quarta-feira, 17 de junho de 2015

Época de glória, futuro de Vitória

A vitória no campeonato no passado fim de semana culminou uma época verdadeiramente memorável nas chamadas modalidades (já não amadoras como no passado) que se traduziu na conquista de quase todos os mais importantes títulos nacionais.

Se contarmos com o futebol profissional, o Benfica alcançou o seguinte registo:

Futebol, Basquetebol, Hóquei em Patins, Voleibol, Futsal - Campeão nacional
Basquetebol, Hóquei em Patins, Voleibol, Futsal - Vencedor da Taça de Portugal
Futebol, Basquetebol, Voleibol - Vencedor da Supertaça
Futebol, Basquetebol - Vencedor da Taça da Liga.

Esta lista, que quase nos deixa sem fôlego, não chega sequer a ser exaustiva e não inclui evidentemente os escalões juniores e femininos. Denota de facto um trabalho notável de uma equipa e uma "organização" (essa parece ser a palavra preferida em detrimento de "estrutura" que se associa ao Porto) que no caso das modalidades tem no vice Presidente Almeida Lima uma peça fundamental.


Em relação ao futsal, o Benfica venceu de forma brilhante o campeonato, derrotando por duas vezes o Sporting em Odivelas e garantindo o título por uns claros 3-1. A vitória soma-se à da Taça de Portugal e marca uma época na qual o Benfica nunca perdeu na fase regular. Mesmo com baixas importantes (por lesões e castigos), o Benfica foi um campeão incontestado. As cenas infantis dos técnicos e dirigentes sportinguistas não têm qualquer justificação. A decisão dos árbitros de repetir dois dos penalties defendidos pelo guarda-redes do Sporting foi totalmente correcta e não merecia contestação. O guarda redes do Sporting tentou ostensiva e intencionalmente fazer batota em 3 dos penalties e os árbitros não o permitiram em duas ocasiões. É ridículo dizer que o guarda-redes do Benfica também se adiantou. Demonstra falta de seriedade (ou capacidade de ver a realidade) e desespero.

Claro que todos entendemos que estes vários títulos das modalidades não teriam o mesmo sabor se não tivéssemos vencido o campeonato de futebol. O futebol é evidentemente o coração da vida benfiquista e da paixão clubística. Daí que seja no futebol que antes de mais nada queremos ganhar, algo que voltará a acontecer na próxima época.

Gostei de ver a apresentação de Rui Vitória. Pareceu-me ponderado, calmo e com perfil para aguentar a pressão. É uma pessoa com bom senso e educação, o que não ganha jogos mas denota um equilíbrio que pode ser útil para ser timoneiro da equipa de futebol do Benfica. De acordo com alguns comentadores mais informados, a competência de Rui Vitória e os seus conhecimentos, também de base teórica, são inquestionáveis. Esperemos que tenha matéria prima de qualidade suficiente para fazer frente ao Porto, porque em relação ao Sporting os recursos de que disporá serão seguramente superiores. Isto para já não falar em relação aos restantes clubes em relação aos quais não há comparação possível em termos de plantel mas também de infraestruturas.

É natural que exista alguma incerteza e ansiedade relativamente à próxima época. O passado de hegemonia do Porto está ainda muito próximo e ninguém o quer ver repetido. O espectro do Benfica regredir aos anos de Camacho, Koeman ou Quique Flores é algo de assustador. As palavras do presidente de que Rui Vitória terá as mesmas condições do que o anterior treinador são tranquilizadoras no sentido em que o nível dos plantéis dos últimos anos tem sido muito elevado e - assumamo-lo - consistente com os títulos que conquistámos. Para essa qualidade se manter é essencial manter a estabilidade do plantel e assegurar um ou outro reforço de qualidade, de classe indiscutível. Não sei se os jogadores marroquinos já contratados possam representar essa masi valia pois não os conheço. Por outro lado,  Maxi é para mim um daqueles jogadores que faz parte da coluna vertebral deste Benfica, pelo que espero sinceramente que fique. Penso que vale até um esforço financeiro adicional por parte do clube.

