segunda-feira, 6 de abril de 2020

O fim do futebol?

A crise do COVID19 afecta todos os sectores e profissões mas afecta muito em particular o futebol.

Duas razões para isto:
1) em tempos exigentes económica e financeiramente, haverá menos dinheiro disponível - bancos, investidores e grandes empresas canalizarão o seu dinheiro para necessidades mais imediatas ou mais essenciais para o seu negócio;
2) face a uma ameaça de um vírus muito contagioso, espectáculos de 30, 40, 50.000 pessoas estão completamente fora de questão. Eventualmente no Verão o futebol pode ter espectadores, mas até quando? O vírus surgiu na China ainda no Outono. Estamos na Primavera e ele está a atingir o seu pico nos países europeus. Por isso, enquanto não existir vacina teremos público apenas durante três ou 4 meses? No pico do calor em Portugal?

Estes dois factores reforçam-se mutuamente, criando uma espiral negativa: com menos receitas há menos jogadores de qualidade e menos motivação dos espectadores para ir aos estádios, com menos gente nos estádios (e/ou mesmo a obrigação de jogos à porta fechada), as receitas de publicidade, patrocínios, transmissões televisivas também diminuirão.

Isto é no futuro. Mas já no imediato há clubes em situação delicada que não conseguem responder às obrigações de tesouraria sem receitas. De Espanha chegam notícias de grandes cofrtes salariais nos principais clubes.

Por isso considero que o futebol está em estado de emergência e que rapidamente têm que se procurar caminhos para ultrapassar esta situação sob pena do negócio se tornar inviável a curto prazo.