sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

As constipações de Adrien e Gelson Martins

Gelson Martins e Adrien estiveram alegadamente constipados na passada semana e supostamente em dúvida para o derby. 

Na altura achei esta estória ridícula e interpretei-a como uma manobra de diversão, destinada a motivar os sportinguistas quando se percebesse que afinal os dois melhores jogadores do Sporting estavam disponíveis e poderiam dar o seu contributo num jogo tão importante.

Ambos fizeram uma boa partida (no caso de Adrien, óptima, pois foi o grande motor do Sporting na sua fase de maior assédio à nossa grande área após o 2-0) não se tendo dado conta de nenhuma limitação de ordem física.

Não se voltou a falar do caso mas soube-se entretanto que o Sporting estava incomodado pelos múltiplos controlos anti-doping à sua equipa.

Não sei se haverá alguma relação entre as duas situações mas aquilo que me disseram - e que transmito como ouvi - é que a constipação surgiu aquando do primeiro controlo surpresa. A estória, disseram-me, estaria mal contada.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Pizzi está cansado?

Talvez o jogador mais em destaque do Benfica no início de temporada tenha sido Pizzi: golos, assistências, uma parceria excelente com Fejsa e uma distribuição de jogo sempre com critério e qualidade que fizeram do jogo do Benfica um carrossel dinâmico difícil de controlar. 
Curiosamente depois de uma das suas melhores exibições (creio que contra o Marítimo para a Taça) e de elogios de Rui Vitória (raros num treinador que valoriza normalmente o colectivo) o rendimento de Pizzi caiu bastante. O ponto de viragem terá sido o jogo de Istambul, a partir do momento em que os turcos marcaram o seu primeiro golo.

Nalguns dos últimos jogos Pizzi tem tido muitos passes errados e perdas de bola. Ontem juntou a isso um completo desacerto nas bolas paradas: o Benfica desperdiçou vários livres laterais perigosos com a bola a não ultrapassar o primeiro defesa adversário. Mas claro que Pizzi também fez coisas boas no jogo e saiu dos seus pés (os sportinguistas furiosos dirão "das suas mãos") o início da jogada do primeiro golo. 

É normal os jogadores terem oscilações de forma e penso que Pizzi está a demonstrar algum desgaste. Será importante que possa ter aqui e ali algum alívio competitivo de forma a estar fisicamente bem. A recuperação de André Horta (este calvário de lesões parece interminável...) e também de Jonas serão importantes para Pizzi poder ter outro tipo de respaldo quer no banco quer no relvado. Até lá Pizzi deve-se preservar a si próprio e tentar por vezes simplificar um pouco.

O que (ainda) falta a este Benfica

O Benfica venceu ontem bem o Sporting num jogo que a meu ver poderia ter sido mais tranquilo para a nossa equipa. O Sporting queixou-se do árbitro, a meu ver sem razão, algo que não constitui novidade. O campeonato está muito longe de estar decidido.

Comecemos por este último ponto: há um ano o Benfica estava 7 pontos atrás do Sporting e 5 atrás do Porto. Se por um lado podemos dizer que este ano estamos melhor e isso nos traz conforto, por outro esse facto demonstra que não há campeões em janeiro e que falta ainda muito caminho. Foi precisamente à 14ª jornada do campeonato passado que o Sporting perdeu 3 pontos na Madeira contra o União, os quais permitiram o início da nossa recuperação que se consumaria no decisivo Sporting-Benfica de março. Em suma, teremos que estar muito atentos e não dar nada por adquirido, nunca facilitar, como se viu também na Madeira na jornada anterior onde perdemos de forma surpreendente. No futebol as coisas mudam muito depressa, por vezes de uma semana para a outra e a verdade indiscutível é que qualquer um dos três grandes mantém as suas aspirações ao título intactas.

O Benfica vinha de duas derrotas, uma surpreendente e "injusta" contra o Marítimo, outra desapontante frente ao Nápoles, com uma exibição pobre e muitos erros defensivos. Mas a quebra de forma começara estranhamente a meio de um jogo, quando após uma primeira parte sensacional contra o Besiktas, o Benfica se desconjuntou a partir dos 60 minutos permitindo uma inédita recuperação de 3 golos aos turcos. E a coisa poderia ter sido ainda pior. Penso que esse jogo marcou a equipa negativamente mas também é preciso perceber que nenhuma equipa pode ter um rendimento constante e só vitórias durante uma época inteira.

O jogo de ontem era fundamental no sentido de se ver o carácter da equipa e de manter ou reforçar o 1º lugar. Nesse sentido a resposta foi muito boa. A partir dos 15-20 minutos o Benfica começou a controlar o jogo, a ter a bola e a encostar o Sporting à sua área. E aí foi eficaz concretizando uma espectacular jogada de contra ataque aos 24'. Penso que na restante primeira parte continuámos a jogar bem e tivemos até a melhor oportunidade do jogo com um ressalto num defesa do Sporting a isolar Jiménez que viu Patrício tirar-lhe um golo "cantado".

Na segunda parte voltámos a entrar muito bem, ameaçámos logo na saída de bola e marcámos logo aos 47'. E aí pensei que o Benfica tinha tudo para dar um golpe de misericórdia a este Sporting (ferido também por uma saída sem honra nem glória das competições europeias): a nossa equipa estava confiante e alguns jogadores estavam particularmente inspirados. 

No entanto o Benfica recuou no terreno, começou a perder os duelos individuais e começou a ver o Sporting jogar. Os nossos contra-ataques - justamente quando o espaço no meio campo do Sporting se tornou cada vez maior - tornaram-se mais raros e inconsequentes. O Sporting tornava-se cada vez mais perigoso e foi sem surpresa que chegou ao golo.

Sei que muitos atribuirão esta quebra enorme de rendimento à entrada de Danilo e às alterações à estrutura da equipa daí resultantes. Pode ser que assim seja, não digo que não. Danilo não tem ritmo e normalmente é difícil "entrar" nestes jogos a meio, sobretudo em posições centrais do terreno. No entanto a equipa já estava a recuar quando Danilo entrou.

O que me leva ao ponto sobre o que está a faltar a este Benfica e que na minha opinião é um "instinto matador" para dar o golpe final ao adversário ou pelo menos a capacidade de limitar a reacção daquele a situações de vantagem confortável em que nos colocamos. Foi assim nos dois jogos contra o Besiktas, foi assim contra o Sporting ontem. Pela inteligência que demonstrou em campo, com uma vantagem de dois golos o Benfica podia na minha óptica ter ontem imposto uma derrota mais clara e mais pesada ao Sporting. E sobretudo mais tranquila.

Claro que estamos a falar do óptimo e do ideal. A verdade é que nos apurámos para os oitavos da Champions - onde defrontaremos o Dortmund - e estamos na frente do campeonato. O objectivo ontem era ganhar e isso foi alcançado. Há que reconhecer que jogámos contra uma boa equipa. No entanto em casa penso que o Benfica pode ser mais dominador ou, quando jogando em contra golpe, mais eficaz quando as equipas se balanceiam tanto para o ataque como foi o caso do Sporting ontem. Felizmente a equipa melhorou após o 2-1 e conseguiu a levar jogo mais para o meio campo adversário.

Quanto ao árbitro, vi algo que nunca tinha visto que foi interromper uma jogada de perigo por haver cartolinas em campo. Foi inacreditável. Depois o árbitro foi complacente com os jogadores do Sporting a quem perdoou vários amarelos - mas não a Gonçalo Guedes a quem mostrou cartão por uma falta numa jogada dentro do meio campo do Sporting. Na dúvida considero que o árbitro decidiu maioritariamente contra o Benfica. Mas depois cheguei ao carro e ouvi falar em penalties. Vistas as imagens da TV, não tenho qualquer dúvida que Pizzi não leva a mão à bola (Lindeloff cabeceia contra o braço do médio), pelo que aí não há nada. Quando será que os comentadores vão entender que só é falta quando o jogador toca na bola com o braço de forma deliberada? É isso que a lei diz. "Interferir na jogada", "alterar a trajectória da bola" ou "beneficiar do toque com a mão" pura e simplesmente não são critérios. É preciso ser ignorante ou burro para os invocar quando já foi múltiplas vezes explicado que se exige uma acção deliberada - que aqui não existiu. Caso contrário sempre que a bola tocasse na mão era falta e os jogadores passariam a apontar aos braços dos outros dentro da grande área para ganhar penalties. Quanto ao lance de Nélson, não tenho a certeza se a bola bate no braço ou no ombro. É mais duvidoso - admito-o - mas na dúvida penso que não se deve marcar um penalty. Tal decisão tão importante exige um grau de certeza que aqui ninguém pode ter. Mas deste ponto de vista, a arbitragem nos lances mais capitais decidiu em favor do Benfica (bem, a meu ver) pelo que também não seria sério da minha parte achar que ela nos queria deliberadamente prejudicar.

Finalmente queria destacar algumas exibições. Gonçalo Guedes voltou a estar em excelente plano (até para minha surpresa, porque pensei que estava em perda), Sálvio também esteve muito bem e Raúl Jiménez voltou a demonstrar a sua enorme qualidade e sentido de golo. Penso que a sua titularidade fez todo o sentido e que o mexicano dá à equipa coisas diferentes de Mitroglou havendo espaço para ambos. Mas sem desprimor para nenhum queria destacar Rafa pela exibição enorme que colocou a defesa do Sporting em permanente sobressalto. Rafa tem uma qualidade um pouco à parte de todos os outros, até porque é daqueles jogadores raros que é capaz de passar por dois ou três defesas em velocidade e em direcção à baliza. Rafa tem tido infelicidade na hora de concretizar mas dada a sua qualidade isso pode ser trabalhado e melhorado. O seu passe para Sálvio desbloqueou o jogo para nós e a sua entrada na equipa merece por essas razões o destaque e é um motivo de grande esperança para os benfiquistas. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Encarrilar

O que se passou na Madeira não é normal. Ninguém duvida de que um conjunto de circunstâncias tão improváveis dificilmente se alinha muitas vezes numa época.


No entanto temos que reconhecer que o que se passou em Istambul também não foi normal.


Há por isso que, sem pânico, identificar algumas das causas do que se passou nestes dois jogos e retificar. Vamos bem a tempo, embora haja pouco tempo - esta semana traz dois jogos muito importantes para o rumo da época. No caso do Nápoles o jogo pode ser decisivo - caso o Besiktas vença na Ucrânia o Benfica tem que vencer para se apurar para os oitavos de final.

Rui Vitória tem demonstrado saber lidar bem com estes momentos e aprender com o que menos bom acontece. Estou confiante de que assim será também agora. 


