segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Agora vão ver como elas doyen

O Sporting foi condenado pelo TAS.
Vale e Azevedo, perdão, Bruno de Azevedo, perdão, Bruno de Carvalho comentou, no seu oitavo comunicado do dia de hoje, que isto é só o início. Eu desta vez subscrevo. É o princípio do fim. Desta vez nem Ricciardi lhe valerá pois o calote dado ao BES não se repetirá em instâncias internacionais. Mas como diz Bruno, o comediante, isto é só o princípio. Há mais, muito mais a caminho.

Estamos vivos!

Este Domingo teve muito para acabar mal, futebolisticamente falando.
 
Na Luz o Benfica tinha um adversário difícil, após mais um resultado negativo que praticamente nos deixara afastados da discussão do 1º lugar, ao passo que os nossos adversários tinham praticamente passadeiras estendidas, tal a fragilidade dos seus adversários.
 
Ao intervalo, com o Rio Ave a conseguir empatar o Benfica (marcando praticamente no único remate que fez à nossa baliza), o ambiente na Luz não era o melhor. A grande assistência - mais uma, a demonstrar que o benfiquismo continua forte e militante - dava sinais de compreensível impaciência.
 
Na segunda parte as coisas não começaram muito melhor. A primeira substituição, de Samaris por Fedja, foi um tanto surpreendente. A equipa demorava a encostar o Rio Ave às cordas e o seu futebol era previsível. Mas a partir dos 71 minutos as coisas mudaram. O estádio despertou, o Benfica também e sentiu-se que o golo poderia aparecer. Apesar da terceira e última substituição também ter sido surpreendente (avançado por avançado, Raúl por Mitroglou, depois de Carcela ter entrado para o lugar de um também desinspirado Gonçalo Guedes) o Benfica conseguiu chegar ao golo. Carcela esteva na jogada e Jonas voltou a marcar. A maior mobilidade de Raúl acabou por criar mais problemas à defesa do Rio Ave do que um Mitroglou mais fixo e pouco eficaz nesta partida. As substituições, que nada alteraram em termos do posicionamento da equipa, acabaram por ser eficazes. Duas horas mais tarde as coisas tornavam-se ainda mais sorridentes: o Sporting perdia na Madeira, perante o União, e reabria a possibilidade do Benfica voltar a entrar na luta do título.
 
Neste momento precisaríamos de que os dois primeiros perdessem um total de 9 pontos no seu conjunto, enquanto nós vencessemos todas as nossas partidas, para chegar ao 1º lugar. Na próxima jornada há um clássico entre aqueles dois, pelo que é absolutamente imprescindível o Benfica vencer a sua partida para poder recuperar parte daquele atraso. Depois precisamos de acreditar que é possível vencer tanto o Sporting como o Porto para recuperar mais pontos. Há portanto muito caminho e muitas dificuldades pela frente se queremos ainda almejar a renovar o título. Mas esta jornada teve o mérito de mostrar que afinal os nossos adversários também perdem pontos - e mais poderiam perder se não se verificassem certas anomalias nas arbitragens.
 
No jogo de ontem houve 3 lances que noutros contextos, com outros emblemas, dariam seguramente penalties. O Presidente LFV esteve por isso bem ao apontar e denunciar estes casos que começam a ser demasiado evidentes. O Benfica porém não se deixou abater por essas contrariedades e continuou à procura da vitória, num jogo em que, repito, sem ser brilhante e num contexto difícil, conseguiu chegar à vitória sobretudo através do querer e da determinação dos jogadores.

Há que melhorar os índices de confiança, de agressividade na conquista da bola e ataque à baliza adversária e que recuperar os lesionados para atacar a segunda metade da época com o intuito de inverter a situação negativa em que estamos no campeonato. Vejo ali muito querer, muita vontade de continuar a ganhar mas em várias situações essa vontade não se traduz em vitórias por razões que importa analisar, compreender e corrigir. Há novamente um pouco de tempo para trabalhar a equipa e assentar ideias. Vitória, que já disse trabalhar das 8 da manhã às 8 da noite precisa eventualmente de, já depois dessa hora e na tranquilidade da sua casa, reflectir com calma acerca do que está a falhar. Porque nem tudo está mal - somos o melhor ataque do campeonato e estamos na segunda fase da Liga dos Campeões.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Previsível

Estive bastante tempo ausente das andanças blogueiras e estava a pensar em voltar a publicar para elogiar Rui Vitória, com quem tenho sido algo duro especialmente a seguir às derrotas com o Sporting.
Ia elogiá-lo por, depois da última dessas derrotas, ter sido capaz de apanhar os cacos e motivar a equipa para uma recuperação em Astana que valeu a classificação para os oitavos da Champions, por uma vitória muito meritória em Braga, pelo lançamento de Renato Sanches e de Pizzi que deram à equipa um equilíbrio que lhe faltava desde a saída de Enzo, e por uma sequência de vitórias interessante no campeonato, incluindo uma bela exibição em Setúbal.
Mas ontem as coisas voltaram a descarrilar - e quem empata com um União da Madeira não pode esperar elogios. Sobretudo porque o Benfica já não tinha margem de erro nenhum, depois de 3 derrotas no campeonato, incluindo contra os dois rivais.
 
O campeonato a meu ver está perdido - mas já o estava desde a derrota com o Sporting em casa. Esse foi o jogo que a meu ver deveria ter levado a decisões drásticas. Mas as palmas dos adeptos foram transformadas pela propaganda no facto mais relevante da noite e muitos benfiquistas deixaram-se ir nesse engodo.
O campeonato está perdido, a taça e a supertaça também. Na Champions a campanha está a ser positiva, veremos o que acontece na próxima eliminatória. Fica a Taça da Liga para disputar até ao fim da época (espera-se que pelo menos aí consigamos chegar à final).
 
A não ter sido demitido após a derrota humilhante com o Sporting na Luz, seguida da eliminação da Taça, não faria sentido Vitória sair nesta fase. Nem LFV ou a "estrutura" estarão para aí virados. Vieira já admitiu recentemente que a época é de transição (algo que eu digo há meses) e implicitamente que é natural nada conquistar de relevante.
 
Esta é, aparentemente, a época zero em termos de "novo ciclo", a época de redução dos encargos, controlo do passivo através dos contratos com a NOS e a Emirates e de lançamento de jovens talentos da Academia ou Equipa B. Nesse sentido Vitória está a cumprir, tendo lançado já Nelson Semedo, Guedes e Sanches. Caso as coisas não piorassem muito, Vitória poderia mesmo ser o treinador na próxima época, uma espécie de Lopetegui do Benfica, dado que tinha suportado o impacto da saída de Jorge Jesus e lidado com alguma falta de soluções no plantel, tanto nas laterais quanto no meio campo, solucionando-as com recurso à prata da casa.
 
É tudo uma questão de perspectiva. Pela minha parte não estou minimamente surpreendido com o que está a acontecer - e não estarei na linha da frente dos ataques e pedidos de demissão de Rui Vitória. Ele faz o melhor que sabe com os recursos de que dispõe. Para além disso nenhum treinador seria capaz de, nesta fase da época, pegar nesta equipa e fazer dela campeã. Já é tarde para tal. O calendário (e aqui e ali uma decisão arbitral "artística") não o permite.

PS - não servindo de desculpa, o relvado estava num estado miserável, previsível também em função não apenas das chuvas mas do facto do Nacional ali ter jogado com o Porto nas vésperas.
 
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Rui Vitória deve sair

Sejamos claros: este Benfica não joga nada.

Ouço hoje alguns benfiquistas a tentar atenuar a coisa, dizendo que dos 3 jogos com o Sporting este nem foi o pior e que até podíamos nem ter perdido.

Mas que falta de exigência! Será a isto que o Benfica está reduzido? Perder por poucos com o Sporting já não é mau? Francamente!

Depois de duas derrotas, uma delas absolutamente humilhante em nossa casa, exigia-se que o Benfica se "vingasse" e fosse vencer a Alvalade, de preferência de uma forma categórica e concludente.


Mas o que se viu foi exactamente o contrário: uma equipa medrosa, recuada no terreno, mesmo apesar de ter iniciado o jogo a ganhar sem ter feito (quase) nada para o conseguir. O Benfica durante largos períodos esteve remetido à sua defesa sem qualquer capacidade para sair do seu meio campo de forma minimamente consequente.


Os sectores do Benfica jogam longíssimo uns dos outros, não há pressão quando a equipa perde a bola, pouquíssimos jogadores aparecem na área adversária, não há criatividade, não há rotinas de jogo, não criamos oportunidades de golo, defendemos mal. Não há, 5 meses depois de Vitória chegar ao Benfica, uma ideia de jogo clara e um sistema bem definido.

O que mais será preciso para se perceber que Rui Vitória não é treinador para o Benfica? 

É verdade que Vitória teve coragem em lançar jovens como Nélson Semedo e Gonçalo Guedes, mas isso não chega. É verdade que Vitória (tudo o indica) irá conseguir apurar a equipa para os oitavos da Champions, algo que não conseguíamos há muito. Isso é meritório mas também não chega. Do modo que as coisas estão, o Benfica pode já na próxima jornada, ainda em novembro (!), ficar praticamente afastado da vitória nas principais competições nacionais. Ora isso é impensável para um clube que é o maior nacional e tem o estatuto de bicampeão.

Vitória não tem capacidade para este lugar: nem táctica nem de liderança. Isso era absolutamente visível desde o primeiro dia - aliás, era-o desde que RV treinava o Guimarães e toda a gente via que o futebol do clube era parco de ideias e ultra defensivo. Alguns iluminados explicavam que isso era porque tinha jogadores fracos à sua disposição e que caso tivesse plantéis como os do Benfica faria muito melhor do que o seu antecessor. Está à vista.

O problema é quem poderia agora vir. As opções são muito limitadas. Como não me cansei de dizer antes do anúncio de Vitória, Marco Silva tinha sido, por todas as razões, tanto futebolísticas como mentais, a opção certa. Tinha-se dado um bofetão na cara de Bruno de Carvalho, ficávamos mentalmente por cima e Marco não teria (como não teve no passado) medo de defrontar Jorge Jesus. Marco está a mostrar toda a sua qualidade na Grécia. Já no Estoril não enganava. Ao contrário do Guimarães, o Estoril era uma equipa com fio de jogo e intenção de jogar futebol que denotava grande personalidade. No Sporting Marco Silva confirmou essa convicção e agora na Grécia está apenas a dar sequência ao seu trabalho.

