sábado, 2 de abril de 2016

A arte de simplificar

As coisas estão a correr bem ao Benfica, mas não é por acaso.
É evidente que o Braga poderia ter marcado quando o jogo estava 0-0, e a estória teria sido diferente. No primeiro lance, fazendo lembrar o golo de Slimani na Luz esta época, Wilson Eduardo cabeceia com os dois pés no chão e a bola vai ao poste. Foi ao primeira jogada da partida, aos 30 segundos. No segundo lance Rafa aparece isolado à frente de Ederson e remata mal, apesar da oposição do nosso guarda-redes ter sido importante para lhe limitar o ângulo. Mas foi tudo.
Depois disso o Benfica, que também já ameaçara, não exactamente com ocasiões claras mas com jogadas que denotavam o perigo que os nossos avançados representavam para a baliza do Braga, o Benfica, dizia, foi-se instalando no meio campo adversário, dominando e criando cada vez mais perigo. Quando o primeiro golo apareceu, percebeu-se que o Braga poderia ir passar um mau bocado, porque, admitamo-lo, Paulo Fonseca joga no limite do risco e isso contra uma equipa contra o Benfica pode ser fatal.
A verdade é que os golos que aparecem (já são 100) não são fruto do acaso mas de uma construção muito bem conseguida, que acelera nos momentos certos e que conta com executantes exímios. O quarteto ofensivo do Benfica não tem paralelo em Portugal: todos os jogadores que o compõem são de enorme qualidade individual. Para além disso o meio campo, particularmente Renato, dá uma ajuda grande e permite muito jogo, muito objectivo, perto da área adversária. E nessa altura os golos tornam-se uma questão de tempo.
O que aconteceu ontem ao Braga poderia, sem grande escândalo, ter acontecido ao Porto, num jogo que acabámos por perder. O que poderá eventualmente estar ainda a faltar ao Benfica é conseguir este mesmo nível - ou perto dele - quando joga fora. Conseguimo-lo sensivelmente na mesma altura da volta anterior, esperemos que o consigamos nos jogos que faltam.
O Benfica deu mais um passo, embora como é óbvio ainda nada esteja alcançado. Com esta vitória ultrapassámos um obstáculo que tinha tudo para ser muito difícil (e foi até ao 1º golo) e colocámos muita pressão sobre os nossos adversários. Estão "proibidos" de escorregar nos seus jogos de segunda-feira sob pena de, aí sim, ficarem irremediavelmente afastados do título.
O 35º ficou mais próximo mas há ainda muita coisa a fazer.
Entretanto vem a Liga dos Campeões e o "monstro" Bayern. Não deixarei de escrever algo antes dessa partida.


P.S. - foi bonito assistir à homenagem dos adeptos benfiquistas a um ex-jogador e figura importante do Sporting. Fernando Mendes sempre foi uma pessoa correcta e desportivista, algo que sem dúvida foi devidamente reconhecido pelos adeptos de um clube seu rival. Um momento bonito, insisto. 

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