segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O actual momento do Benfica

O actual momento do Benfica não é tão mau como uns, nem tão bom como outros o caracterizam. 

É, a meu ver, sensivelmente o que se poderia esperar face à decisão tomada pela direcção de desinvestir no futebol face a um quadro alegadamente mais exigente em termos financeiros (e sobre este ponto diremos alguma coisa mais adiante).

A época teve até agora momentos em que as expectativas foram superadas (como é o caso da vitória sobre o Belenenses por 6-0 ou a vitória em Madrid sobre o Atlético) e outros em que ficaram muito abaixo do mínimo exigível, como no caso das derrotas contra Arouca e Sporting. A derrota na Luz foi o ponto mais baixo até ao momento e - esperamos - até ao fim da época. É bom que algo como aquele jogo não se repita tão cedo.

Mas, reafirmo, no geral a época está a corresponder ao que seria expectável: Rui Vitória tem apostado na juventude e na formação (com efeitos visíveis e positivos em termos de inserção de novos valores na equipa principal) e os resultados têm-se ressentido. Uma mudança de treinador raramente não se reflecte negativamente nos resultados, sobretudo quando a qualidade do plantel sofre um decréscimo de qualidade. É verdade que saíram poucos jogadores mas os que saíram não foram devidamente compensados, pelo menos até agora: Maxi foi bem substituído por Nélson Semedo mas a lesão, logo na estreia pela selecção, transformando o sonho em pesadelo (parece uma sina pois já Simão Sabrosa tivera uma situação semelhante há uns anos e espero muito sinceramente que Gonçalo Guedes se "proteja" na sua estreia), acabou com essa solução; já Lima não tem (por agora) substituto à altura.

É de registar, nesta época de transição, o 1º lugar no grupo na Liga dos Campeões. Não é algo que se possa desvalorizar, até tendo em atenção o passado recente. É algo importante desportiva e financeiramente. É algo que não pode ser considerado um mero acaso, até porque o grupo em que nos encontramos não é de todo fácil. Não é possível culpar um treinador pelos maus resultados e não lhe dar crédito pelos bons. Ambos são, em grande parte, da sua responsabilidade.

Também não alinho nas críticas impiedosas à falta de ideias da equipa e a uma alegada táctica do pontapé para a frente e dos cruzamentos sem sentido para a área. Não alinho porque me parecem exageradas, por um lado, e porque não vejo nada de errado em cruzar bolas para a área desde que os centros sejam bem feitos e existam jogadores para a eles responder. Aliás critiquei muitas vezes o futebol do Benfica no passado por exagerar nos passes e nas tabelas, por vezes já dentro da área. O Benfica tem um problema de dinâmica, isso é verdade, e de (na minha opinião) existir por vezes demasiado espaço entre os sectores. Mas eu não sou treinador e portanto não me iludo a pensar que a minha leitura tenha um valor absoluto ou implique uma sentença definitiva sobre o trabalho de Rui Vitória.

Ao treinador do Benfica terá que ser dado tempo, o tal que não existe no futebol e menos ainda no Benfica. Vitória tem que ser capaz de crescer e se afirmar enquanto a equipa vence, pois só esse é o caminho. Agora não faz sentido, depois de vencermos, estar a criticar a equipa. O Benfica fez o suficiente para vencer o Galatasaray - e esse jogo era crucial - e venceu com todo o mérito, inclusivamente depois dos turcos terem empatado sem o merecer. De igual modo o Benfica venceu o Boavista. Aí com menos brilho mas com igual eficácia. E era isso que se pedia. Tal não significa obviamente que tudo esteja bem. 

À entrada para mais uma paragem no campeonato - a terceira - quero acreditar que as coisas melhorarão. Vem aí um novo jogo importante, desta vez para a Taça de Portugal, no qual se exige mais trabalho, superior prestação e sobretudo muito melhor resultado relativamente aos anteriores derbies. Na primeira paragem para o campeonato as coisas melhoraram muito. Na segunda as coisas pioraram, em grande medida devido à lesão de Nélson ao serviço da selecção durante essa paragem. E na terceira esperamos que as coisas melhorem novamente: que Sílvio confirme a subida de rendimento e que os processos colectivos da equipa se aperfeiçoem. Sobretudo há que melhorar a harmonia do meio campo que continua a não convencer. Este é o tempo que normalmente os treinadores não possuem. Rui Vitória precisa de o aproveitar bem.

4 comentários:

  1. 3 DERROTAS EM dez jogos muito mau quando a media de quem e campeao em prtugal e de 3 4 derrotas perder contra porto e sportign sem ter jogado ainda contra o braga e muito mau e quer digam quer nao para mim os campeonatos ganham-se contra todos mas os jogos contra os principais rivais sao decisivos embora quase todos digam o contrario porque a nivel psicologico da outro elan e outra embalagem quem nao se lembra da vitoria do benfica em 91 nas antas da derrota do benfica em 85 frente ao sporting o benfica decresceu em qualidade de plantel ao longo dos anos e so ganhou o ano passado porque lopetegui tambem fahou nos momentos decisivos quando se perde maxi tem que se ter um lateral tao bom ou melhor quando se perde salvio por lesao tem que se ter um jogador a altura embora o guedes esteja a se revelar uma boa supresa quando se perde garay witsel ramires tem que se ter pelo menos um onze titular competitivo e forte pra grandes jogos e um banco que pelo menos disfarçe a lacuna dos bons titulares e nao o contrario é diferente jogar com a formçao e ganhar com a formaçao nenhum clube do mundo ganha so com jogadores da formaçao

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    1. Sem dúvida. O campeonato, a não ser que haja uma muito surpreendente reviravolta, será perdido. Como é referido no outro comentário, seria no entanto importante ganhar uma Taça, até porque jogamos em Alvalade nesta eliminatória.

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  2. na liga dos campeoes se o benfica pelo menos chegar aos quartos de final sera uma enorme alegria para os dirigentes e a nivel financeiro a epoca sera exelente mas para os adeptos sem ganhar pelo menos uma taça de portugal com bifanas e cervejas sera um desastre

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  3. Em breve a 11 pontos e cinco do terceiro

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