quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Não tenho ilusões

O jogo de sábado tem uma forte probabilidade de decidir o título.
Claro que sabemos que ficam muitos pontos por disputar e que muita coisa acontecerá até ao fim do campeonato. No entanto lugares comuns ou enormes surpresas à parte, quem vencer terá todas as condições para ser campeão. Um empate deixa as coisas em aberto, até porque em caso das equipas acabarem o campeonato em igualdade pontual o Benfica teria a vantagem do confronto direto e seria campeão.
Ora tendo isso em atenção, tenho a plena consciência de que será um jogo muito difícil e que só um Benfica superlativo poderá trazer a vitória.
Isto porque não apenas o Porto é forte em sua casa e em geral nos jogos contra o Benfica, como porque podemos esperar uma arbitragem amiga do Porto, como quase sempre acontece. Com árbitros e VARs como os que se tem visto, entramos em campo já em desvantagem.
Só com uma exibição avassaladora podemos ganhar de forma categórica. Possível? Sim. Provável? Não muito. Esperemos porém que Lage o consiga e nos dê uma grande alegria.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Perdoem-nos o 10-0!

O futebol português tem de facto uma incrível capacidade de inovar e surpreender. Quando pensamos que já vimos tudo, eis que algo completamente inusitado e anormal aparece e toma conta da agenda mediática.
Aqui há uns tempos houve um "caso" do qual se falou durante dias a fio de forma indignada: um golo que o árbitro validou ao Benfica escandalizou a nação futebolística devido à posição do nosso jogador. Fora de jogo? As imagens provavam que não. No entanto - isto parece mentira mas é pura verdade - o fiscal de linha "não podia ter visto". Da posição em que se encontrava, o lance "dava a sensação de fora de jogo", pelo que ao não o anular (um golo legal, recordo) a equipa de arbitragem beneficiara o Benfica. Isto é autêntico.
É possível descer mais baixo?
É. Pedro Proença (o comentador que se tornou famoso de um dia para o outro ao aparecer em todo o lado a defender Bruno de Carvalho) e Manuel Serrão ontem deram uma enorme lição de como ser torpe, indigno e imoral. Basicamente estes dois comentadores insinuaram que o Benfica compra as outras equipas (ou droga-as) de forma a que não ofereçam resistência no estádio da Luz. Além da corrupção activa do Benfica, um enorme número de equipas da Liga seriam também corruptas na forma passiva. Boavista, Braga e Nacional foram mencionados pelo nome como equipas que foram à Luz propositadamente para perder. Também exigiram que o Braga e o Boavista jogassem mal contra as suas equipas (uma vez que tinha acontecido o mesmo com o Benfica) o que parece equivaler a exigirem que estas equipas facilitem.
Enfim, um chorrilho de asneiras, insinuações e indignidades, uma exibição doentia de ódio, dor de cotovelo e anti-benfiquismo primário que lamento e me arrependo de ter visto.
Esperava ouvir o representante do Benfica questionar o do Sporting se os 4 que a sua equipa levou em casa (e que podiam ter sido 8) também tinham sido de propósito. Em vez disso, apresentou uma lista de goleadas do passado, como se tivesse que justificar alguma coisa.
A dada altura, noutro canal discutia-se se era "imoral" dar 10. Supostamente aos 3 deveríamos ter parado de jogar... Mais à frente questionava-se "Será que houve apostas?". E assim, chafurdando na lama, no lodo e na porcaria, tentam virar tudo ao contrário e transformar uma vitória histórica, memorável, uma exibição de puro talento e poder futebolístico, numa qualquer estória sórdida em que o Benfica tanto é culpado de comprar o adversário como de o humilhar indevidamente - nem é preciso escolher entre estas duas opções contraditórias entre si, usam-se as duas ao mesmo tempo. E ainda há outra razão para carpir e lamentar esta derrota. - perdão, vitória - do Benfica: a falta de competitividade da Liga Portuguesa.
Obviamente que esta conversa nojenta e doentia não cola. Mas ela serve outro objetivo: manter um clima de permanente suspeições e guerrilha contra o Benfica.
Ora nisto o Benfica tem que ser simultaneamente sagaz e implacável.
Concordo com a comunicação de ontem de respeito pelo Nacional - comportamento que os nossos jogadores e treinador mostraram logo no campo- mas há mais que deve ser feito.
Pedro Proença fez ontem insinuações gravíssimas. O Benfica, eventualmente até envolvendo os clubes que são acusados de perder de propósito, deveria apresentar uma queixa crime contra este homenzinho. Não se pode viver num estado de impunidade em que se lança lama sobre centenas de profissionais em directo perante centenas de milhares de espectadores. As pessoas têm que ser responsabilizadas pelas suas afirmações.
Ainda há pouco li uma notícia de que Bruno de Carvalho, o mentor deste comentador, foi obrigado a fazer uma declaração a desdizer todas as insinuações que fizera sobre o ACP e Carlos Barbosa e basicamente a pedir desculpa a este, para evitar ser condenado por difamação. O facto de Barbosa não ter aceite o desaforo inicial (colocando uma queixa em tribunal) é o aspecto chave aqui, o que causou este desfecho.
O Benfica não pode também permitir que qualquer desgraçado venha colocar em causa a sua reputação e o trabalho duro e sério dos seus profissionais. Estes comentadores que digam todos os disparates que quiserem. Agora acusarem-nos de corrupção ultrapassa os limites e o Benfica precisa de reagir.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Benfica - 10 Nacional - 0: Futebol Total