Em todo o caso, parece-me que há um problema na defesa. Pode ser tão somente um "problema" que resulta do sucesso, ou seja, após tantas vitórias é óbvio que o dia da derrota tem que chegar. Pode ser que uma defesa tão segura, tão competente, esteja agora a quebrar um pouco precisamente por essa carga competitiva contínua e o desgaste emocional que ela pode acarretar. Pode ser que alguns jogadores do Benfica da linha mais recuada estejam a acusar alguma descompressão pelo facto da vantagem interna ser (até anteontem) tão confortável que podia parecer que o campeonato seria uma espécie de passeio e a denotar assim falhas de concentração.



Pode ser um pouco de tudo isso mas parece-me que há algo mais. Penso que Jardel faz muita falta a esta equipa. Penso que até Lizandro podia dar outra segurança nesta fase. Luisão já fez grandes jogos, já demonstrou que recuperou da lesão e que podemos contar com ele. No entanto, apesar de toda a sua grande capacidade e liderança, penso (e posso obviamente estar enganado) que Luisão não deve ser titular consecutivamente, sobretudo nesta fase da época de grande densidade de jogos. Luisão já não tem a velocidade e elasticidade de outros tempos e a sua velocidade de recuperação é mais lenta. Nessa medida Luisão faz perfeitamente um jogo ao mais alto nível se for chamado mas se jogar semana após semana (duas vezes por semana aliás) por vezes denota desgaste.



O que se aplica por maioria de razão a Luisão aplica-se em todo o caso a todos os jogadores. Vitória tem o mérito de fixar um 11 mas por vezes parece-me que poderia promover um pouco mais de rotação (ou pelo menos substituições menos tardias no jogo). Não o fazer pode provocar uma quebra física da equipa como me parece que aconteceu em Istambul e com o Marítimo, o que se reflete depois em erros que noutras circunstâncias, com outra frescura, aconteceriam com menor frequência. Em ambas essas partidas houve múltiplos erros individuais tanto na defesa como no ataque que foram decisivos para que não os ganhássemos como deveríamos.


Mas talvez mais importante que tudo isto há que tirar daqui uma lição muito importante. Uma lição que eu esperava que pudesse ter sido aprendida em Istambul, onde "conseguimos" desperdiçar uma vantagem de 3 golos e a qualificação imediata para a fase seguinte da Liga dos Campeões, mas que pelos vistos exigiu novo desaire. Espero que agora esteja bem compreendida.

E a lição é esta: nada está ganho! Nada está ganho em dezembro e nenhum jogo está ganho à partida, nem sequer ao intervalo ainda que tenhamos uma vantagem que parece insuperável. A questão é que os níveis de concentração e motivação nunca podem ser abrandados. (Esta é aliás uma das razões pelas quais preconizo um pouco mais de rotação).


A meu ver isso foi esquecido em Istambul, onde houve alguma complacência após o 3-0 e alguma falta de concentração e calma a partir do momento em que os turcos marcaram o primeiro golo, e foi de algum modo esquecido na Madeira com uma entrada pouco firme no jogo. 


Claro que houve factores estranhos em ambas as partidas. No caso do Marítimo, a arbitragem de Vasco Santos é de compêndio - compêndio do que não se deve fazer-, com um perdão evidente - e consciente - quer de cartões amarelos quer de penalties em desfavor do Marítimo. O penalty sobre Nélson Semedo é descarado e indiscutível, impossível de não se ver. A rábula das perdas de tempo ultrapassou o tolerável, assim como o nível de violência das entradas dos maritimistas, tudo perante a complacência completa do Sr. Vasco Santos.


No entanto estamos sempre sujeitos a artistas destes. Não é neles que depositamos a nossa confiança - pelo contrário - mas sim nos nossos jogadores e treinadores. Eles dá deram muitas provas da sua fibra e não são dois desaires que nos devem levar a descrer. Certamente que há lições a serem tiradas mas até nisso eles já demonstraram competência e humildade para as aprender.



Estou por isso confiante de que amanhã e depois contra o Sporting voltaremos a encarrilar. 



quarta-feira, 18 de maio de 2016

Parecia impossível... Tricampeões!!!

Se a história não apenas desta esta época fosse um enredo de ficção poderíamos considera-lo exagerado ou implausível.
 
Tudo começou com o "roubo" de Jorge Jesus, algo que pareceu quase surreal.
 
No Benfica era normal a apreensão: antes de Jorge Jesus existia apenas o título de Trapattoni entre o presente e o abismo aberto por Artur Jorge e consumado nos anos de Vale e Azevedo. Temia-se uma nova seca de títulos e o rápido encerrar de um ciclo vitorioso mal este se iniciara.
 
Tudo se parecia encaminhar para um ano de conquistas em Alvalade e um ano de depressão no Benfica. O "atraso" no anúncio de Rui Vitória e o pouco entusiasmo que o seu nome motivava - uma espécie de anti-JJ em termos de personalidade e carisma - contribuiu para mais incerteza e alguma divisão, com alguns adeptos, em que me incluí, a desejarem que a escolha recaísse antes sobre Marco Silva (escorraçado do Sporting depois de um bom trabalho que culminara na conquista de uma Taça de Portugal).

Na pré-época acumulámos derrota após derrota e não se vislumbrava organização na equipa nem ideias claras. A Supertaça alimentou a euforia veraneante dos sportinguistas e gerou sérias dúvidas entre os benfiquistas acerca das capacidades de Rui Vitória em conduzir o navio benfiquista: não tanto pela derrota mas pela sua aparente cedência aos mind games de JJ. A sua frase de que os jogadores do Benfica tinham entrado em campo com "receio" não foi feliz.

A "estratégia de comunicação" (como agora se diz) do Benfica não era a melhor, pois continuava a referir-se quase diariamente a JJ, ora queixando-se de que ele "traíra" o Benfica, ora afirmando que afinal fora o Benfica que optara por seguir outro rumo estratégico de aposta na formação.
 
O campeonato até começou bem, com uma vitória na Luz de goleada sobre o Estoril, mas logo na primeira deslocação veio a primeira derrota. E percebia-se que as coisas não estavam bem. À 5ª jornada veio a segunda derrota do campeonato (e terceira da época). À 8ª jornada veio o descalabro, com a derrota em casa por 0-3 com o Sporting. O Benfica ficava a 8 pontos do Sporting (com um jogo em atraso que viríamos a empatar) e a 6 do Porto. Estávamos em outubro.

Menos de um mês depois éramos eliminados da Taça perdendo mais uma vez com o Sporting, embora desta vez tenhamos pela primeira vez estado em vantagem (com um golo de Mitroglou a abrir), num jogo com casos de arbitragem em nosso desfavor.
 
Nessa altura poucos acreditariam no tri, não apenas pelos resultados e a desvantagem pontual mas pela manifesta incapacidade da equipa em se bater com os principais opositores. Mesmo os que haviam defendido a contratação de Rui Vitória  já mesmo no tempo de JJ, consideravam agora que o treinador do Benfica não tinha condições para ficar. A sua permanência parecia por um fio.

Houve alguns factores que permitiram porém que a estabilidade se tivesse mantido e que o campeonato tivesse tido este desfecho. Em primeiro lugar, a boa campanha na Liga dos Campeões e o lançamento de jovens como Nélson ou Gonçalo Guedes (na altura Renato ainda não entrara na equipa) foi importante porque mostrou que havia trabalho, apesar de internamente os resultados estarem a ser maus. O segundo foi a vitória em Braga, dias após a eliminação da Taça. Era um teste de fogo ao qual a equipa sobreviveu. O terceiro e mais central de todos foi o apoio inequívoco de Luis Filipe Vieira ao treinador, deixando claro que o mesmo continuaria acontecesse o que acontecesse e ao mesmo tempo retirando pressão com a célebre expressão das "dores de crescimento". Foram duas entrevistas dadas pelo presidente em momentos difíceis que me parece que foram cirúrgicas, para além da presença na primeira fila nos momentos mais difíceis.

O presidente demonstrou visão, da mesma forma que os adeptos demonstraram paixão e crença. Os cânticos aquando do 0-3 na Luz foram efectivamente importantes, tal como a crença que o cântico "dá-me o 35" sempre manteve viva. Faço aliás mea culpa por não ter apreciado devidamente aquele momento aquando da recepção ao Sporting. Admito que estava demasiado irritado com as derrotas com o Sporting, o que me impediu de ver o que a maioria logo reconheceu. Essa reacção deu o mote para o que viria a ser época, embora outras coisas estivessem ainda para acontecer.
 
 A verdade é que o Benfica continuava a jogar pouco e a não ter solidez no seu jogo.  Mas o momento de união total viria a 6 de janeiro, dois anos após a morte de Eusébio. JJ lembrou-se de dizer que não qualificava como treinador. A partir daí todos nos unimos e foi muito simples: exceptuando o jogo com o Porto, vencemos todos os jogos até ao fim, muitos de goleada, com enormes exibições e futebol espectacular nuns casos e muita entrega, sacrifício e crença noutros. Rapidamente ultrapassámos o Porto (que pouco antes tinha uma vantagem de 5 pontos sobre nós) e após o jogo de Alvalade - aquele que verdadeiramente foi decisivo - passámos para a liderança para não mais a perder.

E assim conquistámos o campeonato e nos sagrámos TRICAMPEÕES.



Parecia impossível. Poucos acreditavam. Mas a partir de dada altura, dados os ataques infundados e as calúnias constantes, tornou-se uma questão de honra conquistar este campeonato.

Este campeonato foi uma lição, uma enorme lição.

Rui Vitória, de quem quase todos desconfiámos a dada altura, que porém nunca se desconjuntou, que todos passámos a apoiar a partir do momento em que foi infamemente atacado e desconsiderado, mostrou uma liderança extraordinária: firme, tranquila e sempre focada nos objectivos. Nunca abdicou de nenhuma competição e sempre compreendeu a responsabilidade de ser treinador do Benfica. Isto para além de ter mantido uma postura de cavalheiro ao longo dos mais difíceis e conturbados momentos. O prémio que alcançou é de absoluta justiça e totalmente inquestionável. Sem o apoio do presidente tal teria sido impossível, pelo que o mérito da liderança deste merece igualmente ser destacado.



Este campeonato tem uma história incrível e entra directamente para os momentos importantes do palmarés do clube e da vivência benfiquista. Os meus sinceros parabéns a todos os seus fautores. Obrigado por esta enorme alegria.

 
 
 

 
 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O "roubo" explicado

As televisões continuam a dizer que Luis Filipe Vieira apelidou uma arbitragem de "roubo". As declarações em causa aconteceram em Dezembro do ano passado, após um jogo no Estádio da Luz.

Cada vez que o ouço irrito-me porque não foi isso que aconteceu. É uma falsidade que inclusivamente já fez com que LFV  tenha sido castigado pela Liga - certamente para tentar justificar o injustificável e criar a imagem de que o ruído e insinuações do presidente do Sporting e seus acólitos eram afinal replicadas no lado do Benfica.
 
Ora o que realmente aconteceu foi que Luis Filipe Vieira, após um jogo que o Benfica ganhou mas no qual foi claramente prejudicado, disse que estava curioso para ver se no dia seguinte as páginas dos jornais falariam em roubo.
 