LFV quis afirmar o seu ego e mostrar que as vitórias dos últimos anos se deviam menos ao treinador do que a si próprio e à "estrutura" que ele tinha criado. Falhou redondamente e esse erro gravíssimo - que se agrava pelo facto de resultar dele o reforço exponencial de um dos nossos rivais e competidores - terá que lhe ser imputado exclusivamente a si. Cabe-lhe agora resolver o problema que ele próprio criou.

domingo, 22 de novembro de 2015

Esta estrutura ganha que se farta

A hora da verdade está-se a aproximar. A Supertaça foi perdida, a Taça já foi e no campeonato já estamos a 8 pontos. Muito em breve tornar-se-á claro que (como disse há muito tempo, tendo por isso sido acusado, por alguém que não faz a ideia do que já fiz pelo Benfica, de não ser Benfiquista) o campeonato também já foi. E, mais ainda do que isso, arriscamo-nos a nem sequer ir à Liga dos Campeões para o ano. Esta competição está a ser o balão de oxigénio de Rui Vitória, graças a uma vitória tão inesperada e feliz quanto memorável em Madrid. Mas esse balão não vai durar sempre. É quase impensável achar que o Benfica poderá ir muito além dos oitavos de final. Gostaria muito, mas não me parece possível.

Nessa altura o vazio futebolístico e de troféus da presente época ficará bem à vista de todos. Neste momento somos bi-campeões mas por este andar em breve começaremos a ser tratados pelos "ainda campeões". Quando os outros começarem a festejar títulos e a nós só nos restar terminar a época "com dignidade", os benfiquistas vão sentir a realidade de uma forma bastante dura. Principalmente porque já não estão habituados.

A tolice da tese de que a estrutura é que afinal ganhava os jogos e os títulos está agora bem demonstrada. LFV queria provar que o mérito das vitórias era seu e não de Jorge Jesus. Correu-lhe mal. Agora cada um que tire as suas conclusões.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O actual momento do Benfica

O actual momento do Benfica não é tão mau como uns, nem tão bom como outros o caracterizam. 

É, a meu ver, sensivelmente o que se poderia esperar face à decisão tomada pela direcção de desinvestir no futebol face a um quadro alegadamente mais exigente em termos financeiros (e sobre este ponto diremos alguma coisa mais adiante).

A época teve até agora momentos em que as expectativas foram superadas (como é o caso da vitória sobre o Belenenses por 6-0 ou a vitória em Madrid sobre o Atlético) e outros em que ficaram muito abaixo do mínimo exigível, como no caso das derrotas contra Arouca e Sporting. A derrota na Luz foi o ponto mais baixo até ao momento e - esperamos - até ao fim da época. É bom que algo como aquele jogo não se repita tão cedo.

Mas, reafirmo, no geral a época está a corresponder ao que seria expectável: Rui Vitória tem apostado na juventude e na formação (com efeitos visíveis e positivos em termos de inserção de novos valores na equipa principal) e os resultados têm-se ressentido. Uma mudança de treinador raramente não se reflecte negativamente nos resultados, sobretudo quando a qualidade do plantel sofre um decréscimo de qualidade. É verdade que saíram poucos jogadores mas os que saíram não foram devidamente compensados, pelo menos até agora: Maxi foi bem substituído por Nélson Semedo mas a lesão, logo na estreia pela selecção, transformando o sonho em pesadelo (parece uma sina pois já Simão Sabrosa tivera uma situação semelhante há uns anos e espero muito sinceramente que Gonçalo Guedes se "proteja" na sua estreia), acabou com essa solução; já Lima não tem (por agora) substituto à altura.

É de registar, nesta época de transição, o 1º lugar no grupo na Liga dos Campeões. Não é algo que se possa desvalorizar, até tendo em atenção o passado recente. É algo importante desportiva e financeiramente. É algo que não pode ser considerado um mero acaso, até porque o grupo em que nos encontramos não é de todo fácil. Não é possível culpar um treinador pelos maus resultados e não lhe dar crédito pelos bons. Ambos são, em grande parte, da sua responsabilidade.

Também não alinho nas críticas impiedosas à falta de ideias da equipa e a uma alegada táctica do pontapé para a frente e dos cruzamentos sem sentido para a área. Não alinho porque me parecem exageradas, por um lado, e porque não vejo nada de errado em cruzar bolas para a área desde que os centros sejam bem feitos e existam jogadores para a eles responder. Aliás critiquei muitas vezes o futebol do Benfica no passado por exagerar nos passes e nas tabelas, por vezes já dentro da área. O Benfica tem um problema de dinâmica, isso é verdade, e de (na minha opinião) existir por vezes demasiado espaço entre os sectores. Mas eu não sou treinador e portanto não me iludo a pensar que a minha leitura tenha um valor absoluto ou implique uma sentença definitiva sobre o trabalho de Rui Vitória.

Ao treinador do Benfica terá que ser dado tempo, o tal que não existe no futebol e menos ainda no Benfica. Vitória tem que ser capaz de crescer e se afirmar enquanto a equipa vence, pois só esse é o caminho. Agora não faz sentido, depois de vencermos, estar a criticar a equipa. O Benfica fez o suficiente para vencer o Galatasaray - e esse jogo era crucial - e venceu com todo o mérito, inclusivamente depois dos turcos terem empatado sem o merecer. De igual modo o Benfica venceu o Boavista. Aí com menos brilho mas com igual eficácia. E era isso que se pedia. Tal não significa obviamente que tudo esteja bem. 

À entrada para mais uma paragem no campeonato - a terceira - quero acreditar que as coisas melhorarão. Vem aí um novo jogo importante, desta vez para a Taça de Portugal, no qual se exige mais trabalho, superior prestação e sobretudo muito melhor resultado relativamente aos anteriores derbies. Na primeira paragem para o campeonato as coisas melhoraram muito. Na segunda as coisas pioraram, em grande medida devido à lesão de Nélson ao serviço da selecção durante essa paragem. E na terceira esperamos que as coisas melhorem novamente: que Sílvio confirme a subida de rendimento e que os processos colectivos da equipa se aperfeiçoem. Sobretudo há que melhorar a harmonia do meio campo que continua a não convencer. Este é o tempo que normalmente os treinadores não possuem. Rui Vitória precisa de o aproveitar bem.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Vitória de raça

Depois de duas derrotas, uma delas, algo injusta, para a Champions, era fundamental o Benfica ter capacidade de resposta. Teve-a e muito forte.
A vitória de ontem é uma vitória de raça, conquistada com mérito absoluto, que se segue a uma vitória de serviços mínimos (apesar do 4-0) final perante um adversário demasiado fraco para apresentar qualquer oposição.
Não foi o caso do Galatasaray. Com Podolsky e Shneider na frente, a equipa turca tem sempre armas potentes apontadas à baliza adversária. Além disso tem jogadores muito experientes e sabia que o Benfica corria contra alguma ansiedade.
Mas seja dado o mérito devido ao Benfica, Rui Vitória e jogadores acima de tudo: desde o início que dominaram o adversário, assumiram as despesas do jogo e criaram algumas oportunidades. Na segunda parte a pressão intensificou-se e não deixou o Galatasaray respirar, culminando num golo justo de Jonas.
O golo obtido pelos turcos quase de seguida podia ter provocado nervos e falta de crença, mas isso não aconteceu. O Benfica voltou a dominar o jogo e a marcar, através de um velho "suspeito" destas andanças, o grande, o enorme capitão Luisão. 12 anos de Benfica e recordes batidos uns atrás dos outros. Golos decisivos e uma liderança no campo e no balneário que se exerce pelo exemplo e pela simples presença. Calma, dedicação, categoria são algumas das características de Luisão. "Não permitirei que se coloque em causa o grupo" disse o capitão no fim do jogo. Isto diz tudo sobre a sua atitude. Só os anti-benfiquistas podem não gostar de Luisão ou não o respeitar.
Depois do 2º golo, o Benfica podia ter sentenciado o jogo mas Raul, muito esforçado, não conseguiu concretizar um par de ocasiões flagrantes, também por grande mérito do guarda redes adversário.
Nos minutos finais as coisas complicaram-se muito, devido à expulsão, muito estranha, de Gaitan. Não pelo segundo amarelo, que é indiscutível, mas pelo primeiro e pela circunstância de se ter invertido a culpa. Dar o amarelo a Gaitan em vez de se expulsar o atacante turco foi declaradamente uma escapatória do árbitro face a uma decisão difícil que não quis assumir.
Nesses minutos, jogados em inferioridade numérica e com o adversário a saber que a derrota praticamente o deixava eliminado mas que um golo abria de novo as portas da qualificação, valeu a dedicação e entrega dos jogadores do Benfica, alguns deles completamente esgotados. O lance do golo evitado por "Luiseu" foi a epítome desse espírito e do jogo em si. Eliseu aliás calou ontem muita gente com mais uma exibição de entrega e qualidade. Cometeu alguns erros - algo que só acontece a quem joga e mais a quem arrisca e sobe muito no terreno, como é o seu caso. Mas Eliseu não se esconde e está sempre disponível. Também destaco as exibições de Talisca, excelente nos passes, nas aberturas, dando largura ao nosso jogo e sempre uma ameaça quando visa a baliza. Penso que Talisca tem condições para maturar o seu jogo e poder ser a solução para aquela posição. Finalmente Jonas voltou a ser a ameaça habitual para as redes adversárias, tal como Gaitan que acabou expulso nas circunstâncias já referidas.
Em suma, uma belíssima vitória do Benfica que nos coloca já com um pé nos oitavos de final, com dois jogos ainda por jogar. É mérito de Rui Vitória e dos jogadores.
Há que voltar à trajectória ascendente que estávamos a realizar antes da lesão de Nélson Semedo, a qual fez tremer muito a equipa como aqui já tenho apontado. Os novos equilíbrios estão ainda a ser construídos. Nem tudo passou a estar bem com esta vitória mas é evidente que a confiança agora é outra. Uma coisa é certa, os jogadores mostraram mais uma vez a sua união e plena confiança no caminho que está a ser seguido. Penso que Rui Vitória precisa de tempo para ir assentando ideias, adaptando-se melhor à realidade Benfica e colocando as peças nos seus lugares certos. Acho que o plantel tem mais soluções do que as que têm sido exibidas. Não há necessidade de se insistir sempre no mesmo 11 quando existem tantos jogadores com qualidade que ainda não jogaram um único minuto esta época. Neste caso as lesões e castigos permitiram "abrir" um pouco mais o 11 a outros jogadores mas penso que mais pode ser feito nesse capítulo.
Em todo o caso esperemos que o caminho de vitórias seja para manter.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Defendi a descida de divisão do Sporting em 2012

Em 2012 defendi que o Sporting deveria descer de divisão devido ao caso Paulo Pereira Cristovão / Cardinal.

Defendi-o baseado no que sabia do caso e do que conheço das leis do futebol. Não vi nem ouvi, nem antes nem depois, ninguém do Benfica a falar do caso.

