domingo, 3 de janeiro de 2016

Vitória importante e bem conseguida

Foto do jornal "Record".
 
O Benfica venceu ontem o Guimarães num terreno sempre difícil, de uma forma inteligente e justa.
 
É importante recordar que no ano passado, necessitando de vencer o jogo para assegurar matematicamente o bicampeonato, o Benfica não o conseguiu fazer e também que o Vitória vinha de uma boa sequência de resultados.
 
O jogo foi bastante duro, por opção deliberada do Guimarães e do seu treinador e por permissividade excessiva de Carlos Xistra que começou a puxar dos cartões demasiado tarde. Parabéns aos jogadores do Benfica por não se terem retraído nem deixado intimidar pelo abuso de entradas à margem das leis.
 
No entanto o Benfica não esteve tão bem noutras componentes do jogo. Tal como em jornadas anteriores, voltou não entrar na partida de forma dominadora, deixando ao adversário demasiado espaço para respirar e pensar. O Benfica não marcou suficientemente os ritmos do jogo neste período. Quando o fez, como no fim da primeira parte, esteve perto do golo em 3 ocasiões.
 
Na segunda parte a história foi diferente. Embora mesmo no início o Guimarães tenha tido algumas oportunidades, o Benfica foi progressivamente assumindo o jogo, controlando a posse de bola e os ritmos da partida e apertando o "adversário". O fluxo de jogo no meio campo do Guimarães aumentou e o perigo começou a surgir perto da sua área. Pizzi teve uma grande oportunidade, numa bela iniciativa e Renato Sanches voltou a marcar um golo soberbo.
 
Em última análise foi um jogo conseguido e uma vitória importantíssima numa jornada em que os 3 pontos asseguravam uma reaproximação aos dois primeiros. No entanto deixar as coisas para tão perto do fim obviamente acarreta riscos. Há que encontrar um equilíbrio entre uma abordagem inteligente ao jogo (como em última análise esta foi) e uma atitude mais dominadora. A vitória em Braga, por exemplo, foi um bom compromisso estas estas duas tendências.
 
Deste jogo há que destacar o regresso de Gaitán, as exibições de Pizzi, Jonas e, claro, de Renato. Este jovem começa a ser um caso sério. A sua maturidade e qualidade de jogo e o equilíbrio que dá ao meio campo do Benfica, assim como o posicionamento de Pizzi, a sua qualidade e leitura de jogo, realmente mudaram para melhor o rendimento da equipa naquele sector nevrálgico.
 
Há agora que dar sequência a este crescimento da equipa. Não pode haver novos Aroucas ou Uniões da Madeira! Não pode haver novos deslizes dessa ordem. Se evitarmos tais percalços e continuarmos a melhorar podemos ainda ter uma palavra a dizer nesta Liga. Há que recordar que já jogámos no Porto, em Braga e em Guimarães. Ficam a faltar as deslocações à Madeira e a Alvalade entre as mais difíceis.
 
Rui Vitória tem entre os seus créditos não apenas o lançamento de jovens talentos como Nélson, Gonçalo ou Renato. Ele tem também o mérito de estar a obter o melhor rendimento de Gaitán e Jonas desde que estes chegaram ao Benfica. No entanto defensivamente e em termos de dinâmica colectiva continuam a faltar algumas coisas. Vitória parece um excelente treinador na confiança que incute nos jogadores e na liberdade que lhes dá para expressarem o seu talento natural mas por vezes dá a ideia de que a equipa carece de ideias e processos colectivos. É neste aspecto que me parece que podemos ainda crescer e melhorar muito.

3 comentários:

  1. "Ele tem também o mérito de estar a obter o melhor rendimento de Gaitán e Jonas desde que estes chegaram ao Benfica".
    De Jonas? O rv sabe lá tirar rendimento de algum jogador?! O Jonas como é um jogador fabuloso, lá vai fazendo das tripas coração e, sòzinho, esfarrapando-se todo vai disfarçando a falta de soluções colectivas de ataque da equipa! Claro que, com a idade que tem, mais cedo ou mais tarde, vai dar o estouro, por andar a fazer de médio, extremo, avançado, goleador e até de defesa. Só lhe falta ir à baliza...

    Viva o Benfica!

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  2. Quando é que temos uma verdadeira equipa, Rui Vitória (já é tempo!)? Quando é que deixamos o jogo desgarrado, a passo, desorganizado, titubeante, triste, feio, chato, improdutivo, de equipa pequena? Quando é que começamos a jogar à Benfica (já é tempo!)?
    Jogo sem ideias nem rotinas consolidadas, sem progressão e intensidade, ausência de pressão e de agressividade sobre o adversário, falta de solidariedade entre setores, uma profusão de passes falhados, livres e cantos mal cobrados, defesa atabalhoada, linha média resumida à classe e ao querer do Renato, ataques aos repelões e esporádicos... O trabalho, o treino, RV! Vamos lá, homem, isto é o Benfica!

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