E o contexto disto é claro e conhecido de quem acompanha minimamente o fenómeno desportivo neste país: uns meses antes, quando o Sporting foi prejudicado na Alemanha com um penalty contra por uma mão inexistente (a bola bateu na cabeça do jogador), tanto "A Bola" quanto o "Record" escreveram em manchete as palavras "roubo" e "roubado". Ora quando o Benfica perdeu uma final da Liga Europa contra o Sevilha, após o árbitro não ter assinalado três grandes penalidades contra os espanhóis, esses mesmos jornais nada referiram de "roubos".
 
Luis Filipe Vieira não afirmou portanto que o Benfica tinha sido "roubado" mas apenas manifestou curiosidade por ver como é que o jogo seria retratado na imprensa no dia seguinte.
 
É só isso. Mas claro que é preciso lançar a confusão e criar este "folclório" para justificar o comportamento reprovável dos dirigentes (e treinador) do Sporting ao longo de toda a época. A pressão que têm feito e as acusações constantes antes e depois dos jogos.

Seja como fôr, nada nos desviará da concentração que mantemos nos nossos objectivos. Fica apenas esta nota porque de facto a desonestidade deve ser desmascarada e infelizmente nem na BTV vi esta falácia da "acusação de roubo" ser desmascarada.


PS - a estória do "roubo" é aliás semelhante à acusação de que Luis Filipe Vieira teria dito que queria ter lugares na Liga e não contratar jogadores. Isto é o cúmulo da desonestidade: LFV disse que não valia a pena ter grandes jogadores quando as coisas não se decidiam em campo. Nessa medida  interessava mais ter gente na Liga do que jogadores em campo. Ou seja, LFV estava a criticar este estado de coisas, estava a denunciar este "sistema" que na altura estava bem vivo e não a fazer a apologia daquele modo de fazer as coisas, como os seus detractores, por ignorância ou desonestidade, querem fazer crer.  

terça-feira, 3 de maio de 2016

Vitória moralizadora e mais uma final

Como eu esperava, os jogadores libertaram-se um pouco da pressão das jornadas consecutivas a ter que ganhar e conseguiram uma exibição muito melhor e melhor produção atacante, em relação aos últimos jogos. Claro que houve muitas alterações no 11 - como tinha que ser - mas mesmo os que têm jogado mais me pareceram mais leves, mais libertos.

Tenho expectativa e confiança de que esta vitória nos dê o suplemento anímico que nos permita ir à Madeira, fazer um grande jogo e ganhar convincentemente.
 
Da noite desta segunda-feira ressaltam ainda um conjunto de boas exibições que dão garantias a Rui Vitória de que pode contar com estes jogadores. Antes de mais, como é óbvio, regista-se, saúda-se e felicita-se o regresso de Luisão, o grande campeão - e capitão - que aliás fez uma excelente exibição. Depois destaco Samaris que foi irrepreensível, apesar de um ou outro passe falhado na pior fase da equipa, e enorme a sair com a bola. Também gostei muito de Grimaldo, Carcela (belíssimas jogadas e uma assistência de antologia - depois, aliás, de um passe de rotura de Samaris para o belga-marroquino) e até de Sílvio que me surpreendeu pela capacidade físico-atlética, para além do habitual rigor defensivo. Lindelof e Raúl Jimenez estiveram no patamar de excelência a que nos têm habituado. Sálvio está à procura da melhor forma mas já teve alguns apontamentos positivos, especialmente nos poucos minutos em que jogou na segunda parte. Ederson esteve seguro e Renato alternou o bom com o mau, assim como Talisca que no apoio a Raúl não rendeu mas no meio campo esteve bem. Fedja não teve tempo para se mostrar. Jonas já dispensa considerandos.
 
Em suma, ganhámos mais ânimo, estamos em mais uma final e sinto que este pode ser o momento para a equipa se libertar da pressão e voltar a apresentar o seu futebol fluido e demolidor no ataque. Tal como a seguir ao jogo do Bayern temi que a equipa se pudesse ressentir, sinto que agora ela vai voltar a crescer. Para além disso, Luisão, Samaris, Carcela e Raúl mostraram que estão prontos para entrar em campo na Madeira caso Rui Vitória conte com eles.

domingo, 1 de maio de 2016

A integridade da competição está em causa

Não tenho alinhado muito pelo discurso das "malas", porque não tenho dados objectivos para afirmar ou negar seja o que fôr e porque tenho preferido escrever sobre o Benfica e coisas positivas.

Mas atenção: há limites. Não nos façam de parvos.
 
O Marítimo "poupou" hoje 6 jogadores contra o Estoril, jogadores que estariam em risco de exclusão caso vissem o amarelo na partida.
 
Penso que alguém terá que começar a explicar o que se está a passar.

sábado, 30 de abril de 2016

Muito nervosismo

Vitória justa mas tensa

 
O Benfica venceu bem mas com muitos nervos e correndo os riscos inerentes a uma vantagem mínima (no resultado como na classificação). Apesar do domínio quase completo do Benfica, de facto o Vitória de Guimarães teve duas oportunidades claras para marcar, uma delas perto dos 80 minutos (e que devia, note-se, ter resultado na expulsão do avançado Hurtado que colocou em risco a integridade física de Ederson). Felizmente nos últimos minutos, com as entradas de Jimenez e Samaris, o Benfica voltou a controlar o jogo e já não tivemos mais sobressaltos.

Mas recuemos ao início. O Benfica não entrou bem no jogo. É verdade que nesta altura a equipa procura com paciência o modo pelo qual poderá entrar nas defesas adversárias, ao invés de se lançar num ataque desenfreado que a desgaste desnecessariamente. No entanto nesse período o Benfica jogou demasiado lento, pouco pressionante, assim permitindo ao adversário estar muito confortável no jogo. Não é correcto, do meu ponto de vista, acusar o Guimarães de anti-jogo. Na verdade na primeira parte por duas vezes jogadores do Benfica precisaram de assistência: Pizzi e Jardel, no que foram as principais paragens no jogo. Quanto à lesão de Hurtado (o tal que mais tarde deveria ter sido expulso) ela foi legítima e real, pois Eliseu teve uma entrada demasiado impetuosa e atingiu o adversário na cabeça (na BTV viram-se bem os efeitos dessa entrada).
 
Havia demasiada tensão e nervosismo. Não sei se houve "mala" ou não, como agora se diz. Penso que é normal uma equipa jogar pelo seu orgulho e honra e procurar o melhor resultado possível. Mas a tensão normal do Benfica por querer e precisar de vencer o jogo foi alargada aos jogadores do Guimarães pela postura do árbitro que me parece que mostrou demasiados cartões e não foi capaz de controlar o jogo, tendo depois expulsado o treinador do Guimarães sem que se tivesse percebido bem porquê (e depois de ambos se terem abraçado efusivamente antes do início do jogo). O que já considero menos normal é a reacção dos jogadores do Guimarães no final do jogo: o que é que eles queriam? Qual foi o problema?
 
 

Há cansaço na equipa

 
Mas existem a meu ver outra razão para o nervosismo, no que diz respeito ao Benfica: o cansaço. Há vários dos nossos jogadores que estão pesados, que denotam um atraso na sua reacção aos lances (sobretudo se param um pique já não são capazes de arrancar novamente) e que por essa razão estão a tomar algumas decisões erradas. Isto reflecte-se na dinâmica geral da equipa. Pizzi e Jonas são para mim os casos mais evidentes mas Renato, Gaitan e Mitroglou denotam algum cansaço. Veja-se por exemplo a ligeireza e leveza nas pernas de Jimenez quando comparado com Mitroglou: tudo sai mais fluído e tudo parece mais fácil ao mexicano.
 
Na segunda parte as coisas correram melhor: vencida a inércia dos primeiros 45 minutos, os jogadores entraram bem e conseguiram logo o golo. Depois disso o resumo dos acontecimentos passa muito por aquilo que já referi no início do post.

A alegria pela vitória foi muita e compreensível. Mas atenção, ainda não há nada para celebrar.
 
 

O clássico desta noite

 
A minha previsão para esta noite, que espero possa ser errada, é a de que o Sporting vai vencer o jogo. E isso relançará o campeonato pois o Benfica tem um jogo difícil na Madeira para a semana: o Marítimo é um clube imprevisível, capaz do melhor e do pior.
 
Considero mais provável o Sporting ganhar pela razão de que o Porto está em "pré-época" e porque considero que José Peseiro é um treinador que não consegue que as suas equipas tenham equilíbrio e consistência. Consequentemente, as equipas de Peseiro são muito vulneráveis defensivamente. Atendendo a que o ataque do Porto também não é particularmente concretizador, prevejo uma vitória do Sporting que, caso as coisas lhes corram de feição, poderá até ser fácil e simples. Não se percebe que Peseiro já vários meses depois de chegar ao clube ainda ande em experiências e não tenha um 11 base minimamente definido. Isso não dá rotinas nem qualquer estabilidade. As declarações de Pinto da Costa ainda agravaram mais o estado de instabilidade.

Prevejo uma entrada em jogo muito forte do Sporting, a procurar dominar o seu adversário e chegar ao golo. Se o conseguir, o Porto terá depois uma reacção e procurará lutar pela sua honra e prestígio. Não tenho dúvidas de que alguns dos seus jogadores darão tudo para mudar o estado de coisas. No entanto isto também abrirá espaços na defesa que o Sporting poderá aproveitar, jogando directo para Slimani.
 
Veremos o que acontece. Como é evidente espero estar enganado e que as coisas não corram nada assim: que o Sporting entre mal em campo, pressionado pelo atraso na classificação e nervoso em virtude da obrigatoriedade em ganhar. Que esteja nervoso e comece a falhar passes, que o Porto, não tendo nada a perder, esteja tranquilo que consiga desenvolver as suas qualidades e que os jogadores de qualidade que tem possam resolver. Não tenho dúvidas de que caso o Sporting se veja a perder, o desespero possa tomar conta dos seus jogadores. A ver vamos, como dizia o outro.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Concentração absoluta

Enfrentamos esta sexta-feira mais uma autêntica final.
Há muito que o Benfica, tendo partido atrasado em relação aos outros concorrentes, vem jogando nos limites, sabendo que apenas ganhando conseguiria manter-se na corrida, numa primeira fase, e na liderança, neste momento. A equipa tem vindo a saber superar os vários desafios que se lhe têm apresentado, exibindo grande capacidade e confiança.
Amanhã será mais uma etapa. É apenas isso. Nem mais, nem menos.
O clássico Porto-Sporting não conta para nada amanhã. Seremos nós contra o Vitória de Guimarães, com o Estádio a "jogar connosco" como Rui Vitória vem dizendo e bem.
Confio inteiramente nesta equipa, todos os jogadores do plantel aqui incluídos e, obviamente, no seu timoneiro. 
Não há aqui questões de clássicos, não há aqui questões de marcar muitos ou poucos golos, cedo ou tarde, de botas de ouro ou quaisquer outras acessórias. Não há aqui questões de o Guimarães estar há muitos ou poucos jogos sem ganhar, ter ou não pressão ir ou não fazer mais do que tem feito nos anteriores jogos.  Não pode haver da parte do público quaisquer impaciências ou exigências irrealistas e menos ainda "embirrações". Sim, estou a falar de Eliseu e Pizzi, jogadores que têm dado imenso ao Benfica neste ano e que têm uma quota parte muito grande no que de tão bom a equipa vem fazendo esta época.
Quando o apito inicial soar, há apenas uma necessidade de vencer um jogo.
Concentração absoluta é o que se precisa. Sabemos que contra o Benfica todos se motivam e todos dão tudo. Os nossos jogadores precisam por isso de estar ao seu nível máximo. É isso que estou seguro que acontecerá.