Existindo essas condições (e quero acreditar que elas se verificarão) Vitória tem condições para vencer. Não digo que tudo mas algo de importante. O campeonato naturalmente é a prioridade mas teremos que ser pacientes, numa época de transição como será esta. Uma coisa é certa: é preciso manter a dinâmica de títulos e de vitórias para não haver aqui qualquer oscilação ou depressão num ciclo vitorioso e virtuoso que se começou a desenhar de forma cada vez mais pronunciada e constante nos últimos anos.

Há uma coisa que devemos ter presente e que não deixa de ser um factor de optimismo. Nos últimos anos, os resultados do Benfica em jogos grandes não têm sido os melhores. Na Liga dos campeões eles foram quase sempre maus (por vezes apesar de grandes exibições, noutras a juntar a más exibições), nas finais da Liga Europa perdemos (ainda que injustamente) e nos clássicos o balanço foi misto: bons contra o Sporting não tão bons contra o Porto. Penso sinceramente que Rui Vitória pode fazer melhor. Se o conseguir e aliar a isso a regularidade no campeonato estaremos certamente perto dos nosso objectivos. Mas enfim, ganhar sempre é o que todos desejam. Esperemos que o futuro dê razão a esta aposta do nosso Presidente e que ela seja de facto de Vitória. Bem vindo de volta ao Benfica.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Quem vier... ganha

Já dei a minha opinião acerca do que aconteceu na passada semana e acerca da minha preferência para o comando técnico. Ouvi muito do que se disse nas televisões e li muito do que se escreveu nos blogs do Benfica.
 
Acho que é chegada a hora de todos os benfiquistas pararem de dar bitaites e aguardar serenamente primeiro pela apresentação do novo técnico e depois pelo início da próxima época.
 
O que passou, passou, agora há que olhar para a frente com confiança. O Benfica é bicampeão e tem para o ano múltiplos títulos que pode ganhar. Nada se desmoronou. O trabalho que foi feito pode e deve ter continuidade, se calhar com menos meios mas possivelmente com melhor aproveitamento de recursos.

As coisas terão que ser feitas com inteligência - sem dúvida. A aposta na formação não pode ser uma coisa cega, súbita, extemporânea. Terá que ser progressiva, pensada e sustentada. Para além da equipa B e dos juniores há muitos e muitos jogadores que o Benfica tem espalhados por vários clubes. Haverá que racionalizar esses recursos e tentar realizar encaixes financeiros com os que não interessam e aproveitar alguns que poderão ter lugar no plantel. Se necessário fazer uma ou outra contratação cirúrgica.
 
O Benfica continua a ter muita qualidade no seu plantel - mesmo que Gaitan, indiscutivelmente o jogador com mais classe do Benfica, saia. Continuaremos a ter Júlio César, Maxi (espero), Luisão, Jardel e Eliseu, defesa que, se continuar a ser bem trabalhada, dará garantias.
 
A nível de meio campo, considero que temos o melhor campo de Portugal, um meio campo de luxo mesmo. A razão pela qual isso não foi mais visível foi porque no esquema do passado só jogavam dois centro campistas. Mas agora as coisas poderão ser diferentes. E possivelmente terão que ser! O dogma dos dois pontas de lança poderá - e talvez deva mesmo - ser questionado. Talvez precisemos de ter ali outra ocupação do espaço, mais conservadora e mais segura no controlo do jogo.

Mas que outro clube em Portugal poderá orgulhar-se de ter "só" Fedja, Samaris, Rúben Amorim, Cristante, Pizzi e Talisca? E existe ainda Mukhtar que poderá ser um jogador interessante. Alguém duvida que está aqui imensa qualidade e potencial?
 
No ataque penso que precisaremos de explorar novas soluções. Lima e Jonas foram uma dupla excelente mas imaginando que poderemos jogar num outro esquema serão precisas dinâmicas diferentes. Há porém no plantel e na equipa B (e eventualmente no mercado) soluções para esses outros esquemas.
 
