quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O que passou-se?

O que se passa? Está-se tudo a passar? Ainda nem metade da época se passou e já três competições são passado?!

A Taça passou-se, a Taça da Liga passou-se e na Liga dos Campeões fomos passados a ferro por um vulgar Basileia. 

Parece que tudo o que poderia correr mal está realmente a passar-se - que passou por ali bruxedo. Temos passado por momentos que nem o mais pessimista anteciparia face ao que se passou nas épocas passadas. Nem nos nossos piores pesadelos futebolísticos algo assim se passaria. Nalguns jogos os nossos atletas parecem não conseguir fazer dois passes seguidos (o que se passará nas suas cabeças?). É de um adepto ficar passado.

Mas atenção: no futebol tudo é passageiro e muita água irá ainda passar debaixo da ponte até que a época acabe. Por vezes há que passar por momentos difíceis, passar, como diz o povo, pelas passas do Algarve, para melhor saborear as vitórias.

Logo após a passagem de ano teremos um jogo muito importante para a definição da Liga. Apesar dos maus momentos passados, vencendo o Sporting passamos para o segundo lugar. 

Será caso para dizer que no pasa nada? Não me parece que se possa dizer isso. As coisas não se resolvem de um momento para o outro, como num passe de magia. Independentemente do desfecho do campeonato, esta época ficará marcada por uma campanha lamentável na Liga dos Campeões que afecta o prestígio e o passado do Benfica. Passámos por lá como um grupo de excursionistas a carimbar passaportes. Isto para já não falar das taças nacionais pelas quais passámos sem deixar marca. Diga-se de passagem que nem a passagem à fase decisiva das provas alcançámos. Não basta passar uma esponja... Não é possível passar entre os pingos da chuva no que toca ao apuramento de responsabilidades, para que erros destes não se voltem a passar.

No entanto, o futebol é o momento e o passado conta pouco face ao presente que todos desejam de vitórias. Passe-se o que se passar, o Benfica terá que fazer tudo o que está ao seu alcance para alcançar o Penta. A oportunidade é histórica e não a podemos deixar passar. Usando uma imagem cara ao nosso treinador, este é um cavalo que não tornará a passar tão cedo. 

Passado o Natal e comidas as passas, há que cerrar fileiras para que o Sporting não passe na Luz mas antes ali passe um mau bocado, para que possamos passá-los na classificação. Seria importante passar os Reis pelo menos no segundo lugar. Depois vamos passo a passo.

Àqueles adeptos que não podem ir à Luz, por estarem a passar a quadra fora, não se esqueçam de passar o vosso redpass a um amigo ou familiar.

Até lá uma boa passagem de ano a todos. 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Uma resposta assertiva

O Benfica impôs-se em Tondela com alguma facilidade, como convinha após o desaire da Taça.
Foi uma excelente noite da nossa equipa: aliámos a vitória a uma óptima exibição e muitos golos. Pizzi voltou ao seu melhor e Jonas bisou. Era difícil pedir mais.
É verdade que as coisas correram bem, no sentido em que fomos muito eficazes, concretizando a maioria das oportunidades claras. Mas isso é o futebol. Na quarta havíamos sido perdulários, apesar do volume ofensivo. Esta noite fomos letais na frente mas trabalhámos por isso, dominando praticamente do princípio ao fim.
O Benfica precisa agora de dar sequência a este resultado (que, em termos de campeonato, vem já no seguimento de outros) para criar uma dinâmica de vitória que nos permita partir para a segunda volta moralizados.
As vitórias no campeonato (e o empate no dragão que, nas circunstâncias, foi um resultado positivo) têm sido intercaladas por resultados desastrosos na Champions e a recente eliminação na Taça, o que acaba por interromper esse ciclo positivo da Liga. Convém nessa medida estar bem também na Taça CTT para capitalizar este momento.
De certa forma já destaquei os jogadores que mais contribuíram para a muito boa performance atacante da equipa mas em geral todos estiveram em bom plano. Saliento porém também o excelente jogo de André Almeida, de certo modo o patinho feio desta equipa, até pela ingrata tarefa de fazer esquecer Nélson Semedo. André é um jogador que nunca vira a cara à luta e dá sempre o que tem, sendo por regra muito fiável a defender. Esta noite porém a essas qualidades aliou uma excelente participação no ataque. Fez um óptimo jogo. Pizzi foi novamente o melhor em campo, mostrando como o seu rendimento é importante para a equipa. Custa-me entender como alguns benfiquistas lhe parecem mover quase uma perseguição. Naturalmente que Pizzi tem dias menos bons e períodos menos fulgurantes. O que não entendo é que se ponha em causa o valor e a dedicação de um jogador desta qualidade, que já deu mais do que provas do seu valor.
Vem já aí a Taça da Liga. Que se use a oportunidade para (além de ganhar, como é óbvio) dar minutos a quem pode vir a ser chamado mais regularmente no futuro e ser útil em 2018. Por exemplo João Carvalho ou Keaton Parks que me tem impressionado favoravelmente (e pelos vistos também aos treinadores do Benfica).


