segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Benfica voltou mas...

É tristíssimo que depois de uma conquista tão importante e uma festa até então bonita as coisas acabem como acabaram ontem à noite. Um bando de criminosos acabou com a festa e de algum modo estragou-na. Muita coisa correu mal ontem, a começar em Guimarães e a acabar no Saldanha e será preciso, como já disse o Presidente, apurar muito bem responsabilidades. Umas coisas não podem servir para desculpar outras. O que aconteceu é demasiado grave - e não tem a ver apenas com o futebol nem com o Benfica. As nossas sociedades estão doentes e isto são sintomas. Mas isso não serve para desculpar ou desresponsabilizar ninguém. Serve para pensar as coisas de uma forma mais abrangente mas entretanto todos os incidentes terão que ser analisados individualmente.

EM primeiro lugar, quanto aos adeptos que agrediram pessoas e destruíram coisas em Guimarães tem que se perceber - e isso hoje já é possível - quem comprou bilhetes para aquela secção. Se foi a claque, tem que haver consequências drásticas.
Depois em relação ao que aconteceu no Marquês, haverá que perceber muito bem quem são aqueles indivíduos. Há muitas imagens que devem ser utilizadas para identificar os criminosos. Claramente eles estavam num grupo porque actuaram como tal. Não teria a claque obrigação de controlar uma situação destas? Viam-se muitos adeptos a querem parar com aquilo mas individualmente nada podiam fazer sem um enorme risco para a sua integridade física. Agora a claque conta com centenas de elementos pelo que tem um poder de dissuasão incomparavelmente melhor. Na hipótese, que nem quero admitir que aquela gente pertencia à claque então defendo que ela deve ser pura e simplesmente banida do estádio da Luz. É preciso separar o trigo do joio.

Quanto à actuação da polícia, o que se passou em Guimarães com o uso de brutalidade contra uma família é algo de inconcebível e que tem que ser exemplarmente punido. Não há justificação possível para o que se passou. Incidentes desses destroem a imagem da polícia, a sua credibilidade e em última análise a sua capacidade de intervir contando com o respeito e boa vontade dos cidadãos.
Quanto à actuação no Marquês é difícil ajuizar porque realmente era pouco expectável que a polícia se fosse deparar com uma situação tão violenta e caótica numa noite que deveria ser de festa. Ainda assim terão que ser examinados os comportamentos para perceber se eles terão sido os mais adequados. Mas que fique claro que ninguém pode ter nenhuma razão para atirar garrafas ou pedras e que isso é que acabou com a festa e a estragou. 

Ficou assim ensombrada uma festa que começara tão bem, com os jogadores a demonstrar a sua união no relvado de Guimarães e os adeptos do Porto e Gaia a fazerem um cortejo à equipa na sua chagada ao aeroporto Sá Carneiro. Foi mais uma grande demonstração do carácter verdadeiramente nacional e da dimensão do Benfica. A festa no Marquês poderá ter sido demasiado encenada e exagerada nos decibéis. Mas isso são pormenores. O fogo de artifício e o momento do hino foram momentos bonitos, tal como as celebrações dos jogadores.

Este campeonato é importantíssimo e marca de facto o regresso de um Benfica que ganha de forma continuada, algo que era importantíssimo. O mérito deste campeonato é total. Mas melhor falarei disso em próximos posts.

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