Viva o Benfica!

BTV - vamos manter o nível

A BTV (tenho muita pena que a designação oficial não seja BenficaTV) tem-nos habituado a um elevadíssimo padrão de qualidade e a uma postura responsável. Claro que as coisas são apresentadas do ponto de vista do Benfica - é mesmo esse o objectivo primeiro do canal - claro que há ocasiões em que os convidados ou funcionários resvalam para a bajulação (é humano).
 
Por vezes verificam-se alguns excessos. Ainda hoje os portistas falam do desejo expresso na  BenficaTV (na altura ainda se chamava assim) de que Pinto da Costa morresse. Na altura foi dito por um participante num programa que desejava que festejasse "o próximo título junto daquele a quem o prometeu" que era Pedroto. Não é este evidentemente o tom que se deseja.
Mas em geral o tom é institucional e moderado.
A BTV tem tido um grande crescimento e parte do sucesso deve-se à forma  institucional como se apresenta, aos profissionais credíveis e até a uma certa independência e capacidade crítica dos intervenientes em relação ao clube. Claro que essa liberdade vale para os dois lados e portanto não podemos culpabilizar em absoluto o canal quando algo corre menos bem em termos de opiniões expressas pelos convidados.

Haverá porém que ter algum cuidado para o tom não resvalar. Apesar das provocações, do nível inaudito e inacreditavelmente baixo dos ataques e campanhas infames do Sporting, a BTV tem que ter cuidado para não se deixar arrastar para esse baixo nível. Em particular temos que resistir ao insulto, por muito que as pessoas em causa mereçam - e merecem - ser duramente criticadas. Há que evitar responder na mesma moeda, sob pena nos tornarmos parecidos àqueles que criticamos.
Penso que ontem se passou um pouco essa fronteira.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Rui Santos, o descarado

Rui Santos já foi despedido da SIC e do "Record" mas estranhamente nunca chegou a sair desses órgãos de comunicação. Não estou a fazer nenhum processo de intenção ou nenhuma acusação, estou simplesmente a afirmar um facto: tanto no "Record" como na SIC Notícias o fim da sua colaboração foi anunciado, mas depois, por artes mágicas, na semana seguinte continuava por lá.

Rui Santos há uns anos passava os seus programas, que na altura tinham hora e meia ou até 2 horas, a atacar Paulo Bento, o então treinador do Sporting. Paulo Bento ganhou Taças e Supertaças no Sporting e conseguiu qualificações directas para a Liga dos Campeões. Também esteve ligado a uma humilhação do Sporting aos pés do Bayern de Munique. Mas a questão aqui não é avaliar a prestação de Paulo Bento no Sporting, isso pouco nos interessa. O ponto é outro: Rui Santos tinha uma agenda então como tem uma agenda agora.

Na altura era Paulo Bento, agora é o Benfica. Com a desonestidade intelectual e a falta de vergonha na cara que o caracteriza, Rui Santos semana após semana faz o jogo de Bruno de Carvalho.

Rui Santos tem estado na linha da frente de todas as viscosas, lamacentas e miseráveis campanhas do Sporting e suas agências de propaganda, desde os ataques imundos a Renato Sanches, à lenga lenga dos penalties e expulsões.

Esta personagem teve o desplante de dizer que Luis Filipe Vieira se "escondia" atrás dos outros (que supostamente fariam os ataques ao Sporting). Disse-o para tentar desculpabilizar os ataques a tudo e todos de Bruno de Carvalho, as insinuações miseráveis e os insultos constantes dos Octávios e Inácios desta vida.

Esta caricatura de comentador insurgiu-se quando foi dito que Inácio tinha dívidas ao fisco, mostrando-se muito incomodado e falando de limites, mas está ao lado desse mesmo Inácio em silêncio quando este chama a jornalistas, comentadores e dirigentes do Benfica "cães de fila", faz insinuações sobre Renato e a sua idade e acusações graves a Júlio César, entre outras declarações rasteiras. É preciso não ter deontologia, é preciso não ter vergonha na cara.

Rui Santos atingiu agora o limite da parcialidade - e começa a colocar em causa a própria posição e estatuto de isenção da SIC - com as fantochadas das suas "verdades desportivas" e "ligas da verdade".

A três jornadas do fim, por a sua imbecil "liga da verdade" apresentar o Benfica em 1º e lhe dar inclusivamente maior vantagem sobre o Sporting, o indivíduo resolve alterar os critérios e apresentar uma nova classificação na qual o Sporting está em 1º.
É mesmo o cúmulo da desonestidade e falta de vergonha!!!


Um tri de finais

Mais uma vitória de querer, raça e sacrifício contra (mais uma vez) uma equipa que tentou apenas impedir a nossa vitória. Claro que todas as equipas têm o direito - e o dever! - de tentar vencer todos os seus jogos e portanto também aqueles que disputam contra o Benfica. No entanto é difícil não  ver que a atitude dos nossos adversários e dos adversários do Sporting não tem sido a mesma nas últimas jornadas.
 
Não estou a acusar nada nem ninguém mas se nos limitarmos aos factos é impossível não reconhecer que o nível de entrega e luta pelo empate que se verificou nos jogadores do Boavista, da Académica, do Setúbal e do Rio Ave foi muito superior ao que se verificou nos jogos do Sporting. Poderá ser apenas coincidência, poderá ter apenas a ver com o calendário: não há dúvida que o Boavista, por exemplo, é sempre uma equipa agressiva e aguerrida. Poderá ser, mas começa a ser uma coincidência recorrente. Tanto mais que outras coincidências se juntaram a esta: cortes na água e conflitos dentro dos clubes oponentes do Sporting na semana dos jogos e casos de arbitragem que beneficiaram este clube, quer no plano técnico quer no disciplinar.

Seja como for, o Benfica tem que estar preparado para mais um jogo difícil no qual o seu adversário fará tudo o que puder para nos retirar pontos. Para o evitar precisaremos de estar ao nosso melhor nível. Precisaremos de não entrar no jogo a perder e de ser eficazes no ataque. Acima de tudo precisaremos de ter os níveis de concentração e entrega ao jogo no máximo. Mais uma vez lá estaremos para dar o nosso apoio. Esta equipa merece.

sábado, 23 de abril de 2016

Agora vale tudo!

Eu pensava que já nada no futebol português me poderia surpreender mas evidentemente estava enganado.
Depois do ambiente inqualificável criado pelos dirigentes do Sporting, de permanentes insinuações, calúnias e ataques a tudo e todos, Pedro Proença, o presidente da Liga, esteve ontem em alvalade para um congresso. Declarou na ocasião que os agentes de futebol o deveriam defender e aqueles que denegrissem a competição deveriam ser penalizados. Até aqui tudo parece bem. Mas o mais surpreendente veio depois. O colega de universidade (e amigo) de Bruno de Carvalho disse em seguida que o Sporting "tem estado na vanguarda de um discurso diferente". Está tudo dito.
 
O Benfica tem que estar preparado para tudo. E tem que partir do pressuposto de que terá mesmo que vencer todos os restantes jogos para ser campeão.
 
Onde já se viu o presidente de um grande declarar a época acabada a 6 jornadas do fim? Onde já se viu uma equipa entrar em "pré-época" (?!?) a 6 jornadas do fim do campeonato, quando ainda tinha aliás condições para lutar pelo acesso direto à Liga dos Campeões? Quando já se viu um grande a fazer experiências e a rodar jogadores a 4 jornadas do fim? Isto é absolutamente surreal.
 
Pinto da Costa declarou que o Porto bateu no fundo, mas isso não é algo que se declare ou que se decida. Todos querem sempre melhorar e achar que o pior já passou, mas só o tempo e os factos podem dizer se é mesmo assim. Bater no fundo é ser goleado em casa por um rival e ficar em 6º ou 7º num campeonato. Este Porto ainda não está aí. Mas pode bem estar a caminho.
 
Isto para dizer que este Porto praticamente carregou no botão de autodestruição e que deverá ser atropelado pelo Sporting na próxima jornada. Depois disso o Sporting tem o jogo de Braga mas também aí as circunstâncias lhe são favoráveis na medida em que o Braga tem o seu campeonato feito e uma semana depois jogará a final da Taça de Portugal. Atendendo ao que aconteceu em Moreira de Cónegos e à defesa insólita de JJ ao fiscal de linha que validou o golo (depois de todos os ataques que o Sporting tem feito aos árbitros esta defesa é de facto o cúmulo da hipocrisia e desonestidade intelectual) e "ameaças ao observador, a mensagem está lançada. E se o Sporting precisar de vencer em Braga para ser campeão, vencerá de certeza. A bem ou a mal.
 
Proença veio ontem legitimar este discurso e dar força ao Sporting. Descodificada, a sua mensagem foi: o Sporting está a fazer bem, ouçam o que eles estão a dizer porque eles estão na linha da frente do poder.
 
O Benfica tem pois que estar preparado para as habilidades de Soares Dias amanhã. É a penúltima deslocação da nossa equipa e em teoria a mais difícil. O Rio Ave e Soares Dias procurarão enervar e provocar os jogadores do Benfica. Não tenham a menor dúvida sobre isso! Farão tudo o que fôr  possível para nos prejudicar. Em tudo o que for bola dividida, lance duvidoso, as coisas correrão sempre contra nós.
 