Nota: do que vi do jogo do Estoril nesta jornada, a equipa parece em franca melhoria. Isso é duplamente um bom sinal: bom em primeiro lugar porque num campeonato em que as equipas do norte e sobretudo do Minho já estão em tão clara maioria, perder uma equipa da zona de Lisboa seria muito negativo; bom em segundo lugar porque valoriza um pouco a nossa vitória na jornada anterior (considerada pouco convincente atendendo também ao pouco que os canarinhos vinham fazendo até esse jogo). Se o Estoril continuar na linha do que vi ontem rapidamente sairá da zona de despromoção.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Causas da presente crise benfiquista

Negar a existência de uma crise no Benfica equivale neste momento a enterrar a cabeça na areia como a avestruz. Estar fora das provas europeias e da Taça (e em situação desfavorável nas outras competições - muito embora ainda com possibilidades de as vencer) em dezembro não pode ser considerado normal no Benfica.

As causas dos problemas são para mim de três dimensões: culpas próprias, uma coligação hostil de rivais e inimigos e, finalmente, a "ressaca" de um ciclo de vitórias.

Começando pela última causa, todos os clubes padecem, na sequência de um ciclo de vitórias,  de uma certa "ressaca", de um certo "cansaço" de ganhar, o que obviamente não resulta de um desejo de perder mas antes de uma certa sobranceria, de uma certa convicção, na maior das vezes implícita e não completamente consciente, de que as coisas acabarão por correr bem e nessa medida não é necessário trabalhar tanto. Aliado a isto, há um certo cansaço mental da tensão competitiva que leva a um certo relaxamento.

Quanto ao que chamo de coligação hostil, o Benfica enfrenta hoje um dos maiores ataques da sua história. Não tenho uma posição definitiva sobre a conjuntura e os factos específicos do "caso dos emails" e a atuação de certos responsáveis da estrutura dirigente ou comunicacional do clube nos mesmos. O facto do Porto ter montado nos anos 90 uma rede de corrupção no futebol português não pode obviamente servir de factor de desculpabilização. Sempre nos revoltámos - e bem - contra essas práticas e nos batemos pela verdade desportiva. Pedimos sempre justiça e equidade no futebol português e nunca qualquer tratamento de favorecimento. No entanto não é claro que tenha havido qualquer prevaricação. O Porto não é obviamente um juiz imparcial neste caso, pelo que qualquer "divulgação" de factos por ele promovida carece de credibilidade. Tudo será sempre apresentado de forma a aparecer  a uma luz negativa, como congeminações terrivelmente maquiavélicas para o Benfica dominar o futebol português. As coisas são descontextualizadas e dadas de forma parcelar e truncada, sem que o que os outros fazem (Porto e Sporting, que aliás têm em Pedro Proença senão um aliado pelo menos alguém muito sensível ao seu discurso) alguma vez seja abordado.