Talvez achassem que o Sporting fazia falta ao futebol português. Talvez tivessem pena do Sporting. Não sei. Mas sei que eu sempre defendi igualmente (e falei disso várias vezes neste blog) que com o Sporting nunca pode haver piedade. (Estou obviamente a falar desportivamente. Tenho, como todos os benfiquistas, muitos amigos e familiares do Sporting.) A intenção do Sporting (como do Porto) é destruir o Benfica, pelo que não nos deveríamos compadecer deles estarem na mó de baixo.  Um dia, quando levantassem a cabeça, não deixariam de nos atacar violentamente. Esse dia aconteceu como eu previa. E o Benfica continua num silêncio ... complacente para dizer o mínimo. 

http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2012/04/caixa-de-pandora.html

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quem defende o Benfica?

Somos o bombo da festa.

Os primeiros resultados estão à vista. Domingo foi o que se viu.

Os ataques continuam. Acusações de corrupção e pedidos de descida de divisão. Diariamente. 

Rui Gomes da Silva diz que a estrutura está aburguesada e manifesta-se frontalmente contra a estratégia de levar e calar.

Será que os benfiquistas não se revoltam com este silêncio que permite que o nome do clube seja aviltado diariamente na praça pública?

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Algumas questões

Rui Vitória, como qualquer treinador, é julgado pelos resultados. Quando estes são bons (e não me refiro apenas ao resultado dos jogos mas também à qualidade de jogo apresentada, que é o fruto do trabalho semanal) o treinador praticamente não é questionado. Quando são maus, como é o caso, o treinador tem que justificar as suas opções e explicar-se. 

É óbvio que Rui Vitória tem recursos limitados, nalguns casos mesmo muito abaixo do exigível para este nível. Como referi no anterior artigo, Nélson Semedo estava a disfarçar, com a sua grande qualidade de jogo, as carências ao nível dos laterais. Mas com a sua lesão, que não poderia ter vindo em pior altura, essas carências ficaram expostas ao limite. Foi pelas laterais que perdemos em Istambul e ontem também não ajudaram. 

Mas existem outros casos em que nos podemos questionar. O que se passa com Carcela? Não conta? O que se passa com Tarbaat? O que se passa com Cristante? Será que um jogador que é alegadamente tão apreciado e pretendido em Itália não tem sequer qualidade para ser opção a André Almeida? Não quero ser injusto, mas André comprometeu nos últimos dois jogos. Talisca e Djuricic estão a receber ordenado para quê?

Quanto a Fedja, o que se passou afinal? Qual a razão para a sua entrada? Para equilibrar o meio campo quando perdíamos por 3? E qual a razão da sua saída 20 minutos depois? O boletim clínico fala de um traumatismo no pé direito. Será isso uma razão para substituição sem sequer tentar recuperar o jogador? Não dá para entender!

Finalmente temos a questão da titularidade de Raul Jimenéz também muito questionável depois de uma exibição muito fraquinha na Turquia. Seria preferível (parece-me) um avançado mais fixo, mais forte fisicamente com mais presença na área. 

Mas como muitos assinalam, o principal problema não são os jogadores (ontem todos pareciam maus) mas os posicionamentos, as dinâmicas (ou falta delas) e a organização em geral. As "microdinâmicas" como Rui Vitória lhes chama, até podem existir nalguns casos, como as combinações no corredor direito antes de Nélson se lesionar ou entre Gaitan e Jonas, mas a dinâmica geral da equipa não existe. Não existe uma coordenação correcta entre sectores que ademais estão demasiado distantes. Isto pode funcionar nalguns jogos em que é preciso jogar muito recuado e procurar contra ataques (como aconteceu em Madrid) mas em geral é uma má estratégia. Os jogadores precisam de jogar mais juntos para fechar os espaços ao adversário. Ontem havia todo o espaço sempre que o Sporting recuperava uma bola (as famosas transições).


Quando assim é todos os jogadores jogam mal e por isso se diz agora que Jonas não esteve em jogo, tal como Gaitan e Gonçalo Guedes e que Luisão foi um desastre, para já não falar dos laterais e menos ainda de André Almeida. Aproveitou-se Samaris (que ainda assim esteve muito nervoso, precisamente porque tinha que andar a tapar buracos por todo o lado e ainda construir jogo).

Mas isso é normal quando a táctica não funciona e 11 jogadores não constituem uma verdadeira equipa. Por isso a contratação de jogadores em Dezembro (necessária) dificilmente resolverá os problemas deste Benfica.

Rui Vitória é uma boa pessoa, um profissional sério e um benfiquista que merece todo o respeito. No entanto a quantidade de problemas que tem para resolver parece-me exceder as suas capacidades. A sua análise ao jogo ontem deu a entender que não tinha percebido bem o que aconteceu à equipa e que estava em negação. Continua a dizer que "se fosse fácil não era para nós", algo que eu sinceramente não entendo, especialmente depois da triste figura que a equipa fez no jogo. É verdade que referiu que havia coisas para analisar (depois de levar 3 também não tinha outra hipótese) mas insistiu demasiado no "atípico" e na " falta de sorte".O Benfica perder 3-0 em casa com o Sporting não é falta de sorte. É incompetência. 

Mesmo admitindo que o Benfica não será campeão este ano, o 2º lugar é obrigatório. Neste momento estamos em 8º. Por isso Rui Vitória tem que trabalhar muito mais e melhor. Se não o conseguir então é melhor começar a fazer as malas.

Regresso ao passado (e às derrotas com palmas)

Não foi mau demais para ser verdade porque foi mesmo verdade.

Jorge Jesus foi à Luz humilhar Rui Vitória e dar uma enorme chapada na cara daqueles que miseravelmente o têm denegrido nas últimas semanas. Nem me vou dar ao trabalho de "explicar" esta frase. A realidade por vezes é auto-explicativa. O que aconteceu ontem é muito bem feito para muita gente. O problema é que o Benfica e muitos que não têm culpa nenhuma dos erros e das faltas de carácter que têm sido cometidas são quem mais sofre com esta lição.

O "processo" instaurado pelo Benfica a Jorge Jesus é vergonhoso, é patético, é embaraçoso. Fez-me lembrar o processo disciplinar a Marco Silva por não ter usado fato num jogo. Faz-me lembrar os maridos despeitados, para não usar outra expressão mais vernácula. 

Muita gente continua porém sem perceber o que aconteceu e muitos continuam a insistir que o problema é a falta de apoio, os pasquins, os avençados, os antis, os árbitros, etc, etc, etc... São burros e não há nada a fazer. Não vale a pena perder tempo com pessoas que são incapazes de aprender com os erros.

Quando se começou a desenhar a saída de Jorge Jesus (e alguns iluminados continuavam a dizer que não, que eram tudo mentiras da comunicação social, que tudo estava a ser tratado calmamente), escrevi aqui que poderíamos estar perante um erro de dimensões históricas. 

Depois defendi que, assumida essa decisão de deixar sair Jesus, Marco Silva seria o homem certo, por todas as razões. E Marco está a mostrar toda a sua qualidade (com recursos escassos) na Grécia.

Quanto a Rui Vitória, está a fazer aquilo que eu esperava. Umas vezes melhor, como em Madrid em que claramente me surpreendeu pela positiva e deu uma grande alegria, outras vezes muito pior como na derrota na Supertaça e na indescritível exibição de ontem. A substituição de Eliseu por Fedja é qualquer coisa que eu não admito e me diz que estamos perante um treinador completamente perdido e que não sabe o que está a fazer. Como se não bastasse, Fedja saiu passados 22 minutos. A perder por 3-0 com o Sporting na Luz.  Rui Vitória faz duas substituições nas quais não altera a estrutura da equipa. Vale a pena dizer mais?

As coisas vão piorar ainda mais. O estado dos jogadores, de cabeça completamente perdida, é indicativo. O efeito Gonçalo Guedes começa a passar (como é evidente, pois estamos a falar de um jovem de 18 anos que é bom que jogue mas de forma gradual, não se lhe podendo colocar sob as costas quase a responsabilidade de resolver sozinho) e Gaitan terá a sua (normal) baixa de forma. À próxima derrota a contestação subirá de tom e a descrença começará a aumentar entre  jogadores e adeptos.

Mas como é evidente as culpas não são todas de Rui Vitória. As coisas até pareciam estar a "entrar nos eixos" mas dois factores fizeram ruir este castelo de cartas a que a nossa equipa (ou apenas 11 jogadores?) se assemelha neste momento.

O primeiro foi a lesão de Nélson Semedo. Numa equipa  demasiado frágil e dependente das individualidades como a do Benfica, Nélson estava a fazer a diferença pela qualidade e dinâmica que conferia ao corredor. Com outro jovem irreverente à sua frente, a nossa ala direita estava temível e disfarçava as limitações do outro lado, tanto mais que Gaitan tinha estado no melhor momento da sua carreira. Sem Nélson ficámos com duas alas coxas e as fragilidades de Eliseu vieram ainda mais ao de cima.

O segundo foi a história das caixas e o silêncio do Benfica perante os ataques diários do Sporting, sob o pretexto de que seríamos superiores e deixaríamos os outros sem resposta, com um "silêncio ensurdecedor" porque isso é que os irritaria mais. O argumento mais idiota que eu já ouvi em futebol. Depois caímos no absurdo, no ridículo de instaurar um processo a Jorge Jesus a 2 semanas do derby, desmentindo por completo essa suposta superioridade e caindo na completa mesquinhez.

Isto não é o Benfica: nem dar prendas a árbitros, nem instaurar processos a ex-treinadores são comportamentos aceitáveis no Benfica.

Rui Vitória não tem culpa destes dois factores mas ele também não está lá para ser ilibado. Ele está lá para ganhar - se necessário impondo a sua vontade perante outros - e isso não me parece que venha a conseguir.

Disse-o e mantenho: quem no Benfica é responsável pelas prendas aos árbitros deveria apresentar a sua demissão. O nome do clube não pode ficar associado a tais comportamentos. Neste momento somos achincalhados quase diariamente e poucos argumentos temos para nos defender. Perdemos qualquer tipo de autoridade moral e só a recuperaremos quando as pessoas responsáveis por isto saírem do clube. Também por aí começamos a perder o derby de forma tão clara. 

O Benfica não é isto. Como não é, apesar de nos tentarem convencer do contrário, irromper em aplausos e festejos quando se está a ser goleado em casa pelo principal rival. Então querer fazer disso o principal facto da noite é de um ridículo inusitado. Os benfiquistas estão confusos e precisam de pensar bem no que se está a passar. Mas também precisam que se apresente uma alternativa credível, de alguém que não veja o futebol apenas como um cruzamento entre o mundo empresarial e a política, e que perceba os valores do Benfica. Infelizmente não vejo para já essa pessoa (ou grupo de pessoas) perfilar-se. 

domingo, 25 de outubro de 2015

Humilhação

O que se passou na Luz hoje está entre o que de pior vi na vida o Benfica (não) fazer.
E atenção, o descalabro podia ter sido ainda maior.
Mas quem achou que a estratégia de não responder ao Sporting e meter processos a Jorge Jesus a uma semana do derby foi a melhor deve estar agora muito espantado. Quem dizia que o Jorge Jesus não prestava para nada também.

