terça-feira, 30 de outubro de 2012

Benfica TV gera preocupação nos adversários

Desde o seu início, este blog assumiu como objectivo fundamental a defesa intransigente dos interesses do Benfica e da verdade desportiva. E assim foi denunciando algumas situações de flagrante atropelo dessa verdade e dos mais elementares princípios de equidade no futebol português.
Uma dessas situações consiste na evidente selectividade com que por regra são apresentados os casos de arbitragem. E mostrámos como isto é importante não apenas para a percepção que se gera na opinião pública mas também para o sistema continuar a favorecer uns e prejudicar outros, cumprindo formalmente com os regulamentos da Liga. Para essa situação durar e se perpetuar, Pinto da Costa soube manter nos media considerável influência (veja-se a predominância dos "estúdios do Porto" da RTP em matéria de futebol, ou o que se passa na TVI - onde já esteve Júlio Magalhães que assumiu o Porto Canal e está Sousa Martins, que apesar de bom profissional é portista - e no seu site "mais futebol", que chega a roçar o anti-benfiquismo).

Nenhuma influência foi porém tão importante como aquela que Pinto da Costa mantém na Sporttv, pois este canal detém há anos os direitos de transmissão da Liga Portuguesa de Futebol e como tal são os seus realizadores e directores quem determina quais os lances são repetidos, quais os mais escrutinados, quais os que são enviados às outras televisões para os resumos.

Pois bem, ao que parece, esta situação que nunca motivou dúvidas ou hesitações aos poderes do futebol português, torna-se, agora que a Benfica TV poderá vir a transmitir os jogos do Benfica, subitamente problemática, como mostra o blog Pinceladas gloriosas que descobriu no site "mais futebol" um artigo em que aparece o ex-árbitro e "especialista" Pedro Henriques a expressar toda a sua preocupação.

O que demonstra que:

1) tinha o Justiça Benfiquista razão quando alertava para os malefícios de deixar nas mãos da Sporttv, sem controle externo, o importante poder das imagens televisivas (um dos factores para a justiça disciplinar e para a classificação dos árbitros);

2) que o ignorar desta questão, como se ela não existisse, não se devia a ela ser irrelevante mas sim ao facto de todos se sentirem confortáveis com o status quo (o sistema);

3) a decisão de cortar com a Olivedesportos e avançar para a exploração dos direitos televisivos na Benfica TV foi a correcta, como demonstram as várias manifestações do sistema, para quem, neste caso concreto, o que não era antes um problema passou a ser apenas porque se anunciou o fim de um monopólio.

Porque, permitam-me que insista neste ponto, se realmente existe um risco das imagens serem "trabalhadas" e "seleccionadas" (que eu considero que existe de facto), como se explica que só agora ele seja referido? Não se colocou o mesmo problema no passado (e coloca no presente)? Quem fiscalizou a Sporttv? Foi Pedro Henriques?

Folgo em verificar que alguns dos problemas para que aqui vamos alertando comecem a ser publicamente debatidos e que se comece finalmente a desmontar as estruturas de viciação da competição em Portugal. Há que continuar, sem dar tréguas, este combate. Só com total transparência, com um escrutínio permanente do trabalho dos árbitros e de todos os poderes do futebol poderá a competição ser justa, íntegra e sem favorecimentos de nenhuma espécie, como todos nós desejamos.

Dos próximos 6 jogos do Benfica, 4 serão na Luz


Eis o calendário do Benfica para o mês de Novembro:

SL Benfica vs. V. Guimarães
Sábado, 03-11-2012 20:30h
SL Benfica vs. Spartak
Quarta-Feira, 07-11-2012 19:45h
Rio   Ave   vs.  SL Benfica
Domingo, 11-11-2012 19:30h
Moreirense vs. SL Benfica (Taça de Portugal)
Sexta-feira, 16 - 11 - 2012 21:00h
SL Benfica vs. Celtic
Terça-Feira, 20-11-2012 19:45h
SL Benfica vs. Olhanense
Sábado, 24-11-2012 20:30h.

Depois de um ciclo em que tivemos vários jogos fora (Académica, Paços de Ferreira, Spartak de Moscovo, Freamunde, Gil Vicente), jogaremos agora maioritariamente na Luz. Com efeito, durante o mês de Novembro, o Benfica jogará 4 vezes na Luz e apenas 2 fora, uma delas para a Taça. É a oportunidade para conseguir um mini-ciclo de boas vitórias e exibições, que nos permita consolidar a posição cimeira no campeonato e inverter a má prestação da Liga dos Campeões, tudo fazendo para obter um apuramento que ainda está ao nosso alcance.

No fim deste período teremos de volta Luisão e será altura de nos reforçarmos no sector do meio campo (processo que a imprensa diz estar já em curso, falando-se de 3 nomes).

Para consulta, aqui fica também o calendário da nossa equipa B para o mesmo período, com destaque para o Benfica B-Sporting B no próximo Domingo na Luz. Ao contrário da sua equipa principal, que vai de mal a pior, o Sporting B quase só tem sabido ganhar, liderando a Segunda Liga.

12Benfica B | Sporting B  SL Benfica04/1116:00
13Oliveirense | Benfica B  Carlos Osório10/1111:15
14Benfica B | Covilhã  SL Benfica22/1120:00
15Atlético | Benfica B  Tapadinha28/1115:00



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Exibição segura, melhorias sensíveis.

O Benfica entrou bem no jogo, ao contrário do que aconteceu nos anteriores e isso fez toda a diferença.
Mas entrou mesmo bem, ou seja, entrou com o 11 correcto para este jogo. Já tinha anteriormente defendido que o meio campo deveria ter uma composição mais equilibrada e penso que foi exactamente isso que aconteceu com André Gomes a ajudar Matic e Enzo Perez (que, já o disse muitas vezes, tem cultura futebolística e de equipa) a ajudar os dois nos terrenos mais centrais, libertando Ola John para ir à linha e procurar os desequilíbrios.
Por outro lado, defendo também há bastante tempo que Luisinho exibia alguma segurança e rotina de posição pelo que merecia uma oportunidade. Fiquei portanto satisfeito com o 11 apresentado e, graças à fortuna que também é necessária no futebol, entrámos a ganhar o que deu outra tranquilidade à equipa.
Deve-se igualmente destacar Lima, que voltou a mostrar ser neste momento o jogador mais perigoso do Benfica e ter compreensão pelo momento menos positivo de Cardozo. A qualidade e eficácia de Lima não nos deve levar a desvalorizar Cardozo mas sim a sentirmo-nos felizes por termos mais opções e mais qualidade no ataque.
Considero por fim que a arbitragem foi isenta, que é o que se pede. Erros acontecem sempre, o que é importante é que não se detecte uma vontade da arbitragem em penalizar uma equipa em benefício de outra, o que é denunciado por se "errar" ou decidir sempre no mesmo sentido. Entre a arbitragem de Vasco Santos no sábado e as de Xistras, Capelas e Benquerenças nos passados compromissos do Benfica houve portanto uma diferença abissal, que se regista e aprecia. O futebol deve ser limpo porque assim é que é bonito.
Quanto ao Porto também nada a dizer da sua vitória, que conquistou com a qualidade e segurança que vem exibindo nos últimos jogos. Martinez parece ser mesmo craque, o que obviamente não é bom para nós mas deve ser encarado com naturalidade. Felizmente temos também Lima, Rodrigo e Cardozo, que entre si totalizam 12 golos contra os 6 de Jackson. Se o Benfica for fazendo o que deve - e se Jesus souber, como soube sábado, perceber do que equipa precisa para ser forte e equilibrada - temos todas as hipóteses de lutar pelo campeonato até ao fim e, se formos inteligentes e felizes, conquistá-lo. Em três deslocações difícieis (Paços, Setúbal e Barcelos) fizemos 9 pontos, o que é muito positivo.
Em termos de campeonato só contra o Beira-Mar o Benfica jogou francamente mal, ao passo que contra o Braga faltou alguma serenidade (sobretudo em virtude da impreparação, naquele momento, de Melgarejo para o lugar) e contra a Académica foi o árbitro o responsável pela nossa perda de pontos.
Em perspectiva portanto uma boa época para consumo interno, agora que se verifica que André Gomes pode ser solução para um meio-campo que tanto tem sofrido com as saídas e com as ausências constantes de Carlos Martins e Aimar. E há que recordar que Luisão estará de regresso dentro de três semanas.
Fica apenas a faltar contratar um trinco em Dezembro.

sábado, 27 de outubro de 2012

Parabéns aos vencedores, dignidade aos vencidos

Luis Filipe Vieira foi eleito com uma enorme maioria (83,02% contra 13,72% de Rangel). A vitória de Vieira nunca me pareceu em causa, pois Rui Rangel não conseguiu a onda de vitória que seria necessária para desalojar um Presidente que, apesar das duas más épocas desportivas passadas, tem objectivamente uma obra feita no Benfica. O anúncio do fim da relação com a Olivedesportos deu à vitória a expressão que teve.

É hora de união, é hora de cerrar fileiras. Vêm tempos difíceis a caminho, com os constrangimentos económicos do país e - não tenho dúvidas - uma última ofensiva do sistema, que fica, a partir do fim do monopólio da Sporttv, com um dos seus alicerces muito fragilizado. Temos, independentemente das arbitragens, um adversário muito forte no Porto e só um Benfica muito determinado e unido pode ser vencedor a nível nacional.

É pois hora de união, de aceitar os resultados e de saber respeitar os vencidos. Rangel mostrou o seu benfiquismo e teve a coragem de avançar, com algum risco para a sua imagem pública e credibilidade. Acompanharam-no benfiquistas verdadeiros, animados de esperança, que merecem ser felicitados pela sua coragem em dar a cara e avançar. Têm todo o meu respeito. Muitos acreditaram num projecto diferente para o Benfica, que certamente esperavam que seria mais vencedor do que o de Vieira.

Mas os sócios expressaram-se de forma inequívoca e mostraram o seu apoio e a sua crença em Luis Filipe Vieira. É nele que confiam para levar o Benfica à posição cimeira em que merece estar. Saibamos pois todos celebrar a democracia benfiquista e aceitar os resultados. Saibamos ultrapassar diferenças em nome do nosso lema. O Presidente e a sua direcção devem também dar passos para esta união, para que todos se sintam em casa no Benfica.

Somos todos benfiquistas pelo que a partir de amanhã só uma coisa importa: apoiar o nosso clube do coração.