Temos que manter a calma e o optimismo. O que está para trás já não conta. O Sporting poderá estar mais forte - aparentemente vai apostar forte na próxima época e será um candidato ao título assumido. O Porto mantém o treinador e uma base da época finda sobre a qual tentará melhorar. O Benfica partirá de uma plataforma talvez mais modesta em termos de investimento na equipa. Mas isso não é necessariamente mau. Uma luta mais equilibrada na frente faz com que o foco e a pressão não esteja permanentemente no Benfica como foi no passado, com laivos de obsessão doentia da parte de muita comunicação social e comentadores. Com um Porto e um Sporting fortes e também em guerra entre eles (Lotopegui-Jesus parte II) o Benfica pode fazer uma caminhada mais discreta que pode no entanto acabar em sucesso. Quem sabe se sobre a linha da meta. Quem sabe se, ao contrário dos últimos anos, em vez de acabarmos a época em clara perda, não podemos acabá-la em grande, ultrapassando os nossos adversários no photo finish?
 
Há muito para ganhar na época que se inicia em Agosto. Há uma Supertaça, um campeonato, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e uma Liga dos Campeões na qual se impõe uma prestação melhor do que as dos anos recentes. Seja qual for o treinador que vier, aqueles que se falaram (Rui Vitória e Marco Silva) terão certamente ambição e qualidades para, suportados pela tal estrutura e pelo "Manto protector" dos sócios e adeptos, poder disputar todas estas competições e continuar a dar títulos ao Benfica. Ambos são competentes e ambos merecem o nosso respeito e confiança qualquer que venha a ser a escolha. O novo treinador terá o meu apoio. Eu sou do Benfica e enquanto ele estiver no Benfica será dos meus. E não apenas isso: terei toda a confiança no seu trabalho. Porque qualquer um deles é um profissional sério e que sabe o que está a fazer. Saibam os benfiquistas aproveitar este momento para se unirem ainda mais e os títulos continuarão a chegar.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Bruno de Carvalho é um louco

Eu não irei fazer da ida de Jorge Jesus para o Sporting um choradinho de calimero. Não é o meu estilo nem o do Benfica. Jorge Jesus é um treinador que ganhou muito com o Benfica e eu estou-lhe muito grato por isso. Voltou a dar gosto ver o Benfica, voltámos a ter alegria, a ter estádios cheios, a ganhar. Houve momentos maus, muito maus mesmo, como foi o ano de Villas-Boas e as duas finais europeias (mal) perdidas. Mas antes disso perdíamos de goleada com os Olympiacos e acabávamos Ligas Europas sem sequer um ponto... Foram anos de marasmo que acabaram quando Jorge Jesus chegou. Voltou a ser temível jogar na Luz.
 
Feito este ponto prévio, tenho a dizer que Bruno de Carvalho tem tido um comportamento que prefiro até nem adjectivar para além do que está no título do post (e que alguns sportinguistas, como Dias da Cunha e Vasco Lourenço, já afirmaram publicamente com uma repercussão nacional que este blog evidentemente não tem).
 
Bruno de Carvalho é louco. É preciso recordar aqui alguns episódios, antes de chegar ao momento presente.
 
A dada altura disse esta coisa execrável: "o futebol português funciona como aquele fenómeno fisiológico... conhecido como ânus, onde temos duas nádegas que enfrentam uma à outra, imponentes e de onde só sai vento mal cheiroso ou trampa"
 
Aqui há dias falou - querendo ser engraçado e irónico - da contratação de "Belfodil". Quem não viu estas declarações eu convido a procurarem no youtube porque isto entra num novo patamar que não pensávamos possível em Portugal.
 
Agora decidiu despedir Marco Silva de uma maneira ignóbil, sem princípios e até sem método, porque a coisa é tão indecente e mal feita que 1) até deixa os sportinguistas decentes incomodados e enojados e 2) não tem a mínima possibilidade de sequer ser considerada por qualquer tribunal, obrigando o Sporting ao pagamento integral da indemnização compensatória, ou seja o pagamento integral do contrato.
 
Isto para além de contratar um novo treinador com Marco ainda em funções, seguido da confirmação do novo treinador quando Marco ainda está sob processo disciplinar e portanto (tanto quanto eu sei) continuar formalmente em funções até à conclusão desse processo.
 