Eu infelizmente não estou minimamente surpreendido. 
 
Ao ouvir a conferência de imprensa de Rui Vitória fico ainda com mais certezas.

Mas não tenho dúvidas nenhumas de que Rui Vitória não é o único responsável.
 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Presentes a árbitros?

Escrevo este texto às 11.00h da manhã de quarta-feira, dois dias e 11 horas depois das acusações gravíssimas do presidente do Sporting ao Benfica. A única "reacção" do Benfica veio através do jornal "A Bola" que informa que o clube não vai reagir para não se colocar ao nível rasteiro do Presidente do Sporting.

Esta posição não me convence porém. 

Foi lançada uma acusação que coloca o Benfica sob suspeita de corrupção, pelo menos a nível moral; sob suspeita de aliciar ou pelo menos seduzir os árbitros. Não se pode pretender que uma coisa desta gravidade não deve ser esclarecida apenas porque quem denunciou a situação é uma pessoa sem nível. Essa pessoa é presidente de um grande clube e fez a acusação publicamente. 

Nem se pode tentar, como já vi e ouvi, dizer que isto é "normal".

É normal dar presentes a árbitros??? Então porque não pode ser normal dar presentes em fruta? 

Porque entendamo-nos - e aqui eu dou razão a Rui Santos no seu programa de ontem - , não estamos a falar de um mero "brinde", como seria um porta chaves, um galhardete ou (no limite) uma camisola do clube. Estamos a falar (foi essa a acusação do presidente do Sporting) de senhas para 4 refeições que (alegadamente) não têm limites de preço, podendo envolver até "champagne".

Se isto fosse verdade - e não pode ser - o Benfica estaria a dar "prendas" aos árbitros cujos valores poderiam ascender às centenas de euros. Se isto fosse verdade, estaríamos a falar de comportamentos semelhantes às "mariscadas de Matosinhos" do tempo do apito dourado que considerámos (como é evidente) uma coisa grave. Por isso, insisto, isto não pode ser verdade.

No entanto, o silêncio do Benfica em relação a esta matéria, que entra agora no terceiro dia, deixa no ar a ideia de que pode haver verdade na acusação. E coloca benfiquistas no triste papel de defender que afinal até nem há nada de tão gravoso nesta prática... Como?? Oferecer jantaradas a árbitros afinal nada tem de mal? Seria a descredibilização total do nosso clube.

O Benfica, quero acreditar, não faz nada disto. Há aqui, quero acreditar, uma mistura de verdades com inverdades. O Benfica oferecerá eventualmente uma camisola (possivelmente os outros clubes fazem o mesmo - Carvalho admitiu que o Sporting o fazia) e em vez de deixar comida no balneário (como o Sporting) oferece uma senha para o árbitro ter uma refeição normal no quadro da sua deslocação para arbitrar o jogo. Quero acreditar pois que quando o presidente do Sporting fala em 4 refeições para cada árbitro com direito a "champagne" se os contemplados assim quiserem, mais camisola e convites para o museu, está a mentir.

Era obrigação da direcção do Benfica esclarecer esta novela. Não o fazendo, permite que se crie a ideia de que isto pode ser verdade, com consequências graves não apenas sobre a imagem do clube mas também sobre a moral de sócios, adeptos e até desportistas. Se, por absurdo, isto fosse verdade, então aí todos os responsáveis por uma tal situação teriam que se demitir imediatamente. O Benfica não pode estar associado a práticas desta natureza.







terça-feira, 6 de outubro de 2015

Insinuações gravíssimas que não podem passar em claro

Sobre o Presidente do Sporting, a sua falta de nível e o destino mais que certo da sua presidência, já falei aqui ( http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2015/06/bruno-de-carvalho-e-um-louco.html  ), tendo na altura dito que não voltaria ao assunto. Apesar do espectáculo grotesco de ontem à noite vou manter-me fiel ao que então disse e não vou falar mais da dita personagem.

Agora houve insinuações gravíssimas que afectam o Benfica que têm que ter resposta, venha ela de que forma vier (já ouvi falar em processo crime).

Nomeadamente foi dito que o Benfica gastava "um quarto de milhão" em árbitros. Essa acusação/insinuação não pode passar em claro.

domingo, 27 de setembro de 2015

Equipa está a crescer

O Benfica venceu com alguma tranquilidade uma equipa bem organizada (que empatara em Alvalade) e que nos procurou colocar problemas.
Jonas, Gaitan e Guedes voltaram a abrir o livro e resolver alguns problemas. É que depois de uma boa entrada em jogo e uma boa dinâmica que conseguiu encostar o Paços praticamente à sua grande área, o Benfica começou a falhar passes e a jogar de uma forma mais desligada, com os sectores demasiado distantes entre si. O Paços por outro lado começou a ser mais atrevido e teve uma ou outra oportunidade. Foi então que apareceu Jonas e o seu talento individual: um golo de bandeira pouco antes do intervalo que tornou tudo muito mais fácil.
Na segunda parte o Paços entrou bem e criou novamente algumas jogadas de ataque. O Benfica percebeu que teria que fazer mais e acelerou novamente o jogo, tendo tido (tal como no início do jogo) uns 20 minutos de muito boa qualidade, durante os quais para além dos dois golos, o Benfica criou várias situações de golos. Foi nesta altura que Gaitan foi um dínamo atacante da equipa e que Jonas e Gonçalo Guedes fizeram uma sociedade de qualidade futebolística e golos. Curiosamente, como até já li aqui na blogosfera, Guedes nem estava a fazer uma boa partida. No entanto o "menino" tem uma entrega ao jogo e uma energia que ajudam a que as coisas lhe corram bem. Um golo e uma assistência (e muito jogo carreado pelo seu flanco) são um pecúlio assinalável num jogo que não foi fácil.
Dá gosto ver um jogador português de 18 anos, formado no clube, jogar a titular no Benfica, secundado no seu flanco por Nélson Semedo, outro português, de 21 anos, igualmente da nossa formação. E dá ainda gosto ver Eliseu (benfiquista assumido e internacional português) e André Almeida (sempre profissional, sempre extremamente competente no seu jogo) igualmente a titulares. Os jogadores portugueses, tal como os jogadores estrangeiros que têm já vários anos de Benfica, como Luisão e Gaitan, são importantes para a mística do Benfica se fazer sentir. O futebol é paixão e sentimento e esta ligação é muito importante. Sente-se que se criou no Benfica (veja-se a forma como Jardel, Júlio César e Jonas sentem a camisola) um espírito de grupo e uma coesão no balneário que é de louvar.
Há aspectos a melhorar, há trabalho a fazer, mas o Benfica parece no bom caminho, como parecia antes e durante a maioria do jogo (exceptuando os últimos 20 minutos) no dragão. Há que continuar neste caminho e na senda das vitórias, alcançando a primeira vitória fora já no próximo jogo, contra o União da Madeira. É que apesar da injustiça dos resultados, a verdade é que perdemos os dois jogos fora que disputámos - contra o Arouca e contra o Porto. Há pois que vencer essa partida, embora antes disso tenhamos ainda outro jogo com que nos preocupar, um jogo bem difícil para a Liga dos Campeões em Madrid.
Mas atentando agora ao campeonato há ainda que destacar o facto de estarmos agora a 2 pontos do 1º lugar. Não é caso para festejar mas acho que os sinais que temos detectado nos permitem ter algum optimismo moderado em relação ao futuro. Há que procurar consistência, continuidade nas vitórias. A regularidade é um factor fundamental num campeonato.

sábado, 26 de setembro de 2015

Para quem chora tanto...

de vez em quando convém recordar um dos lances mais escandalosos da história do futebol.





sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Moreirense empata com Porto

Agora teremos que vencer o nosso jogo com o Paços para recuperar terreno.
Vamos continuar a nossa caminhada. Os outros candidatos perderão mais pontos.
Há é que continuar a crescer como equipa e ganhar. Há que enfrentar os jogos com essa missão. Jogar bem é importante mas ganhar é essencial.
Estamos vivos!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Maicon é a epítome do Porto

Tudo o que há de mais negativo, mais antidesportivo, mais baixo, mais sem classe, enfim, aquilo que o que o Porto tem representado no desporto em Portugal nos últimos 25 a 30 anos, achando que vale tudo para ganhar, incluindo o suborno, está bem representado em Maicon.
 
Porquê?
 
Primeiro por ter marcado um golo em fora de jogo que deu um campeonato ao Porto, à Porto - com batota.
Segundo pela atitude que teve com Jonas. A primeira parte já tinha acabado (o árbitro já tinha apitado), Maicon joga a bola com a cabeça e, sem qualquer razão senão pura raiva estúpida, estica a perna como para pontapear a cabeça de Jonas com os pitons. Era uma expulsão sem espinhas.
 
O covarde depois fugiu como uma menina para os balneários, com Jardel pronto para lhe partir aquela cara estúpida se com isso não prejudicasse o Benfica mas pelo menos para lhe dizer quão nojento e covarde ele era.
 
Como desportista e como pessoa Maicon envergonha-nos a todos. A todos menos aos adeptos do Porto.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Blog NGB insulta o Benfica!!

Eu pensava que já tinha visto tudo, mas afinal não.
No blog novo geração Benfica (cuja linha editorial é a que se sabe) os comentários não são automaticamente publicados. Alguém tem que ir à caixa de comentários e admitir a sua publicação.

Pois bem, entre vários comentários manifestamente anti-benfiquistas publicaram este:

hahahahahahhhahaahhahahahaahahahahahahahaahah que cambada de merdas perdem com o porto o grande rival dos ultimos 30 anos que se tornou maior que o benfica so uma pergunta vao levar o resto da semana a falar com arrogancia dos problemas do sporting oxala ke fiquem em 3 ou 4 atras do braga benfica=merda
Responder


Comentários para quê? Está tudo dito.


VERGONHA

domingo, 20 de setembro de 2015

Bom jogo, faltaram 15 minutos

Vou começar pelo pior da noite: Maicon. Aquilo que este indivíduo fez no fim da 1ª parte é inqualificável. E é incompreensível (será?) que o árbitro não tenha tomado medidas. O treinador do Benfica falou em cartão vermelho; mas amarelo teria sempre que ser dado. Maicon não presta para nada. E já que falamos de arbitragem, não é possível disfarçar o amarelo que ficou por mostrar a Pereira que teria que ser expulso. Pareceu-me novamente uma decisão muito pouco justificável. Para disfarçar o árbitro nem sequer marcou falta mas só um imbecil é que se deixa enganar por um expediente tão canhestro.