Quanto aos que receberam o resultado com insultos e petardos, que dizem que os sócios são estúpidos por ter votado como votaram e que isto não é o Benfica, têm bom remédio: vão-se embora e não voltem a aparecer. Nós, os benfiquistas cujo clubismo e paixão não depende de quem é o Presidente nem de projectos de poder, não sentiremos falta nenhuma.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Dia de votar, de contar e de respeitar

Há muita agitação pelos blogs, com alegados problemas relacionados com o voto electrónico e pretensas ameaças e condicionamentos.
Em todas as eleições há sempre qualquer coisa que corre menos bem. Nos EUA, país que é um modelo de eleições, houve há 16 anos umas eleições que foram contestadas e em última análise decididas pelo Supremo Tribunal. Em todas, mas todas as eleições, há problemas aqui e ali, porque nem as pessoas nem as próprias máquinas são infalíveis. Se há problemas eles devem ser registados e depois analisados pelas comissões eleitorais, nas quais as duas candidaturas têm uma palavra a dizer.
Acima de tudo há que manter a cabeça fria e deixar o acto decorrer com normalidade. Ninguém será certamente impedido de votar em quem quer.
Lembrem-se: nem Vale e Azevedo, o homem que enganou meio mundo- e continua a enganar os ingleses! - conseguiu fugir à decisão dos benfiquistas expressa em eleições!
Por isso, vamos manter a calma e deixar os sócios falar. Às 23.00h já se conhecerão os resultados. E depois disso, o Benfica terá um Presidente. Um só, que convém que todos respeitem.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A campanha das equipas portuguesas na Champions

Terminada a primeira "volta" da fase de grupos da Champions League, a situação das 3 equipas portuguesas é muito diferente e infelizmente a do Benfica é sem dúvida a pior. Um ponto em três jogos, num grupo em que, além do Barcelona, temos duas segundas linhas, é bastante mau.
Acrescem duas agravantes. Em primeiro lugar, o Spartak vinha de 3 derrotas seguidas quando defrontou o Benfica! Em segundo, o Barcelona teve mais dificuldades nos jogos contra o Spartak e Celtic (em Camp Nou) do que no jogo da Luz. E podia ainda acrescentar um outro aspecto, que é o facto do Benfica ter apenas 1 golo marcado em 3 jogos e ter em dois deles sofrido um golo logo nos primeiros minutos. Ao terceiro ano consecutivo a jogar a este nível e depois da muito boa campanha do ano passado esperava-se mais.
Mais qualidade e mais ambição.
Veja-se o que fez o Braga em Manchester. Jogou com personalidade e podia ter causado uma surpresa com um orçamento muito menor do que o do Benfica. Mas ainda assim, no fim do jogo o discurso que se ouviu foi de inconformismo. O seu presidente mesmo deu um raspanete à equipa, dizendo que não se podiam cometer erros a este nível. No Benfica, pelo contrário, depois de perder bem contra uma equipa mediana, veio JJ dizer que merecíamos pelo menos o empate. Algo tem que ser repensado.
Já quanto ao Porto, tem 9 pontos em 3 jogos. O seu grupo é o mais fácil dos 3 mas ainda assim a equipa não facilitou. Há duas coisas que resultam desta 1ª volta do Porto e em que o Benfica deve meditar. Em primeiro lugar as estatísticas do jogo com o Dinamo de Kiev: o Porto fez 4 remates, 3 deles à baliza; marcou 3 golos. Isto demonstra eficácia e também que a finalização se treina, ao contrário do que parece acontecer com JJ. Demonstra ainda que jogar bem não equivale a atacar desalmadamente e a desproteger totalmente a defesa. O outro aspecto a meditar é este: mais uma vez, tal como com  Falcão, o Porto acertou na contratação de Jackson. Hulk não fará falta à equipa. A única atenuante é que o Benfica conseguiu "resgatar" Lima, que é neste momento o nosso melhor avançado, ao Porto.
Em suma, uma campanha muito abaixo das expectativas do Benfica na Champions, que só por acaso ainda não está totalmente comprometida. Mas acima de tudo um aviso muito forte para a competição interna: ou melhoramos muito ou no fim do ano estamos novamente a ver os outros festejar. E insisto: é impreterível contratar um médio defensivo em Dezembro.

Fim da Sporttv - análise preliminar

É a notícia mais importante da actualidade benfiquista e uma das mais aguardadas.

O tema das transmissões televisivas é importante por três motivos: a valorização da imagem (agora diz-se "marca") do Benfica inclusivamente fora de Portugal, o aumento da receita financeira (fundamental face à austeridade e à diminuição do consumo em Portugal) e finalmente o que eu chamo o combate ao sistema.

Se as duas primeiras razões são autoexplicativas, já sobre a terceira convirá dizer alguma coisa.

Quem acompanha este blog sabe como tenho falado acerca do sistema. Abri inclusivamente um separador que concentra os artigos sobre o tema e permite ao leitor uma fácil consulta dos mesmos.

O sistema tem uma cúpula que é ocupada por Pinto da Costa, que é o líder quase mítico dos adeptos e jogadores e o "papa" do sistema, quer dizer a sua "autoridade" (i)moral. Mas vivemos hoje no tempo do dinheiro. Este é que realmente comanda quem não tem fidelidades a valores ou à sua consciência - condição de grande parte da gente que anda no mundo do futebol. Nessa medida era necessário que a "autoridade" tivesse uma fonte de poder, o que equivale a dizer uma fonte de dinheiro.

Como pode o Porto, com uma base de adeptos relativamente limitada, com assistências médias no seu estádio de 35.000 espectadores (embora mesmo estes números oficiais do Porto me suscitem dúvidas porque poderão estar inflacionados - ver a este propósito o excelente trabalho do site ser benfiquista), ter um orçamento tão elevado e constantemente ter mais capacidade financeira do que o Benfica para contratar jogadores? A resposta passa em parte pelo papel da Olivedesportos.

Joaquim Oliveira é dono de um grupo de comunicação que domina há anos o futebol português, através de vários "esquemas" que envolvem governantes e a RTP. Nele Pinto da Costa muito se apoiou, lícita e ilicitamente.

Convém não esquecer que o escandaloso caso das viagens pagas a árbitros foi agenciado pela "Cosmos", operador turístico que é aliás o agente oficial da UEFA na península ibérica e que evidentemente pertence a Joaquim Oliveira. Como chegou a ser agente UEFA uma organização que participou num esquema criminoso é algo que custa a entender, sobretudo dadas as invectivas de Platini contra a batota. Mas sabe-se que o Porto sempre teve boas relações no organismo que gere o futebol europeu, onde Guilherme Aguiar soube cultivar boas relações.

Oliveira conquistou um império que abrange a TSF, o Jogo, o DN e o JN e que tem na Sporttv a joia da coroa. E o posicionamento desta é bem conhecido, apesar da sua linha editorial e opinativa ter sido algo disfarçada nos últimos anos face à indignação dos benfiquistas que, como maioria dos adeptos de futebol em Portugal, constituem fatia de mercado que não se pode alienar completamente.

Pinto da Costa, o "papa", e Oliveira, o "guru" dos negócios amparam-se assim mutuamente e constituem as duas faces do poder futebolístico em Portugal: um através da sua autoridade "moral", o outro através do poder económico. Todos os agentes do futebol sabem que dependem economicamente e desportivamente destes dois homens. Os árbitros, condicionados pela necessidade de obter boas classificações para conseguir apitar jogos internacionais, que garantem altas remunerações, são os que mais dependentes estão desta estrutura e portanto pautam as suas carreiras pela subserviência a tais poderes. Mas os próprios clubes e a Federação conhecem esta realidade e agem de forma a proteger os seus interesses.

Octávio Machado disse-o mais do que uma vez com todas as letras - a Olivedesportos põe e dispõe, inclusivamente dos nomes para seleccionador nacional. António Oliveira, irmão desavindo de Joaquim, também já o afirmou e usou mesmo a expressão "sistema".

O sistema está aliás montado de tal forma que a própria Sporttv, controlando as transmissões e a colocação de cameras nos estádios sempre saberá que imagens seleccionar para oferecer os ângulos mais "convenientes" dos lances e criar uma narrativa das arbitragens que permita ao sistema ir subsistindo. Só não o vê quem não quer.

Face a esta realidade, a quebra do monopólio da Sporttv é fundamental para começar a desmantelar o sistema e começar a tornar limpo o futebol português. A própria Liga já o compreendeu e está a tentar concentrar em si os direitos televisivos. Veremos como esta intenção, a concretizar-se

Percebo que para os apoiantes do juiz Rui Rangel, que ainda ontem davam conta de que tinham informações de que Vieira estaria secretamente a negociar com a Olivedesportos, a notícia da não renovação de contrato surja na pior altura. Penso porém que, independentemente das eleições, esta é uma notícia muito importante para os benfiquistas que tem reprecussões mais vastas e que pode marcar um momento de viragem no futebol português.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eis a bomba das eleições - fim da SPORTTV

Mais cedo tivesse eu escrito sobre a falta de interesse e de novidade desta campanha...
Aí está a bomba: Vieira anuncia que o Benfica não renova contrato com a Olivedesportos. Assim, para o ano não haverá jogos do Benfica na SPORT TV. Os jogos serão transmitidos na Benfica TV.
O anúncio foi feito em entrevista à SIC que passará durante o Jornal da Noite que está agora a dar. Aguardam-se pormenores.

A dois dias das eleições...

Não houve (nem haverá) nenhum debate, não se discutiram verdadeiramente ideias e propostas, não se apontaram (nem se reconheceram) erros de gestão, não se apresentaram rumos de futuro para o Benfica.
Ficaram-se até agora os candidatos pelas generalidades, por acusações mais ou menos veladas, mais ou menos diretas, por questões florais sem relevância.
Falou-se de sportinguistas na equipa de Vieira (quando dá toda a ideia que Soares de Oliveira é dos mais competentes quadros que possuímos), de anos de sócio (ridícula questão motivada por igualmente ridículos estatutos), de vendas milionárias de direitos televisivos a entidades desconhecidas, de auditorias, de Vale e Azevedo...
Uns ameaçam com o "depois de mim o caos", os outros com "o Benfica aos benfiquistas".
Muito pouco, num quadro interno e externo em que enormes desafios se apresentam: a quebra generalizada da riqueza e do consumo na Europa e em Portugal muito em particular, face a passivos monstruosos por parte de todos os clubes e SAD's deixam antever o pior.
Não há nenhuma proposta, não nenhuma ideia inovadora sobre o que fazer, nenhuma liderança verdadeiramente convincente.
Generalidades e declarações de intenções todos podemos expressar.
Todos queremos vitórias, títulos, mais mística e mais benfiquismo.
Mas não concretizando esses objectivos gerais em propostas concretas, numa dinâmica envolvente e embuída de verdadeiro benfiquismo, torna-se difícil sermos convencidos, sermos mobilizados.

Lembro-me de outros tempos com vários debates entre candidatos não apenas à Presidência da Direção mas até entre os directores para o futebol das diferentes listas. Quão longínquos parecem esses tempos...