Não há falta de adjectivos na língua portuguesa mas, nestas 24 horas que se seguiram ao Benfica-Nacional, a maioria deles já foi utilizada para classificar o jogo. Aliás, o resultado e a exibição tão avassaladora do Benfica ontem por si só expressam, melhor do que as palavras o podem fazer, o que aconteceu. Deixam um testemunho para a história que tão cedo não será esquecido.

Porque goleadas e exibições destas - é preciso termos a perfeita consciência disso - acontecem uma vez em décadas. A última assim acontecera há 55 anos. Claro que o Benfica terá outras tardes e noites de glória muito antes disso (esperemos mesmo que ainda esta época). No entanto um resultado desta ordem (como se costuma dizer, "já não se usam" números destes) aliado a uma exibição que esteve muito perto da perfeição, é algo que não acontecerá tão cedo. 

E é bom ter noção disso para nos prepararmos para as muitas dificuldades que seguramente surgirão daqui até ao final da época, para tardes e noites em que as coisas não correrão tão bem, tão fluidamente, em que parecerá que "estava escrito" que não iríamos ganhar, e nas quais os jogadores terão que lá ir pela determinação, combatividade, garra e raça. Porque isso é o Benfica. 

Mas claro que este dia (e apenas este, porque amanhã começa já outra história) foi de festa.

Há um mérito inegável de Bruno Lage - mas também de Luis Filipe Vieira - no que ontem aconteceu. Vieira tem apostado na formação (será talvez a única opção viável para os clubes portugueses, atendendo a que a nossa economia está muito distante das grandes Ligas) e os resultados são evidentes.

Rúben Dias, João Félix e o próprio Gedson, que tem tido menos oportunidades neste momento, são já certezas. São jogadores de qualidade indiscutível que já mostraram ser capazes de jogar a este nível. Veremos o que acontece com Ferro (que para já tem dado indicações muito positivas), Florentino (uma excelente entrada no jogo, mas sabemos que provavelmente será preciso tempo para amadurecer) e Jota. Este último é a maior promessa e a maior certeza a nível de talento. Pode vir a ser uma pedra preciosa. Mas vamos ver.

Mas claro que o mérito de quem os coloca a jogar - e como - é do treinador. Lage nesse aspecto tem feito as coisas bem. Com tranquilidade mas dando confiança aos jogadores.

O seu mérito vai, claro, além disso. A forma como a equipa se posiciona, pressiona e lança os seus ataques (as tais "transições") é algo que dá verdadeiramente gosto ver. Há muito talento, mas Lage está a potenciá-lo de uma forma que não víamos há muitos anos (se é qua alguma vez vimos). 