Quanto ao jogo em si, acho sinceramente que foi um dos melhores jogos do Benfica no dragão nos últimos anos. Já vi o Benfica ganhar no Porto (por exemplo com os golos de César Brito que celebrei nas bancadas do antigo estádio das Antas) e não jogar tão bem. A primeira parte foi de grande personalidade, de grande maestria táctica por parte do Benfica, que anulou quase por completo o Porto e criou várias boas jogadas atacantes. Casillas fez duas belíssimas defesas que evitaram outros tantos golos e houve algumas saídas para o contra-ataque muito mal aproveitadas. O Benfica deveria ter saído para o intervalo a ganhar.

Depois houve os casos do jogo. E a verdade é que na 2ª parte o Benfica não esteve tão bem como na primeira. Houve alguma atrapalhação no ataque, onde faltou discernimento a Jonas e Mitroglou. O próprio Gaitan não conseguiu semear o pânico na defesa adversária como fizera na 1ª parte. O "menino" Gonçalo Guedes fez, tal como Nélson, uma grande exibição, mas ambos davam sinais de desgaste nesta fase do jogo em que o Porto jogou muito bem: circulou a bola entre os vários corredores, com intencionalidade atacante e teve em Aboubakar e Brahimi sempre lanças apontadas à nossa baliza. O Benfica tinha dificuldades em segurar a bola e criar perigo mas percebia-se que o jogo estava muito aberto. Se no nosso caso era o cansaço que fazia abrir espaços, no caso do Porto era o balanceamento ofensivo que tornava possível um golo do Benfica. Rui Vitória tentou ganhar mais posse de bola com a entrada de Talisca e depois de Pizzi mas as alterações não produziram os resultados desejados: num lance cheio de ressaltos a bola acaba no flanco esquerdo do ataque do Porto com a nossa defesa descompensada. Depois Eliseu está sozinho no corredor central com dois adversários acabando André por ficar isolado frente a Júlio César e marcar já aos 85 minutos.

A partir daí pareceu-me muito difícil o Benfica sequer criar perigo. A derrota consumou-se.

Haverá que aproveitar as muitas coisas boas que já se fizeram até ao momento. As apostas nos jovens do clube estão a dar resultado e o futebol apresentado pela equipa começa a ser de muito boa qualidade. Não podemos por isso deixar que este resultado negativo coloque as coisas em causa e faça a equipa recuar no seu processo de crescimento.

O que mais gostei de ver hoje na primeira parte foi o Benfica a dominar no dragão, sem medo, a enfrentar os duelos individuais e ganhá-los na maioria. Se continuarmos assim, se continuarmos a crescer, no futuro poderemos ter ainda mais consistência ao longo dos 90 m e aliar os resultados às exibições. É isso que todos desejamos.  

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Com confiança, sem pressão

O Benfica está claramente melhor. Nos últimos dois jogos ficaram bons sinais que nos permitem enfrentar o futuro com optimismo moderado.

Como tenho vindo a defender, considero que não se pode colocar demasiada pressão numa equipa que (realisticamente) não fez um grande investimento este ano, tendo optado por manter a estrutura campeã no ano anterior e apostar na juventude, na prata da casa.

Estou plenamente convencido de que este Benfica tem muita qualidade e que Rui Vitória pode de facto ser o homem certo para apostar nos jovens e fazer crescer essa qualidade. Sinto que o choque inicial de chegar a uma realidade tão gargantuesca como o Benfica está ultrapassado e que Vitória se vai sentindo mais seguro e confiante. É verdade que o calendário até agora não apresentou desafios de maior, mas agora as coisas vão mudar.

No estádio do "dragão" (não me consigo habituar à ideia de que alguém tenha conscientemente escolhido para nome do seu estádio uma criatura amaldiçoada na cultura ocidental...) o Benfica enfrentará um Porto que está "proibido" de falhar. Lopetegui sabe que a sua cabeça pode depender deste jogo. Se perder Pinto da Costa não o despedirá no dia seguinte. Mas a sua reputação junto dos adeptos já não será recuperável. As coisas tenderão a degradar-se até à insustentabilidade da posição do treinador do Porto. A derrota do ano passado já lhes custou muito engolir. Uma segunda seria intolerável. 

Por isso o treinador do Porto estará no auge das suas capacidades, pelo menos em termos de motivação. E, há que o admitir, o Porto tem um plantel de grande valor, um plantel caro, com alguns jogadores perigosos. Tello, Brahimi e Aboubakar são claramente jogadores aos quais há que prestar muita atenção. Depois o Porto também tem um meio campo consistente com muitos jogadores bastante trabalhadores como Imbula, Danilo, André, Herrera. Mas este Porto também tem fragilidades. Prefiro não as apontar mas tenho a certeza que Rui Vitória as conhece e que as tentará explorar.

Dito isto, o Benfica apresenta-se no dragão como bi-campeão, vindo de uma excelente vitória para o campeonato, à qual deu continuidade na Liga dos Campeões. O Benfica tem também qualidade atacante, disso ninguém terá dúvidas e uma equipa já muito rodada em várias posições. Terá por isso razões para enfrentar o jogo com segurança, com confiança.


No entanto o Benfica continua a ter uma questão em aberto que estou curioso por saber como Vitória resolverá. No ano passado quando ali vencemos por 2-0 (com alguma sorte, há que o admitir), o Benfica jogou com Enzo Pérez e Samaris no meio campo e Talisca atrás de Lima (para além de André Almeida no lugar de Eliseu). Até ao momento Rui Vitória apenas uma vez apostou numa opção semelhante (com o Sporting para a Supertaça) mas as coisas não correram bem. No entanto parece-me evidente que em jogos como o de domingo e de maior grau de dificuldade na Champions o Benfica não poderá jogar com o sistema dos dois pontas de lança, dois extremos e dois médios, um dos quais de características mais ofensivas e de construção. Esse é um problema que há 5 anos que se verifica (com altos e baixos) e que, repito, estou curioso em saber como Rui Vitória resolverá. Pelas suas características físicas, Talisca talvez possa com o tempo ser um médio mais "box to box" e fazer uma boa dupla com Samaris que permita jogar neste sistema, com Jonas a jogar "entre linhas" como agora se diz, ou seja a vir buscar jogo mais atrás e a ajudar a tapar os espaços quando a equipa não tem a bola. Mas neste momento essa solução não é possível. Apostará Vitória em Talisca (ou Pizzi) mas no lugar de um dos avançados? Jogará num "duplo pivot" com Fedja e Samaris? Veremos.


Seja como for, o Benfica entra neste jogo com ambição de ganhar mas sem uma pressão excessiva. Penso que todos compreendem que Nélson Semedo está a começar, que Gonçalo Guedes é também um jovem, que Mitroglou e Jimenez chegaram esta época ao clube e que o treinador também. Acredito que esta equipa esteja a crescer e que nos possa dar alegrias no futuro. Vencer no dragão seria um passo interessante nesse processo mas não imprescindível.





quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Bom começo

O Benfica começou com o pé direito a sua participação na Champions. A jornada não poderia ter corrido melhor: aceitando que o Atlético de Madrid é a equipa mais forte e que em circunstâncias normais  o Benfica disputará a 2ª posição com o Galatasaray, a sua vitória em Istanbul é o resultado mais favorável para as nossas pretensões. Costuma-se dizer que vencer os jogos em casa é mais de metade do caminho para garantir a qualificação na fase de grupos da Champions. Vencemos o adversário mais fácil, ficam a faltar os mais difíceis.
 
O Benfica cumpriu perante uma equipa bem organizada, jogando q.b., sem acusar a pressão da "obrigação" de ganhar e sem propriamente perder o rumo quando o golo tardava em aparecer. O Benfica pareceu sempre ter o jogo bem orientado (de alguma forma preparando na 1ª parte o que fez na segunda) com a excepção do lance no qual os cazaques enviaram uma bola ao poste.
Essa oportunidade terá feito os jogadores perceber que era preciso ter uma agressividade diferente e penso que a partir daí merecemos inteiramente a vitória. Claro que não foi uma exibição de luxo. Não foi uma goleada espectacular como a que impuséramos dias antes ao Belenenses. Mas isso é o normal no futebol: nem sempre se pode fazer grandes exibições. O mais importante é cumprir com um plano de jogo bem preparado (como foi o caso) e obter os resultados necessários. Sinceramente sem ter sido uma exibição de encher o olho penso que foi um jogo conseguido por parte do Benfica, pois alcançou os seus objectivos sem grandes sobressaltos e também sem forçar demasiado a nota (principalmente quando o jogo estava ganho), algo que me parece prudente em vésperas de um clássico que poderá ser muito importante para as contas do campeonato. Sobre esse jogo falarei mais tarde.
 

sábado, 12 de setembro de 2015

O "monstro" Ronaldo e o desastre de Mourinho

Ronaldo, apesar alguns comportamentos estranhos fora do relvado, dentro de campo continua a ser um autêntico "animal". Com o tempo e o inevitável declínio físico, especialmente no que toca ao arranque e ao pique, Ronaldo tem vindo a procurar tendencionalmente as zonas mais próximas da baliza para finalizar, algo que faz como ninguém, concentrando nisso a maioria das suas energias. Focalizando-se ainda mais em ser uma "máquina de golos". Por isso Ronaldo poderá vir ainda a bater mais recordes de golos, caso não tenha lesões, como todos esperamos que não tenha. Este sábado foram "só" 5 na goleada de 6-0 imposta pelo Real ao Espanhol, no terreno deste último. E podiam ter sido 6 do avançado português. Impressionante! Já começam a faltar adjectivos para os números deste enorme jogador.
 
Quanto ao outro português mais conhecido internacionalmente, José Mourinho, o seu Chelsea continua a "colecionar" derrotas. Em 5 jogos da Liga Inglesa já são 3! Uma delas em casa, onde Mourinho não perdia há anos. Hoje foi o Everton quem impôs ao Chelsea uma derrota sem apelo sem agravo. Sem conhecer muito a realidade dos "blues", dá-me ideia de que a defesa está demasiado permeável e que os laterais já não têm a qualidade de outros tempos. Também Obi Mikel e Matic não me parece uma dupla muito complementar e eficaz no meio campo. No ataque não faltam grandes nomes: Pedro, Diego Costa, Falcão, William mas também falta qualquer coisa. Poderá a "receita" Mourinho ter estagnado? Estar espremida? Confesso que achei estranha a renovação por 5 anos quando o treinador ainda tinha contrato pelo menos para esta época e a próxima. Acho que uma renovação dessas pode dar a um treinador uma situação de acomodação que é contrária à natureza de Mourinho, sempre insatisfeito e ambicioso. Este ano o campeonato parece ser para esquecer: está já a 11 (!) pontos do líder Man City e a 6 do United. Poderá tentar finalmente voltar a conquistar a Champions mas para tal os argumentos futebolísticos parecem escassos. Veremos. Abramovic já dá sinais de impaciência...

