equipas perdem. Para Mourinho porém isso não existe. Se a sua equipa perde é porque jogou mal, porque jogar bem é jogar para vencer e não jogar bonito. Mourinho acredita, isso sim, que uma equipa bem montada, bem organizada, bem posicionada e, acima de tudo, muito bem equilibrada entre os diversos sectores, está mais perto de vencer do que uma outra que não tenha estas características.

A meu ver, Manchester City, Chelsea e Arsenal são neste momento e nesta ordem os principais candidatos ao título em Inglaterra. O Liverpool está a jogar bem mas os zero pontos nos dois jogos anteriores (City e Chelsea) demonstraram que lhe falta ainda alguma coisa para ser candidato. O United voltou a perder nesta jornada, agora com o Tottenham e está fora destas contas. O Everton por seu turno está a fazer uma excelente temporada mas não tem obviamente argumentos para enfrentar estes tubarões. 

2014 - ano para voltar a entrar nos carris

O balanço de 2013 é evidentemente muito negativo, pois o Benfica que parecia destinado a uma época de sucessos acabou por perder tudo de forma absolutamente inglória e com grande sabor a injustiça.
Tivemos porém momentos muito bons, quase inesquecíveis: recordemos por exemplo o golo de Matic ao Porto, o golo de Lima ao Sporting, depois de magia de Gaitan, o jogo contra o Fenerhbaçe na Luz que ditou a passagem à Final da Liga Europa, a própria série de vitórias no campeonato (sem ajudas, ao contrário do clube que viria a ser decretado campeão) até ao fatídico jogo com o Estoril ou, nas modalidades, o título de campeão europeu de hóquei, a que se seguiram outros.
Foram momentos bons que nos deram alguma alegria, no grande quadro de desilusão que marca a época passada. Tudo isso está porém já para trás. O ano civil acabou e um novo se abre, com o Benfica (desfeito o sonho ilusório da Champions) a manter boas possibilidades na Campeonato e na Taça.
No próximo sábado (depois de amanhã), pelas 20.15 h na Luz, jogaremos precisamente o acesso aos quartos de final da Taça de Portugal frente ao Gil Vicente.
No domingo seguinte (dia 12), pelas 16.00h (algo que é uma novidade nos últimos anos) teremos o clássico contra o Porto. Três jornadas depois receberemos o Sporting.
Caso o Benfica seja competente, poderá estar no início de Fevereiro numa excelente posição para vencer o campeonato. Já aqui disse várias vezes que temos um excelente plantel, com muitas soluções. Ao contrário dos anos anteriores, o plantel não chega a esta fase da época já muito espremido fisicamente - pelo contrário começámos "devagarinho" e tem havido bastante rotatividade, pelo que as peças mais influentes estão preparadas para enfrentar o que aí vem da época. Recorde-se também que o Benfica de JJ costuma ser mais forte nesta fase do campeonato do que no seu início. O que tem falhado mesmo nas últimas épocas é a ponta final, os últimos 3 ou 4 jogos, algo que, se fizermos as coisas bem nesta fase acredito que não se repetirá.
Em suma, penso que as perspectivas são interessantes e que temos razões para estar moderadamente optimistas.
Agora insisto que é absolutamente fundamental vencer o Porto e o Sporting no nosso Estádio. Está perfeitamente ao nosso alcance. Desde que a equipa esteja concentrada e bem preparada a todos os níveis, penso que o conseguiremos.