O Benfica tem porém um grande trunfo do seu lado: os adeptos e uma equipa que já deu esta época imensas demonstrações da sua classe. Agora terão que voltar a dar tudo, como fizeram em Braga, em Alvalade e em tantos outros campos nacionais e internacionais esta época. Vai ser mais uma guerra e nesta fase vale (quase) tudo. Os nossos atletas têm que entrar em campo bem conscientes disto e preparados para ser deliberadamente prejudicados sem deixar que tal afecte a sua concentração e rendimento.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Andebol - Benfica na final do campeonato

Depois de vencer a Taça de Portugal, batendo consecutivamente o Porto e o Sporting, o Benfica  assegurou ontem na Luz a passagem à final do campeonato nacional de andebol. O resultado final foi de 22-20.
Foi a terceira vitória do playoff sobre o Porto (à maior de 5 jogos), tendo a nossa equipa perdido apenas uma partida.
Já na altura da vitória épica na Taça estive para aqui escrever para destacar tal feito. O Benfica partiu para a época como não favorito (o Porto vinha de 7 campeonatos seguidos a ganhar) e a época regular nem estava a ser muito positiva. Tudo apontava para mais um ano decepcionante e sem títulos. No entanto a vitória no primeiro jogo dos playoffs do campeonato, alcançada no dragão Caixa, deu um enorme ânimo e confiança a esta equipa. Poucos dias depois jogou a Taça e após eliminar o Porto venceu na final o Sporting com um golo sobre o apito final. Mais uma vez o Sporting demonstrou mau perder, não tendo os seus jogadores recebido as medalhas, uma autêntica vergonha e total falta de desportivismo.
 
No campeonato, o Benfica está já na final, onde disputará o título com o Sporting ou o ABC. As equipas estão empatadas 2-2 no playoff.
Sublinho que o andebol vinha sendo nos últimos anos o parente pobre das modalidades, com resultados muito abaixo do que alcançamos nas outras, onde temos somado títulos após títulos (basquete, vólei, hóquei, futsal e atletismo). Essa dinâmica negativa já foi quebrada, tornando-se agora possível a dobradinha.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Não é altura de fraquejar

O Benfica esteve ontem muito perto de perder a liderança do campeonato, naquele que à partida seria o jogo mais fácil deste ciclo final. Tal não aconteceu porque Ederson "salvou" a equipa, evitando com os pés ser fintado pelo avançado setubalense que apareceu completamente isolado na sua cara. Isto já em tempo de descontos, no qual um golo seria absolutamente irrecuperável. 
O que aconteceu?
A meu ver, a explicação é clara: cansaço.
Tínhamos aqui alertado para as potenciais consequências negativas da eliminação da Champions e infelizmente tais receios confirmaram-se inteiramente. António Simões advertira igualmente para esses perigos na BTV antes da partida e voltou a fazê-lo no intervalo do jogo, antecipando aquela segunda parte de sofrimento.
A verdade é que Rui Vitória, que tem tão justamente recebido elogios de praticamente todos os quadrantes cometeu a meu ver nos últimos jogos alguns erros que fizeram com que a equipa acabasse a partida de ontem a arrastar-se pelo campo, com as pernas a pesarem toneladas, a tomar decisões erradas e cometer erros comprometedores.
O jogo com a Académica foi, a meu ver, aquele no qual tais erros começaram. Depois de Munique impunha-se (a meu ver) refrescar a equipa. Vitória não o fez e no fim desse jogo Mitroglou e Gaitan estavam de tal modo esgotados que nem foram convocados para o jogo da segunda mão contra o Bayern. Mas não eram os únicos.
Ontem a equipa entrou em campo algo relaxada, depois da tensão máxima do jogo com o Bayern e da descompressão gerada pela saída das competições europeias. Inteligente, o Vitória de Setúbal entrou em jogo com um lance estudado e surpreendeu, entrando no jogo a ganhar.
O Benfica a partir desse momento massacrou e fez dos mais impressionantes 25 minutos de que me lembro recentemente, com múltiplas oportunidades, combinações, cruzamentos e remates. As defesas do guarda-redes adversário e a anulação dos únicos lances de golo por foras-de-jogo (bem assinalados) podiam ter levado a equipa ao desespero, mas tal não aconteceu. Mérito absoluto na forma como o Benfica deu a volta.
O abrandamento logo após o segundo golo e a progressiva melhoria do Setúbal deixavam porém uma ponta de intranquilidade que se veio a agravar fortemente na segunda parte. A partir de dada altura o Benfica entrou em completo desnorte e acabou o jogo a ser salvo pelo seu guarda-redes num lance que já se dava como golo certo. Foi um atraso inconcebível de Pizzi, a culminar uma exibição desastrosa (golos falhados, passes errados, pernas pesadas que não conseguiam responder aos passes) que se explicam pela fatiga, seguramente emocional mas neste caso também física.

Este jogo já passou mas o campeonato está longe de estar decidido. A defesa de Ederson não garantiu coisa nenhuma. O jogo com o Rio Ave será muito difícil, sobretudo se os nossos jogadores voltarem a denotar cansaço competitivo. Não se trata de um problema de vontade nem de entrega. Os jogadores têm sido inexcedíveis nesses aspectos. Trata-se realmente de fadiga. Nessa medida será importante que alguns jogadores passem pelo banco e que outros que denotam muita vontade (como Jimenez, Samaris e Gonçalo Guedes, por exemplo) tenham oportunidades em campo. Faltam 4 jogos. Não é altura para fraquejar.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Regresso à terra

O que era mais previsível aconteceu e o Benfica caiu na Champions perante uma das melhores equipas do mundo, claramente um dos favoritos à conquista do troféu.
Por algum tempo pareceu possível o Benfica surpreender mas o maior poderio do Bayern acabou por se impor. O golo de Raúl Jimenez deu esperança e empatou a eliminatórias mas talvez nas duas únicas falhas defensivas colectivas do Benfica, os bávaros deram a volta ao resultado e praticamente resolveram. Nessa altura passámos por momentos difíceis e poderíamos ter mesmo sofrido o 3º golo. Mas o Benfica teve ainda fôlego para marcar o segundo golo e voltar a colocar algum grau de incerteza na eliminatória. Mesmo a fechar a partida Jovic teve oportunidade de nos dar a vitória (no jogo que não na eliminatória) mas o remate encontrou o gigante Neuer no seu caminho.
O Benfica perde por um total de 3-2, não deslumbrou mas também não deslustrou. Bateu-se muito bem contra um adversário poderosíssimo, ainda para mais com algumas baixas muito importantes na equipa. Penso que não nos devemos concentrar muito nisso, porque estaríamos a desmerecer os que entraram para os seus lugares e que deram o seu melhor (com destaque para Raúl que mais uma vez teve uma excelente prestação e voltou a marcar num jogo tão importante) mas não há como não reconhecer que as ausências de Jonas e Gaitan sobretudo, na medida em que não há outros jogadores com as suas características no plantel, tiveram o seu peso.
Gostei muito de Jimenez, de Renato, de Talisca e de Gonçalo Guedes mas há que reconhecer que toda a equipa deu tudo o que tinha e bateu-se com enorme dignidade contra o colosso alemão. Ederson também por mais do que uma vez fez intervenções de classe que impediram o Bayern de alcançar outro resultado.
Tudo pesado, o Benfica deixou uma boa imagem na Europa, chegou a uma fase avançada da competição e conseguiu grandes receitas. É pois uma participação europeia altamente positiva que importa valorizar e que consolidar nos próximos anos. Se assim for voltaremos a ter oportunidades para chegar às meias finais, a partir de onde se torna possível ser campeão europeu. Não tenhamos porém ilusões no sentido em que será fácil repetir o que fizemos esta época. Será possível mas nunca fácil.
 
Encerrado este capítulo europeu, o Benfica volta a concentrar-se nas competições nacionais e claramente no campeonato. Segunda-feira recebemos o Vitória de Setúbal, num jogo que não podemos pensar que vai dar facilidades, tanto mais que vem na ressaca desta eliminação. Depois disso, quinta-feira, pelo que que acabei de ouvir Paulo Fonseca dizer há pouco, recebemos o Braga para a meia final da Taça da Liga, após o que vamos a Vila do Conde, naquele que está a ser considerado como dos mais difíceis (e no qual se poderá estar a preparar um "caldinho" mas a isso voltaremos mais tarde). Mas não nos iludamos, a partir de agora todos os jogos são de tremenda dificuldade. Importa pois pensar jogo a jogo como temos feito até aqui e enfrentar cada um deles com total e absoluta entrega. Começa já na segunda-feira. Este é o ciclo final da época, que importa começar bem já contra o Setúbal.
 
Há que recuperar física e mentalmente os jogadores (e de alguma forma os adeptos também precisam de interiorizar esta nova realidade mais "terrena" e nacional) de forma a abordar da melhor forma o que falta jogar que é, tão somente, a fase decisiva da época. Não pode haver, agora que saímos da Europa nenhum abrandamento ou nenhum alívio mental competitivo pois o mais decisivo está por fazer e os nossos adversários não vão facilitar.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sonhar sim mas... realisticamente

Penso que é bom que os benfiquistas não se iludam: o Bayern é uma das equipas mais fortes do mundo e continua a ser amplamente favorito para passar às meias finais. O Benfica fez um jogo muito conseguido em Munique, que lhe permite sonhar, pois a eliminatória está em aberto com apenas um golo de diferença. No entanto ninguém se deve iludir pensando que o Bayern vai chegar à Luz e desmoronar-se apenas porque está a jogar fora perante um ambiente muito forte como é o do nosso Estádio. Não: o Bayern vai com toda a probabilidade continuar a ter elevados índices de posse de bola e continuar a ser altamente perigoso no ataque.
As nossas melhores chances residem num aproveitamento quase perfeito das poucas falhas que o Bayern possa ter na defesa e num rigor defensivo absoluto que consiga limitar os movimentos de ataque dos hispano-alemães. O Bayern pura e simplesmente é mais forte do que o Benfica - tem vários jogadores campeões do mundo pela Alemanha e campeões europeus pelo Bayern, para além de um dos melhores, senão o melhor treinador do mundo. Daí ser imperioso sermos realistas, quer para não criarmos expectativas impossíveis de concretizar e não termos depois uma grande desilusão caso as coisas sigam o curso mais previsível quer para podermos efectivamente ter alguma possibilidade de passar a eliminatória.
Dito sito, não é impossível! Caso os jogadores do Benfica se transcendam e (talvez ainda mais importante) as coisas corram a nosso favor (aquilo a que, por não sabermos explicar, chamamos de sorte), podemos passar. Seria histórico.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

"Octávio aprendeu no Porto. Está lá para isto."

As frases não são de um benfiquista mas sim de um sportinguista. Rui Oliveira Costa, que quando se liberta do anti-benfiquismo até consegue fazer análises lúcidas, disse-o ontem com todas as letras: Octávio Machado aprendeu na "escola" do Porto com Pinto da Costa, Reinaldo Teles e outros que tais e foi contratado para o Sporting precisamente para fazer este discurso caceteiro e troglodita.
 
Mas Oliveira e Costa foi ainda mais longe: segundo ele, esta estratégia de atacar tudo e todos, disparar em todas as direcções, lançar lama e suspeitas sobre todos e pressionar os árbitros... resulta. Isto não são tempos para Senhores, diz Oliveira e Costa, são tempos para Octávios e para Inácios, acrescento eu.
 
Nada do que Oliveira e Costa disse ontem no "Trio d'Ataque" é exactamente uma novidade. No entanto ouvi-lo dizer de forma quase cândida por um sportinguista é algo mais digno de registo.
 