Grande exibição, bons sinais e dores de crescimento

Já aqui não escrevia há quase duas semanas. O essencial do que queria dizer acerca do início de época já tinha sido dito e não quis contribuir para um ruído excessivo que se fazia sentir entre os benfiquistas.
Apesar das paixões inerentes ao futebol, procuro ser justo nas minhas análises (todos temos essa pretensão) e manter alguma coerência naquilo que digo.
Acima de tudo, depois do desapontamento com o resultado da supertaça e de algumas exibições pouco conseguidas no início de época, a minha perspectiva foi que se deveria  dar algum espaço a Vitória para respirar e ter oportunidade de tentar impor as suas ideias. Para isso era preciso baixar as expectativas e retirar alguma pressão à equipa. No último artigo que escrevi, disse isto:  
O campeonato agora para por duas semanas para compromissos das seleções. A boa notícia é que estamos apenas 1 ponto atrás dos nossos adversários e que haverá agora tempo para trabalhar com calma (os que ficarem, porque muitos se ausentarão para representar as suas selecções) e assentar ideias e processos. Há muito trabalho pela frente! Rui Vitória tem que perceber que o Benfica tem que ter muito mais consistência defensiva, muito mais segurança na troca de bola (o número de passes falhados ou mal feitos é inacreditável) e mais soluções ofensivas para desmontar as defesas cerradas dos adversários da liga dos pequeninos (que são quase todos com excepção do Porto e do Sporting). O Benfica precisa de mais velocidade no ataque, nas combinações e nas desmarcações, mais movimentação dos jogadores e mais dinâmica ofensiva.

Ora nestas duas semanas, para além do tempo que teve para trabalhar (nesse artigo também defendi que a pré-época nos EUA não tinha ajudado) Rui Vitória recebeu da parte de LFV um grande, necessário e merecido apoio. Numa entrevista a A Bola, cujo alcance alguns benfiquistas pouco perspicazes não compreenderam, Vieira disse duas coisas muito importantes: 1) não conseguiu dar a Vitória um ou outro reforço de que a equipa precisava; 2) a alteração de modelo implica "dores de crescimento".

Aquilo que vários benfiquistas, precipitados e sempre prontos para atacar o presidente, não entenderam é que com essas declarações Vieira estava a retirar pressão sobre Vitória (admitindo que o plantel poderia ter um ou outro reforço) e que esta época seria de algum modo de transição. Vencer o campeonato seria importante, vencer seria desejável, vencer seria óptimo, mas não vencer não significaria a demissão do treinador e não significaria o abandono e a desistência deste novo modelo. Isto demonstra para mim que aquilo que se está a fazer está a ser feito com critério e com sustentabilidade e deu um sinal inequívoco para dentro, permitindo maior tranquilidade.
E o resultado imediato está à vista.
A exibição de ontem dá aos benfiquistas razões para encarar o futuro com esperança e optimismo moderado.

Não há que embandeirar em arco! O Belenenses é uma equipa limitada que ontem não foi capaz de nos colocar nenhuns problemas. Mas isso é também mérito do Benfica e da excelente exibição que fez. Crédito total para Rui Vitória e para os jogadores. Sem prejuízo de uma análise mais detalhada ao jogo e às exibições individuais e colectiva, penso que ficou ontem claro que o plantel tem qualidade, muita qualidade! 

Vêm agora aí desafios importantes e dificuldades acrescidas. Vêm aí jogos da Champions e jogos importantes para a definição do campeonato pelo facto de serem marcantes psicologicamente. É importante estar à altura. O jogo de ontem dá-nos confiança para preparar esses jogos com grande rigor e determinação.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A peste verde

Na época 2013/2014 o Benfica perdeu a final da Liga Europa com o Sevilha (que entretanto revalidou esse título) num jogo em que o árbitro perdoou 3 penalties claros aos espanhóis. No dia seguinte as manchetes dos desportivos falavam de Beto como o herói da final quase não referindo o roubo descarado e flagrante que aquele miserável árbitro fizera ao Benfica, objectivamente impedindo-o de ganhar a Liga Europa. Foi preciso os espanhóis, num programa televisivo, admitirem que o que se passara não fora justo e que o Benfica tinha todas as razões para estar revoltado, para se falar um pouco a medo desse roubo no nosso país.

Na época seguinte (a época passada), o Sporting perdeu um jogo com o Shalke 04 no qual o árbitro (por indicação do famigerado árbitro de baliza) assinalou uma grande penalidade quando uma bola bateu claramente na cara de um seu jogador. No dia seguinte os jornais traziam a toda a largura da 1ª página as palavras "ROUBO" e houve um alvoroço nacional com os Ribeiros, os Ritas e tantos outros em completo alvoroço como se o mundo se preparasse para acabar no dia seguinte.

Na quarta-feira, o treinador do Sporting voltou a falhar clamorosamente na Liga dos Campeões, não alcançando um apuramento que constituía o principal objectivo da época. É mesmo caso para dizer que as contas saíram furadas a Bruno de Carvalho e que caso algo mais corra mal a nível nacional não demorará muito até as comadres se zangarem. É verdade que há uma decisão prejudicial ao Sporting num golo de canto que resolveria a eliminatória e que o fiscal resolveu dizer que a bola afinal ultrapassara a linha. Mais uma vez caiu aqui o Carmo e a trindade. Mas quantas decisões dessas e piores teve o Benfica a seu desfavor nos últimos anos na Liga dos Campeões e Liga Europa sem que ninguém se importasse e menos ainda indignasse? Na eliminatória com o Chelsea em 2011/2012 o Benfica teve uma clara grande penalidade por mão descarada de John Terry na Luz que todo o estádio viu menos o árbitro - ou melhor viu, mas não quis marcar. Depois em Londres o árbitro marca um penalty aos 20 ' e expulsa um nosso jogador aos 40' em dois lances muito duvidosos. Estávamos nos quartos da Champions que o Chelsea viria a vencer. Ninguém se indignou ou falou em roubos. E o que dizer quando nas meias finais da Liga Europa contra a Juventus, um jogador dos italianos derruba Enzo Peres com uma "rabada" nas barbas do árbitro e este finge que não vê? Ou quando em Turim o árbitro desse jogo expulsa Enzo e não contente expulsa Markovic do banco (sem que este nada tivesse feito) deixando-nos depauperados para a final que depois seria ainda o "espectáculo" de que falámos no primeiro parágrafo? Isso sim são ROUBOS!

Por isso ao cabo de uma jornada em que o Benfica sofreu um golo que na altura dava um empate em flagrante fora de jogo (depois de na anterior ter tido um penalty claro sobre Mitroglou que ficou por assinalar); em que o Sporting venceu com dois penalties e uma expulsão de um jogador da Académica; ao cabo de tudo isto ainda os ouço falar, chorar e lamentar-se a propósito das arbitragens e vejo os jornais a alimentarem essa novela, digo: CHEGA! Não há paciência para essa conversa de carpideiras, de meninos choramingões, de calimeros. Cresçam e apareçam! 

Vamos (re)começar a época

Ao 4º jogo oficial, o Benfica continua a apresentar um futebol muito fraco, sem ligação, falho em ideias e pouco eficaz. Em termos defensivos a equipa está insegura e só não sofreu mais golos porque Júlio César o evitou. Há falta de entendimento entre os jogadores, parecendo muito fácil aos nossos  adversários fazer combinações à entrada da nossa área e aparecerem isolados à frente da baliza (ainda que ontem tenha existido um fora de jogo flagrante no segundo golo).
 
Aquilo que se diz dos defesas pode-se dizer acerca do meio-campo: muitas vezes os jogadores parecem perdidos em campo, correndo a apagar fogos. Pizzi demonstra nesta fase uma grande incapacidade em ligar os sectores da equipa; ontem foi Samaris quem, apesar de também ter cometido erros, mais tentou pressionar o adversário e carregar jogo. Para mim foi, a seguir a Gaitan (de quem falarei adiante) dos melhores em campo. Em geral parece haver um grande nervosismo que se reflecte numa (ou resulta de?) grande desorganização em campo. Os jogadores jogam sobre brasas e a bola queima nos pés.
 
Aflorado o lado negativo, passemos ao positivo. Em primeiro lugar, a aposta nos jovens tem dado alguns resultados. Nélson Semedo parece-me ser uma boa aposta, Victor Andrade claramente tem talento (embora seja ainda bastante verde), Gonçalo Guedes ontem entrou bem e outros seguramente se seguirão. Rui Vitória tem o mérito de não temer apostar nestes jogadores e de lhes dar confiança para irem lá para dentro e mostrarem as suas qualidades. Isso merece ser louvado. Por outro lado, Rui Vitória tem demonstrado arrojo nas substituições - ainda que por vezes elas pareçam ser fruto de um quase desespero. Pela segunda vez consecutiva, vendo-se a perder, Vitória apostou em dois pontas de lança mais Jonas e tirou um lateral. Penso que isso também merece ser elogiado e que marca a diferença em relação a treinadores que fazem substituições a partir dos 80 e por vezes muitos minutos. Destaco ainda uma outra coisa em que Vitória me parece que merece crédito: apesar das coisas estarem a correr mal (nem o Moreirense nem o Arouca mereciam estar em vantagem sobre o Benfica), o treinador do Benfica manteve (alguma) cabeça fria durante os jogos e um discurso ponderado após os mesmos.
 
 
O campeonato agora para por duas semanas para compromissos das seleções. A boa notícia é que estamos apenas 1 ponto atrás dos nossos adversários e que haverá agora tempo para trabalhar com calma (os que ficarem, porque muitos se ausentarão para representar as suas selecções) e assentar ideias e processos. Há muito trabalho pela frente! Rui Vitória tem que perceber que o Benfica tem que ter muito mais consistência defensiva, muito mais segurança na troca de bola (o número de passes falhados ou mal feitos é inacreditável) e mais soluções ofensivas para desmontar as defesas cerradas dos adversários da liga dos pequeninos (que são quase todos com excepção do Porto e do Sporting). O Benfica precisa de mais velocidade no ataque, nas combinações e nas desmarcações, mais movimentação dos jogadores e mais dinâmica ofensiva.
 