Mas isto é resultado de um padrão: a rescisão unilateral com o fundo de investimento Doyen no caso de Rojo (faz lembrar o rasgar de contratos de Vale e Azevedo) e o caso do pavilhão do clube, no qual depois de adjudicar a obra penso que à Teixeira Duarte (e de esta começar as obras), rescindir unilateralmente sem pagar um tostão são outros casos públicos (provavelmente haverá ainda mais).
 
Eu digo-vos uma coisa, este homem é louco e pode arrastar o Sporting para o abismo - algo que não será bom nem para o Benfica nem para o futebol português. Mas parece-me que o caminho é já irreversível e sem retorno.
 
Não voltarei a este assunto.
 
 
 

VIVA O BENFICA
 
 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O novo treinador do Benfica

Ultrapassado o choque da saída de JJ para o Sporting, há que avançar para a solução e começar a trabalhar para que o futuro traga mais títulos.

A RTP diz que Rui Vitória já tem um acordo (também de 3 anos) com o Benfica mas as outras televisões são mais cautelosas e não dão o actual treinador do Guimarães como confirmado.

Parece relativamente claro que uma das razões para a saída de Jesus foi uma falta de sintonia entre clube e treinador relativamente ao rumo a seguir. Notícias claramente oriundas do campo de Jorge Jesus dão conta de que as contratações já feitas não tiveram intervenção do treinador. Por outro lado, Vieira deixou nos últimos tempos recados particularmente fortes relativamente à necessidade de apostar e tirar partido da formação.

Neste quadro de mudança de paradigma faz realmente sentido apostar num treinador com um perfil de Rui Vitória que já treinou as camadas jovens do Benfica. No entanto tem que se levar este exercício de planeamento do futuro um pouco mais longe. O Benfica vai apostar na formação em que termos? Uma aposta em criar os alicerces de uma equipa de futuro, projectando jovens para patamares superiores de competitividade? Uma aposta de futuro, sem pressão de ganhar títulos importantes nos próximos dois ou três anos?  Se for assim, Vitória pode ser o homem certo. Mas estarão os benfiquistas prontos para ver o clube voltar a ficar em 3º no campeonato?

Se a ideia não é esta, se a ideia é continuar a ter uma equipa competitiva que se bata e possa até ser superior à do Porto e continue a estar um patamar acima do Sporting, ganhando ou ficando perto de ganhar o campeonato, então temo que Vitória possa não ter experiência e capacidade para esses voos. Mais, Vitória está longe da realidade Liga dos Campeões e dos palcos das grandes decisões. Apesar de ser um bom treinador, poderá ser um novo Paulo Fonseca, alguém sem preparação (e se calhar sem estaleca) para estas andanças. O Benfica não é o Guimarães.

Se a decisão ainda não está definitivamente tomada, se não foi assumido um compromisso firme com Vitória, então o Benfica deveria a meu ver esperar e ver o que acontece com Marco Silva, porque esse sim, me parece o homem certo para substituir Jorge Jesus. Com equipas com recursos limitados e sem estruturas fortes a apoiá-lo, fez trabalhos notáveis no Estoril e no Sporting. Nesta época perdeu apenas um jogo com os "grandes" (no dragão) e bateu-se pela qualificação na Liga dos Campeões até ao último momento. No Estoril alcançou resultados históricos: subida de divisão, qualificação europeia, vitórias em Alvalade e no dragão e empate na Luz. Mas acima de tudo, Marco Silva coloca as suas equipas a jogar futebol e a mostrar personalidade e identidade nos vários jogos, incluindo os jogos com equipas mais fortes. E é benfiquista. Por todas estas razões, Marco seria a minha escolha. Espero que ainda estejamos a tempo de o contratar.

E deixo ainda um último argumento. O Benfica quis baixar o salário de Jorge Jesus para agora ir pagar uma indemnização de 1 milhão de euros ao Guimarães quando tem um treinador livre com a qualidade de Marco? Parece-me difícil de entender...




O Benfica é o Benfica

E o Sporting nunca lhe chegará aos calcanhares.

Com ou sem Jorge Jesus.