Vieira demitiu-se até de fazer campanha, limitando-se a umas visitas às Casas do Benfica. Não assume um papel de liderança, não expressa preocupação pela possibilidade de não vencer, nem sequer demonstra grande desejo em continuar. A falta de energia e entusiasmo é confrangedora.
Mas Rangel não é melhor. Não tem também capacidade de mobilização, não tem carisma e parece mal preparado para os assuntos a que tem que responder. A sua candidatura parece uma amálagama de várias figuras que não se identificam com a gestão de Luis Filipe Vieira mas a que quase mais nada une. Falta-lhe organização, o que não deixa antever nada de bom no caso de eleição.
Assim estamos mal, muito mal.

Spartak-Benfica - voltou-se aos piores vícios

Estive para escrever no anterior post e passou-me: era importante parar com a tendência dos últimos jogos de sofrer golos, sobretudo sofrer primeiro, logo no início do jogo (Barcelona, Beira Mar, Paços de Ferreira). NÃO SE PODE SOFRER UM GOLO AOS 3 MINUTOS na Liga dos Campeões! Depois andamos a correr para remediar o mal feito, ao passo que a equipa adversária gere o jogo, sai em contra-ataques rápidos e em ataques organizados apenas pela certa.
Não pode ser. É um déjà vu do jogo de Portugal com a Rússia.

Mas infelizmente não foi esse sequer o principal pecado do jogo desta tarde. Jogo que se pode classificar como um dos piores do Benfica dos últimos anos, ao nível do que de vimos a equipa (não) fazer nos tempos de Quique Flores (já o jogo com o Beira Mar me tinha trazido estas más memórias...).

Comecemos pelo princípio - a organização táctica da equipa.

Ponto 1: antendendo ao que eu disse acerca das limitações que o meio campo do Benfica começava a patentear (há coisas que se disfarçam num ou dois jogos e que só se começam a tornar evidentes ao fim de uma sequência mais prolongada), tendo em consideração, já agora, o que aconteceu em São Petesburgo no no ano passado contra o Zénite (Javi não pôde jogar e foi Matic quem fez, sozinho, a posição de trinco tendo ficado Witsel no banco por opção), num jogo que convinha ganhar mas que importava sobretudo não perder, é para mim inexplicável que Jorge Jesus jogue com dois pontas de lança e dois extremos.

Ponto 2: Em relação ao 11, há uma perplexidade: porque insiste Jesus em Bruno César? É verdade que Bruno César gosta de jogar pelo meio e pode, em teoria, dar ali algum apoio. Mas as suas últimas exibições já tinham servido de prova da sua má forma e total inutilidade nesta fase da época. Ainda poderia entender a sua inclusão no 11 no caso de jogar atrás de um único ponta de lança, com a intenção de reforçar o meio campo com mais um elemento. Assim não.

Ponto 3: como é possível nada corrigir depois do golo inicial do Spartak ou, pelo menos, depois de empatarmos o jogo? Continuámos a cometer os mesmos erros! Como é possível nada alterar da 1ª para a 2ª parte?

Ponto 4: voltamos a sofrer golos resultantes de perdas de bola no meio campo ofensivo, com as equipas adversárias a atravessar qual passadeira todo o nosso meio-campo até marcar. Ninguém corta, ninguém faz falta. O golo de James na Luz o ano passado (que deu o 2-2 quando parecíamos ter o jogo - e o campeonato - ganhos) não serviu para JJ aprender nada.

Em Moscovo a nossa equipa andou sempre a correr atrás da bola, sempre chegando atrasada, sempre desposicionada, sem qualquer agressividade, passiva e sem pressionar o adversário.

Já falei também da má entrada da equipa nos jogos, que se repetiu.

Falta apenas um ponto: a entrada de Ola John a um minuto do fim. Isto é brincadeira? Puro desnorte?

O futebol é um jogo muito volúvel. A uma derrota se seguindo outro mau resultado, num clube da grandeza do Benfica, gera-se desde logo uma crise. Os heróis de ontem são vilões amanhã.

Eu não entrarei por esses caminhos, mas também gostava que o nosso treinador não entrasse, à primeira contrariedade, em aparente desnorte para não dizer delírio. E no fim do jogo ainda veio dizer que "merecíamos pelo menos um ponto". No máximo merecíamos o quê?

Há carências no plantel de que JJ não é culpado. Sabemos como Javi e Witsel sairam nas vésperas de fecho do mercado. Ao treinador do Benfica exige-se porém que exiba realismo e cabeça fria. Aquele que teve em Glasgow (quando a equipa foi curta mas conseguiu um ponto que se calhar é o máximo que com as presentes limitações é possível) e que não teve hoje. (No lance do primeiro golo do Spartak há apenas dois jogadores do Benfica atrás do meio campo...).

Ao contrário de Jesus, eu penso que, com um Spartak eficaz, tínhamos hoje saído de Moscovo com uma mão cheia de golos. Tal como aconteceu a Quique na Grécia há uns anos.

Felizmente o Barcelona marcou, no último minuto dos descontos, o 2-1 ao Celtic e continuamos com hipóteses de apuramento. Mas algo terá que mudar. E, como eu disse, comecem a trabalhar para em Dezembro contratar um trinco.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Spartak de Moscovo-Benfica - 11 inicial - actualização e resultado

É já daqui a menos de uma hora (17.00H) o jogo que pode recolocar o Benfica numa boa posição no Grupo G. Uma vitória dá-nos boas perspectivas, um empate mantém-nos na luta, uma derrota tornaria as contas complicadas.

A nossa equipa deverá alinhar da seguinte forma:

BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Melgarejo; Matic e Enzo Pérez; Salvio e Bruno César; Rodrigo e Lima.

Actualização: Spartak 2 - Benfica 1 (Lima) ao intervalo.
Primeira parte desastrosa do Benfica, mais uma vez surpreendido logo nos primeiros minutos (1º golo aos 3m), completamente apático e desequilibrado em campo. O golo do Benfica surgiu contra a corrente do jogo e depois disso foi um constante "ai Jesus", com as oportunidades do Spartak a sucederem-se (e Artur a fazer grandes defesas) até ao golo finalmente aparecer.

Como eu defendi num anterior post, o plantel é escasso, sobretudo ao nível das soluções do meio-campo, embora a ausência de Luisão se note também nestes jogos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Benfica tem que ir ao mercado em Dezembro

Tenho elogiado as prestações de Enzo Peres no centro do meio campo. Admiro as suas qualidades de futebolista, a forma como trata a bola e lê o jogo. Tem-se esforçado e suado a camisola em prole da equipa como deve ser. Temos ali um jogador valioso que a adaptação forçada pôs em evidência.
Matic também tem feito o que pode. É um jogador com capacidade técnica e física, que se esforça e faz por cumprir as indicações do treinador acerca dos posicionamentos.
Penso, não obstante, que, mesmo contando com os contributos valiosos dos jovens da equipa B, que fico feliz por ver aproveitados, e com Carlos Martins e Aimar (que se têm debatido ainda com mais problemas físicos do que é habitual), penso, dizia, que teremos que reforçar o meio campo com um "trinco" no mercado de Dezembro/Janeiro. Esta deverá ser a prioridade da direcção, mais ainda do que a questão da lateral esquerda, onde, se não se encontrar uma solução barata e indiscutível, Melgarejo e Luisinho (boas indicações contra o Freamunde) deverão chegar para as encomendas.
Vejamos: Enzo Peres é um excelente jogador mas com vocação sobretudo ofensiva, que, um pouco contranatura, está a dar equilíbrio defensivo ao meio campo; Matic não é um trinco de raiz, jogando normalmente na posição que era de Witsel ou até a 10 na sua seleção. Por outro lado, Matic não tem neste momento nenhum suplente no plantel. Se se lesiona a quem pode Jesus recorrer? A soluções ainda mais de recurso. Ora no Benfica isso não pode acontecer.
Nesta medida espero que os dirigentes do Benfica estejam já a trabalhar numa solução. Não desgosto de Airton (não sei qual é a situação actual) que faz parte do quadro dos nossos emprestados, que poderia ser uma solução, mas Jesus não parece partilhar a minha opinião.
Mantendo uma performance elevada no campeonato (a 9 de Dezembro vamos a Alvalade e a 13 de Janeiro recebemos o Porto), como todos esperamos e "aguentando" a Champions, cujas contas passam por não perder com o Spartak fora e vencer os dois jogos em casa, com a introdução de um jogador sólido e rodado, pronto a entrar na equipa em Dezembro, como foi Lucho o ano passado para o Porto, penso que poderemos ser campeões este ano e fazer (caso passemos esta fase) boa figura na Champions (onde chegar aos quartos-de-final seria um bom resultado), não esquecendo a Taça de Portugal e, por fim e apenas caso tenhamos plantel suficiente para rodar sem prejudicar as outras competições, a Taça da Liga.

A agonia do Sporting

A 3 de Outubro, na antevisão da 6ª jornada (em que o Benfica recebeu o Beira Mar e o Sporting foi ao Porto), escrevi o seguinte:

Para Sá Pinto é uma jornada dramática, que pode significar o seu adeus ao Sporting. Uma derrota deixaria o Sporting a 8 pontos do primeiro lugar, fora dos lugares europeus e apenas dois pontos acima da linha de água... Uma derrota expressiva tornaria a sua continuidade insustentável. E quem treinaria o Sporting depois disso? Oceano?

O que eu não imaginava na altura era que o Sporting pudesse, ainda antes dessa jornada, perder por 3-0 com o ... Videoton, o que precipitaria a saída de Sá Pinto ainda antes do jogo com o Porto.

Pois bem, desde então o Sporting perdeu com o Porto, hipotecando as suas (remotas) hipóteses de ser apurado para a Champions e ontem foi eliminado da Taça à primeira eliminatória em que participou.

Tenho sido muito duro neste blog para com um certo sporting e os representantes de uma mentalidade anti-benfiquista e esquizofrénica. Aqueles que constantemente insultam e desmerecem o Benfica, continuando a falar na "Taça Lucílio Baptista" de há 5 anos mas calando, escondendo ou branqueando o que todos os anos o clube do Porto faz nos campeonatos. Aqueles que depois do acontecimento mais grave do futebol em Portugal dos últimos anos (o incêndio do Estádio da Luz) vieram dizer que "não se reviam" nos atos que deveriam ter condenado inequivocamente, falando de "jaulas" e condições pré-históricas. Em suma, todos aqueles que exibem em público uma postura de arrogância e irresponsabilidade, em total desprezo pelos valores do desporto.

Nada me move porém contra os verdadeiros sportinguistas, que querem o bem do seu clube e desejam vencer de forma limpa, sem cegueira anti-benfiquista. São poucos mas existem. Como benfiquista e como desportista, a situação do Sporting preocupa-me portanto. Seria trágico para o futebol português (que mais lhe irá acontecer?) que o Sporting desaparecesse, o que está mais perto de acontecer do que nunca.

É isto que justifica que eu tenha já por diversas vezes escrito sobre o nosso tradicional rival, aproveitando aliás para dizer que nenhum jogo em Portugal é tão expressivo de uma rivalidade e tão "clássico" na sua natureza como um Benfica-Sporting.