É verdade que noutras épocas os começos não foram muito mais auspiciosos. Derrotas e empates nas primeiras jornadas foram uma realidade em quase todas as últimas 6 épocas. O que mais preocupa nesta fase é uma certa indefinição do modelo de jogo que se reflecte nesse facto de nem defendermos bem (que era a marca das equipas de Vitória no passado) nem atacarmos com grande critério. Mas em abono da verdade há que reconhecer que o estágio nas Américas não permitiu a Rui Vitória trabalhar muito a equipa antes da época começar e que a indefinição do plantel também não ajudou à sua estabilização emocional.

Quero por isso acreditar que estas duas semanas - e o encerramento do mercado - permitirão a todos assentar ideias, consolidar processos e ganhar tranquilidade para enfrentar o início a sério da época: vem aí a Champions e o jogo no dragão. São precisas respostas à altura da equipa. Todos têm que trabalhar mais e melhor - como Samaris disse após o jogo - nos treinos e na preparação dos jogos. Todos têm que fazer o trabalho de casa para chegar aos jogos e as coisas saírem com mais naturalidade, sem tanto nervosismo, sem tanta sofreguidão, sem tanta dependência da inspiração do momento (que não tem sido muita).

Mas atenção: a saída de Gaitan (ontem fez "só" duas assistências) nesta altura seria o hipotecar definitivo da época. Não digo em termos de títulos, porque mesmo com ele e mais um ou outro reforço de última hora (Siqueira seria uma excelente notícia) as minhas expectativas são muito limitadas. Digo em termos de fazer uma época minimamente aceitável e que permita construir bases para o futuro. Sem Gaitan acho que poderíamos enfrentar uma época penosa. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fazer uma boa Champions

O sorteio da fase de grupos foi razoável para o Benfica. O Atlético de Madrid é o favorito do grupo mas não é impossível ao Benfica bater os espanhóis na Luz, o Galatasaray, embora forte, é uma equipa que está ao nosso alcance e o Astana é seguramente um dos clubes mais fracos desta fase de grupos.
Tudo somado, o Benfica deverá discutir o apuramento e, na pior das hipóteses, terá a passagem à Liga Europa praticamente assegurada. Ou seja, um cenário bem melhor do que o da época passada na qual fomos tristemente eliminados das competições europeias sem honra nem glória. Por outro lado, o Benfica tem boas possibilidades (caso encare os jogos com máxima seriedade) de fazer 6 pontos contra o Astana, o que lhe permitirá por si só um encaixe financeiro importante.
Conforme tenho dito nos últimos dias (mais digerida a derrota contra o Arouca) devemos ver esta época como uma época de transição, na qual as expectativas não devem ser elevadas. Acima de tudo temos que criar as bases de uma equipa forte e renovada, pois a verdade é que vários jogadores do Benfica já estão numa fase adiantada das suas carreiras. (Nessa perspectiva a saída de Maxi acaba por não ter sido assim tão má pois permitiu o aparecimento de Nelson Semedo). Júlio César, Eliseu e Luisão são alguns dos exemplos dessa relativa veterania.
No caso particular da Champions, parece-me que Rui Vitória poderá ter aqui algum espaço que não tem no campeonato, ou seja, ninguém lhe exigirá que ganhe todos os jogos ou que se apure em primeiro lugar e o passado recente oferece um termo de comparação muito baixo, pelo que tudo o que fôr alcançado será sempre visto como positivo. Desejo e acredito que num contexto desses, sem obrigação de assumir os jogos do princípio ao fim e sem o estatuto de claro favorito, Vitória possa libertar-se e contribuir para que o Benfica tenha boas prestações.
O calendário também me parece favorável à partida: começamos com o jogo mais fácil em casa, numa jornada em que um ou ambos os nossos competidores pelo apuramento perderão pontos e acabamos a fase de grupos recebendo o Atlético em casa. Parece-me auspicioso.
 
Finalmente gostaria de destacar o feito de Nélson Évora que alcançou a medalha de bronze nos mundiais de atletismo (triplo salto), competindo realmente com os melhores do mundo. Se acrescentarmos que Évora já não é um jovem (em termos desportivos) e que teve uma longa série de lesões, este feito é ainda mais admirável. Parabéns ao nosso atleta!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Proença, Guerra, Vitória e a miragem

Pedro Proença foi demitido das suas funções na UEFA e a nossa comunicação social apressou-se a garantir que tal já era sabido desde que o mesmo assumira funções de presidente da Liga. Poderá ou não ser assim. Ángel María Villar é presidente da Real Federación Española de Fútbol e simultaneamente vice presidente da FIFA e da UEFA. Bem sei que as federações são membros da FIFA e da UEFA, ao contrário das Ligas mas o argumento da "incompatibilidade" entre os cargos desempenhados por Proença parece-me frágil. Poderá por isso haver outras razões. A TSF adiantava ontem que o apoio indirecto de Proença ao sorteio (respaldando a posição dos aliados Sporting e Porto) terá caído mal no Comité de Arbitragem da UEFA do qual Proença foi agora dispensado. Alguma blogosfera benfiquista, aquela que ocupa 80 ou 90% do seu tempo a acusar LFV de tudo e mais alguma coisa, está aparentemente muito chocada com a presença de Pedro Guerra no Prolongamento da TVI24. Eu escrevi aqui algumas vezes sobre esse programa, dizendo que o anterior representante do Benfica, Fernando Seara, não se impunha minimamente, permitindo que o programa fosse um desfiar de anti-benfiquismo do princípio ao fim. Não me identificando com o estilo de Guerra, não estou porém minimamente preocupado com a sua presença no programa, antes achando muito bem que Serrão e Barroso provem do seu próprio veneno. Se esses blogs se preocupassem mais em apoiar e defender o Benfica provavelmente sentiam-se como eu e a maior parte dos benfiquistas, que apenas desejamos o sucesso do nosso clube. Mas como esses blogs estão acima de tudo preocupados em atacar e tentar destruir Vieira e tentar chegar ao poder no Benfica, a presença de Guerra (que realmente é um defensor acrítico do actual presidente) incomoda-os bastante. Dito isto, é evidente que o Benfica atravessa um período complicado, de incertezas e dúvidas. Há muita desconfiança entre os benfiquistas acerca da capacidade de Rui Vitória em levar este porta-aviões que é o Benfica a bom porto. Essa desconfiança, que partilho, não se prende com o facto de estarmos a um ponto dos nossos rivais. Prende-se com o que (não) vimos de Vitória no Guimarães e agora nos primeiros jogos à frente do Benfica. Com questões de personalidade e questões de capacidade. No entanto - e aproveito para o esclarecer para quem tenha feito uma leitura apressada do meu último artigo - ainda dou o benefício da dúvida ao nosso treinador e acima de tudo considero que é preciso dar-lhe tempo e espaço para desenvolver esse trabalho. É nesse sentido que defendo que devemos baixar as expectativas e não insistir na questão do tri. Pelo que já vi, Vitória terá sempre muita dificuldade em lidar com essa pressão, que no fundo aponta já para o passado e para uma comparação entre o que então foi alcançado e o que agora está a ser feito. Por isso considero mais inteligente apontar o discurso para que esta é uma época de transição, na qual as expectativas têm que ser diminuídas. Só assim conseguiremos salvaguardar a posição do treinador. Caso assim não seja, ao próximo desaire os benfiquistas estarão a pedir a cabeça do treinador. Nomeadamente aqueles que passaram os últimos anos a atacar o anterior treinador e a defender a contratação de... Rui Vitória.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O "Tri" é uma miragem

Fosse qual fosse o treinador do Benfica esta época, renovar o título seria sempre muito difícil. Já no ano passado tal só aconteceu quase por milagre: a vitória no dragão foi muito feliz, tal como o empate obtido em Alvalade já nos descontos. Dada a mudança de treinador, o cenário tornou-se ainda mais difícil.

Nunca escondi que a minha escolha seria Marco Silva, um treinador ambicioso e que tinha já um "estágio" em Alvalade que o ajudaria a adaptar-se com mais facilidade às exigências de treinar o Benfica. LF Vieira convenceu-se porém - mal - de que o treinador era apenas uma peça que fechava o puzzle da "estrutura", bastando contratar alguém competente e sério que as coisas funcionariam.

Mas não é assim. Rui Vitória é claramente um homem sério, bem formado, seguramente com conhecimentos sólidos na área da educação física, ou "motricidade humana" como agora se chama e do futebol mas com praticamente nenhuma experiência a este nível de exigência. Por isso Rui Vitória está a ter no Benfica um período de aprendizagem e adaptação que vai ainda durar não apenas muito mais semanas mas até meses. Isto claro, se não fôr demitido entretanto.

Só depois desse período de aprendizagem é que Rui Vitória poderá conseguir explanar todos os seus conhecimentos tácticos e concepções de jogo com suficiente auto-confiança - os quais poderão ou não suficientes para o grau de exigência do Benfica. Até lá, Vitória irá experimentando, tacteando e tentando, irá remendando. Durante esse período o Benfica perderá certamente muitos pontos, tornando a conquista do campeonato numa miragem. 

Quando se tornou claro que esta era a aposta de LFV escrevi o seguinte:

Neste quadro de mudança de paradigma faz realmente sentido apostar num treinador com um perfil de Rui Vitória que já treinou as camadas jovens do Benfica. No entanto tem que se levar este exercício de planeamento do futuro um pouco mais longe. O Benfica vai apostar na formação em que termos? Uma aposta em criar os alicerces de uma equipa de futuro, projectando jovens para patamares superiores de competitividade? Uma aposta de futuro, sem pressão de ganhar títulos importantes nos próximos dois ou três anos?  Se for assim, Vitória pode ser o homem certo. Mas estarão os benfiquistas prontos para ver o clube voltar a ficar em 3º no campeonato?

Se a ideia não é esta, se a ideia é continuar a ter uma equipa competitiva que se bata e possa até ser superior à do Porto e continue a estar um patamar acima do Sporting, ganhando ou ficando perto de ganhar o campeonato, então temo que Vitória possa não ter experiência e capacidade para esses voos. Mais, Vitória está longe da realidade Liga dos Campeões e dos palcos das grandes decisões. Apesar de ser um bom treinador, poderá ser um novo Paulo Fonseca, alguém sem preparação (e se calhar sem estaleca) para estas andanças. O Benfica não é o Guimarães.

Quando as minhas suspeitas se começam infelizmente a confirmar, renovo a minha pergunta, endereçando-a à direcção: estamos preparados para o cenário de não ganhar nada de relevante esta época mantendo porém a aposta no treinador e na formação? 

Caso a resposta seja positiva, haverá que rapidamente baixar as expectativas dos adeptos explicando que esta é uma época de transição, na qual se construirão bases para títulos vindouros, dando alguma folga ao treinador e aliviando a pressão sobre todos. 

Caso a resposta seja negativa, caso se insista no discurso do "Tri", aumentarão as possibilidades de Rui Vitória vir a ser despedido a meio da época. Num tal cenário ficarei sem perceber com que bases se partiu para esta aposta.