Eu não quis até agora escrever sobre a decisão do caso Slimani porque é uma coisa tão inacreditável que até me incomoda só de pensar nela. Não apenas enquanto benfiquista mas enquanto pessoa dotada de um cérebro.
 
Agora, com esta decisão fica bem à vista: esta estratégia suja do bruno-sportinguismo está, para já, a resultar. Veremos até quando e até que ponto.
 
É o regresso dos piores métodos dos tempos do Porto. Bruno de Carvalho não apenas imita muito de Pinto da Costa como se rodeou de figuras associadas desses tempos do Porto, como Inácio, o seu braço direito até Jorge Jesus o ter saneado para a SIC (onde faz pandilha com Rui Santos - e sobre este último é curioso que ontem se fez de ofendido pelo não castigo de Slimani, tentando assim salvaguardar alguma imagem de "independência") e o referido Octávio.
 
Não tenhamos dúvidas, nem nos iludamos: o Sporting de hoje é isto. Poucos, muito poucos são os que não apoiam estes métodos e este estilo. Trauliteiro.

domingo, 10 de abril de 2016

Rumo ao 35

Carlos Severino, antigo candidato à presidência do Sporting e actual comentador da CMTV, dizia, quando a vitória do Sporting sobre o Marítimo se começou a consumar, que "o Benfica continua a sentir o bafo do leão", aludindo à pressão gerada pela contínua perseguição do Sporting. Sentimos realmente o bafo. Mas não é um bafo de leão. É um bafo de onça.
 
Entendamo-nos: o Benfica é bicampeão, está nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, com possibilidade de se qualificar para as meias, está nas meias-finais da Taça da Liga e está na liderança do campeonato nacional. Se o Benfica está pressionado o que dirão os outros que não podem alegar em seu favor estes factos. O Porto e o Braga ainda estão nas taças mas os seus campeonatos estão a ser decepcionantes, ao passo que o Sporting já só joga para o campeonato.
Gostaríamos nós que o Sporting tivesse perdido pontos nas últimas jornadas e praticamente carimbasse o nosso tricampeonato? Claro que sim. Mas será que os sportinguistas não desejavam o mesmo (e tinham esperança) em relação aos jogos do Benfica com a Académica e o Braga, para já nem falar do Boavista? Não quereriam eles estar na nossa posição, tanto mais que têm ainda que ir ao Porto e a Braga?
 
A diferença é que o Benfica nem por isso entra no ridículo ou cai no jogo sujo como acontece com o Sporting.
 
  • Não faz campanhas contra jogadores do Sporting, nomeadamente jogadores ainda em idade júnior, questionando a sua qualidade, o seu carácter e até a sua idade(!). 
  • Não faz campanhas ridículas sobre penalties.
  • Não faz pressão ou tenta coagir os árbitros, semana após semana, incluindo árbitros de jogos terceiros, "exigindo" que estes não deem amarelos aos jogadores que estão à beira da suspensão e vão enfrentar o Benfica na jornada seguinte.
  • Não tem comentadores que semana após semana nada fazem senão destilar fel e lançar insinuações soezes contra tudo e todos, a ponto de insultar em directo adversários e até comentadores do seu (?) próprio clube.
  • Não faz insinuações rasteirinhas relativamente aos adversários do seu rival, sugerindo que estes facilitam os jogos ou até chegando ao ridículo de "ameaçar" os clubes que perderam com o Benfica com goleadas caso estes tivessem uma boa prestação contra o Sporting, como aconteceu com o Belenenses na semana que antecedeu a jornada passada, que foi "avisado" por comentadores afectos ao Sporting.
 
É de facto demasiado mau, demasiado baixo!
 
Não somos apenas nós que o dizemos. Com excepção do paladino da "verdade desportiva", todos os comentadores sérios e independentes, os que não estão envolvidos nesta luta e mesmo alguns afectos ao Sporting que mantêm um mínimo de cabeça fria, concordam que o Sporting está a descer a níveis inusitados de calúnia e pressão.
 
Esta gente perdeu a vergonha! Depois da lenga lenga dos penalties, das calúnias sobre Renato, esta foi a semana de Capela. Foram buscar estatísticas e factos que pretendem contar uma história qualquer mas que na realidade apenas denigrem e inflamam ânimos.
 
Capela foi ou não foi o árbitro que expulsou Aimar em Olhão (uma das poucas, senão a única expulsão do mago argentino na sua carreira) sem razão nenhuma, impedindo-nos de ganhar esse jogo e prejudicando-nos na luta pelo título nesse ano?
 
Capela foi ou não o árbitro que expulsou Cardozo na Luz por ter dado um murro na relva, num jogo contra o Sporting, que acabámos por ganhar mesmo com 10?
 
Mais: Capela foi ou não o árbitro que Jorge Jesus elogiou mais do que uma vez, uma delas declarando que o jogo que tanta indignação gerou nos sportinguistas e os lançou nesta "cruzada" fora "limpinho, limpinho, limpinho"? É ou não verdade que depois disso o actual presidente do Sporting chamou a JJ "palerma"? Então como é que agora Jorge Jesus diz que está "juntinho" a Octávio nas críticas a Capela (para já nem falar em relação ao seu presidente)? Não haverá aí uma certa incoerência, contradição, para não dizer oportunismo?
 
E o que diriam estas inteligências inácias e octavianas caso os adversários do Benfica consecutivamente tivessem casos como os do corte de luz e banhos de água fria ou confrontos entre jogadores no treino na semana anterior a esses jogos? O que diriam da absolvição de Slimani caso fosse ao contrário? E como reagiriam, caso estivessem do outro lado, às declarações do  treinador de Slimani, que disse que sempre tivera a "certeza" que o mesmo seria absolvido apesar das imagens serem inequívocas quanto à agressão?   
 
Benfiquistas, como referi no anterior post, estamos a ser bombardeados com tudo. Existem pelo menos duas agências de comunicação, para além do cavaleiro da "verdade desportiva" (a do seu projecto de poder), que passam os dias a lançar lama sobre o Benfica e a pressionar árbitros e dirigentes para aplanar o seu caminho e dificultar o nosso. Numa época como esta com as várias contrariedades que enfrentámos desde um mau começo a múltiplas lesões de jogadores nucleares, a liderança do Benfica é algo de extraordinário. O caminho tem que ser prosseguido com total união. Felizmente é isso que tenho visto da parte dos benfiquistas. Inclusivamente alguns blogs mais críticos têm percebido que a união tem que ser absoluta. E assim terá que ser até ao fim, rumo ao 35.
 
 

Super Raúl

Ontem era um jogo para empate. O golo da Académica no seu único remate e os falhanços dos nossos jogadores (indicando algum cansaço competitivo) para aí apontavam. Foi aí que apareceu Raúl, já com menos de 10 minutos para os 90, com um golo espectacular, um golo à Jimenez, um jogador que não é tão constante quanto os dois pontas de lança habitualmente titulares mas que tem sido decisivo quase sempre que é chamado a resolver. Daí todos os elogios ao mexicano serem merecidos nesta hora, ele que, para além da sua qualidade, tem sido exemplar ao aceitar a sua condição de não titular absoluto.
Permitam-me insistir: era um jogo que estava "bloqueado" com boas defesas do guarda-redes adversário e perdas de tempo constantes que cortavam o ritmo de jogo e impediam um sufoco à equipa da Académica, ainda que a posse de bola e a iniciativa de jogo fosse invariavelmente do Benfica. Por isso só um rasgo de génio poderia alterar o estado de coisas, o empate que parecia quase inevitável. Esse rasgo veio de Raúl Jimenez, que já foi decisivo em Astana, em São Petersburgo e num par de jogos no campeonato, com uma recepção de classe e um remate imparável que resolveu o jogo.
Antes disso o Benfica tinha arriscado tudo: Vitória tinha tirado Samaris, Pizzi e Eliseu para fazer entrar Talisca, Carcela e o referido Raúl para a equipa passar a jogar com apenas três defesas e três pontas de lança, ficando Renato Sanches sozinho encarregado das tarefas defensivas a meio campo.
Depois do golo do Benfica, a Académica tentou pela primeira vez em toda a partida (nos últimos minutos) assumir a iniciativa do jogo e atacar a baliza do Benfica, mas não criou qualquer oportunidade para tal.
Mais uma prova superada, num jogo que se tornou difícil pela forma desesperada como a equipa adversária defendeu, para mais com a felicidade de ter marcado um golo no seu único remate à nossa baliza.
O campeonato continua uma luta palmo a palmo mas o Benfica continua na frente com todo o mérito, apesar de tudo o que atiram contra nós: insinuações, ataques soezes, pressões sobre os árbitros, adversários que prometem "morrer em campo" para nos tirar pontos, mentiras, ataques aos nossos jogadores, etc, etc.
Para a semana haverá mais uma "final" que teremos que enfrentar com a mesma seriedade e profissionalismo, mas entretanto teremos o Bayern, o próximo foco da nossa atenção. Confesso que acredito que podemos passar às meias-finais, ainda que as nossas chances sejam muito limitadas. Mas isso é conversa para um outro "post". Para já podemos e devemos saborear a vitória de Coimbra. Mais uma lição de crer, querer e humildade.  