Dito isto, o que se passou ontem foi demais. Depois de ser humilhado pelo Videoton e de quase afastado da discussão do acesso à Champions, o Sporting ainda em pleno Outubro é eliminado da Taça de Portugal pelo Moreirense. É o descalabro completo, quase inimaginável. Se a tudo isto juntarmos a instabilidade diretiva e de gestão e a insustentabilidade das contas do Sporting (para além dos casos de Pereira Cristovão e da indeminização que terá necessariamente que pagar ao Benfica pelos danos no nosso Estádio, fora sanções adicionais que, num país normal, teriam que acontecer) o Sporting está mesmo à beira do abismo.

De entre as várias pessoas que não mereciam esta sorte, há uma que gostaria de destacar: Oceano. Foi um desportista exemplar, um homem que, para além do seu clube, deu tudo à selecção (onde aliás inscreveu um registo muito interessante de presenças e golos) e que neste momento está a ser "queimado" numa fogueira que parece impossível de apagar. É uma pessoa séria e trabalhadora que merecia melhor sorte.
Mas saibamos nós retirar ilações do que se passa no Sporting, um clube que:

  • perdeu a sua identidade por via da má gestão, do afastamento dos seus princípios e por uma fixação esquizofrénica num rival (o Benfica) que não tem capacidade de acompanhar;

  • se fez subalterno do Porto, cujo presidente corrupto volta e meia é elogiado e apontado como exemplo;
  • não tem rumo, mudando de ano para ano de política desportiva (da aposta na formação para a aposta em contratações às dezenas, do "rigor" da gestão para o desperdício de milhões, da aposta em treinadores de sucesso noutros clubes, alheios à cultura sportinguista para homens da "casa" em virtude do seu sportinguismo); 
  • onde todos falam em público, cada um proferindo a sua sentença;
  • onde demasiados mandam ou desmandam (Godinho, Duque, Carlos Freitas, Sá Pinto a dada altura); 
  • vive na instabilidade constante com mudanças de treinadores e, agora de presidentes (a demissão de Godinho Lopes não está distante); 
  • deixou as claques mandarem no clube, dando-lhes o direito de estar presentes no processo de decisão interno do clube e até escolherem treinadores.
 Olhemos e saibamos retirar ilações. É assim que não se faz.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Calendário dos próximos jogos do Benfica - Champions e campeonato

Voltou a competição de clubes e terça-feira temos já um jogo muito importante com o Spartak de Moscovo. Penso que as contas da Champions para garantir o apuramento são estas.
Depois regressa o campeonato com novo compromisso fora, difícil, contra o Gil Vicente. É de sábado a uma semana.
Para facilidade de consulta aqui fica o calendário dos próximos jogos:

Spartak - Benfica, Moscovo, terça-feira 23/10/2012 às 17.00h.
Gil-Vicente-Benfica, Estádio Cidade de Barcelos, sábado 27/10/2012 às 20.30h
Benfica-Guimarães, Estádio da Luz, sábado 3/11/2012 às 20.30h.

Aproveito também para agradecer a todos os visitantes e leitores habituais deste blog. Muito obrigado pelo interesse e pelos múltiplos comentários. Temos tido uma quantidade surpreendente de visitas e manifestações de apoio que naturalmente me deixam muito satisfeito. Infelizmente essas visitas não se reflectem no número de "seguidores" do blog, pelo que queria encorajar os leitores e parceiros do Justiça Benfiquista a aderir ao site ou a segui-lo por email, através da barra lateral do vosso lado direito. Demora segundos a fazer e deixa-vos mais próximos de nós e do nosso acompanhamento da realidade do Benfica.

Destaques de imprensa

A vitória do Benfica por 4-0 sobre o Freamunde tem obviamente destaque assim como utilização de alguns jogadores portugueses e da formação. Diria eu que só faltou mesmo Miguel Vítor. Também se refere que  Cardozo e Lima se entendem bem (mas a substituição de Lima por Rodrigo deve indicar que estes dois últimos devem formar a dupla titular no jogo contra o Spartak de Moscovo).

Sobre as eleições há poucas notícias. Umas críticas pouco significativas de Rangel a Vieira, a presença de ambos em Freamunde e pouco mais.

Nos nossos rivais é notícia a convocatória de urgência do Conselho leonino. O Sporting está completamente à deriva. Um dia o treinador está "identificado há muito", no dia seguinte quer-se que "Oceano se sinta o treinador do Sporting". Em matéria de treinadores, refere-se também que "Scolari não admite treinar o Sporting ("Record").

No clube do Porto, faz notícia o facto dos prejuízos da SAD terem ascendido a 35,7 milhões de Euros. Pelos vistos não fomos só nós a ter maus resultados. Outra notícia muito curiosa é a do "JN", de acordo com a qual o Porto vai fazer empréstimo obrigacionista. Isto faz-vos lembrar alguma coisa? Pois, João Vale e Azevedo, esse mesmo.

Os media foram ainda agitados com a venda da Controlinvest (DN, JN, TSF, O Jogo) a um grupo angolano. Não se conhecem muitos pormenores do negócio.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Regresso à competição

Finalmente acabou o interregno forçado pela jornada dupla da selecção, que infelizmente apenas "rendeu" um ponto. Regressam as competições nacionais e o nosso Benfica.

O Benfica joga hoje às 20.15h contra o Freamunde para a Taça de Portugal.
É uma competição que, infelizmente, não ganhamos há muitos anos, em parte por nem sempre termos encarado os jogos com a seriedade exigida. Jorge Jesus declarou querer estar no Jamor. Todos queremos.

De acordo com "A Bola" o 11 inicial poderá ser: Paulo Lopes, André Almeida, Jardel, Miguel Vítor, Luisinho, Matic, Ola John, Bruno César, Nolito, Lima e Cardozo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Esclarecimento - a entrevista de Rangel

Rui Rangel deu hoje uma entrevista que, por razões profissionais, não pude ver.
Li já porém em vários blogs que a entrevista terá sido fraquinha.
Rangel terá manifestado alguma impreparação e sido evasivo. Mas, repito, não vi, pelo que não me quero alargar.
Queria, isso sim, esclarecer que o meu anterior post se referia ao discurso de Rangel na apresentação da sua candidatura e não à entrevista desta noite (quarta-feira).
De qualquer modo, reitero o meu apelo: que existam debates e que se discutam ideias. E defendo também que a Benfica TV deveria ser o canal privilegiado para, com isenção como se exige, promover esses debates.

Venham os debates

Ouvi com interesse o Juiz Rui Rangel e gostei da maioria do que disse. Penso que todos podemos concordar com a maioria do teor do seu discurso. É porém ainda vago e fica a faltar o mais importante que é concretizar em propostas de rumo o que contém em termos de ideias e objectivos. Todos queremos um Benfica ganhador, gerido apenas por benfiquistas.
A este propósito devo aliás dizer que fiquei muito agradado com alguns dos nomes que ouvi, desde Paulo Pitta e Cunha ao neto de Borges Coutinho (o sangue está lá, falta ver o resto) a Arrobas da Silva e outros.
A questão porém é como é que chegamos às vitórias, face a um sistema montado, oleado, impune e implacável. Temo portanto que Rui Rangel, no caso de vencer, tivesse vida difícil para lidar com o mundo sujo dos bastidores do futebol.
Por outro lado, ele é juiz e isso pode ser uma mais valia quando se quer combater um sistema que é manifestamente corrupto - seja através de subornos, favores, troca de influências, situações de monopólio, dinheiros mal explicados, etc.

Quanto a Vieira, com todos os erros que cometeu, dá um mínimo de garantias em matéria de estabilidade e boa gestão. É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio. Por um lado, Vieira, com tempo que tem no Benfica e no futebol, não cai à primeira rasteira do sistema, no sentido de ser completamente trucidado por ele. Rui Gomes da Silva, tão criticado por alguns, já por mais do que uma vez denunciou, com todas as letras e com os nomes, o que se vem passando em termos de arbitragem e sobrevivênvia do sistema. Por outro lado, Vieira e a sua direcção já cometeram erros grosseiros e de consequências bem graves como o do apoio a Fernando Gomes ou o anúncio feito na época passada de que o Benfica "não fala de árbitros". Vieira aprendeu a lição? Está por provar.

A propósito das eleições para a Federação permitam-me aliás um à parte sobre o que disse Seara há dois dias e que não teve muita repercussão. Fernando Seara disse que não avançou com a candidatura porque o Sporting só a apoiava se ele, Seara, "entregasse a cabeça de Luis Duque numa bandeja".

Desculpe?

Não consigo entender. O que tem o Presidente da Federação a ver com a política interna do Sporting? O que significa entregar a cabeça de Duque numa bandeja?

E, acima de tudo, como pode Seara sacrificar os seus interesses, neste caso coincidentes com os do Benfica, deixando o caminho da presidência da Federação aberto para um portista, por causa de um assunto interno do Sporting?

Seara foi levado, tal como, por arrastamento o Benfica e a credibilidade do futebol português. Xistras, Sousas e afins sentiram de novo que o poder estava no Porto (como quase sempre nos últimos 30 anos) pelo que continuam a fazer o que se vê. Seara faz-se demasiadamente ingénuo para poder ser verdade. E pelos vistos, o Benfica aparece muito abaixo na sua escala de prioridades. Com benfiquistas destes não vamos longe.

Voltando às eleições e concluíndo, creio que o esclarecimento dos benfiquistas acerca das propostas e das figuras que as vão representar depende em muito da possibilidade de se fazer um debate sério e sobre os temas. Não vale a pena fazer declarações de que se é mais benfiquista que os outros ou acenar com o fantasma de Vale e Azevedo. Não há nenhum Vale e Azevedo a concorrer. Há Rangel e Vieira. E era bom que debatessem, com seriedade e elevação, o futuro do Benfica. A notícia, posta a circular, de que Vieira recusa debates, seria um sinal muito negativo. E acredito que poderia levar muitos benfiquistas a decidir o seu sentido de voto. Não pelas razões certas - como aconteceria se houvesse debate substancial - mas por razões ainda assim compreensíveis. Não se poderia deixar de tirar ilações de uma postura de recusa de debate.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nem o futebol nos vale...

