segunda-feira, 27 de julho de 2020

Venha a Taça de Portugal

O facto da época ter sido boa ou má - e foi muito má - é irrelevante no próximo Sábado: há um título muito importante em disputa e o Benfica tem que fazer tudo para o vencer.

A Taça é o segundo título mais importante em Portugal e o Benfica já há alguns anos que não a vence.

Vencê-la não salvará a época mas dará um sabor muito diferente ao seu final. Uma época na qual o Benfica teve tudo para sair triunfante a nível nacional e marcar uma diferença acentuada face ao seu principal (único?) opositor, mas em que falhou miseravelmente, única e exclusivamente por culpa própria.

Há um nome a defender, assim como o orgulho (depois de duas derrotas contra o Porto na Liga) e o palmarés para enriquecer.

Temos noção de que apesar de algumas melhoras, este Benfica está longe de convencer. A defesa parece uma manta de retalhos, não oferecendo qualquer segurança. A dinâmica colectiva é coxa: apesar de alguns momentos razoáveis no jogo contra o Sporting, houve demasiados passes falhados e a dada altura da segunda parte fomos quase dominados por uma equipa de benjamins. Os falhanços individuais são mais do que muitos e vários jogadores estão numa má forma física.
Aparentemente, o período final de Lage permitiu uma cultura de laxismo e falta de exigência que está a ser difícil inverter (nesse aspecto a vinda de JJ tenderá a mudar radicalmente as coisas).

O "super plantel" que o Benfica alegadamente teria esta época traduziu-se afinal numa equipa menos do que mediana, com vários jogadores a não mostrarem qualidade para estar no Benfica (e a serem devolvidos à procedência (JM) em Janeiro e outros tantos em sub-rendimento.

Mas claro que também este Porto está muito longe de ser uma equipa temível e a derrota contra o Braga demonstra isso mesmo. Diria até que é uma equipa vulgar e inclusivamente não esteve a salvo de casos esta época, antes pelo contrário (Danilo, Nakajima, Marega...).

Simplesmente, o Porto foi mais consistente e mais maduro do que o Benfica. Isto deveu-se a uma atitude competitiva e mental mais forte. A diferença entre as duas esteve na entrega em campo e não no talento.

Sábado temos que inverter os termos e ser nós a equipa mais combativa, com mais garra e vontade de conquistar a Taça. Se assim fôr temos todas as condições para a conquistar.

Uma última nota para felicitar o Braga pelo 3º lugar e expressar o meu nojo para com o Sporting Clube de Portugal.

É absolutamente vergonhoso que se vá buscar a meio da época um treinador a um clube rival e se chegue ao fim da época sem pagar o devido. Mais uma vez os caloteiros procurarão obter perdões e vantagens indevidas. Foi por isso inteiramente justo e quase poético que o Braga tenha ultrapassado o Sporting na última jornada, com derby e "semi-clássico" Braga-Porto à mistura. Para coroar o ridículo já costumeiro para as bandas de Alvalade, ainda veio Amorim dizer que "nada muda". É verdade...

domingo, 19 de julho de 2020

Jogar o dobro?

A pequena amostra dos comentários ao meu anterior post indica sentimentos mistos por parte dos benfiquistas.
Agora, claro que como adeptos deste grande clube, o que todos desejamos são vitórias e títulos. Se Jorge Jesus entrar bem e as coisas começarem a carburar, os adeptos naturalmente irão agregar-se à volta da equipa. Se as coisas pelo contrário não correrem bem, as críticas não demorarão.
Uma coisa porém é expectável: Jorge Jesus costuma colocar uma elevada fasquia em termos de exigência e retirar um rendimento elevado dos jogadores que treina. Assim, é legítimo esperar que muitos destes jogadores venham a produzir muito mais do que fizeram, por exemplo, na presente época.

Jogadores como Gabriel ou Weigel - e quem acompanha as crónicas neste blogue sabe como tenho sido crítico do alemão - poderão eventualmente vir a constituir um meio campo muito diferente, para melhor.
Talvez Weigel possa finalmente mostrar o que levou o Benfica a pagar 20 milhões pelo seu passe e levar a equipa para outro patamar. Nada me deixaria mais satisfeito, futebolisticamente falando.
Uma coisa é certa, muito mudará no Benfica nos próximos meses: muitos jogadores entrarão e outros tantos serão dispensados, a famosa estrutura será renovada e haverá uma nova energia à volta do futebol do Benfica.
Esperemos que tudo isto possa ser capitalizado numa nova era de sucesso e títulos.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

JJ regressa - o que pensam os benfiquistas?