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Na Europa dos crescidos

O Benfica teve a coragem de jogar nos limites em Munique, nos limites do esforço e do risco. Isso viu-se logo no primeiro minuto com o golo do Bayern. O Benfica estava a arriscar tudo na fidelidade a uma ideia de jogo que passava por discutir o jogo com o Bayern o mais longe da nossa baliza que fosse possível.
O resultado mostra um Benfica que não foi trucidado, que não batido de forma categórica mas que efectivamente frustrou bastante as intenções do Bayern, teve as suas oportunidades e deixou o adversário em sentido. O Benfica perdeu o jogo (não há volta a dar a isso e não há que festejar uma derrota) mas não perdeu a eliminatória. Na Luz é possível reverter este resultado.
Ouvi alguns comentários que sugeriam que o Benfica deveria ter sido mais ambicioso e atacado mais, sobretudo nos últimos 15-20 minutos. Parece-me de uma total falta de sentido das realidades e da esperteza pós-factos. Antes do jogo admitia-se uma débacle e uma goleada: segundo disseram na TV, a média de golos marcados em casa pelos bávaros nesta Liga dos Campeões era, até ao jogo do Benfica, de 4! O Arsenal levou ali 5. O Porto na época passada 6. O Sporting aqui há umas épocas atrás 7. O próprio Benfica, numa fase muito difícil da sua história perdeu ali por 5. E agora depois do jogo que terminou com um parco 1-0, marcado quase "antes" do jogo começar, queriam que o Benfica fosse ao Olímpico de Munique encostar a equipa de Guardiola às cordas e asfixia-la até marcar o golo do empate... Não é sério.
O Benfica fez o jogo que era possível fazer, muito acima, admito, das minhas expectativas. Nomeadamente fiquei surpreendido com a incapacidade revelada pelos alemães em nos manietar e cavalgar sobre a nossa defesa como costumam fazer e aconteceu por exemplo ainda há duas semanas contra a Juventus. O Benfica não teve medo de ter a bola, fez algumas jogadas interessantes e teve três grandes oportunidades, uma delas não devidamente substanciada pela falta de decisão do árbitro quando Lahm jogou a bola com a mão dentro da área. Normalmente vejo ser marcado penalty nestes lances. Não é seguro que marcássemos e mesmo que o fizéssemos não é certo que o resultado final viesse a ser melhor do que o que foi. Nunca sabemos o que aconteceria se algo tivesse sido diferente.
O que importa é que daqui a uma semana o Benfica estará a disputar no seu Estádio a possibilidade de passar à meia final da Liga dos Campeões. Essa realidade é indesmentível e seria completamente inimaginável há 6 meses. Mérito do treinador e da equipa.
Por outro lado, importa compreender que o jogo em casa será tão ou mais difícil que o de Munique. O Bayern não é uma equipa que se transfigure quando joga em casa ou que se desmorone quando joga fora. Agora, penso que o Benfica poderá ter conseguido colocar um pouco de dúvida e incerteza nos jogadores do colosso alemão. Se isso não nos subir à cabeça, se não pensarmos que agora em casa tudo será mais fácil e que estamos "quase" a eliminar o Bayern, se pelo contrário jogarmos com a mesma humildade e simultaneamente a mesma confiança com que jogámos na Alemanha e se as coisas nos saírem bem, temos as nossas chances. São vários "ses" mas só mesmo em circunstâncias especiais e extraordinárias o Benfica, com a realidade económico-financeira de um país como o nosso, pode almejar a eliminar um colosso destes.
Uma coisa diferente é poder jogar nestes palcos, poder chegar a estas fases e poder ganhar o respeito dos adversários. Isso penso que não só é possível como deve ser sempre o objectivo do Benfica. Jogando a um nível muito alto, sem medos nem complexos mas simultaneamente com a noção da nossa dimensão por comparação à de outros, podemos fazê-lo. Este ano esse objectivo está a ser amplamente conseguido. Mais uma vez, o mérito é do chamado "grupo de trabalho" mas aqui há que destacar Rui Vitória não apenas pela atitude mas pela forma como tem preparado os jogos. Notável.

 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Bayern é de outra galáxia

Muito sinteticamente, antes deste jogo tão importante, tão mediático, queria apenas dizer que o Bayern é uma equipa de outro campeonato, de outra galáxia, não apenas em relação ao Benfica mas à maioria dos clubes europeus. Apenas o Barcelona, na minha opinião, está a este nível e joga no mesmo campeonato, em termos de qualidade. Muito admirado ficaria se um destes dois não viesse a ser o campeão europeu.
Dito isto, o Benfica tem obrigação de fazer um bom jogo, um jogo inteligente e no qual procure utilizar as suas armas. Não será fácil porque todos vimos o que aconteceu à Juventus e a outros adversários. Em todo o caso acredito que seja possível o Benfica fazer um bom jogo e pelo menos em alguns períodos conseguir controlar o jogo e criar problemas ao Bayern. Apesar de ser um colosso, com um dos melhores treinadores do mundo e vários jogadores campeões do mundo, com um orçamento gigantesco, o Bayern não é imbatível.
Aconteça o que acontecer esta noite, o trabalho que tem vindo a ser feito não pode ser colocado em causa e o desfecho do jogo desta noite não pode afectar a restante época, a não ser de forma positiva, dando mais motivação ainda para o que falta disputar.
Tenho plena confiança em Rui Vitória e nos jogadores para nos continuarem a dar alegrias esta época para além do jogo desta noite.

sábado, 2 de abril de 2016

A arte de simplificar

As coisas estão a correr bem ao Benfica, mas não é por acaso.
É evidente que o Braga poderia ter marcado quando o jogo estava 0-0, e a estória teria sido diferente. No primeiro lance, fazendo lembrar o golo de Slimani na Luz esta época, Wilson Eduardo cabeceia com os dois pés no chão e a bola vai ao poste. Foi ao primeira jogada da partida, aos 30 segundos. No segundo lance Rafa aparece isolado à frente de Ederson e remata mal, apesar da oposição do nosso guarda-redes ter sido importante para lhe limitar o ângulo. Mas foi tudo.
Depois disso o Benfica, que também já ameaçara, não exactamente com ocasiões claras mas com jogadas que denotavam o perigo que os nossos avançados representavam para a baliza do Braga, o Benfica, dizia, foi-se instalando no meio campo adversário, dominando e criando cada vez mais perigo. Quando o primeiro golo apareceu, percebeu-se que o Braga poderia ir passar um mau bocado, porque, admitamo-lo, Paulo Fonseca joga no limite do risco e isso contra uma equipa contra o Benfica pode ser fatal.
A verdade é que os golos que aparecem (já são 100) não são fruto do acaso mas de uma construção muito bem conseguida, que acelera nos momentos certos e que conta com executantes exímios. O quarteto ofensivo do Benfica não tem paralelo em Portugal: todos os jogadores que o compõem são de enorme qualidade individual. Para além disso o meio campo, particularmente Renato, dá uma ajuda grande e permite muito jogo, muito objectivo, perto da área adversária. E nessa altura os golos tornam-se uma questão de tempo.
O que aconteceu ontem ao Braga poderia, sem grande escândalo, ter acontecido ao Porto, num jogo que acabámos por perder. O que poderá eventualmente estar ainda a faltar ao Benfica é conseguir este mesmo nível - ou perto dele - quando joga fora. Conseguimo-lo sensivelmente na mesma altura da volta anterior, esperemos que o consigamos nos jogos que faltam.
O Benfica deu mais um passo, embora como é óbvio ainda nada esteja alcançado. Com esta vitória ultrapassámos um obstáculo que tinha tudo para ser muito difícil (e foi até ao 1º golo) e colocámos muita pressão sobre os nossos adversários. Estão "proibidos" de escorregar nos seus jogos de segunda-feira sob pena de, aí sim, ficarem irremediavelmente afastados do título.
O 35º ficou mais próximo mas há ainda muita coisa a fazer.
Entretanto vem a Liga dos Campeões e o "monstro" Bayern. Não deixarei de escrever algo antes dessa partida.


P.S. - foi bonito assistir à homenagem dos adeptos benfiquistas a um ex-jogador e figura importante do Sporting. Fernando Mendes sempre foi uma pessoa correcta e desportivista, algo que sem dúvida foi devidamente reconhecido pelos adeptos de um clube seu rival. Um momento bonito, insisto. 

terça-feira, 22 de março de 2016

As lições do Bessa - se queremos realmente o 35

Esta é a altura para o Benfica aproveitar a pausa na competição de clubes para fazer uma reflexão e trabalho de bastidores para preparar a fase final do campeonato. Esta reflexão alarga-se inclusivamente aos adeptos como irei seguidamente demonstrar.
 
Em primeiro lugar, não retiro uma palavra aos elogios que fiz à equipa (e adeptos) pela vitória no Bessa. Foi realmente algo de épico e memorável pelas circunstâncias que a rodearam e as dificuldades que se levantaram. Nisto incluo as permanentes formas de pressão sobre a equipa, nossos jogadores e arbitragens levadas a cabo pelas agências de propaganda e funcionários do Sporting com a colaboração ou complacência de alguma imprensa.
Digamos que o Boavista sentiu as "costas quentes", nomeadamente para dar pancada e provocar desde o primeiro minuto Renato Sanches. O que vale é que este miúdo é mesmo uma força da natureza e que, por muito velhacos e miseráveis que sejam os constantes ataques e provocações ele vai continuar a encher os campos com o seu futebol e a sua entrega. Temos que o enquadrar e proteger para que ele continue a poder dar o seu enorme contributo à equipa.
Às dificuldades do Bessa temos que somar as tremendas ausências da equipa: Júlio César, Luisão, Lisandro, Jardel, Gaitan, Mitroglou e Fesja para além de Samaris e André Almeida que jogaram fora das suas posições. É evidente e inevitável que a equipa se ressinta destas ausências.
 
No entanto se quisermos avaliar friamente as coisas e tentar melhorar temos que admitir que nos últimos minutos jogámos num risco quase total, com a equipa completamente balanceada para o ataque e que o golo memorável de Jonas surgiu seguramente na última oportunidade de que disporíamos no jogo. Ou seja, estivemos perto de não ganhar. E isto numa fase crítica da época. Isto não é uma crítica, é uma constatação que a meu ver deve ser ponderada para melhorar, tanto mais que temos agora duas semanas de paragem, para abordar os jogos até ao fim de uma forma um pouco diferente para melhor.
 
Nada está ganho. É importante recordar bem isto. Não devemos contar com as derrotas do Sporting no dragão e em Braga (ou noutras escorregadelas desse clube), sobretudo porque o Porto está muito descaracterizado e frágil na defesa e porque o Braga já não tem muito para que jogar no campeonato (menos ainda na última jornada, nas vésperas de jogar a final da Taça de Portugal). Nesta medida temos que preparar os nossos jogos com um rigor absoluto e tentar, tanto quanto possível, resolvê-los cedo como fizemos durante várias jornadas (precisamente há uma volta atrás) quando impusemos várias goleadas aos nossos adversários.
 
Outra das coisas que precisamos de fazer é recuperar os nossos lesionados, sobretudo Lisandro, Fesja e Gaitan e recuperar a melhor forma de Nélson Semedo e Sálvio. Ideal era também recuperar Júlio e Luisão obviamente mas esses processos poderão estar mais atrasados. Isto sem esquecer Talisca e Raúl que não estando lesionados precisam claramente de mais confiança porque qualidade têm-na sem dúvida. A pausa é boa porque permite algum tempo para isto, nomeadamente para os jogadores de que acabei de falar e que não estão convocados para as seleções (Gaitan foi convocado mas não jogará devido à lesão). Outro caso é o de Pizzi. Tem sido um jogador importantíssimo esta época, crucial para a recuperação na tabela, mas que nos últimos jogos tem perdido fôlego. Ao contrário de outros fico muito satisfeito de não ter sido convocado para a selecção.
 
Quanto aos adeptos, há duas coisas a ter em mente. Por um lado, é impossível não reconhecer o seu papel na caminhada da equipa e particularmente nesta vitória no Bessa. A forma como encheram o estádio foi algo de extraordinário e que atesta a dimensão do Benfica. No entanto há duas coisas a evitar ou erradicar. A primeira é a euforia. A euforia é contraproducente. Há que ter os pés bem firmes no chão. A outra coisa é a pirotecnia. Para além das multas e dos petardos, no Bessa atiraram várias tochas para o relvado que passaram muito perto dos nossos jogadores! Isto é inconcebível!! Imaginem que um nosso jogador (ou qualquer outra pessoa na verdade) tinha sido atingido pelas tochas?? Da forma que elas foram atiradas, do topo da bancada, dificilmente a sua trajectória podia ser controlada por quem a arremessou. Por isso apelo fortemente às claques, cujo papel tem sido tão importante, que identifiquem as pessoas que fizeram isto e as responsabilizem. As claques têm que controlar as pessoas que estão no seu seio sob pena do Benfica poder sair fortemente prejudicado.
 