Mal Paulo Bento.
Elogiei-o muito no Europeu mas penso que não tem estado bem ultimamente.
Os principais erros que lhe aponto estão na convocatória: custa entender porque não foi Eliseu convocado depois da lesão de Coentrão. Ainda por cima a justificação de Bento foi péssima - a lembrar um erro de Eliseu no jogo contra a Dinamarca e a desvalorizar os golos que o jogador marcou na Champions League, mas, pior ainda, Paulo Bento disse que Eliseu era um lateral adaptado. Sim? E Coentrão?
A verdade é que Miguel Lopes não se adaptou à posição esquerda e contribuiu para o desacerto da equipa.
Tal como Ruben Micael. Exibição demasiado má. Custa a perceber porque não foi Carlos Martins convocado. Não pode ser por não jogar regularmente no Benfica, pois Miguel Lopes e Coentrão não são titulares nas suas equipas.
Como não se entende a não aposta em Nélson Oliveira, que sempre que chamado a jogar correspondeu. Hélder Postiga não tem presença suficiente na área, sobretudo quando joga sozinho contra equipas que se acantonam atrás. Tadeia apontou muito bem durante o jogo este problema, sobretudo porque Ronaldo, principalmente na 1ª parte, esteve demasiado colado à linha lateral.
A má forma e as más opções dos nossos jogadores foi esta noite demasiado evidente. O que se passará?
Nada está (definitivamente) perdido mas a verdade é que a partir deste comprometedor empate ficamos numa posição muito perigosa.
Gostei das últimas substituições de Bento, a arriscar tirar Micael e depois João Pereira mas como se viu já foi demasiado tarde.
Esperemos que este apuramento ainda se endireite. Seria muito triste não nos apurarmos para um Mundial no Brasil.

O país está triste e deprimido mas neste momento infelizmente nem o futebol nos vale.

Porque será?

Para eles, jogadores e comentadores de serviço do clube do Porto, tudo está bem com a arbitragem. Onde há problemas é nos outros clubes. E eles, como nossos amigos que são, querem-nos alertar para isso, para esses "problemas" que existem no Benfica - e agora no Sporting.

É curioso que do Sporting nunca se tinha ouvido nada até há bem pouco tempo. Portistas e sportinguistas (Aguiar e Ferreira, Guedes e Oliveira Costa) semana após semana entendiam-se às mil maravilhas, nunca havendo qualquer discordância. Mas afinal a gestão do Sporting é má!

Parece que foi a exibição de Jorge Sousa no estádio do dragão que acordou os portistas para esta realidade.

Há umas semanas tinha sido Xistra a mostrar aos portistas como afinal as contas do Benfica eram gravíssimas...

Curioso este papel dos árbitros portugueses de despertarem as consciências adormecidas para os reais problemas de gestão dos clubes. Porventura até lhes deveríamos estar agradecidos... É mais uma originalidade do futebol português!

O vosso discurso, meus vígaros, é para enganar tolos.

Aqui ficam algumas pérolas:

"«Todos os anos eles tentam apanhar-nos com acusações na comunicação social. Dentro do campo não têm conseguido. Isso só nos dá mais força», sublinha Maicon, um dos elementos de maior preponderância na esfera azul e branca".

Este é o tal que marcou um golo dois metros em fora de jogo, o que lhe dá bastante autoridade para falar de arbitragens...

"O brasileiro foi mais longe e destacou a supremacia do F.C. Porto «ao longo dos últimos anos». «Os números são esclarecedores: somos os melhores. Perdemos só um jogo para a Liga nos últimos dois anos. Somos superiores, mas humildes. Temos mostrado um nível muito forte»."

"Para Maicon, o setor de arbitragem está, portanto, longe de ser um órgão de polémica. «Para nós está tudo bem. Só me preocupo com o nosso trabalho»". Pudera! Claro que está tudo bem! Quando os árbitros os deixam fazer o que querem... Curioso também que dias depois de fazer este discurso tenha tido uma exibição para recordar em Vila do Conde.

Lucho (ainda assim um desportista que me merece respeito e que não confundo com outros) também sentiu necessidade de falar no assunto:
«Nunca falei de árbitros e não vou falar. São pessoas como nós. Hoje em dia é mais fácil,para não assumir as culpas, atirá-las para os árbitros. O futebol é um desporto muito lindo, um espetáculo, mas acaba-se sempre a falar de árbitros. Eles cometem erros como nós. Seria bom que se deixasse de falar tanto de árbitros.»

Para completar o ramalhete apareceu também Vitor Baía, que tem um interessante historial de casos de arbitragem em jogos contra o Benfica, nomeadamente (arrisco-me a classificar) um dos casos mais escandalosos do futebol mundial, que mostro no vídeo abaixo; apareceu Vitor Baía, dizia, a considerar que afinal no final as "contas equilibram-se" e "os árbitros erram para os dois lados, não influenciando o desfecho das provas".



Porque será que só um clube sente que não há problemas na arbitragem?

Desafio a Vitor Pereira

O sistema está podre e, mais cedo ou mais tarde, cairá - mas cabe ao Benfica dar o abanão que o provoque.

Nada se pode aguentar para lá de um certo ponto crítico. Quando o equilíbrio é quebrado, uma estrutura entra em ruptura e colapsa.

O ponto crítico foi o campeonato falsificado da época passada. A ruptura poderá acontecer esta época: com a nota dada a Xistra, depois da inqualificável arbitragem de Coimbra, o sistema expôs-se para além do imaginável, mostrando que árbitros e observadores, com a conivência de Vitor Pereira, fazem parte do mesmo arranjinho.

Depois de formular o meu apelo ao universo da blogosfera e a todos os benfiquistas, para que o nosso clube rompa definitiva e irreversivelmente com o estado de falsificação do futebol português, deixarei com regularidade sugestões.

À boleia da queixa dos árbitros ofendidos deixarei aqui a primeira dessas sugestões. Mas antes uma palavra sobre a honorabilidade dos árbitros. Já o disse antes: grande parte dos árbitros não são sérios nem decentes. Se depois da corrupção provada e conhecida do país inteiro através do escândalo do Apito Dourado só um ou outro sairam e os dirigentes (o tal "Antonino") se mantêm, como se podia esperar que algo mudasse.

Na altura FICOU PROVADO QUE MUITOS ÁRBITROS ERAM CORRUPTOS. E os que não foram corrompidos não deixavam de ser coniventes com uma realidade que não podiam desconhecer. Aliás o próprio Vítor Pereira já admitiu que "tinha que trabalhar com estes". Por isso, esta conversa da ofensa e da honorabilidade posta em causa é uma farsa para atirar areia para os olhos dos ingénuos. Estes senhores deviam ter vergonha. Mas não têm e por isso aqui fica a minha sugestão.

O Presidente do Benfica - e os adeptos e comentadores já agora - devem EXIGIR a Vítor Pereira, o da arbitragem, que explique porque só nomeia para os jogos fora do Benfica os seguintes árbitros: Pedro Proença, João Capela, Olegário Benquerença e Carlos Xistra. E que o desafie a nomeá-los para o Estádio da Luz. Peça, solicite tal nomeação e quando ela não se verificar (porque eles sabem bem até onde podem ir e não têm coragem de fazer na nossa casa o que fazem fora), EXIJA uma explicação, Presidente LFV. Porque é que isto é assim? Porque nos aparecem estes árbitros sempre em jogos fora, onde potencialmente se antecipa que podemos perder pontos?

E aos sócios e adeptos do Benfica faço um apelo: se alguma vez um destes árbitros voltar a pisar o relvado da Luz (algo que considero de uma improbabilidade extrema, mas ainda assim) que não esqueçam o que eles nos fizeram e que, de forma ordeira e civilizada, exprimam toda a justa revolta.

A "escola" Tadeia

Ainda me lembro das primeiras transmissões de jogos com comentários de António Tadeia. Creio que surgiram na TVI em jogos da Liga Espanhola que na altura começaram a passar cá em Portugal.
Tadeia distinguia-se do cinzentismo dos comentadores da RTP (Gabriel Alves tinha sido reformado à força...) com comentários pouco habituais e com a enumeração de diversos dados sobre os futebolistas e o histórico dos clubes em disputa. Parecia uma enciclopédia de futebol, que surpreendia também pela forma ligeira e muitas vezes certeira como comentava vários aspectos do jogo, não temendo comprometer-se com a sua análise. Simultaneamente exibia sempre um tom calmo, de quem está habituado a dominar emoções fortes.
Com o tempo, Tadeia fez escola e entretanto o seu próprio estilo foi-se alterando um pouco.
Hoje todos nós vemos futebol internacional e conhecemos os jogadores, pelo que os factos de Tadeia foram-se tornando ou redundantes ou irrelevantes. Por outro lado, o seu estilo e o seu género de comentário foram copiados ou pelo menos inspiraram muitos comentadores que agora estão no activo (e que aparecem até mais do que o próprio Tadeia) pelo que já não nos parecem tão originais. Acresce que as "previsões" de Tadeia ultimamente não têm sido tão acertadas. "Prevê" um golo nos minutos seguintes e ele não acontece...
Caricaturando, o estilo Tadeia distingue-se hoje por ser o daquele comentador que, enquanto a bola está prestes a passar a linha de golo, fala alegremente de um outro assunto (a carreira de um certo jogador ou os jogos que determinado árbitro apitou), deixando-se apenas interromper pelo relato do golo muito a contragosto. Mas, logo uns segundos depois, volta à sua história que é o que realmente lhe interessa: "sim, foi um bom golo, mas como eu dizia...".
Creio porém que, fazendo-lhe justiça, Tadeia foi importante para o comentário dos jogos em Portugal que, nivelado por baixo graças à RTP mas também à pobre qualidade do da SIC, era até ele, Tadeia, sempre muito "redondo", com os comentadores a dizerem sempre que "sim mas também...", "por outro lado" e a nunca assumirem de facto uma análise ou uma previsão sobre o jogo. Isto para além da suas leituras do jogo serem pobres tal como o seu grau de conhecimento do desporto. Tadeia contribuiu muito para criar um novo patamar de exigência e deve ser reconhecido por isso.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Portugal como o Benfica

Portugal perdeu com a Rússia e o jogo fez-me lembrar muitos jogos do Benfica: uma equipa a dominar o jogo em todas as suas vertentes, a criar oportunidades, a ter muitos cantos, uma posse de bola esmagadora e ver a outra, praticamente na única vez que faz um ataque perigoso marcar e colocar-se em vantagem.

Só há uma parte do sentimento futebolístico que os portugueses não benfiquistas não partilharam conosco: é que, ao contrário dos nossos jogos, neste jogo não houve casos de arbitragem. É curioso que desta vez não se tenha ouvido o que sempre nos é dito, a saber que se fizessemos o que devíamos teríamos ganho o jogo. Não se ouviu e note-se que eu acho bem que não se tenha ouvido. A sorte faz realmente parte do jogo, ao contrário do que tantas vezes é dito pelo "futebolisticamente correcto" deste país. Tal como a arbitragem...

Voltando ao que se passou na sexta-feira, depois de marcar a Rússia fechou-se bem atrás e contando com a chuva e o mau terreno de jogo (não devia ser permitido jogar em sintéticos a este nível) aguentou-se sem sofrer golos. Numa história já tantas vezes vista em inúmeros campos de futebol, no fim, face ao balanceamento atacante de Portugal e ao desânimo que se começou a apossar da equipa, a Rússia até podia ter feito um segundo golo. Seria demasiado injusto porém. Assim foi injusto.
Portugal perdeu o jogo teoricamente mais difícil mas naturalmente que se mantém na corrida e com todas as condições para conseguir o apuramento directo. Tem agora menos margem de manobra e nessa medida não pode de forma alguma facilitar contra a Irlanda do Norte.
Se também neste aspecto se assemelhar ao Benfica, jogando em casa contra uma equipa mais fraca tem à partida condições para golear.