Jorge Jesus volta e traz consigo todos os adjuntos e ainda médicos do Flamengo...
Também quererá jogadores, nomeadamente Gerson e Bruno Henriques.
Lembrem-se que JJ renovou há pouco mais de um mês com o Flamengo. Saiu do Benfica como saiu.
É o grande trunfo de Vieira para fazer esquecer as derrotas desta época e todos os processos judiciais.
Resultará?
Acima de tudo, que ambiente encontrará JJ no Benfica? Como será recebido pelos adeptos? É que ao contrário do que aconteceu em 2009, o Benfica é hoje um clube muito dividido.
Tenho muita curiosidade em saber como se sentem os benfiquistas espalhados pelo mundo.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Tenham vergonha - demitam-se

O Benfica partiu para esta época:

1) como campeão em título,
2) com 120 milhões de euros para construir um plantel forte e colmatar as saídas de Félix e Jonas,
3) enfrentando um adversário que PERDEU OS MELHORES JOGADORES (Herrera, Brahimi, Filipe e Éder Militão) e estava limitado nas contratações pelo fair play financeiro.

Os resultados desportivos foram:
Campanha europeia vergonhosa.
Perda do campeonato após vantagem de 7 pontos, tendo perdido os dois clássicos com o Porto.Em 3 campeonatos o Benfica perde dois para um clube falido.
Taça de Portugal - a ver.

Em termos de contratações:

Raúl de Tomás foi um desastre, jogou sempre a titular sem ter nem de perto qualidade para isso, até que se tornou demasiado evidente a sua incapacidade (neste momento é suplente de um clube que desceu de divisão);
Caio Lucas e Cádiz - sem comentários;
Weigel - desnecessário, atirou com Florentino (que é muito melhor jogador) para fora não apenas do 11 como dos convocados, rebentou completamente com o balneário e custou-nos o campeonato (quando chegou tínhamos 7 pontos de vantagem);
Diego Souza - sem comentários;
Pedrinho, outro chapa 20, tal como os nulos Tomás e Weigel, que segundo JJ é um jogador banal;
já os jogadores que eram necessários, nomeadamente para as laterais, nunca vieram.

Depois no plano financeiro houve:

o caso da OPA, que ninguém percebeu e que foi declarada ilegal pela CMVM;
a antecipação de receitas NOS, pouco condicente com a ideia de que as finanças e a tesouraria do Benfica estão em excelente forma;
novo empréstimo obrigacionista nos últimos dias.

E finalmente há os casos vergonhosos em que Vieira está constantemente envolvido e nos quais arrasta o nome do Benfica na lama. Não vou sequer referir estes casos porque isto já não tem nada a ver com desporto nem futebol.

Sr. Vieira: tenha vergonha. Demita-se e não volte a aparecer à frente dos benfiquistas.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Vieira não sabe mais

O regresso de Jorge Jesus ao Benfica nesta fase seria um risco. Poderia funcionar, dado que Jesus é um grande treinador, mas também poderia falhar, porque o futebol não é uma ciência exacta e JJ tem anticorpos no clube.
Na minha opinião não faz sentido: Jesus teve o seu tempo no Benfica, depois saiu nas circunstâncias de que todos se recordam para o principal rival e agora está numa nova etapa no Brasil. Os regressos muitas vezes desapontam porque existe um sucesso anterior que é o termo de comparação, aumentando ainda mais a pressão. Também há um certo cansaço (principalmente com uma personalidade como JJ) que às primeiras contrariedades se manifestaria, criando um mau ambiente.
Mas mais ainda do que estes factores, o regresso de Jesus representaria uma inversão de 180 graus na política desportiva que supostamente é o futuro do Benfica: a aposta na academia do Seixal.
Jesus gosta de jogadores feitos, não é muito de apostar em jovens ainda em formação. Essa terá sido aliás uma das razões para a sua saída (como bicampeão) do clube: a aposta num novo modelo, centrado na formação. O regresso de Jorge Jesus seria a negação desse modelo. E indica (porque apesar da vinda não ser certa, o desejo de Vieira é-o) que não há uma visão estratégica e que as coisas navegam ao sabor dos interesses do próprio Vieira.
Em concreto, a (tentativa de) contratação de Jesus parece uma medida eleitoralista para acalmar as críticas.
Ou seja, é uma medida que Vieira toma por interesse próprio e não em nome do Benfica (que supostamente ficaria melhor servido com uma política de aposta na formação). Numa situação de desespero, vira-se para o treinador que acha que será o salvador.
Vieira teve muito tempo para se consolidar como líder e aprender com os erros que cometeu. Não o conseguiu. Está à vista que não tem uma visão clara para fazer do Benfica um clube dominante internamente e competitivo internacionalmente. Ao fim destes anos todos o seu crédito está esgotado.