domingo, 8 de agosto de 2021

Continua a pouca vergonha

 Primeiro jogo para o campeonato, primeira vitória mas mais do mesmo em termos de arbitragem.

De facto é inacreditável como o Benfica é constantemente prejudicado. É em todos os jogos, em quase todas as decisões.

Eu não digo que o árbitro (mais o VAR) não tomem algumas decisões correctas. Mas nos lances de dúvida a decisão vai contra nós em 90% dos casos.

Em primeiro lugar tenho que assinar os 13 minutos de descontos. Se estivéssemos em desvantagem ou empatados teria sido assim? Digo com certeza quase absoluta que não.

Depois vamos aos lances mais polémicos. A expulsão de Artur Jorge é um lance discutível. O jogador toca na bola, não há dúvida, mas depois abalroa Waldschmidt. Aliás faz-lhe praticamente uma tesoura. É portanto muito discutível que o VAR intervenha. Mas já sabemos que quando é contra nós intervém sempre. Mas mesmo intervindo não percebo a decisão de anular a falta. E acho que no mínimo seria sempre amarelo. 

Depois há o lance da expulsão de Diogo Gonçalves. Imprudente? Certamente. Com intenção? Decididamente não. Eu aceito a expulsão. O que não aceito é que as decisões sejam sempre no mesmo sentido e sempre a prejudicar o Benfica. Mais uma vez o VAR interveio. 

Este prejuízo do Benfica, que parece premeditado, é evidente se virmos o lance entre o mesmo Artur Jorge e Gonçalo Ramos. Para mim há uma agressão. A bola não está e o defesa ataca Ramos na cara. O árbitro dá o amarelo (bem aqui ao ver o lance) mas curiosamente neste caso o VAR já não acha necessário intervir. Porque será? E porque será que eu não fiquei surpreendido?

Indo agora ao jogo. Acho que com o decorrer do jogo complicámos um pouco o que começámos por tornar fácil. Facilitámos ao sofrer um golo quando deveríamos ter saído da primeira parte a vencer por dois ou três. Jesus facilitou ao não tirar Gonçalves mais cedo e este teve uma entrada completamente imprudente (que aliás lesionou o adversário) e assim deixou a equipa reduzida a 10.

Dito isto, há que salientar também o positivo. Em primeiro lugar Lucas Veríssimo, que foi com muita justiça o melhor em campo, Gonçalo Ramos pelo que jogou e se entregou e enfim toda a equipa pela capacidade de sofrimento e o acerto no final do jogo apesar do cansaço.

Também a dinâmica mostrada na primeira parte foi bastante boa. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Começar bem. Mais as contratações e atual plantel do Benfica.

RUI Costa tem surpreendido pela positiva. Entrou num momento de enorme crise e escândalo e com muita calma tem vindo a guiar a nau do Benfica através da tormenta, esperamos que em direção à bonanza. 

No meio disto concretizou três contratações que me parecem vir dar uma outra dimensão ao nosso futebol: João Mário, Meité e Yaremchuk. No caso de João Mário, apesar das minhas reticências, o que se tem visto é claramente muito positivo. Não vou aqui estar a analisar, até porque todos podem ver os jogos e ter as suas opiniões mas que JM se posiciona muito bem, aparecendo praticamente no campo todo, e que faz a bola correr com muita fluidez (para além de raramente a perder), não há dúvidas. Contra o Spartak tivemos um meio campo muito dinâmico, com Weigel também a subir bastante de rendimento face às exibições apagadas do passado.

Em relação a Meité, há mais dúvidas na medida em que é um jogador que apesar da sua inegável qualidade nunca se afirmou plenamente. Yaremchuk é uma aposta mais segura na medida em que é um jogador de selecção, com golo, que já demonstrou elevado rendimento em diferentes contextos. Agora claro que chega para uma posição para a qual não havia aparentemente necessidade de contratar dado que temos já Seferovic, Vinícius, Darwin, Ramos, Rodrigo Pinho e Waldschmidt. 

Face a estas reticências, porque digo que as contratações foram boas?

Em primeiro lugar porque acho que vêm dar ao plantel algo que estava em défice: dimensão física. Aqui não tanto por João Mário, que é de constituição normal, mas pelos outros dois: Meité - 1,87m e um porte poderoso, Yaremchuk - 1,91 e também possante. Acho que isto faltava no Benfica. Weigel é um jogador dinâmico mas fisicamente não se impõe. No ataque Seferovic tem até certo ponto essas características mas não é tão forte como Yaremchuk. Já Darwin é um jogador mais esguio. Tem muita velocidade mas não é necessariamente um jogador de choque. Ora o Benfica tinha - e tem - certamente muito talento mas faltava capacidade de choque, faltavam jogadores capazes de se impor fisicamente e portanto também de incutir respeito nos adversários (aspecto muito importante num jogo de futebol, que por vezes é subestimado). 

Em segundo lugar e mais importante que tudo, porque são bons jogadores e encaixam bem no sistema de jogo do Benfica. Eu acreditei muito em Gabriel mas atendendo a que o treinador não aposta nele faltavam claramente soluções no meio campo que agora passam a existir. Principalmente quando jogamos com um meio campo a dois são precisos jogadores inteligentes e com capacidade de jogar em todo o terreno, características que Taarabt (titular praticamente toda a época passada) não tem - nem Pizzi. 

Na frente, apesar de termos muitos avançados muitas vezes faltava quem colocasse a bola dentro da baliza (Seferovic é um jogador de grande qualidade mas não é bem o finalizador nato que este futebol do Benfica pede). Mais uma vez eu pensava que existia uma solução já no plantel (Vinícius) mas os responsáveis não acreditam nele pelo que a contratação de Yaremchuk faz sentido sob esse ponto de vista.

Dito isto, Rui Costa tem ainda muito trabalho pela frente em termos de acertos no plantel. É impensável ficarmos com 5 pontas de lança e com Gabriel, Florentino, Gedson e Taarabt no banco ou na bancada (e há ainda Paulo Bernardo...). E note-se que não estou a incluir aqui Meité neste lote, embora ele tenha começado a época no banco, pois acredito que entre ele e Weigel possa haver alguma rotatividade, nem Chiquinho (que é dado como de saída) nem Samaris (que já nem está oficialmente no plantel. Há centro campistas e pontas de lança a mais e isso também não é bom, pois os jogadores de qualidade que não têm suficientes minutos de jogo começam a ficar insatisfeitos e a criar um mau ambiente, mesmo que sejam bons profissionais. Um ou outro ainda é gerível, mas tantos não é possível. 

De resto acho que o plantel tem qualidade suficiente para podermos competir ao nível esperado em todas as provas. Com algumas saídas nas posições que identifiquei penso que ficamos bem servidos em todas as posições.