Um último aspecto: não concordo com as conversas de que "temos o melhor do mundo", a servirem de capas a jornais na véspera de jogos. Não vejo o que possam adiantar e temo que possam contribuir para aumentar ainda mais a pressão sobre Ronaldo, que é obviamente excepcional mas não pode fazer tudo sozinho. Isso vê-se nas prestações da Argentina dos últimos anos. Só como equipa podemos ganhar, de nada servindo insuflar egos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eleições disputadas - questão dos direitos televisivos.

É muito positivo o facto do juíz Rui Rangel se estar a preparar para apresentar uma lista alternativa à de Luis Filipe Vieira.
Assente a poeira e acalmados os ânimos depois dos excessos, alguns dos quais inadmissíveis, da última Assembleia Geral, a apresentação desta lista permitirá um debate e troca de ideias entre os benfiquistas e servirá para fomentar maior exigência por parte de todos na defesa do Benfica.

Acresce que ambos os candidatos estão a tentar atrair para as respetivas listas figuras conceituadas, tendo sido referido os nomes de José Eduardo Moniz, para número 2 e Presidente da SAD na lista de Vieira, e de Bagão Felix, Manuel Boto e Camilo Lourenço na lista de Rangel. Confesso que tenho algumas dúvidas que pelo menos alguns destes nomes venham realmente a integrar as listas, mas só facto de serem chamados à vida do Benfica neste momento importante da sua existência, é em si mesmo positivo.

Acima de tudo, é importante que ambos os projectos dêm garantias de estabilidade e de um rumo para o Benfica, o que parece acontecer. Por muitas críticas que se façam a Luis Filipe Vieira - e eu fiz bastantes ao longo do tempo - ninguém deixará de reconhecer que o Benfica tem hoje uma estabilidade que não pode ser comparada com os tempos (não tão longínquos e dramáticos) de irresponsabilidade e semi-caos em que a própria existência do clube tal como o conhecemos chegou a estar ameaçada. Que voltou a vencer no futebol (embora ainda aquém do esperado e do necessário) e que nas modalidades começa a ser novamente o Benfica que todos conhecemos. O Benfica tem para além disso hoje uma marca muito valiosa, um estádio de topo e um canal de TV.

Por outro lado, nomes como os de Bagão Felix, Manuel Boto e até Tavares, que conhecem bem o Benfica e já deram múltiplas provas da sua competência e capacidade de gestão, são também garantias de que o que foi construído não seria deitado borda fora.

Estão portanto reunidas as condições para um debate sério, para olhar para os problemas e desafios que se apresentam para o futuro com diferentes caminhos e propostas de solução entre as quais os benfiquistas poderão serenamente escolher as que lhes derem mais garantias.

Entre as várias questões, as mais importantes são a da sustentatibilidade financeira (mantendo a competitividade desportiva) num contexto global de crise e escassez financeira que afecta toda a Europa e a questão dos direitos televisivos.

Em relação a esta questão, é preciso compreender que a Olivedesportos é uma peça muito importante do sistema que o Benfica tem que combater e erradicar para que a competição volte a ser limpa em Portugal.

Ao longo de décadas, a Olivedesportos criou uma teia de interesses e compadrios em Portugal, beneficiando de uma posição de monopólio, que permitiou ao Porto ser o clube dominante em termos de poder nas estruturas dirigentes e manter uma liquidez financeira superior ao Benfica, quando nós somos o clube com maior capacidade geradora de receita.

Ou seja, a Olivedesportos, pelo que faz e pelo que (num país pequeno em que muitos se sentem inclinados a bajular o poder) insinua, desequilibrou artificalmente a competição em Portugal. Porque é dela que tem vindo o dinheiro que permite a muitos clubes manterem-se à tona de água. Porque as próprias estruturas dirigentes do futebol sabem que são dela dependentes. Porque uma parte do próprio poder político tem sido mantido sob a sua dependência. São jogos de favores, são trocas de influências que se reflectem mais que não sejam no subconsciente dos agentes desportivos (para já não falar dos mal formados, que conscientemente alteram e adulteram a verdade das competições).

A Olivedesportos tem dominado as federações e as ligas, sendo um dos principais instrumentos do sistema. Tem, em termos de puro mercado, injectado no Porto mais dinheiro do que deveria e menos no Benfica. E tem igualmente, através da questão das imagens televisivas, condicionado as arbitragens e as classificações dos árbitros. Sendo que estes dependem de boas classificações para terem carreiras bem remuneradas, tudo fica desvirtuado. As arbitragens de Pedro Proença, recompensadas com finais ao mais alto nível e homenagens que chegam ao caricato, ou de Jorge de Sousa são o resultado deste sistema iníquo. Acredito que hoje já não exista "fruta para dormir", "café com leite", "quinhentinhos" ou viagens ao Brasil, mas existem classificações como árbitros internacionais, arbitragens de jogos da Champions League e finais de grandes competições.

Por tudo isto, a questão dos direitos televisivos é, para mim, a par da questão da sustentabilidade financeira do Benfica, a mais importante destas eleições. Esperemos que ela seja discutida convenientemente no pouco tempo disponível de campanha eleitoral. Cabe ao benfiquistas mantê-la na agenda.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sistema - a demissão de Hermínio Loureiro

Já anteriormente aqui considerei que Hermínio Loureiro foi um dos poucos dirigentes limpos que o futebol português conheceu. Que tentou aplicar a lei sem favorecimentos e sem que os agentes do futebol se sentissem coagidos a adulterar a verdade desportiva. Que primou pela valorização da competição e do espectáculo, sem factores externos a condicionarem os resultados.

A história da sua saída e a forma como Pinto da Costa o combateu podem ser encontradas no artigo que, com a devida vénia, reproduzo textualmente do site Magalhães SAD. Não são histórias de há 15 ou 20 anos. São coisas que aconteceram já depois do Apito Dourado. Vale a pena ler.

Actualizado (com o agradecimento ao leitor que deixou o comentário): consulte a entrevista completa aqui.

Hermínio Loureiro e o FCP

Em entrevista ao Sol, o antigo presidente da Liga de Clubes, Hermínio Loureiro, denuncia pressões do FC Porto para “correr” com Ricardo Costa da Comissão Disciplinar. Uma entrevista imperdível...

Hermínio Loureiro deixou a Liga e concedeu uma entrevista ao Semanário Sol. As palavras do ex-presidente da Liga de Clubes tiveram pouco eco, o que não condiz com a gravidade de algumas afirmações. O Mentira Desportiva dá eco dessas palavras, que ficam assim eternizadas no espaço que eterniza a corrupção do FC Porto, as pressões e os agentes fiéis que agem em nome do clube.

A pergunta do jornalista Luís Rosa: “Valentim Loureiro ou Pinto da Costa nunca lhe disseram para controlar o que Ricardo Costa (presidente da Comissão Disciplinar da Liga) andava a fazer?”
A resposta: “A única pessoa que me falou do Ricardo Costa foi o Adelino Caldeira, vice-presidente do FC Porto, a 3 de Setembro de 2008, num almoço no restaurante Lusíadas, em Matosinhos. Ele foi clarinho e apreciei a frontalidade. Disse-me: Meu caro, ou você corre com o Ricardo Costa e tem a vida facilitada ou vamos fazer-lhe a vida negra‟.
Certo é que não mudei a orientação de total autonomia que dei desde o início à Comissão Disciplinar. Desde esse dia que percebi que me iam fazer a vida negra e fizeram.

E porque quereria o FC Porto afastar Ricardo Costa? [a pergunta parece inocente, mas terá de ser feita para se obter o testemunho de Hermínio]. “Tem a ver com as decisões disciplinares do Apito Dourado, como é evidente”, respondeu. Hermínio Loureiro contou que Filipe Soares Franco, ex-presidente do Sporting, “também várias vezes sugeriu” que o presidente da Liga “substituísse o Vítor Pereira”.
Mas o episódio com Adelino Caldeira teve repercussões. Hermínio Loureiro manteve-se inflexível e gerou ódio no FC Porto. “A partir desse momento, aconteceram coisas absolutamente artificiais como a novela da entrega do troféu de campeão que levou o Porto a escrever uma carta ao secretário de Estado do Desporto a fazer queixa da Liga. O barulho que fizeram!”, conta Hermínio Loureiro.

O ex-dirigente da Liga lamenta que tenha passado a imagem de que a Liga não queria entregar o troféu ao FC Porto e fala de indisponibilidade do clube: “Esteve marcada a cerimónia e essa entrega não foi feita porque Pinto da Costa tinha casamento marcado com a senhora Filomena. Obviamente, se o presidente do Porto não estava presente, a Liga não ia fazer essa entrega. E Tiago Craveiro, secretário-geral da Liga, várias vezes falou com Antero Henriques (director do FC Porto) para tentar marcar uma data para a entrega do troféu, mas nunca havia disponibilidade. Criou-se a ideia de que a Liga não queria entregar o troféu ao Porto – isto cabe na cabeça de alguém?”

A entrega da taça acabou por acontecer, com episódios surreais... “Lembro-me também que, quando saí da sala para entregar o troféu, ouvi um diligente funcionário do Porto a dizer: Desliguem a música! Desliguem a música!‟. Era para se ouvirem melhor os assobios. Nunca vi entregar um troféu sem música. Foi original. Foi claramente uma história montada para criar problemas e desgaste, para fazer com que eu não fosse entregar o troféu. Para depois me acusarem de lá não ter ido. As pessoas conheciam-me mal.”

O Conselho de Justiça da Federação decide reduzir a suspensão aplicada pela Liga a Hulk e a Sapunaru e Loureiro demitiu-se: “Assumi as minhas responsabilidades. Não sendo jurista, entendi como uma enormidade a desproporção dos castigos aplicados aos jogadores Hulk e Sapunaru pela Comissão Disciplinar e pelo Conselho de Justiça. Não podemos confundir três jogos com quatro meses”, justifica.

Esta demissão “foi um grito de revolta”, mas também ela assenta em histórias estranhas. Foi Pinto da Costa quem deu conhecimento a Hermínio Loureiro da decisão do Conselho de Justiça, muito antes da mesma ser tornada pública...

“Sabe quem é que me ligou a dar nota da decisão do Conselho de Justiça? Não imagina. Foi Jorge Nuno Pinto da Costa. Fez questão de ligar-me para dizer qual tinha sido a decisão do Conselho de Justiça. Esta é a parte que posso contar desse telefonema”, revela Hermínio.

