sexta-feira, 25 de maio de 2018

O que precisamos para a próxima época?

O Benfica perdeu o campeonato por culpa própria. A derrota na Luz contra o Porto nunca poderia ter acontecido. Se o título aí praticamente ficou nas mãos do Porto e só este o poderia perder, a derrota do Benfica duas semanas depois com o Tondela estendeu mesmo a passadeira ao FCP.
Foi um campeonato que podíamos ter ganho - esses dois jogos arruinaram essa possibilidade - mas em que partimos de trás e estivemos quase sempre atrás. Ou seja, a montanha que ainda na primeira volta tínhamos que subir revelou-se demasiado inclinada.

E porque aconteceu isto? Já o disse mais do que uma vez: independentemente de todo o ruído que foi feito com emails, vouchers, e-toupeira, o Benfica teria sido campeão se não tivesse depauperado tanto o seu plantel. O desinvestimento foi demasiado abrupto e o próprio investimento foi muito mal canalizado. Douglas e "Gabigol" (foi mesmo só um "gol") foram apenas os rostos mais visíveis de uma época de contratações que correu muito mal. A juntar a um quadro já de si limitado de jogadores houve mudanças de sistema táctico durante a época e lesões que comprometeram definitivamente as nossas aspirações.

Foi uma época para esquecer mas da qual precisamos de retirar algumas lições. Uma delas é que não é por se ganhar durante quatro anos que a vitória no quinto surgirá "naturalmente", como se fizesse parte da "ordem natural das coisas". Isso mesmo aprendemos amargamente no jogo com o Porto na Luz no qual voltou a pairar o fantasma de Kelvin. Não devia, porque se o Benfica não ganha (perde até) em casa ao Porto quando está na frente do campeonato e tem um balanço dado pelo Tetra, então pergunta-se quando ganhará ou se nos devemos habituar a perder com o Porto em casa, como tem sido quase a regra nos últimos 10 anos. Mas isso aconteceu porque o Porto teve mais soluções a sair do banco do que o Benfica. O Porto tinha um banco de alta qualidade (Maxi, Corona, Aboubakar, Oliver Torres, por exemplo) ao passo que o Benfica tinha Sálvio e Seferovic como únicas soluções ofensivas , ao passo que Samaris e João Carvalho eram os médios disponíveis (sobre as opções defensivas, incluindo GR, é melhor nem falar). É pouco. Arriscámo-nos a que acontecesse o que aconteceu.

Outra lição é a de que as coisas têm que ser programadas com mais rigor e profissionalismo e menos experimentalismo e convicção de que tudo vai correr bem porque para trás assim aconteceu. Apareceu Rúben, o que foi uma excelente notícia para um sector defensivo no qual claramente Luisão já denota grandes dificuldades (especialmente quando não tem ritmo de jogo). Foi solução mas no meio campo as coisas nunca encarrilaram. Isto apesar da grande qualidade que Krovinovic emprestou ao nosso jogo (e a que Zivkovic deu continuidade). Esse meio campo esteve demasiadas vezes "perro" porque não há substituto para Pizzi. Muitos adeptos queixam-se do jogador e pedem a sua saída da equipa. Mas para substituir por quem? João Carvalho? A formação não é uma panaceia milagrosa para todos os problemas. Faltou meio campo, sobretudo se a ideia era jogar num 4-3-3. Mais uma vez parece ter havido pouca programação, algo que nem sequer foi corrigido - como devia - em janeiro. Sobre o guarda-redes e sobre a posição de lateral direito parece-me que não é preciso dizer nada.

Nessa medida esperamos ver este ano um plantel reforçado, equilibrado e pronto para estar nas várias competições. É preciso investir se queremos - como certamente queremos - colher frutos através da participação na Liga dos Campeões. Vejo alguns sinais de que o Benfica está atento e a procurar suprir carências, mas ainda me parece pouco.

4 comentários:

  1. Boas.
    Para já as contratações são mais do mesmo,incognitas. Se é para enprestar,já chegam os que estão emprestados. Não consigo perceber esta politica de contratações do Benfica. Espero que esteja enganado em relação a estes que acabam de chegar.

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    1. As contratações servem para satisfazer a clientela das comissões. Depois serão empandeirados com opções de compra que darão novas comissões.
      Nem sei para que serve um departamento de scouting se isto é tudo arranjado por intermediários.
      Depois temos a renovação com o Luisão que garante o futuro no comando da defesa...

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    2. Todas as contratações de todos os jogadores e em todos os clubes são incógnitas. Todas. Sem excepção. Estamos a lidar com humanos, não estamos a lidar com máquinas!

      Um bom jogador num clube pode não se adaptar a outro. Há milhares de exemplos. Por miríades de razões!
      Mas há sempre pessoas que pensam que sabem mais do que outros porque são muito "exigentes".

      São quase sempre aqueles que têm a sua vida privada numa miséria. É tão certo como aquilo que "exigem"!

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  2. e depois da ideia de que a estrutura é que valia mais que o treinador e os jogadores agora temos a ideia que a estrutura é uma espécie de midas que transforma qualquer m**** de jogador num de milhões.

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