Depois de uma goleada ao Paços, talvez na melhor exibição da época, depois de dois empates consecutivos do Sporting que nos aproximaram do primeiro lugar, chegou o completo balde de água fria com uma derrota em casa com o Gil Vicente.
O fim de semana futebolístico já tinha começado mal.
Em Faro, Hugo Miguel e o VAR fingiram não ver dois penalties contra o Sporting. Penalties claros, em que o avançado é claramente derrubado e não há qualquer questão de jogar a bola, pois em ambos os lances o defesa estava muito longe dela. No entanto, neste nosso campeonato de brincadeira este escândalo não apenas passa incólume como ainda temos comentadeiros e "especialistas" de arbitragem a branquear os lances e "explicarem-nos" que afinal aquilo que estamos a ver não é o que aconteceu: os jogadores do Farense foram realmente derrubados, mas a culpa foi deles. Eles é que "provocaram o contacto", "puseram-se à frente dos defesas".
Enfim, o nojo habitual do charco da comunicação social portuguesa, com muito poucas excepções.
Esse jogo foi claramente um mau prenúncio.
Mas o Benfica tinha obrigação de fazer muito, muito mais. Sinceramente até tenho dificuldade em escrever porque acho que há tanta coisa que está mal que é difícil dizer por onde começar. Acima de tudo acho difícil consertar este plantel.
Claro que a actual situação de estádios vazios, desolados, não ajuda. Este campeonato é, não digo uma farsa, mas é um "campeonatozinho". Não estou a tirar mérito por o Benfica não ir ganhar. A verdade é que um futebol sem público não é o desporto e a competição a que estamos habituados e na qual a capacidade de render sobre alta pressão é um factor decisivo. Este campeonato sem público é quase como uma prova amadora. Aliás mesmo em jogos amadores há mais público do que nestes. Até é deprimente ver os estádios vazios.
Mas deixando esse aspecto de lado, a verdade é que contra o Gil foram expostas as fragilidades e defeitos que têm assolado esta época do Benfica: um meio campo que tem muita dificuldade em pegar no jogo, um ataque ineficaz, uma grande incapacidade de lidar com a adversidade.
Antes do jogo, estava a pesar que esta equipa do Benfica é inferior aos seus rivais quando se trata de recuperar e dar a volta a resultados. Infelizmente o jogo provou-o.
Quando as coisas correm bem, o talento e a qualidade dos jogadores vem ao de cima. Quando correm mal, são poucos os líderes em campo com capacidade de mudar as coisas, de dar a volta à situação.
Taarabt a fazer o ramadão talvez não estivesse nas melhores condições, mas Pizzi foi um desastre ainda maior. Passes errados, bolas perdidas quando precisávamos desesperadamente de conservar a bola e atacar o adversário... Não se percebe o que se passa com Pizzi. Mas esta equipa é uma manta de retalhos onde falta coesão e há pouca identidade. Até jogadores deprimidos e a ir a psicólogos temos...
Agora acabou tudo. O 1º lugar está fora de questão e mesmo o 2º ficou muito difícil. A jogar assim arriscamo-nos mesmo a perder em casa com o Porto e até com o Sporting. Se isso acontecer será uma humilhação que terá que ter consequências.