É tempo de carregar baterias e trabalhar nos bastidores para poder tornar o 35 numa realidade. Todos o desejamos e todos a remar para o mesmo lado teremos mais hipóteses de o conseguir. A boa notícia é que estamos à frente e que podemos confiar na dedicação e qualidade de todos os profissionais do Benfica para a conquista deste feito.

O campeonato mais louco do mundo

Não me refiro ao português (apesar destes estar a ser esta época altamente disputado e emocionante) mas ao inglês no qual o "conto de fadas" pode mesmo vir a acontecer e uma equipa que se esperava ir lutar para não descer de divisão poderá vir a ser campeã. Refiro-me evidentemente ao Leicester (lê-se "lé-ce-têr) que está em 1º lugar há muitas jornadas, tendo neste momento apenas a oposição do Tottenham (a 5 pontos). É que o Arsenal e o City estão respetivamente a 11 e 15 pontos! Apesar de terem um jogo a menos, a apenas 7 jornadas do fim não parece minimamente possível que os "cidadãos" possam recuperar, ao passo que a inconstância dos "gunners" também não abona muito em favor das suas chances. O título deverá pois ser disputado entre Leicester e Tottenham!
A possível vitória do Leicester seria talvez a maior surpresa da história do desporto, por se tratar de um  esforço colectivo que requer um estado de superação mantido consistentemente durante quase um ano.
De acordo com um artigo recentemente publicado no site goal.com tratar-se-ia de um feito não apenas improvável como mesmo impossível. É que, recorda o artigo, o Manchester City gastou 202 milhões de euros no passado Verão, ao passo que o United gastou 364 ao cabo das duas últimas épocas (a passada e a presente). Os valores astronómicos não se tratam de uma gralha minha, são reais: quando se desbarata como Van Gaal o faz ou a pagar 40 milhões por um jogador banal como Otamendi é natural que os valores acumulem rapidamente. Já no tocante ao Leicester as coisas são bem diferentes: o seu jogador mais valioso, Vardy, neste momento o melhor goleador, custou 1 milhão de libras, cerca de 1.2 milhões de euros. Seguiremos com muita atenção o que se passará em Inglaterra até ao fim do campeonato. É bom referir que só agora, quando a possibilidade do Leicester ser campeão começar a poder passar a realidade é que os jogadores começarão a sentir as pernas a tremer. Uma coisa é um sonho ou algo de distante, outra é poder realmente concretizar esse sonho ganhando 5 dos jogos que faltam. Mas mesmo considerando esse factor do nervosimo adicional ou ansiedade que eventualmente poderá afectar as raposas há que contar com a perda de pontos do Tottenham que também inevitavelmente acontecerá. O calendário do Leicester é melhor do que o dos londrinos, tornando a possibilidade da sua vitória nalgo de bastante palpável. Não deixaria de ser interessante - e provavelmente justo - que o grande obreiro dessa vitória fosse um treinador que ao longo da sua carreira passou sempre ao lado dos grandes sucessos, apesar de ter estado em grandes clubes. Esse treinador, a que Mourinho chamou um perdedor, poderia assim fazer parte da história do futebol, no clube mais improvável e quando já ninguém dava nada por ele. Mas ainda é cedo para celebrar. Estarei a torcer pelo Leicester e não deixarei de aqui ir fazendo actualizações sobre a corrida mais louca do mundo.

domingo, 20 de março de 2016

Super Benfica!

A ferros!
Esta equipa tem a raça de Benfica! Até ao fim lutou contra a agressividade, as provocações e a perda de tempo dos boavisteiros, desde o primeiro minuto. Alguns jogadores do Boavista em particular pareciam ter um interesse especial em prejudicar o Benfica e os seus jogadores. Claro que todos têm o direito de querer ganhar e de dar tudo para isso, mas o grau de provocação e jogo sujo, em particular contra Renato Sanches, ultrapassou o aceitável.
Em todo o caso o Benfica nunca se deixou intimidar nem levar pelas emoções, lutou sempre para chegar à baliza adversária (o que nem sempre foi fácil pelas quebras constantes de ritmo de jogo, tanto as legítimas, como uma boa qualidade do Boavista nas saídas, como as de antijogo) e foi premiado no fim com o golo decisivo.
Esta vitória, conseguida no 3º minuto dos descontos, assume portanto uma importância muito grande, tanto mais que o campeonato vai agora parar para jogos das seleções.
É continuar assim. É uma luta feroz na qual os anti tudo tentam e na qual teremos que nos bater contra o jogo sujo e a adversários que dão tudo o que têm e não têm nos jogos contra o Benfica. Mas também assim as vitórias têm outro sabor. A desta noite em particular foi muito saborosa.
Parabéns a todos os jogadores, com um destaque especial para Jonas, evidentemente, pela frieza e finalização letal no momento da verdade, e para a espantosa massa adepta que autenticamente empurrou a nossa equipa para a vitória.
Não foi um jogo bonito mas foi uma vitória muito importante de raça e determinação. À Benfica!  

sábado, 19 de março de 2016

Ao que chega a indecência...

Depois de todas as acusações, insinuações e insultos ao Benfica, seus dirigentes e até comentadores, ataques e pressão diárias sobre a arbitragem, o bruno-sportinguismo atingiu um novo recorde negativo, um novo patamar de indignidade: atacar os jogadores do Benfica com acusações que vão ao ponto de afirmar que há falsas lesões e (numa acusação de racismo implícito, diga-se) que Renato Sanches afinal não tem a idade que tem. Esta velhacaria, esta indecência já tinha sido tentada por um indivíduo que foi candidato a presidente do Sporting e agora foi plantada na imprensa.
Esta gente tem que ser denunciada e que pagar pelas suas afirmações - com juros. O Benfica precisa de ser implacável porque não pode valer tudo e não se pode permitir que as pessoas agora sejam atacadas não já no plano das suas prestações desportivas mas a um nível pessoal. O Benfica tem que se certificar que esta gente paga bem caro estas indignidades. Nesta altura estão muito felizes porque venceram o Arouca e portanto tudo fica justificado aos seus olhos, dos seus adeptos e mesmo da maioria da imprensa. Acham que a sua estratégia (e das múltiplas agências e assessores de comunicação mercenários sem princípios nem valores) está a ter sucesso. Mas nós não podemos e não iremos esquecer. Há limites.
O Benfica precisa pois de cerrar fileiras, fora e dentro do campo, pois os truques, surpresas e armadilhas não deixarão de estar sempre à espreita. Não podemos dar um milímetro a esta gente. São, como muitas vezes alertei no passado, maus caracteres. E a vitimização e o tom de cordeiros que de vez em quando adoptam, não podem enganar ninguém.

Mais uma etapa - e a rábula dos penalties

O Benfica resolveu muito bem a questão Tondela, conseguindo ser eficaz no primeiro canto que teve (por vezes temos múltiplos lances de bola parada sem que a bola passe sequer do primeiro defesa adversário), marcando o segundo golo na primeira grande jogada de ataque e depois gerindo o jogo a seu bel-prazer, sem sobressaltos e com qualidade.
O jogo podia ter sido bastante mais complicado uma vez que vínhamos de dois jogos de exigência e tensão máxima, de grande desgaste físico e psicológico e para além disso não contávamos com Renato Sanches que tem sido altamente influente.
Rui Vitória voltou a apostar em Fejsa a "trinco" pelo que jogámos com um meio campo menos rodado, ao passo que na direita Nélson Semedo também manteve a titularidade em relação ao jogo da Rússia. De resto tudo igual.
A equipa venceu com segurança e Jonas voltou a bisar e a passar para a frente na corrida pela bota de ouro.
 
Mas Domingo temos novo jogo complicado, perante uma equipa que está numa luta desesperada para não descer e que normalmente se bate até à exaustão, para além de jogar durinho. O Boavista é um adversário que exige que estejamos muito atentos e que sejamos inteligentes na gestão do jogo. Nesta partida não contaremos com Jardel e Mitroglou pelo que outros terão que mostrar serviço, nomeadamente Raúl que será certamente titular ao lado de Jonas.
A semana fica também marcada pela histeria quase demente dos sportinguistas, inventado casos, insinuações e calúnias graves contra o Benfica. Eu percebo que lhes custe engolir a derrota que o Benfica lhes impôs em casa mas não pode valer tudo.
Foram ultrapassados limites de decência e atingiram-se novos patamares de ridículo. Querem penalties na área do Benfica por contactos em lances nos quais o atacante nem sequer se desequilibra e reclamam de foras de jogo em pontapés de baliza... Rogério Alves esteve mais de 20 minutos a falar sem se calar, numa "indignação" quase neurótica e Eduardo Barroso voltou a ver conspirações e ataques imaginários (à semelhança do "encostado") contra o seu querido - e imaculado - Bruno. Patético. Depois dizem-me que Rui Santos voltou à sua pseudo-cruzada outra vez com a conversa de parvos dos penalties, agora dando-se ao trabalho de ir fazer um levantamento dos lances que "podiam ter sido penalty". Este caso já é mais grave porque se trata de um comentador de um espaço supostamente "neutro" mas cuja agenda pro-actual-Sporting é hoje evidente (tal como o foi no passado a sua agenda anti-Paulo Bento).
Há que fazer a desmontagem sistemática desta palhaçada e começar também a responder na mesma moeda, recordando os múltiplos lances em que o Sporting tem sido beneficiado, fazendo por exemplo a contabilidade de quantos penalties deveriam ter sido marcados contra e não foram (por exemplo Guimarães, por exemplo Arouca) e quantos já foram assinalados a favor por comparação com os do Benfica.
Em relação a esta estatística, posso-vos desde já dizer que o clube com mais penalties a favor é o Sporting não apenas esta época mas em praticamente todo este século. Mais: tiveram um ano com um recorde de 17 penalties (2001/2002)... É obra. Mais: estiveram 4 anos e meio sem ter um penalty contra em competições domésticas, prazo que aumenta se contabilizarmos apenas os penalties para o campeonato: 5 anos! É obra a multiplicar por 5.
O Sporting é isto. Aqui ficam os links para este insólito recorde e também a página de estatísticas de penalties a favor:
Desafio os benfiquistas a fazerem a estatística completa dos penalties neste século para esfregar na cara dos sportinguistas.
Quanto ao resto, como disse Dias Ferreira uma vez, são caracóis, são caracolitos.
É ganhar os nossos jogos e deixá-los a falar sozinhos.