Em qualquer um dos casos acho que é importante para os benfiquistas - especialmente os mais lúcidos, que são capazes de pensar as coisas um pouco mais além do imediato - começarem a baixar as expectativas e a deixar de colocar muita pressão sobre a equipa. Com este ou com outro treinador será sempre muito difícil ganhar esta época. Com Rui Vitória porque já demonstrou estar um pouco perdido e numa fase de aprendizagem e experiência que praticamente tornam impossível uma corrida séria ao título (a não ser que os outros candidatos percam muitos pontos, ao contrário do que aconteceu nas últimas épocas). Caso Vitória viesse a ser despedido, isso significaria que estávamos já atrasados na corrida e não seria um treinador novo que de um momento para o outro iria alterar fundamentalmente o estado de coisas.

domingo, 23 de agosto de 2015

Assim será difícil

Ao terceiro jogo oficial, o Benfica continua a denotar uma grande carência ao nível dos princípios de jogo: não se percebe bem qual o modelo, há um grande nervosismo e muita atrapalhação entre os jogadores, pouca certeza no passe e uma enorme insegurança defensiva. Hoje até criámos inúmeras oportunidades de golo mas por esta ou aquela razão não fomos capazes de marcar. Rui Vitória apostou tudo (acabámos o jogo com apenas 3 jogadores de características defensivas e 7 atacantes, algo que eu não me lembro de alguma vez ver num jogo de futebol e que elogio, porque acho que era o que havia a fazer) mas faltou sempre qualidade no último passe ou na finalização.
 
Claro que é muito cedo e que nada ainda está perdido (a não ser a supertaça) mas 2 derrotas em 3 jogos oficiais começa a fazer soar todos os sinais de alarme.
 
Voltando ao jogo desta noite, insisto em que a falta de segurança defensiva é algo de preocupante que não tem que ver com a escolha dos jogadores mas com os posicionamentos. Claro que no início da época há sempre muitas arestas por limar, o problema é que se isto acontece com o Arouca então vamos perder muitos pontos esta época. Nos primeiros 15 minutos poderíamos ter sofrido pelo menos 3 golos (há duas defesas gigantes de Júlio César com as pernas). Aos poucos começámos a criar jogadas perigosas e até entrávamos na área do Arouca com grande facilidade mas depois faltava sempre aquela qualidade que define os lances. Jonas e Gaitan, os nossos melhores jogadores, estiveram mal neste capítulo, tornando muito difícil podermos virar o jogo, tanto mais que o guarda-redes do Arouca estava inspirado. 
Insisto porém em que jogámos com o Arouca, uma equipa esforçada mas muito limitada. Com jogadores da qualidade dos que temos, a equipa teria que fazer muito mais e é isso torna o futuro realmente sombrio.
 
Ao intervalo saiu Ola John (que até estava a ser dos melhores) e entrou Vitor Andrade. Vitória terá dito aos jogadores para terem calma e não tentarem resolver demasiado depressa. O problema é que a equipa passou apenas a jogar mais lento e não melhor e o fim do jogo tornou-se penoso para nós: os jogadores não sabiam o que fazer à bola e Vitor Andrade tentava assumir o jogo e resolver sozinho, o que não era a melhor opção mas se compreendia face à falta de soluções ofensivas. A entrada de Carcela só atrapalhou ainda mais o nosso futebol, com este e Gaitan a trocarem a bola na mesma zona do terreno sem progressão e Jimenez quase não teve oportunidades para resolver uma vez que a equipa não utilizou o futebol directo que dois pontas de lança de área pediam. Porquê? Talvez por falta de instruções claras acerca do que deveria ser feito mas também - certamente - porque ninguém queria assumir a responsabilidade de centrar a bola para a área. Nélson Semedo foi dos que se mostrou mais e pediu bola para o fazer mas o serviço aos pontas de lança nunca foi suficientemente bom.
 
Em suma há muito trabalho pela frente mas este resultado vem colocar mais dúvidas acerca do que está a ser feito. 
 
Enfim, são algumas notas soltas que procuram fazer algum sentido do jogo mau a que acabei de assistir e que me deixou, tal como a todos os benfiquistas, muito desapontado e preocupado. 
 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Reagrupar, olhar para a frente

O que lá vai ficou para trás, é passado.
Mas o campeonato começa agora é nisso que temos que nos concentrar neste momento com toda a atenção.
Rui Vitória foi duramente criticado pelo jogo da supertaça, a meu ver com razão porque efectivamente esteve mal. No entanto, nada está perdido em termos da época se - e isto é fundamental - o treinador for capaz de estar à altura do desafio, acreditar nas suas capacidades e perceber rapidamente que está no Benfica e não no Guimarães.
O Benfica tem neste momento um plantel que em nada fica a dever aos rivais. Os problemas no ataque estão resolvidos com as contratações de Jimenez e Mitroglou. Nas alas, caso Gaitan continue teremos do melhor que existe em Portugal.  Na defesa Lisandro voltou a mostrar que temos 3 centrais de qualidade; na esquerda Vitória tem que deixar de inventar e apostar em Eliseu que é titular da selecção e na direita pelo contrário a "invenção" de Nelson Semedo pode ser a primeira agradável surpresa da aposta na formação; quanto a guarda redes e meio campo nem vale a pena falar: temos claramente os melhores de Portugal.
É isto que neste momento temos que recordar, percebendo que a época será longa e que o campeonato só agora vai começar. Vitória tem seguramente conhecimento e competências muito acima do que demonstrou até agora no Benfica. Precisa de acreditar nas suas capacidades e mostrar liderança para que os jogadores e adeptos o sigam com confiança.
Há clubes que já nos habituaram às euforias de ganhar tudo ao fim de meia dúzia de vitórias ou às arrogâncias de acharem que vão ganhar tudo antes mesmo da época começar.
O Benfica começou mal, disso não há dúvida. Mas que satisfação não nos daria, depois do muito que já se disse em tão pouco tempo, dos ataques de que estamos a receber e da arrogância que alguns já exibem, chegarmos ao fim da época novamente campeões nacionais?
Ora olhando para a realidade nacional e para as qualidades e defeitos dos nossos adversários, esse objectivo parece-me ao nosso alcance.
Há agora que serenar, reagrupar e trabalhar com muito afinco para poder paulatinamente chegar ao fim da época e ter razões para estar satisfeito.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Medo do Sporting? Não me envergonhem...

As declarações de Rui Vitória no fim do jogo falando em "receio" da equipa ao entrar em campo são completamente inaceitáveis.

Jorge Jesus expressa-se mal, dá erros grosseiros de Português e não raro desrespeita os seus colegas, como foi o caso de Manuel Machado ou agora Rui Vitória. Mas de uma coisa não existem já dúvidas: Jorge Jesus é muito competente como treinador. Ao contrário do que alguns iluminados e "adiantados mentais" tentaram fazer crer, JJ não é um treinador banal que ganhou apenas porque tinha plantéis de sonho. JJ ganhou porque elevou muito o rendimento dos jogadores do Benfica, de tal forma que jogadores anteriormente considerados banais chegaram aos maiores da Europa.
 
Uma das coisas que os detractores de Jorge Jesus alegavam é que nos jogos grandes este "inventava" e que era tacticamente batido por qualquer treinador que soubesse um mínimo da poda. Li e ouvi isto várias vezes ao longo destes anos. Também ouvi dizer que com os plantéis que ele tinha qualquer um minimamente competente venceria e que Rui Vitória, por exemplo, tinha muito mais mérito por aquilo que conseguia fazer com recursos mínimos no Guimarães.
 
Ontem estas teses começaram a ser desmontadas para mal dos benfiquistas. A estrutura evidentemente não ganhou o jogo e Rui Vitória foi batido em toda a linha por Jorge Jesus.
 
O que mais me desiludiu ontem em Rui Vitória foi perceber que ele se deixou condicionar pelo discurso de Jorge Jesus e que caiu como um patinho na sua esparrela. JJ passou a semana a provocar, dizendo que o Benfica era uma equipa à sua imagem, na esperança de que Vitória se deixasse influenciar e inventasse, como veio efetivamente a fazer. Vitória quis surpreender apenas para provar que o seu Benfica não era o Benfica de JJ. Os resultados foram desastrosos. As "surpresas" começaram com o duplo pivot Fedja e Samaris. Eu não sou à partida contra esta solução, até acho que o Benfica terá que evoluir para um sistema no qual o meio campo tenha outro tipo de ocupação. Mas achará Vitória que é num jogo que decide um título que se vai experimentar um sistema que nunca foi ensaiado anteriormente? Isto é um erro de principiante.
 
Depois Vitória deu a titularidade a Sílvio, que foi medíocre, parecendo querer provar novamente o seu distanciamento em relação a JJ que apostava em Eliseu, o que tantos "iluminados" criticavam asperamente. Quanto ao mau rendimento de Talisca já não o imputo tanto ao treinador, mas a verdade é que quando se mexe tanto e não existem rotinas se torna mais difícil aos jogadores com funções de ligar o jogo desempenharem a sua missão com sucesso. Quanto a Ola John prefiro já nem dizer nada.
 
Vitória passou a pré-época a dizer - e bem - que havia que manter as coisas boas e aos poucos ir introduzindo o seu cunho. JJ fez um joguinho psicológico acusando-o de não ter ideias e Vitória altera tudo à pressa com os resultados que se viram. E não me venham dizer que "só" perdemos por 1-0 e que até podíamos ter empatado! Só me faltava agora que os benfiquistas se contentassem em perder por poucos com o Sporting... A época já começou, não há desculpas.

Acima de tudo, o que me preocupa é que Rui Vitória demonstrou pouca personalidade e ser influenciável, algo que é fatal num líder. A seu favor tem a atenuante de nunca ter estado nestas funções - de uma exigência e dificuldade que nenhum de nós consegue sequer imaginar. Só os políticos - e de um modo diferente - estão expostos a este nível de pressão e stress. Mas essa é a realidade do futebol. O futebol - a este nível - não é para moles, nem para pessoas hesitantes ou inseguras.
 
No fim do jogo, Rui Vitória cometeu ainda outro erro grave. Disse que a equipa entrou "receosa". Mas o que é isto? O Benfica agora entra em campo com medo do Sporting? Se isso é verdade (e é o próprio treinador quem o diz) de quem é a responsabilidade disso? Não é uma equipa a imagem do seu treinador?
 
Vitória perdeu o primeiro título - o mais fácil de ganhar porque depende apenas de um jogo. Mas para além disso queimou muitos cartuchos de uma só vez. Tenho a certeza absoluta que a desconfiança dos benfiquistas em relação à sua capacidade é agora generalizada. E isto ao fim de apenas um jogo oficial. É bom que a tal estrutura abra bem os olhos.