O então presidente da Liga garante que não sabia de nada... “Não estou com isto a dizer que o presidente do Porto tivesse tido acesso a inside information. Estava dentro do carro, e recebi um telefonema de um número que não tinha gravado. Atendi e ouvi: „Daqui fala Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto‟. E transmitiu-me a decisão do Conselho de Justiça e depois disse-me um conjunto de coisas que não posso tornar públicas”.

“Porquê? Não são reproduzíveis?”, questiona o jornalista do Sol. “Não posso, não devo. Sei o que é publicável e transmissível, e o que não é. A partir desse momento, procurei confirmar a informação, pois havia muita contra-informação a circular – a RTP chegou a noticiar uma coisa à hora de almoço que não se veio a confirmar. Mais tarde, o secretário-geral da Liga de Clubes confirmou-me a decisão. Perante esta situação, ponderei sozinho algumas horas e decidi renunciar ao cargo de presidente da Liga de Clubes. Informei os meus colaboradores e solicitei a todos os titulares de cargos nos órgãos da Liga que se mantivessem em funções para manter a normalidade”.

Mais uma história para não cair no esquecimento.

Guilherme Aguiar - apelo à violência/vandalismo?

Nós já conhecemos os métodos do Porto.
Quando alguém não se verga ao sistema e ameaça dizer o que sabe ou tomar medidas prejudiciais à sua iníqua sobrevivência, parte-se para a violência. Aparece então o braço armado do Porto e de Pinto da Costa, a sua guarda pretoriana, que ao murro e à paulada "resolve" os assuntos.

Neste sentido penso que é preciso dar muita atenção ao que disse ontem Guilherme Aguiar.

Que no mínimo foi uma ameaça velada a uma figura que nos últimos dias se tornou conhecida - o ex-árbitro assistente (vulgo fiscal de linha) Devesa Neto.
A história conta-se em 4 linhas: aparentemente, Luis Filipe Vieira terá jantado no restaurante de que Devesa Neto é proprietário em Paços de Ferreira, aquando da deslocação do Benfica àquela cidade. Guilherme Aguiar sentiu necessidade de revelar esse facto, insinuando que algo de errado haveria nisso.

Devesa Neto não se amedrontou e disse com todas as letras "aqui não alternamos" e "se for preciso dizer mais cá estarei".

Pois bem, este senhor não se acocorou perante o Porto como é habitual neste país e Guilherme Aguiar começou com uma conversa estranha. Seria apenas isso ou outra coisa?

É que por várias vezes, Aguiar explicou e repetiu à exaustão onde era o restaurante, com indicações precisas. Na praça central de Paços de Ferreira, tem por baixo isto e ao lado aquilo, etc.

Ora, porque o fez Guilherme Aguiar? (Tenho aliás pena que ninguém o tenha logo na hora confrontado.)

Seria isso um recado para alguém? Irá o estabelecimento ser visitado por alguns superdragons?

Porquê tantas explicações tão detalhadas? Porquê dar a morada completa do restaurante? Era isso importante para os espectadores perceberem o caso?

Já vimos muita coisa e esperamos quase tudo de quem acha que tudo vale. Casas do Benfica vandalizadas e apedrejadas por esse país fora e outras coisas semelhantes que pensávamos impossíveis num Estado europeu civilizado.

O que Guilherme Aguiar ontem fez não é mais nem menos do que o Porto faz há 30 anos. Intimidar, ameaçar, coagir. Não podemos, um Estado democrático não pode continuar impávido e sereno a assistir a este tipo de comportamentos.

Já chegou a este ponto. Já se ameaça, de forma velada e com recados, em público, em directo, na TV. Este o estado do país.

Sportinguismo e esquizofrenia

Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.

No futebol português há 30 anos que o pão é muito insuficiente para Benfica e Sporting: o sistema banqueteia-se e para aqueles só as sobras ficam.

Nos últimos anos, mesmo as migalhas de que o Sporting ia sobrevivendo escasseiam, ao passo que o Benfica para ter apenas uma refeição frugal tem lutar em campo até à exaustão.

Naturalmente que a fome é má conselheira e portanto assiste-se quer no Benfica, quer no Sporting a decisões erráticas e erróneas. Mas pior conselheiros ainda são a estultícia e o desespero.

Vem isto a propósito do descontrole de Dias Ferreira no "Dia seguinte" do dia de ontem.
São muitos dias, Dias Ferreira, a passar fome e muitas noites a sonhar com o Benfica.
É um fenómeno de que padecem alguns sportinguistas, que no passado já caracterizei como esquizofrenia paranóica.

Então não é que ontem, quando Rui Gomes da Silva dizia com todas as letras o que se tinha passado no estádio do Porto, denunciando a vergonha, e portanto defendendo o Sporting, Dias Ferreira se atira a ele?
É o cúmulo do surrealismo. Dias Ferreira indignou-se por Gomes da Silva defender o Sporting do roubo à mão desarmada do passado Domingo.

E então lá veio a Taça da Liga de há 4 anos atrás. Esse mesmo troféu que "nada importa", a "taça da cerveja" afinal é o que impede os sportinguistas de dormir há anos. Isso é que é gravíssimo. 30 anos de sistema, com o Porto a ganhar tri, tetra e pentacampeonatos "comprados no supermercado" (Alex Fergusson), com batota (Platini, Santiago Segurola), fruta e café com leite não incomodam Dias Ferreira.

Mas um erro do árbitro num jogo de uma competição que "nada vale" e que aconteceu há 4 anos, isso sim é gravíssimo e incomparavelmente mais importante do que erros grosseiros num jogo do campeonato deste fim-de-semana que afastam o Sporting da luta pelo título e ameaçam tornar esta época num longo suplício. O ex-candidato sportinguista já aliás tinha dito que a arbitragem não tivera influência no resultado.

Dias Ferreira ficou de tal forma indignado por Gomes da Silva denunciar o que se passou nas antas que, depois de, exaltado e indignado, falar no "roubo" de Lucílio Batista, já chamava a Gomes da Silva "um gajo".

É a isto que o Sporting chegou. Esquizofrenia no seu estado puro.

Dr. Dias Ferreia, cure-se. O Sporting está a morrer e acredite que não é por culpa do Benfica.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Benfica-Beira Mar - ainda bem que o campeonato pausou

Exibição desastrosa do Benfica contra o Beira-Mar. Fez lembrar os piores jogos de Quique Flores: contra um adversário fraquíssimo passámos os últimos minutos do jogo em aflição, sem saber o que fazer à bola. Com uma arbitragem mais abilidosa teríamos perdido pontos.

É óbvio que há muitas baixas e que elas se fazem sentir: Luisão, a situação no meio-campo, a própria ausência do Cardozo a limitar as opções de ataque. A isto junta-se um Maxi em menor rendimento (apesar do grande golo e do espírito combativo), um Rodrigo perdulário, um Artur a falhar e muitos jogadores com mazelas do jogo com o Barcelona, que deixou marcas como era expectável.

Tudo isto é compreensível mas não há coisas que não são:

Artur não pode estar constantemente a socar bolas, muito menos na pequena área. Artur tem que agarrar bolas daquele tipo (embora se o lance fosse a nosso favor todos - comentadeiros e especialistas - ali certamente vissem uma falta sobre o guarda-redes...). Andou a dar entrevistas a falar da selecção brasileira quando deveria (vê-se agora) estar mais concentrado no seu trabalho. Deu intranquilidade à equipa com maus passes com os pés, situação em que é recorrente. Artur é um ótimo guarda-redes que tem que estar mais concentrado e pensar apenas nos jogos.

Não se admite a intranquilidade da equipa. A jogar em casa contra o último! Uma equipa que levou 4 golos do Porto e nada fez durante esse jogo. Até por esse facto os jogadores do Benfica deveriam ter entrado em campo para dar 5 ou 6. Ao invés pareceram nervosos, temerosos. De quê??

JJ não pode entrar em parafuso e intranquilizar ainda mais a equipa, ademais criticando em público os jogadores (neste caso foi Lima). A responsabilidade pela péssima exibição é tanto dos jogadores quanto dele.

Continua-se a falhar golos. A resposta de que "a bola há de entrar" não me parece a melhor. Aliás já me foi dito que JJ não acredita que se treine a concretização, o que pode explicar muita coisa. A verdade é que Cristiano Ronaldo é um super-atleta e tem condições físicas que naturalmente 99% dos outros não têm mas para além disso treina mais do que todos os outros. Treina constantemente o remate e a finalização. Com Eusébio acontecia o mesmo. Talvez JJ devesse pensar nisso.

Mas acima de tudo o que me pareceu é que faltou tremendamente consistência, fio de jogo e sentido de equipa ao Benfica de sábado contra o Beira Mar. O jogo estava desligado. Ora Gaitan fazia algumas corridas, ora Sálvio tentava o 1 para 1 ora era Rodrigo a tentar ir sozinho... Penso que o futebol colectivo tem que ser mais interiorizado pelos jogadores para que possamos ter uma verdadeira equipa. Em Glasgow, pareceu-me que o exibimos nalguma medida (faltou depois profundidade e acutilância ofensiva) mas desde então tem sido sempre a piorar.

Para concluir, percebo o que Jorge Jesus disse acerca do apoio dos adeptos mas não concordo. Eu não sou dos que acham que o papel dos adeptos é estar 90 minutos a apoiar por muito mal que a equipa jogue. Isso é o papel da claque. Obviamente não defendo que se passe o jogo a assobiar e muito menos aceito que se assobie um jogador do Benfica. Isso acho desastroso. No entanto há momentos em que os jogadores precisam de ouvir da bancada o desagrado por aquilo que (não) estão a fazer. Para perceberem que há exigência. Para ACORDAREM porque às vezes parecem estar a dormir.

Eu lembro-me de ver o Benfica sistematicamente golear os seus adversários  nos jogos em casa (há muitos anos) e, caso se começasse a jogar demasiado para trás e para os lados, as bancadas desde logo tornarem claro com assobios que isso não era o Benfica.

Em suma, os adeptos podem - e a meu ver devem - em certos momentos do jogo e preferencialmente no fim da primeira parte, expressar a sua insatisfação quando a equipa não está a render.

O que não se pode é, quando a equipa joga como jogou no sábado (como é possível falhar tantos passes?), ignorar os problemas e pretender que tudo está bem.

Espero que estas duas semanas de paragem no campeonato sirvam para Jesus e os jogadores identificarem os problemas e solidificarem processos para que sejamos mais equipa. E já agora para alguns jogadores recuperarem fisicamente pois é patente que bem precisam.

Um ladrão será sempre um ladrão...

Quem corrompe uma vez para vencer corromperá as que forem preciso ou as que o deixarem.
No nosso país já se ultrapassou tudo, não restando mesmo a mais elementar decência, decoro ou até um mínimo de cuidado em manter as aparência.
Não: tudo é feito  às claras e sob os nossos narizes.
Se há 15 dias, Xistra teve boa nota depois de assinar dois penalties fantasma, porque não havia Jorge de Sousa fazer o mesmo, ainda por cima no estádio do patrão do sistema?