O "caso dos emails" não é comparável às escutas do Apito Dourado. Ao passo que estas foram feitas pela polícia, no âmbito de uma investigação, os emails estão a ser divulgados por pirataria informática, na sequência de um crime (grave) de violação de correspondência. Além disso não há, pelo menos até agora, em caso nenhum, nenhuma instância de dirigentes benquistas a pedir favores ou a corromper árbitros. Haverá, quando muito, a tentativa de saber o que se passa na Liga e/ou Federação, a procura de estabelecer e manter contactos nas mesmas que promovam os interesses do Benfica. Algo que os outros clubes fazem também como é evidente, simplesmente os seus mails não estão a ser devassados na praça pública. A minha posição quanto a isto é por isso desde o início a mesma: investigue-se tudo e puna-se quem tiver que ser punido. Inaceitável é num estado de direito um canal de televisão divulgar correspondência privada com o beneplácito de tribunais que pelos vistos colocam os interesses clubísticos dos juízes acima do respeito pela lei.

Do que não há dúvida é de que os emails desgastam e prejudicam a imagem do Benfica e a sua estabilidade interna. Não matam mas moem. E nesse capítulo a estratégia do Benfica tem sido completamente ineficaz. Por um lado oficialmente nada se diz, deixando-se a Pedro Guerra (e em menor grau André Ventura) o papel de fazer o "trabalho sujo" de defender o Benfica quer na Benfica TV quer na praça pública. Por outro desautoriza-se e desvaloriza-se o seu papel (o presidente do Benfica chamou a Pedro Guerra um "merceeiro", algo que se eu não tivesse visto e ouvido não acreditaria). Se é merceeiro porque é ele o rosto do clube em parte da comunicação social? Defende-se um posição responsável e "de Estado" mas depois aparecem na BTV programas a tentar responder na mesma moeda; casos mal fundamentados em tribunal; incitavas esporádicas de um departamento de comunicação que pura e simplesmente não funciona... Enfim, é tudo errático e colado com cuspo.

Há que admitir que a resposta do clube não é fácil. A campanha anti-Benfica foi bem urdida. Não é fácil responder a acusações vagas e difusas que verdadeiramente nunca acusam diretamente o Benfica de uma prática ilícita. Veja-se como aquele a que chamam "o insolvente" tem sempre o cuidado de dizer que não está a acusar o Benfica de corrupção. É ele que o diz e enfatiza, não sou eu. Ora se não está a acusar de corrupção (de que o Porto foi efetivamente acusado - e condenado - no apito Final, ligado ao Apito Dourado que não chegou a condenação criminal apenas porque os tribunais do Porto colocaram o seu clubismo acima da Lei) está a acusar de quê?

Aos ataques constantes do Porto juntam-se os do Sporting. Mais toscos, menos elaborados e pensados estrategicamente, estes passam sobretudo pelo insulto e ataque pessoal. Os benquistas são chamados de "porcos" e o seu presidente de imbecil pelo próprio presidente do Sporting. O director de comunicação é uma caixa de eco de Carvalho, repetindo o tom e a falta de nível em tiradas diárias para os desportivos pegarem. Esta estratégia em geral não resulta mas como os ataques vêm de muitos lados e o Benfica está claramente na defensiva, este ruído acaba por contribuir para desgastar ainda mais a imagem dos atuais dirigentes do nosso clube (o que não deixa de se reflectir para baixo).

A estes junta-se também parte da comunicação social. É um assunto de que falei muito no início deste blog, há alguns anos atrás. A comunicação social, por razões algo incompreensíveis dado que o Benfica é o maior clube, é-nos muitas vezes hostil. Hoje isso está exacerbado, havendo quase uma perseguição ao nosso clube. Isto é particularmente claro na SIC, onde Rui Santos (por razões para mim misteriosas) tem uma enorme influência, gerindo dois programas semanais de ataques constantes ao Benfica. Ali se escalpelizam TODOS os lances arbitrais em que o Benfica foi potencialmente beneficiado e apenas os mais escandalosos e que não é possível esconder em que foi prejudicado. Ali se desfiam semanalmente teorias da conspiração acerca da "benfiquização" do futebol português e dos esquemas urdidos pelo nosso clube para tal efeito. Isto precisava de uma resposta à altura do nosso clube, de uma comunicação eficaz que desmontasse estas teses delirantes mas infelizmente nada se vê. À SIC (acolitada pelo Expresso que agora com a "Tribuna" se acha muito engraçadinho) junta-se o Correio da Manhã e a Sábado do grupo Cofina que inclui igualmente o Record.