Da exibição de ontem, que não vale a pena adjectivar, tão avassaladora e eloquente ela foi, gostaria de destacar Pizzi. Faço-o não apenas por ontem mas pelos últimos jogos - e por últimos entendo aqui uma quantidade bem grande. Pizzi é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogadores do Benfica e de Portugal. É absolutamente inacreditável que alguns adeptos ainda tenham a completa falta de noção de o criticar. Claro que falha alguns passes (especialmente porque arrisca sempre lançar passes de rotura) e claro que tem exibições por vezes menos conseguidas, especialmente quando fatigado. Como todos os jogadores aliás. Mas quando está bem (que é quase sempre) Pizzi é um jogador que faz o Benfica jogar. Mesmo à direita, é o motor e a casa das máquinas do futebol ofensivo da equipa. Os seus números (golos, assistências, envolvimento em jogadas de golo) são absolutamente assombroso. E ontem foi, claro está, uma noite memorável neste particular. 

10 a zero. Uma noite (mais) para a gloriosa história do Benfica.
















terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A fraude do VAR

Tal como está, o VAR é uma fraude. Quando Oliver faz falta clara sobre Gabriel no início da jogada (primeiro golo do Porto na Taça da Liga) o VAR não intervém e todos cantam e assobiam. Quando João Félix se embrulha com Wendel nas barbas do árbitro - perfeitamente posicionado para ajuizar o lance, deixando-o seguir - o VAR decide interferir a pedido do público. Pressionado pelas bancadas, o árbitro retira o golo ao Benfica num lance normal de futebol, em que a única coisa anormal é a forma como o jogador do Sporting desiste da bola que estava perfeitamente ao seu alcance. Mas alguns benfiquistas anjinhos ainda acham muito bem.
Quando Pizzi é claramente ensandwichado e derrubado por dois jogadores do Sporting na área, o VAR não vê nada.
Quando após rematar ao poste Seferovic é abalroado por Renan, o VAR não vê nada.
Mas quando Vlachodimos se tenta proteger do joelho de Bas Dost, o VAR já vê. Mas alguns benfiquistas anjinhos acham muito bem e ainda são capazes de dizer que o VAR foi óptimo e ajudou muito a verdade desportiva.
Se por verdade desportiva entendermos prejudicar sempre o Benfica, aí posso concordar.
Aliás é engraçado: sempre que o Benfica marca, tenta-se anular o golo através do VAR. Em Braga na Taça da Liga anularam um e estiveram a rever o outro. Aqui anularam um a João Félix e no segundo o miúdo já nem festejou, com os jogadores todos do Sporting a pedirem o socorro do VAR.
Repito: nestes dois jogos (clássico e derby) o VAR só chamou o árbitro a rever lances contra o Benfica. Fosse para anular golos ou marcar penalties contra. Em nenhum caso o VAR chamou o árbitro para rever situações em que nós pudéssemos ser benificiários - e não por falta de lances para analisar e rever mas apenas por falta de vontade. Mas há benfiquistas que vão nas cantigas dos ruis santos desta vida e continuem a achar que o VAR é uma coisa fantástica. Como ele está, não passa de mais uma forma de prejudicar o Benfica.
Ainda sobre a arbitragem de Soares Dias, e aí não tanto o VAR, é incrível como é possível ter um critério disciplinar tão mau e tão inconsistente. Bruno Fernandes deveria ter sido expulso e vários jogadores do Sporting mereciam amarelos tanto por entradas violentas como por pararem contra ataques perigosos, perante a total passividade de Soares Dias. Outro critério curioso do árbitro foi o de deixar os lances de ataque do Sporting decorrerem até ao fim mas depois quando não davam em nada ir descortinar uma falta ou pretensa falta num momento precedente da jogada. É sem dúvida uma interpretação original da lei da vantagem. Se não der nada volta-se atrás, rebobina-se. Está sem dúvida dentro do espírito do VAR, o de escolher sempre a opção que possa prejudicar mais o Benfica. Segundas oportunidades...
Enfim, mais do mesmo da parte de Soares Dias, com um longo histórico de prejuízos ao Benfica em Alvalade. Não costuma ver os penalties a nosso favor (o ano passado foram só 3) mas tem um olho clínico para ver faltas dos nossos na nossa área. Como é óbvio esta parcialidade não foi resolvida pelo VAR, muito pelo contrário.
Penso que o Benfica tem que se revoltar e denunciar o que está a acontecer.
Não é por termos ganho de forma clara que devemos achar que não vale a pena falar. Nem se convençam que é a bajular os árbitros, como faz Pedro Guerra, que eles passam a gostar mais de nós e nos vão prejudicar menos.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Recital

