quinta-feira, 21 de setembro de 2017

É preciso regressar à base

O resultado de ontem não me espantou. Os problemas do Benfica nunca se resolveriam num jogo da Taça da Liga no qual a maioria dos titulares estavam ausentes. 

A boa notícia é que apesar deste início aos tropeções nada está ainda perdido. A Supertaça foi vencida, a Taça ainda não começou e o atraso no Campeonato não é irreversível, ao passo que a Taça da Liga será uma competição menos prioritária, que seria positivo vencer mas que não determinará o balanço final da época. Quanto à Liga dos Campeões parece-me difícil conseguir a classificação para os oitavos mas pelo menos a qualificação para a Liga Europa é exigível e não está comprometida. Em suma, será o Campeonato a determinar a época.

No entanto há alguns equívocos a corrigir e algumas retificações a fazer no imediato e o jogo de ontem contribuiu para o firmar de algumas conclusões nesse sentido.

A primeira é de que Júlio César deverá ser, sempre que disponível, o guarda redes do Benfica. Varela é um jovem com valor mas Júlio dá uma segurança diferente à baliza e contribui para a estabilização do sector defensivo.

O regresso de Jardel é uma boa notícia, mas ficámos a saber que Rúben Dias é uma promessa interessante e pode até ser uma alternativa válida.

Não sei o que se passa com Douglas mas ou o jogador recupera e dá provas no imediato ou teremos que ir ao mercado em Janeiro buscar uma alternativa a André Almeida. Este é um jogador dedicado e combativo, com alguns recursos mas que não dá muita dinâmica ao corredor. Ser-lhe-á impossível ser titular a época inteira com todas as competições em causa mantendo um rendimento elevado e constante. Parece-me que o empréstimo de Buta poderá ter sido precipitado.

No meio campo a fragilidade de Fejsa é um problema que já teve consequências, com os maus resultados que se verificam desde a sua lesão, e poderá também ditar uma ida ao mercado. Ficou ontem definitivamente provado (se mais provas fossem precisas) que Filipe Augusto não tem condições para ser titular no Benfica. É um equívoco (?) e um corpo estranho àquele meio campo. Não ataca bem nem defende bem. Samaris voltou ontem a fazer um jogo medíocre mas sabemos que tem capacidade para jogar ali: é um jogador tricampeão no Benfica, com mais de 100 jogos pelo Benfica, que jogou em dérbies e clássicos que vencemos, titular da seleção grega. Por isso Samaris tem que ser sempre o suplente de Fejsa.



Nas alas não se entende a constante rotatividade. Parece-me claro que Rafa para já não é opção: ou Vitória não sabe explorar as características do jogador ou este não consegue gerir o peso da camisola; em qualquer dos casos o rendimento é nulo e não há que insistir. Dê-se tempo ao jogador para recuperar a confiança e volte-se depois a tentar. Cervi pelo contrário já mostrou ser a solução para a esquerda e não se percebe porque deixou de jogar. Na direita Sálvio tem sido o mais constante - e deve ser o titular -  mas o seu esforço precisa de ser gerido.

Estas parecem-se ser as mudanças (que no fundo são um regresso à base) que se exigem para a equipa estabilizar. O que se trata agora é de aguentar o barco, ir ganhando os jogos, com maior ou menor dificuldade e esperar que nada fique comprometido até dezembro. Até lá é com estes que teremos que ir à guerra.

Finalmente uma nota para Rui Vitória. O momento é delicado e percebe-se que procure soluções alternativas que contribuam para contrariar esta fase menos boa. Não deve porém alterar o sistema - vencedor - dos últimos anos, sob pena de perder a única vantagem que ainda detemos - uma bagagem de vitórias e uma habituação da equipa a um modelo. As experiências de ontem em 4-3-3 parecem um pouco deslocadas e um sintoma de algum desnorte: colocar Gabriel na faixa não faz sentido. Há dois anos, sob grande pressão, Vitória conseguiu agarrar o leme e manter a cabeça fria. Precisa de voltar a exercer essa disciplina mental para superar a presente fase negativa.

2 comentários:

  1. ........são opiniões que têm de ser respeitadas......mas continuar com um sistema de jogo, que joga com 2 extremos encostados à linha, com 2 avançados deixando o centro do terreno entregue a Fejsa e a Pizzi, é oferecer todas as vantagens aos adversários......nos últimas 2 épocas contra os rivais em 8 jogos ganhamos 2, e, curiosamente contra uma equipa que jogava no mesmo sistema, mas que actualmente já o abandonou................

    ResponderEliminar
  2. Nos dois jogos com o Porto em casa merecíamos claramente ganhar e num perdemos noutro empatámos. O Casillas fez defesas quase impossíveis em ambos.
    Mas aqui o quadro mais geral é que fomos tetracampeões com este sistema.

    ResponderEliminar

Os comentários são agora automaticamente publicados. Comentários insultuosos poderão ser removidos.