Mas claro que estas estratégias só são eficazes porque o Benfica se debilitou por culpa própria. No futebol a fonte maior de poder vem do campo. As vitórias em campo põem todos em respeito, calam os críticos e dão força a jogadores e adeptos. E o Benfica tinha este ano todas as condições para cimentar ainda mais a sua posição de clube hegemónico em Portugal. Porquê? Porque o Porto estava (está) sob a alçada do fair play financeiro da UEFA e não pode contratar sem antes vender e porque o Sporting depois do élan criado pela chegada de Jesus estava à beira de novo desalento, arriscando nesta época praticamente a sua sobrevivência como grande clube hipotecando todas as receitas em nome do investimento e ficando assim totalmente dependente do sucesso desportivo da época. Ora o que fez o Benfica? Desinvestiu. Vendeu os seus melhores jogadores e não acautelou devidamente a sua substituição. Contratou sem critério. Começou a época com muitos jogadores cuja condição física já se sabia ser periclitante e não assegurou alternativas válidas para os substituir (Rui Vitória também tem muitas culpas neste capítulo porque não valoriza devidamente alguns dos recursos que tem).

Face a estas causas o que está a acontecer era de algum modo previsível. O Benfica permitiu que a vantagem clara com que partia para esta época se tenha diluído muito rapidamente. Estamos agora ao mesmo nível competitivo dos outros (continuamos a ter plantel para ser campeões). Podemos vencer mas já não estamos à frente. Pelo contrário.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Não merecíamos perder

O Benfica fez esta noite um jogo muito razoável sob o ponto de vista da pressão, da recuperação de bola e sua posse. Digo muito razoável e não bom apenas porque perdemos, o que significa que pelo menos em três momentos não estivemos bem. No primeiro golo o erro de Cervi (que até aí estava a fazer um jogo irrepreensível) foi potenciado por uma ida "à queima" de Grimaldo que colocou o avançado do Rio Ave cara a cara com Varela. Aquilo que tinha sido feito na primeira parte - domínio completo do jogo e vantagem no marcador - desfez-se em dois minutos logo no reatamento.
Voltámos ao domínio e novamente o Rio Ave marca, na sua segunda oportunidade, num lance em que a nossa equipa deu demasiado espaço a um sempre perigoso Rúben Ribeiro.
Depois veio o regresso ao 4-4-2 e após Jonas falhar um penalty um 3-4-3. Mesmo ao cair do pano a nossa grande pressão (e risco total) deu frutos num canto com Luisão a aparecer muito bem ao segundo poste.
O problema foi que o capitão se lesionou pouco depois e passámos a jogar com 10 pois as substituições estavam esgotadas. Pior: ficámos apenas com dois defesas em campo porque Grimaldo havia saído para a entrada de Seferovic.
No prolongamento houve muita alma, muita entrega e mais uma vez domínio do jogo mas as decisões não foram as melhores. Com excepção de um remate fulminante de Seferovic que foi defendido por um Cássio mais uma vez inspirado, não tivemos muitas oportunidades, apesar de muitos ataques e centros para a área.
O resultado é injusto mas isso pouco conforto nos dá.
Não estarei entre aqueles (que certamente haverá, alguns aliás já mo disseram hoje) que pedirão a cabeça de Rui Vitória após esta eliminação.
O treinador do Benfica hoje fez o que tinha a fazer e não merecia sair derrotado de Vila do Conde. Nem ele nem os jogadores. Este é um momento triste e difícil em que é preciso haver serenidade. E pluribus unum.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Sofrível

O Benfica venceu, como se impunha, mas esteve longe de convencer.
Foi uma exibição sofrível, com pouco brilhantismo, alguns sobressaltos e demasiados altos e baixos.
Não foi um Benfica dominador, seguro na defesa e acutilante no ataque, que impusesse o seu jogo do princípio ao fim, como se esperava face a um adversário tão frágil como é este Estoril.