Não posso dizer que esteja surpreendido porque realmente esperava uma vitória clara do Benfica. Sobretudo depois do jogo extra que fez na final da Taça da Liga, de ter tido menos um dia de descanso e de ter jogado bastante tempo com 10 em Setúbal, o Sporting chegava mais desgastado ao derby. Para além disso, o Benfica é claramente melhor, individual e colectivamente.
No entanto por vezes estes factores nada pesam. Há sempre uma grande imprevisibilidade num jogo de futebol e mais ainda num derby.
Mas esta noite os jogadores do Benfica tinham a missão bem estudada e estiveram a um nível altíssimo.
A vitória só peca por escassa.
Foi das melhores e mais categóricas exibições do Benfica em Alvalade nos últimos anos. O domínio foi avassalador e só não foi absoluto devido à expulsão de Vlachodimos que ditou a saída de Rafa e um quase abdicar do ataque nos últimos 10 minutos.
Seria redundante estar aqui a elogiar as exibições dos jogadores. Félix voltou a encher o campo e Seferovic voltou a ser um avançado de mão cheia como tem sido nos últimos jogos. Para Grimaldo também já quase não há adjetivos que lhe façam justiça. Os centrais foram dois gigantes. Como dizia todos estiveram num grande nível.
Vou por isso passar já ao tema da arbitragem que já por aí vi ser muito elogiada.
Foi uma arbitragem vergonhosa!
O Benfica ganhou de forma clara, em resultado da sua exibição demolidora mas fomos brutalmente prejudicados.
Ponto 1: o primeiro golo de João Félix não tem nada que ser anulado. O lance passa-se mesmo ao lado do árbitro que nada assinalou. O VAR não pode intervir! O que o protocolo diz é que só intervém em erros claros. Ora o lance não é claro. Há um colocar de mãos de Félix no jogador do Sporting mas não é claro que isso o tire do lance. É o jogador do Sporting que desiste da bola.
Ponto 2: penalty claro sobre Pizzi. Nem árbitro nem VAR "viram".
Ponto 3: penalty muito duvidoso assinalado contra o Benfica e expulsão escandalosa de Vlachodimos. Então o que aconteceu ao "fim da dupla penalização"? Quando é para prejudicar o Benfica não se aplica?
Enfim, uma completa vergonha que só a nossa exibição avassaladora fez com que não tivesse consequências de maior.
No entanto não teremos Vlachodimos para a Taça.
Uma nota final para pedir para não se embandeirar em arco. O próximo jogo começa 0-0 e o que aconteceu hoje não garante nada para quarta feira.
Dito isto, os jogadores e Bruno Lage estão de parabéns por uma exibição e vitória memoráveis. Deram-nos uma enorme alegria. Vou acreditar, como o presidente pediu, apesar de continuar a achar que falta um ponta de lança no plantel. Precisamos agora que Jonas recupere rapidamente e possa ser alternativa. Há ainda muitos e muitos jogos até ao fim da época e não é possível Seferovic fazê-los todos, especialmente ao nível altíssimo a que tem estado.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Mercado de janeiro - quando a lógica é uma batata

Qualquer benfiquista que se preze e com dois dedos de testa está nesta altura a interrogar-se: o que passou-se?

É demasiado mau debilitar desta forma o plantel a um treinador que está a começar e tem ainda três competições pela frente. 

Acima de tudo, eu pergunto-me: qual a lógica?

Qual a lógica de ter 4 pontas de lança mais João Félix quando se jogava com apenas um avançado e qual a lógica de se ficar apenas com 2 pontas de lança mais João Félix quando se joga com dois avançados?! 

Alguém que me explique isto, mas de preferência com um desenho, porque de facto terá que ser uma explicação muito complexa. Só assim se apreenderão estas razões que a razão desconhece e é incapaz de perscrutar. 

Com o 4-3-3 de Vitória que contemplava apenas um ponta de lança tínhamos quatro no plantel (mais Félix), o que significava que mesmo com dois no banco um nem sequer era convocado

Agora passamos a ter apenas a possibilidade de ter um no banco. Quando Jonas estiver lesionado (como é presentemente o caso) quem estará no banco para substituir Seferovic (e vice-versa)?

Isto parece uma brincadeira.