terça-feira, 6 de junho de 2023

Campeões no futebol, nas finais em modalidades

O Benfica é campeão nacional, com todo o mérito e justiça. Nos últimos jogos a equipa não tremeu nem fraquejou. A vantagem adquirida nos primeiros dois terços do campeonato provou-se decisiva, permitindo chegar ao final da prova em primeiro, apesar dos percalços sofridos em Abril. Na fase final do campeonato, o jogo com o Braga mostrou-se decisivo, porque trouxe tranquilidade, sobretudo para o jogo de Alvalade. A exibição em Portimão foi a prova de que o campeão estava de volta. Se a conquista não merece a mais pequena contestação, há porém que perceber o que correu menos bem e há que reforçar a equipa para a próxima época. Apesar da excelente surpresa que foi João Neves, considero que necessitamos de um centro campista. Há também a difícil substituição de Grimaldo, um jogador que dava uma enorme dinâmica atacante e além disso ainda marcava golos, incluindo de livre. E se Gilberto sair (e na fase final da época o brasileiro não conseguiu responder às necessidades da equipa) também será necessário encontrar uma solução. De resto eu não mexeria muito. Mas se a época foi de sucesso no futebol (a participação na Liga dos Campeões foi muito boa também), nas modalidades também estamos bem posicionados para mais títulos. Para já no Voleibol (cuja época termina mais cedo), vencemos o campeonato e a Taça de Portugal. Mas depois nas outras, com excepção do Andebol, estamos na final em todas - e curiosamente sempre com o Sporting como adversário. No hóquei em patins eliminámos o Porto ontem. O factor casa foi decisivo. Vencemos os 3 jogos em casa e perdemos os dois fora. Também foi muito importante esmagar o Porto no primeiro jogo, com um impressionante 5-0. Vamos jogar na final contra o Sporting que não teve dificuldade em eliminar o Óquei de Barcelos (3-0). No Basquetebol, a final já começou e vencemos o primeiro jogo, em casa, num jogo electrizante: a cerca de 1 minuto parao fim tínhamos o jogo praticamente ganho, a 3.7 segundos do fim estávamos a perder e no último fôlego conseguimos a vitória. Mas até por aqui se viu que as coisas não serão fáceis. E por fim temos o Futsal, onde o Sporting de 2010 para cá é em geral favorito. O Benfica chegou a estar em risco de ser eliminado na meia final ao perder o primeiro jogo, em casa, contra o Braga. Mas lá corrigiu e venceu os dois jogos seguintes, apurando-se para a final. Nos últimos anos o Benfica não tem tido muita sorte e por vezes foi perdulário. A derrota nas meias finais da Liga dos Campeões do ano passado foi uma coisa algo inexplicável. Depois de estarmos a ganhar por 3-0 deixamos o Barcelona dar a volta ao jogo e perdemos a 17 segundos do fim! O Barcelona viria a vencer o Sporting na final por uns claros 4-0. Este ano perdemos novamente na meia final, num jogo estranho com o Palma que depois viria a vencer também o Sporting numa final também algo estranha. Esperemos que desta vez tenhamos mais sorte.

terça-feira, 23 de maio de 2023

"Como é que o Santa Clara pode parar o Benfica?"

Ouvi hoje nalguns canais perguntas do estilo: "como pode o Santa Clara parar o Benfica?", "como deve o Santa Clara jogar?" ou "o que esperas do Santa Clara?". Já sobre o Guimarães não ouvi muita coisa, excepto que se perder por 11-0 (!!), o Benfica poderá, em caso de empate, perder o título ou ter de jogar uma finalíssima com o Porto. "No futebol já vi de tudo"; "tudo é possível no futebol", asseveram.

Certíssimo. O que aparentemente não é possível, nem merece ser considerado é a possibilidade do Guimarães empatar ou vencer no Porto. Isso pelos vistos já não é futebol, nem é tema "como deverá o Guimarães jogar" ou que obrigação tem o Guimarães por respeito para com a verdade desportiva.

Enfim, mais um exemplo da comunicação social amestrada, submissa e temerosa em relação ao Porto. Eu percebo. Os árbitros e suas famílias já foram ameaçados, jornalistas foram múltiplas vezes agredidos no dragão ao longo destas décadas (o Valdemar Duarte, por exemplo, entre muitos, muitos outros, incluindo por capangas de Pinto de Costa), a família do treinador do Porto foi atacada quando saía de carro do estádio e o ano passado até a festejar o título mataram um dos seus ao murro, pontapé e facadas, 16 ou 18. Tudo bons rapazes. Há pois razões objetivas para ter medo. Mas isto é o contrário do que deve ser o desporto.

O futebol português vive um ambiente de medo, bafiento. Os árbitros, que tantas vezes criticamos, se calhar são tanto ou talvez até mais vítimas do que quaisquer outros (ver os ataques aos talhos de um árbitro, as "visitas de cortesia" dos dragões ao centro de estágios, as ameaças de Luís Gonçalves todas as semanas). Alguém que ponha mão nisto. Ao fim de 40 anos se calhar já é tempo. 

sábado, 20 de maio de 2023

As minhas desculpas aos leitores

 


 Tenho de pedir desculpas aos meus leitores. Escrevi aqui (clicar) que era um autêntico escândalo que o Porto fosse só a 4ª equipa de futebol com mais penalties do mundo. E defendi que os jogos deviam começar com 3 penalties a favor do Porto. 

Pois bem, o Porto já é a equipa do mundo com mais penalties nesta década (e nas outras imagino que também não tenha estado longe desse lugar, especialmente nas décadas "de ouro" dos quinhentinhos, café com leite e fruta para dormir), mas eu estava errado - e por isso penitencio-me perante os leitores. Afinal não eram 3 mas sim 4 os penalties a que o Porto deve legalmente, juridicamente, por uma questão de estatuto, ter direito por jogo.

E neste jogo finalmente teve-os. Primeiro num lance muito duvidoso em que Octávio parece promover o contacto e atirar-se contra o jogador do Famalicão (e em que a Sporttv, ou seja o VAR, praticamente não deu repetições) foram logo dois a abrir o jogo. Como o primeiro foi falhado, atirado à figura do guarda-redes que não se mexeu, Fábio Veríssimo manda repetir. E depois do Famalicão empatar contra todas as expectativas lá vieram mais dois. O terceiro num lance em que os jogadores da equipa da casa se queixam de que a bola teria saído pela linha final antes da situação que resulta em penalty. Não me pareceu mas mais uma vez o VAR (Sporttv) não mostrou repetições, nem Fábio Veríssimo analisou esse momento. 

Palavras para quê? Eu tinha vergonha se a minha equipa ganhasse assim. Um dia as coisas mudarão. Entretanto o futebol português continuará o "lixo" de que Conceição falou. Eu diria pocilga. E como disse Bernard Shaw, nunca lutes com um Porco: vais-te sujar e o Porco gosta. 


 

 

 Uma última nota: os adversários já têm medo de falar das arbitragens, mesmo depois de levarem com 4 penalties em cima. Dizem que não querem falar desses temas. Há uma semana, o treinador do Portomonense, depois de levar 5 que podiam ter sido 10 (e em que há um penalty claríssimo sobre Ramos que não é assinalado) vem falar da arbitragem. Eles sabem de quem é que precisam de ter medo e de quem é que podem falar à vontade sem temer quaisquer consequências.