Os sinais positivos dos jogos com o Setúbal e, de certa forma, com o Porto não se confirmaram.  Uma das coisas boas desses jogos tinha sido o facto de não termos sofrido golos, (uma raridade esta época) com o centro da defesa a demonstrar novamente solidez. Eu esperava que hoje essa tendência se consolidasse mas não foi o caso. Voltamos a cometer muitos erros na defesa e a não ter o controlo de jogo.

O Benfica desta época tem sido uma equipa inconstante a todos os níveis: pela baliza já passaram 3 guarda-redes, pela defesa 8 jogadores, pelo meio campo Filipe Augusto e Samaris além dos titulares de hoje, pelas alas nem se fala e no ataque a rotatividade também tem sido grande. Até o sistema de jogo mudámos em pleno decurso da temporada!

Com tantas mudanças e incertezas é difícil consolidar seja o que for. Aparentemente Vitória está agora apostado em estabilizar o sistema e os titulares mas tenho dúvidas que esta seja a solução para o Benfica. Isto porque este 4-3-3 não me convence.

É verdade que a nossa defesa estava em cacos e que a falta de cobertura no meio era uma das causas desse problema. Admito que num primeiro momento o meio campo a três de algum modo estancou a sangria e passámos a exibir maior segurança defensiva. Por outro lado, o rendimento de Krovinovic tem vindo a subir de jogo para jogo, sendo o croata hoje um dos mais indiscutíveis da equipa, parecendo justificar a mudança de sistema. No entanto hoje voltaram a ficar expostas todas as nossas fragilidades defensivas, deixando claro que o problema não está (apenas) no sistema. Por outro lado, o 4-3-3 torna-nos numa equipa mais curta no ataque, onde passámos a ter menos presença.

É verdade, não há como o negar, que os golos têm aparecido - inclusivamente em grande quantidade. Mas temo que essa situação seja conjuntural e que as dificuldades no capítulo ofensivo apareçam mais cedo ou mais tarde (no dragão ficaram bem patentes, com um rendimento ofensivo baixíssimo). Não me parece que Jonas seja o jogador ideal para um 4-3-3 (e seria um crime deixar o maior goleador dos últimos anos de fora do 11).

Eu compreendo que em jogos com equipas de nível superior, jogando fora, o Benfica aposte num maior povoamento do meio campo, sacrificando um pouco a sua capacidade ofensiva, mas em jogos em casa, contra equipas pequenas não encontro nenhuma razão para jogar com Jonas sozinho na frente. No jogo de hoje foram várias as vezes em que os nossos extremos chegaram a zonas de cruzamento e apenas tinham Jonas na área, na maior parte dos casos tapado pelos dois centrais. E isto foi com um Estoril que jogou no campo todo, com uma defesa muito subida e tentando pressionar a nossa equipa logo no nosso meio campo.

Foi, em suma, um jogo pouco pouco entusiasmante, no qual marcámos dois golos em contra-ataque e acabámos o jogo com índices atacantes inferiores ao do último classificado.

Quarta-feira há jogo de Taça, em Vila do Conde. Será um jogo mais difícil, onde teremos que mostrar mais do hoje.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Anti-benfiquismo - todos os limites estão a ser ultrapassados

A campanha miserável e nojenta que o canal e o "diretor de comunicação" do Porto (título pomposo para, neste como no caso do Sporting, maus publicitários e agitadores profissionais) está a dar alguns frutos.

Como de uma árvore má só maus frutos nascem, estes frutos são a violência no futebol, muito em particular contra os benfiquistas.

Não bastando já os insultos recorrentes, reiterados semanalmente nos programas de "futebol falado", nos quais se destila ódio como se da maior das trivialidades se tratasse e se desconsidera o Benfica e os seus adeptos e dirigentes ao ponto da desumanização, esta semana assistimos a episódios de violência física, não apenas contra os nossos adeptos mas, pasme-se, até contra os nossos atletas!