E toda a nossa imprensa-de-faz-de-conta continua alegremente a assobiar para o ar como se nada se passasse. Há um ou outro que vão pondo o dedo na ferida, mas tal são cócegas para o sistema. Eles (Pinto da Costa, Fernando Gomes, Antero, Reinaldo Teles) não precisam de mim, nem do leitor, nem da generalidade da opinião pública.
Eles têm adeptos que são iguais a eles, muitos jornalistas que lhes fazem todos os fretes e ferozes comentadores plantados nas TVs e rádios. Que se regozijam semanalmente com vitórias que claramente são ajudadas ou oferecidas pelos árbitros. Que não se importam que o seu clube seja sistematicamente beneficiado e os outros sistematicamente prejudicados. Que tentam branquear essa realidade semana após semana, berrando para evitar que os outros se façam ouvir, mentindo descaradamente acerca do "clube do regime", denegrindo árbitros que há muito morreram (e na miséria, sem nunca terem ido ao Brasil ou comido "fruta para dormir"), confundindo e mascarando o que se passa no futebol português. Quando é preciso (quando estes métodos não são suficientes) vem a agressão, a pedrada, o espancamento encomendado.

Esta gente miserável, sem carácter, alguns dos quais (dirigentes) deveriam estar na prisão se houvesse justiça neste país, continua e continuará a fazer o que quer, a viver à margem da lei, a rir alarvemente e a ter nos árbitros a muleta que os fará ganhar sempre.

Nem podemos esperar da imprensa qualquer denúncia, qualquer indignação. Para eles (com muito poucas excepções) ganha sempre o melhor...
Depois do que se passou o ano passado, do que já aconteceu nestas 6 jornadas, o que mais será preciso para percebam? Se nem com escutas entendem... Não contemos com eles, pois não vale mesmo a pena.

Quanto aos outros clubes, o regionalista, o divisionista Pinto da Costa conseguiu virar parte do Norte contra o Benfica e manter sob a sua influência o Sporting. Hoje o Sporting começa a perceber quão grande foi esse erro. Em grande parte graças a tal estratégia, a existência mesma do Sporting está hoje ameaçada. Mas também deste clube nada temos a esperar. Os sportinguistas preferem acabar como clube a alguma vez se aliarem ao Benfica mesmo que o propósito único fosse limpar o futebol português. O mais natural é que isso venha mesmo a acontecer.

Tudo somado, o Benfica está só. E nesta medida, começo a convencer-me de forma definitiva que só nos resta a "bomba atómica": a recusa em participar destas competições falsificadas enquanto não existirem garantias de isenção, isto é enquanto o sistema não for cortado pela raiz.

Até lá, espero que o Presidente do Benfica não deixe de lembrar o que disse há uns meses: um ladrão será sempre um ladrão e que aqueles ao lado de quem se sentam deputados e ministros ainda há pouco tempo estavam fugindo para Espanha para escapar à prisão.

Um ladrão será sempre um ladrão, um corruptor sempre um corruptor.

Adenda: quem se senta ao lado de um ladrão não se pode surpreender por ser roubado.

Isto é Palermo e nós somos todos palermas

Continua-se, alegremente, a destruir o que resta de credibilidade no futebol português.
Nomeia-se um árbitro do Porto para arbitrar o clássico Porto-Sporting. O resto é história. Cartões, penalties... É o que se queira.
Continuem...

Rebobine-se o filme. Sábado, na Luz, o Beira Mar beneficia de um livre discutível junto à lateral. Transforma-o em golo, graças a uma fífia do guarda-redes do Benfica. A regra de que o guarda-redes não pode ser incomodado na pequena área, como é óbvio, não se aplica à pequena área do Benfica e ao seu guarda-redes. O braço do jogador do Beira-Mar em frente de Artur não é portanto falta. Falta é Cardozo, contra o Braga, saltar na pequena área sem tocar no guarda-redes adversário. Tudo normal.
Depois de estar a perder, o Benfica tentou recuperar. Não jogou bem - e disso falarei posteriormente. Beneficiou de um penalty que não converteu. Um penalty algo discutível mas que as repetições indicam existir. O Benfica falha e viria na segunda parte a dar a volta com dois golos sem quaisquer mácula. No fim do jogo, vem o treinador do Beira-Mar falar da arbitragem que aparentemente o teria impedido de pontuar.
Isto é o futebol português.
Palermo, como uma vez Rui Moreira caracterizou Lisboa?
Não sei, mas uma coisa posso dizer: nós somos os palermas desta farsa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Inacreditável Sporting

É mau demais para ser verdade. Claro que me dá vontade de rir mas numa análise mais racional isto não é bom para ninguém. Sem o Sporting o campeonato português não é o mesmo. E de facto o Sporting não está nem aí...
Sá Pinto é, como treinador, um desastre. A equipa (?) que apresentou é uma anedota e não lhe deverá restar outro caminho que não a saída.
Mas o problema do Sporting é obviamente muito mais profundo.
Tenho-me lembrado por estes dias das palavras de Bettencour quando dizia que no futuro 100 % dos sportinguistas teria saudades de Paulo Bento...
Na minha opinião o Sporting está a pagar o preço de duas coisas:
a submissão ao Porto, não querendo ver o que se estava passando por puro despeito em relação ao Benfica;
a instabilidade gerada a partir de dentro, com os sócios a exigir mudanças a toda a hora pensando que se muda sempre para melhor. A sua claque, que desde há uns anos domina, pela intimidação, o clube é amplamente responsável por este cenário.

O sucesso só se constrói com estabilidade. Quando se está mal obviamente que há que emendar e corrigir mas estar sempre a começar do zero não é possível. Com instabilidade interna e ambiente de permanente guerrilha só se caminha para onde o Sporting está - à beira do abismo.
E atenção, é neste momento muito, mas mesmo muito difícil ao Sporting, sobretudo no presente contexto de crise, falta de liquidez e de crédito, inverter este plano inclinado.
Só com muito bom senso, percebendo que neste momento não pode ganhar praticamente nada e falando verdade aos seus adeptos, os dirigentes dos viscondes podem evitar o declínio fatal do Sporting. É que o Sporting se arrisca mesmo a fechar as portas...

Só espero que os adeptos do Benfica saibam tirar daqui as devidas ilações e nunca reproduzir no nosso clube o que se passa em Alvalade. Vejo muitos vieiristas e anti-vieiristas. Mas não somos todos nós benfiquistas? Quem não concorda com a gestão pode e deve apresentar ideias e promover uma ou várias candidaturas alternativas. No que não podemos entrar é no divisionismo e na guerrilha interna. Nunca esqueçamos o nosso lema.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

É oficial: árbitros "felizes" com prejuízo do Benfica

O título deste post não é uma brincadeira. Não é uma ironia. Não é um exagero. É a realidade do futebol português.
Que - atenção - só mudará quando a nossa direcção adoptar medidas muito firmes. Mas muito, muito firmes mesmo.

Mas passo a explicar o título deste artigo.

Depois da miserável, inqualificável arbitragem de Xistra em Coimbra, que conseguiu, a um nível que eu talvez nunca tenha visto no futebol (e já o vejo há décadas), adulterar o resultado de um jogo para lá do imaginável num país que se diz civilizado e onde existem leis e regras, o árbitro teve uma nota superior à média de todos os árbitros na época passada.

Este facto, em si mesmo escabroso e que denota o total descrédito do futebol português, o nível de afronta e provocação, diria mesmo, com que o sistema lida com o Benfica, já é conhecido deste ontem e já dele falei aqui.

Mas agora há mais: os árbitros estão felizes. Vejam o seguinte link e por favor, a todos os que gostam do Benfica e têm os seus blogs e canais de difusão de informação, não deixem de divulgar mais este insulto que nos lançam na cara: Árbitros felizes com nota de Xistra querem Gomes da Silva castigado. Cito o seguinte parágrafo: "José Fontelas Gomes afirmou que «ficamos sempre satisfeitos quando os nossos árbitros têm boas prestações e têm boas notas. A nota é prova que observador teve e mesma opinião que o árbitro e as criticas que lhe foram feitas são injustas»".

Portanto aqui fica a "prova" - a arbitragem foi boa. Os árbitros estão satisfeitos com a "boa prestação".

Realmente os parvos somos nós. Os Pintos e os Gomes riem-se na nossa cara.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

As contas da Champions

Depois da jornada de ontem a posição do Benfica não está melhor, como é evidente, mas também não piorou muito.

Há duas semanas, depois de empatarmos em Glasgow dizia-se que tínhamos empatado com a equipa mais fraca do grupo e alguns consideraram que se tinham perdido 2 pontos. Por outro lado, o Spartak quase vencera o Barcelona e era portanto um adversário temível.

Ora a verdade é que o Celtic foi vencer à Rússia. Sendo que o Celtic é até por regra muito mais forte em casa do que fora (onde é raro conseguir quialquer resultado positivo), o que resulta daqui é que as contas estão bastante baralhadas e que tudo está em aberto.
De qualquer modo, penso que elas se poderão sintetizar assim:

em circunstâncias normais, assumindo que o Barcelona vencerá todos os jogos, existem 12 pontos em disputa.
3 equipas concorrem a um lugar de apuramento.
Nesse "campeonato", o Celtic tem dois jogos e 4 pontos, o Benfica um jogo (fora) e 1 ponto e o Spartak um jogo (em casa) e 0 pontos.

Ou seja, o Celtic está melhor colocado e o Spartak está pior.

Para o Benfica, as contas resumem-se a isto: tem que vencer os jogos em casa e não pode perder com o Spartak fora. Se o fizer está apurado. Se, pelo contrário perder esse jogo (dia 23 de Outubro às 17h00), as suas chances de apuramento, não ficando ainda irremediavelmente perdidas, ficam porém muito limitadas e a depender de terceiros (o que o Celtic faça no seu jogo caseiro com o Spartak).
Há portanto que vencer o Spartak pelo menos uma vez e não perder nenhuma. Se vencermos um jogo e empatarmos o outro, ficamos com 5 pontos, contra 1 do Spartak (que fica irremediavelmente eliminado) e 4 do Celtic (assumindo que este perde os dois jogos com o Barça).
Seguidamente, na 5ª jornada, o Celtic vem à Luz (7 de Novembro). Uma vitória nossa garante matematicamente o apuramento.
Se, por outro lado, vencermos os dois embates com o Spartak (e o Celtic perder os dois com o Barcelona) fazemos 7 pontos. Nesse caso um empate com o Celtic pode, ou não, bastar para a qualificação, dependendo do que o Celtic faça na última jornada, em sua casa, contra o Spartak. Uma vitória nossa por outro lado garantiria desde logo confortavelmente a qualificação.