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A bomba que abala o futebol português

Os rumores já vinham de há um par de meses e começaram a intensificar-se nos últimos dias. Ontem começou por ser dado como quase certo (com anúncio previsto para sexta-feira) e ao fim do dia algo precipitou o avançar da notícia por todos os orgãos de comunicação social. O ritmo foi alucinante. Se bem me recordo da cronologia dos eventos, a RTP anunciou que o Benfica tinha acordo com Rui Vitória e depois TVI e SIC anunciaram primeiro que JJ estava em negociações avançadas e depois que tinha chegado a acordo com o Sporting.
Não deixa de ser curioso que não haja ainda declarações oficiais de nenhum dos clubes envolvidos, embora se perceba porque há coisas que faltam ainda acertar e formalismos que é preciso respeitar. No entanto a Antena 1 esta manhã revelou ter já falado com Rui Vitória que se terá dito "preparado" embora sublinhando que ainda não tinha assinado nada. 

Parece-me que da parte de Jorge Jesus e do Sporting há aqui muitas incoerências e muitas coisas mal feitas que poderão dar mau resultado. É um problema deles. Enunciarei apenas de passagem o seguinte: o que quer o Sporting quer Jesus estão a fazer a Marco Silva (ainda oficialmente o treinador do Sporting) é indecente. Em segundo lugar o que fizeram a Inácio (o apoio de Bruno desde a sua entrada no Sporting), escorraçando-o como um indesejado, é igualmente reprovável. E estamos para ver como será o choque de egos e vontades entre Bruno e Jesus. Mas adiante. Isto é com eles.

Aguardemos serenamente pela confirmação (ou não) da vinda de Rui Vitória. Nessa altura falarei sobre ele e sobre o futuro próximo do Benfica. 

Estava escrito...

Estava escrito que a alegria da conquista deste campeonato seria efémera. Primeiro foram os selvagens do Marquês a estragar a nossa festa, depois a vitória do Sporting na Taça (sobretudo pelas circunstâncias em que aconteceu), agora esta notícia desastrosa.
Eu sentir-me-ia bem se Marco Silva viesse para o Benfica. Esse sim, é um ganhador que (pelo que me apercebi) nunca disse uma palavra contra o nosso clube.
Reitero - e com isto encerro uma maratona de posts esta noite - que podemos estar perante um erro de proporções desastrosas que acompanhará Vieira possivelmente para sempre. Veremos. Amanhã há mais. Mas notícias e mais posts.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Jorge Jesus assinou 3 anos com o Sporting

Está a ser noticiado pela SIC notícias. O acordo terá sido alcançado esta tarde. Bate certo com as minhas informações.
A confirmar-se é um cenário desastroso. Bruno de Carvalho, o amador, consegue de uma assentada levar Jorge Jesus e ainda bloquear a contratação de Marco Silva que para mim era a única alternativa credível a um treinador com uma marca pessoal muito forte e portanto que reunia condições para poder passar à frente e iniciar um novo ciclo igualmente vitorioso.

Eu já tinha tido notícias disto mas continuava a não querer acreditar. É desastroso.

Podemos estar perante um erro de proporções colossais

Vieira calculou muito mal as coisas.
Esta saída anunciada de Jorge Jesus pode trazer um futuro de grande instabilidade ao Benfica. As coisas estavam a correr muito bem e havia uma garantia de competitividade que se manifestou em todos os anos. Agora vem o desconhecido, o experimentalismo. Vamos ver. Eu desejo o maior sucesso a Rui Vitória mas ficaria muito surpreendido se tal realmente se concretizasse.

Fim do ciclo Jesus?

Começo a detectar diversos sinais (preocupantes) de que Jorge Jesus pode mesmo não renovar com o Benfica - e até rumar a Alvalade.


Quando pela primeira vez me falaram desta possibilidade descartei-a como algo de absurdo. Parecia-me uma coisa impensável: como podia um treinador bicampeão deixar o maior clube de Portugal mudando-se para o seu rival histórico que não é campeão há 13 anos e vive sob um apertado rigor orçamental?


Como o tempo percebi porém que havia duas razões para tornar esse cenário em algo de possível: JJ não se considerar suficientemente valorizado na Luz, tendo por isso vontade de provar alguma coisa a alguns e a costela sportinguista que JJ nunca escondeu.