Jornal Record


Não me lembro de assistir a algo do género em Portugal ou mesmo no estrangeiro civilizado. Lembro-me de Cantona agredir um adepto, sei que Evra terá agredido também um adepto do Guimarães, mas um adepto entrar em campo e agredir pelas costas um jogador é de uma gravidade extrema e indigno de um campeonato sério.

Claro que para os Rui Santos desta vida e para muitos comentaristas profissionais do ofício, isso foi uma pequena nota de rodapé num jogo no qual é muito mais importante falar de um fora de jogo mal assinalado, como se do maior crime de lesa pátria futebolística se tratasse.

Mas, o que teria dito o energúmeno Rui Santos caso o que se passou tivesse acontecido ao contrário no Estádio a Luz?

Será que estou muito enganado em imaginar que tudo seria centrado na agressão a um jogador do Porto? Que os "casos" passariam para segundo plano? Que se diria que se não fossem tomassem medidas gravosas e exemplares um dia destes teríamos uma tragédia? Que se estaria a exigir a suspensão do Estádio da Luz? Que se responsabilizaria directamente o Benfica pelo sucedido? E outras coisas que tais...

E o que se diria se algum dirigente do Benfica se comportasse como o diretor do Porto? Que ameaça toda a gente, a torto e a direito e não pára de pressionar os árbitros do início ao fim dos jogos?

Do blog Coluna das Águias Gloriosas


Este foi aliás um fim de semana negro no que ao futebol português diz respeito: agressões generalizadas em Coimbra, agressão a árbitro em Aveiro, para além dos vários casos que se passaram no Porto.

É muito fácil vir agora dizer que "o ambiente é irrespirável" e que os dirigentes dos três grandes são todos igualmente responsáveis - mas isso é completamente falso.

O Porto mais não faz há 3 meses do que atacar constantemente o Benfica com insinuações, com a divulgação de correspondência privada (não sabemos se adulterada ou truncada mas certamente descontextualizada e explorada para os efeitos que lhes interessam), com insultos e acusações gratuitas. É o polvo, é a cartilha, é isto e aquilo.

O Sporting ataca também a toda a hora, com insultos - o seu louco presidente chamou todos os nomes a Luis Filipe Vieira, inclusivamente idiota (algo que também não me lembro de ver no passado), ao passo que o diretor de comunicação todos os dias tem uma provocação ou ataque para fazer, para além de terem intentado toda a espécie de acções contra o nosso clube, a nível nacional e internacional.

Os dois clubes chegaram ao ponto de fazer uma aliança para atacar o Benfica, a qual ficou mais do que demonstrada com encontros entre os tais diretores de comunicação e o restabelecimento de relações, o sentarem-se lado a lado e o aperto de mão entre Bruno e Pinto. Nada haveria aqui de errado se o objectivo não fosse única e exclusivamente uma aliança anti-Benfica.

Jornal Record


Imagem de Hugo Gil e Benfica


A coisa é tão caricata que o Sporting tem como representantes em programas de "futebol falado" ex-jogadores do Porto. Lembro-me de imediato de Fernando Mendes, Octávio e Inácio. Nunca se ouvirá de nenhum destes qualquer palavra contra o Porto. Pelo contrário, no programa passado (não o de ontem) Inácio defendia que o Porto tinha sido prejudicado nas Aves com um penalty e falou do assunto durante minutos. Ora estando o Sporting a disputar um campeonato com o Porto (-ou não está?) qual o interesse do representante do Sporting em defender o rival? A coisa é patética.

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Este homem defende o Sporting ou o Porto?

Ora perante este estado de coisas, perante ataques constantes, ininterruptos, o Benfica decidiu há pouco mais de duas semanas - face à passividade total das instituições desportivas que deveriam zelar pela competição e a decisão inacreditável de um Tribunal do Porto (onde a justiça continua a parecer local e não nacional) de manter a divulgação dos emails - finalmente responder e contra-atacar.

