segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Agora vão ver como elas doyen

O Sporting foi condenado pelo TAS.
Vale e Azevedo, perdão, Bruno de Azevedo, perdão, Bruno de Carvalho comentou, no seu oitavo comunicado do dia de hoje, que isto é só o início. Eu desta vez subscrevo. É o princípio do fim. Desta vez nem Ricciardi lhe valerá pois o calote dado ao BES não se repetirá em instâncias internacionais. Mas como diz Bruno, o comediante, isto é só o princípio. Há mais, muito mais a caminho.

Estamos vivos!

Este Domingo teve muito para acabar mal, futebolisticamente falando.
 
Na Luz o Benfica tinha um adversário difícil, após mais um resultado negativo que praticamente nos deixara afastados da discussão do 1º lugar, ao passo que os nossos adversários tinham praticamente passadeiras estendidas, tal a fragilidade dos seus adversários.
 
Ao intervalo, com o Rio Ave a conseguir empatar o Benfica (marcando praticamente no único remate que fez à nossa baliza), o ambiente na Luz não era o melhor. A grande assistência - mais uma, a demonstrar que o benfiquismo continua forte e militante - dava sinais de compreensível impaciência.
 
Na segunda parte as coisas não começaram muito melhor. A primeira substituição, de Samaris por Fedja, foi um tanto surpreendente. A equipa demorava a encostar o Rio Ave às cordas e o seu futebol era previsível. Mas a partir dos 71 minutos as coisas mudaram. O estádio despertou, o Benfica também e sentiu-se que o golo poderia aparecer. Apesar da terceira e última substituição também ter sido surpreendente (avançado por avançado, Raúl por Mitroglou, depois de Carcela ter entrado para o lugar de um também desinspirado Gonçalo Guedes) o Benfica conseguiu chegar ao golo. Carcela esteva na jogada e Jonas voltou a marcar. A maior mobilidade de Raúl acabou por criar mais problemas à defesa do Rio Ave do que um Mitroglou mais fixo e pouco eficaz nesta partida. As substituições, que nada alteraram em termos do posicionamento da equipa, acabaram por ser eficazes. Duas horas mais tarde as coisas tornavam-se ainda mais sorridentes: o Sporting perdia na Madeira, perante o União, e reabria a possibilidade do Benfica voltar a entrar na luta do título.
 
Neste momento precisaríamos de que os dois primeiros perdessem um total de 9 pontos no seu conjunto, enquanto nós vencessemos todas as nossas partidas, para chegar ao 1º lugar. Na próxima jornada há um clássico entre aqueles dois, pelo que é absolutamente imprescindível o Benfica vencer a sua partida para poder recuperar parte daquele atraso. Depois precisamos de acreditar que é possível vencer tanto o Sporting como o Porto para recuperar mais pontos. Há portanto muito caminho e muitas dificuldades pela frente se queremos ainda almejar a renovar o título. Mas esta jornada teve o mérito de mostrar que afinal os nossos adversários também perdem pontos - e mais poderiam perder se não se verificassem certas anomalias nas arbitragens.
 
No jogo de ontem houve 3 lances que noutros contextos, com outros emblemas, dariam seguramente penalties. O Presidente LFV esteve por isso bem ao apontar e denunciar estes casos que começam a ser demasiado evidentes. O Benfica porém não se deixou abater por essas contrariedades e continuou à procura da vitória, num jogo em que, repito, sem ser brilhante e num contexto difícil, conseguiu chegar à vitória sobretudo através do querer e da determinação dos jogadores.

Há que melhorar os índices de confiança, de agressividade na conquista da bola e ataque à baliza adversária e que recuperar os lesionados para atacar a segunda metade da época com o intuito de inverter a situação negativa em que estamos no campeonato. Vejo ali muito querer, muita vontade de continuar a ganhar mas em várias situações essa vontade não se traduz em vitórias por razões que importa analisar, compreender e corrigir. Há novamente um pouco de tempo para trabalhar a equipa e assentar ideias. Vitória, que já disse trabalhar das 8 da manhã às 8 da noite precisa eventualmente de, já depois dessa hora e na tranquilidade da sua casa, reflectir com calma acerca do que está a falhar. Porque nem tudo está mal - somos o melhor ataque do campeonato e estamos na segunda fase da Liga dos Campeões.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Previsível

Estive bastante tempo ausente das andanças blogueiras e estava a pensar em voltar a publicar para elogiar Rui Vitória, com quem tenho sido algo duro especialmente a seguir às derrotas com o Sporting.
Ia elogiá-lo por, depois da última dessas derrotas, ter sido capaz de apanhar os cacos e motivar a equipa para uma recuperação em Astana que valeu a classificação para os oitavos da Champions, por uma vitória muito meritória em Braga, pelo lançamento de Renato Sanches e de Pizzi que deram à equipa um equilíbrio que lhe faltava desde a saída de Enzo, e por uma sequência de vitórias interessante no campeonato, incluindo uma bela exibição em Setúbal.
Mas ontem as coisas voltaram a descarrilar - e quem empata com um União da Madeira não pode esperar elogios. Sobretudo porque o Benfica já não tinha margem de erro nenhum, depois de 3 derrotas no campeonato, incluindo contra os dois rivais.
 
O campeonato a meu ver está perdido - mas já o estava desde a derrota com o Sporting em casa. Esse foi o jogo que a meu ver deveria ter levado a decisões drásticas. Mas as palmas dos adeptos foram transformadas pela propaganda no facto mais relevante da noite e muitos benfiquistas deixaram-se ir nesse engodo.
O campeonato está perdido, a taça e a supertaça também. Na Champions a campanha está a ser positiva, veremos o que acontece na próxima eliminatória. Fica a Taça da Liga para disputar até ao fim da época (espera-se que pelo menos aí consigamos chegar à final).
 
A não ter sido demitido após a derrota humilhante com o Sporting na Luz, seguida da eliminação da Taça, não faria sentido Vitória sair nesta fase. Nem LFV ou a "estrutura" estarão para aí virados. Vieira já admitiu recentemente que a época é de transição (algo que eu digo há meses) e implicitamente que é natural nada conquistar de relevante.
 
Esta é, aparentemente, a época zero em termos de "novo ciclo", a época de redução dos encargos, controlo do passivo através dos contratos com a NOS e a Emirates e de lançamento de jovens talentos da Academia ou Equipa B. Nesse sentido Vitória está a cumprir, tendo lançado já Nelson Semedo, Guedes e Sanches. Caso as coisas não piorassem muito, Vitória poderia mesmo ser o treinador na próxima época, uma espécie de Lopetegui do Benfica, dado que tinha suportado o impacto da saída de Jorge Jesus e lidado com alguma falta de soluções no plantel, tanto nas laterais quanto no meio campo, solucionando-as com recurso à prata da casa.
 
É tudo uma questão de perspectiva. Pela minha parte não estou minimamente surpreendido com o que está a acontecer - e não estarei na linha da frente dos ataques e pedidos de demissão de Rui Vitória. Ele faz o melhor que sabe com os recursos de que dispõe. Para além disso nenhum treinador seria capaz de, nesta fase da época, pegar nesta equipa e fazer dela campeã. Já é tarde para tal. O calendário (e aqui e ali uma decisão arbitral "artística") não o permite.

PS - não servindo de desculpa, o relvado estava num estado miserável, previsível também em função não apenas das chuvas mas do facto do Nacional ali ter jogado com o Porto nas vésperas.