Em relação ao primeiro aspecto, a proposta de baixar o salário depois de 7 conquistas seguidas nas competições internas (algo de inédito no futebol português), a ser verdade, parece de facto algo de despropositado e que dá ideia de não se estar a valorizar o trabalho de JJ. Das últimas semanas tem resultado a impressão de que Luis Filipe Vieira considera que Jorge Jesus não é uma peça imprescindível para o sucesso do Benfica e que o clube poderá ver a sua saída como um mal menor (quiça até com alívio) por ela permitir uma aposta mais consistente na formação. Ora perante um tal cenário, é compreensível que Jesus possa ouvir com mais atenção propostas de outras paragens e rumar para onde é desejado. Quanto às limitações financeiras do Sporting, fala-se num investimento de patrocinadores. Não sendo a minha área, não me custa imaginar que alguns investidores pudessem patrocinar tal contratação que certamente valorizaria o Sporting enquanto marca e os seus jogadores.

Por outro lado, continua a haver benfiquistas (uma franja pequena mas ainda assim bem audível) que continuam quase a insultar Jorge Jesus: Jorge Baptista, David Borges, Fernando Guerra na imprensa ou alguns dos editores do blog "Novo Geração Benfica", o blog mais lido e ponto de encontro da oposição a Luis Filipe Vieira. Quando Jorge Jesus perdeu nas competições europeias (e até nalguns casos em que ganhou) as críticas foram impiedosas. Ainda agora o referido blog continua a chamar ao treinador um "desesperado", apresentando-o como interesseiro e chantagista.

Penso que muitos já perceberam que a relação entre Jorge Jesus e o Benfica está mesmo a tremer e tentam fazer todo o alarido para pressionar e desestabilizar de forma à corda partir mesmo. Se assim acontecer, as suas teorias (de que Jorge Jesus não passa de um treinador banal e que outros fariam igual ou melhor com os mesmos meios à disposição) poderão finalmente ser testadas. Temo é que com grande prejuízo para o Benfica. Vamos ver. Até ao fim da semana as coisas deverão definir-se.

A imbecilidade do "resultado combinado"

A estupidez é uma coisa que não tem pátria ou raça. Está disseminada por todo o mundo, do primeiro ao terceiro. Por todos os países e todas as profissões.

Vem isto a propósito do relatório da Federbet ontem apresentado ao Parlamento Europeu. Sinceramente sempre tive muitas dúvidas em relação aos resultados combinados. Posso imaginar por exemplo um guarda-redes ser "comprado" para deixar entrar golos ou um certo jogador para se fazer expulsar e facilitar a vida ao adversário. Agora imaginar que se pode "comprar" um certo resultado parece-me completamente impossível. A não ser em jogos disputados na "Conchichina", onde a corrupção seja uma forma de vida. Agora em campeonatos profissionais imaginar que há resultados que podem ser combinados (o que implica que todos os intervenientes estejam nesse esquema) é para mim algo de impensável.

Já pensava isto antes das notícias acerca do Benfica-Penafiel mas agora passei a ter a certeza de que esta história dos resultados combinados não tem qualquer credibilidade. Mais: provavelmente transformou-se numa forma de dar emprego a uns tantos "peritos" que andam a "descobrir" coisas mirabolantes e provavelmente a ganhar fortunas. É que, veja-se bem, a grande "prova" ou grande indício de que o jogo Benfica-Penafiel foi "viciado" é que houve muitos apostadores que colocaram o seu dinheiro em que o Benfica venceria por mais de dois golos de diferença e/ou que haveria no jogo 4 ou mais golos. Ora olhando para os resultados do Benfica em casa em jogos do campeonato, considerando que o adversário era o último classificado e ainda que Jonas precisava de golos para ser o melhor marcador da Liga, será que aquelas apostas são assim tão suspeitas? Ou pelo contrário, para quem acompanha minimamente a realidade futebolística, seriam lógicas e sensatas, seguindo o que seria previsível acontecer? 

Isto é tão estúpido, tão imbecil que me custa sequer admitir que o Parlamento Europeu tenha perdido tempo a ouvir esta gente. Porque se este jogo entra no relatório, tenho todas as razões para pensar que todo o relatório não passa de um amontoado de disparates e suspeições levantados aparentemente ao calhas. 