Isto não nos torna equivalentes aos outros. Não andamos constantemente a deitar achas para a fogueira, constantemente a deitar gasolina no fogo, a tornar o ambiente irrespirável no futebol português, como a aliança Porto-Sporting, apostada em derrubar-nos custe o que custar, seja a que preço fôr.

Nós simplesmente reagimos, ao fim de meses de ataques, insultos e provocações. Queriam que fossemos os bombos da festa, sacos de pancada, mas tudo tem limites.

Dito isto, o Benfica tem que ser implacável na exigência de uma punição exemplar face ao que se passou sexta-feira.

E os adeptos têm uma vez mais que, tal como aconteceu há dois anos quando JJ lançou ataques indecentes sobre Rui Vitória, se unir à volta da equipa e do clube.


Exibição de carácter

Depois das críticas - justas - que recebeu após as péssimas prestações europeias (as internas não foram durante esse período muito melhores), a equipa do Benfica deu uma boa resposta no Porto. Entrou em campo de forma personalizada, dominando o jogo na primeira parte e dispondo de uma oportunidade de golo, contra nenhuma do adversário.
A segunda parte foi má, especialmente do ponto de vista da posse de bola, do controlo de jogo e da prestação atacante, que foi quase nula. A equipa parece ter uma vez mais caído fisicamente. Mas o essencial foi preservado: o Benfica saiu do estádio do Porto com a sua baliza inviolada e mantém-se a uma distância curta da liderança. Acreditando que já em janeiro poderemos reforçar a equipa em duas ou três posições, a aspiração ao penta mantém-se intacta.
O Porto "papão", o Porto demolidor que ia esmagar o Benfica afinal não apareceu. O que apareceu foi uma equipa que já tremera na jornada anterior e que voltou a mostrar muita insegurança na primeira parte do jogo, na qual os nossos jogadores foram sempre mais decididos e confiantes. Mas enfim, isso vale o que vale. O que realmente importa é focarmo-nos em nós próprios e fazer do jogo com o Setúbal o momento de viragem deste campeonato, começando agora a estabilizar o nosso futebol e a desenvolver sustentadamente as dinâmicas que até aqui só a espaços têm aparecido.
Muito embora o resultado seja obviamente fruto do trabalhos de toda a equipa, não posso deixar de destacar Varela. O nosso guarda-redes soube regressar com confiança e colocar em jogo as suas qualidades, dando continuidade às boas exibições que já fizera contra o Setúbal. Está de parabéns porque teve um papel determinante no empate alcançado.

Este empate custou muito a engolir não apenas aos portistas mas também a muitos jornalistas e comentadores, tanto supostos "neutros" ou independentes como alguns sportinguistas. Após o jogo muitos eram os que na Sport TV não conseguiam disfarçar o semblante carregado, apesar dos visíveis esforços. Parecia uma noite de velório. Os foguetes encomendados tiveram que regressar à proveniência. As bandeiras distribuídas no estádio para comemorar serviram apenas de armas de arremesso para o nosso banco.

Já esta noite o imbecil Rui Santos - peço desculpa mas já perdi a paciência para a figurinha - "exigia", como se ele fosse alguém para exigir fosse o que fosse, saber "rapidamente" quantos jogos de suspensão (?!) levará o árbitro Jorge Sousa pelo fora de jogo mal assinalado ao Porto. O homem estava abespinhado e chilreava também contra o video-árbitro. Custou-lhe engolir este resultado. O programa, do pouco que vi, parecia uma sessão de linchamento: o grosseiro Rudolfo berrava na sua voz de bagaço, o Ruizinho "indignava-se" contra a arbitragem e Manuel Fernandes também ajudava à festa. João Alves, já se sabe, praticamente não pode abrir a boca sem que os outros energúmenos o interrompam aos gritos.
Na RTP o cenário era parecido. Guedes dava lições de moral (?!) a João Gobern sem que se entendesse muito bem o que queria.
Mas é deixá-los berrar. Que berrem e berrem muito, que se queixem e continuem a queixar. É sinal de que continuam a perder.