Acho sinceramente que o Benfica e a Liga (e eventualmente o Penafiel) deveriam ir até à últimas consequências na defesa do seu bom nome. Penso que Luis Duque apresentou queixa na PGR e isso parece-me uma boa medida. Penso que há que ir até ao fim, exigindo que tudo seja apurado e que esta tal de Federbet apresente as suas provas, que evidentemente serão nenhumas, disso tenho a certeza. Nessa altura deve-se exigir uma reparação exemplar porque o nome do Benfica e de todos os profissionais que estiveram em campo naquele jogo não pode ser manchado impunemente desta forma. 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Jesus ganhou, venha outro

Dizem alguns benfiquistas que tudo está encaminhado e que Jorge Jesus será o "próximo" treinador do Benfica. Espero que estejam certos e acima de tudo espero que Jesus fique, por razões que me parecem por demais evidentes. No entanto dizer-se que a incerteza à volta da continuidade é uma mera fabricação da comunicação social e que nunca houve dúvidas é algo que não corresponde à realidade. Parece-me inclusivamente que neste momento nada está decidido. Que sentido faria estar a alimentar especulações e incerteza entre jogadores e adeptos?

Uma coisa que não entendo são as notícias de que o Benfica deseja baixar o vencimento de Jesus. Aí sim, espero que se tratem de meras especulações sem fundamento. Não porque eu queira que JJ ganhe muitos milhões ou porque não ache esse tipo de valores astronómicos. No entanto se o salário de JJ era X há dois anos não faz qualquer sentido baixá-lo depois dele conquistar nesse período praticamente tudo a nível interno (faltou apenas a Taça deste ano para fazer o pleno) e ter permitido ao Benfica vendas de dezenas de milhões de euros. 

Outro factor apontado como razão para o Benfica não continuar com Jorge Jesus é a necessidade de apostar na formação, algo para que Jorge Jesus não estaria particularmente vocacionado. 

Em relação a tudo isto, a minha posição é, por uma vez, similar à de Freitas Lobo: a serem verdade estas notícias, Vieira estaria convencido de que a estrutura seria já suficientemente forte para conseguir aguentar o baque da saída de um treinador que revolucionou mentalidades no Benfica e alcançou resultados extraordinários com uma marca pessoal muito forte.

Ora para mim, apesar de todo o trabalho de grande competência feito por Vieira e a estrutura dirigente em geral, profissionalizando muito o clube e dotando-o de todas as condições de topo para poder ganhar, está ainda por demonstrar que o sucesso dos últimos anos possa ter continuidade sem Jorge Jesus. Não que seja impossível. Claro que pode acontecer. No entanto trata-se de uma aposta no escuro que a meu ver não se justifica nas actuais circunstâncias.

Com Jorge Jesus o Benfica subiu para patamares de competitividade máximos. A frase "acima disto não há nada", dita pelo próprio, no seu estilo peculiar, é quase verdadeira. Os poucos que continuam a colocar a causa o seu trabalho, desvalorizando-o e praticamente dando a entender que qualquer um com um mínimo de competência conseguiria os mesmos resultados, agarram-se agora às más prestações na Liga dos Campeões como último argumento de arremesso contra o treinador do Benfica. É um facto que as prestações não têm sido as ideais mas em cada ano houve circunstâncias particulares que terão que ser avaliadas nas suas particularidades. Além disso o facto do Benfica ter estado em duas finais da Liga Europa não pode ser desvalorizado como algo de insignificante. 

Ora manter estes patamares com um treinador com pouco ou nenhuma experiência a este nível é pouco provável. O que de pior poderia acontecer ao Benfica do que voltar aos anos em que ao fim de 5 ou 6 jornadas já estava a meia dúzia de pontos, acabando o campeonato em 3º lugar? A possibilidade de regresso ao terrível passado recente é algo que deve fazer o presidente do Benfica ponderar muito bem as coisas. É que para construir e fazer bem demora e dá muito trabalho mas destruir é algo que pode acontecer de um dia para o outro.