terça-feira, 22 de março de 2016

As lições do Bessa - se queremos realmente o 35

Esta é a altura para o Benfica aproveitar a pausa na competição de clubes para fazer uma reflexão e trabalho de bastidores para preparar a fase final do campeonato. Esta reflexão alarga-se inclusivamente aos adeptos como irei seguidamente demonstrar.
 
Em primeiro lugar, não retiro uma palavra aos elogios que fiz à equipa (e adeptos) pela vitória no Bessa. Foi realmente algo de épico e memorável pelas circunstâncias que a rodearam e as dificuldades que se levantaram. Nisto incluo as permanentes formas de pressão sobre a equipa, nossos jogadores e arbitragens levadas a cabo pelas agências de propaganda e funcionários do Sporting com a colaboração ou complacência de alguma imprensa.
Digamos que o Boavista sentiu as "costas quentes", nomeadamente para dar pancada e provocar desde o primeiro minuto Renato Sanches. O que vale é que este miúdo é mesmo uma força da natureza e que, por muito velhacos e miseráveis que sejam os constantes ataques e provocações ele vai continuar a encher os campos com o seu futebol e a sua entrega. Temos que o enquadrar e proteger para que ele continue a poder dar o seu enorme contributo à equipa.
Às dificuldades do Bessa temos que somar as tremendas ausências da equipa: Júlio César, Luisão, Lisandro, Jardel, Gaitan, Mitroglou e Fesja para além de Samaris e André Almeida que jogaram fora das suas posições. É evidente e inevitável que a equipa se ressinta destas ausências.
 
No entanto se quisermos avaliar friamente as coisas e tentar melhorar temos que admitir que nos últimos minutos jogámos num risco quase total, com a equipa completamente balanceada para o ataque e que o golo memorável de Jonas surgiu seguramente na última oportunidade de que disporíamos no jogo. Ou seja, estivemos perto de não ganhar. E isto numa fase crítica da época. Isto não é uma crítica, é uma constatação que a meu ver deve ser ponderada para melhorar, tanto mais que temos agora duas semanas de paragem, para abordar os jogos até ao fim de uma forma um pouco diferente para melhor.
 
Nada está ganho. É importante recordar bem isto. Não devemos contar com as derrotas do Sporting no dragão e em Braga (ou noutras escorregadelas desse clube), sobretudo porque o Porto está muito descaracterizado e frágil na defesa e porque o Braga já não tem muito para que jogar no campeonato (menos ainda na última jornada, nas vésperas de jogar a final da Taça de Portugal). Nesta medida temos que preparar os nossos jogos com um rigor absoluto e tentar, tanto quanto possível, resolvê-los cedo como fizemos durante várias jornadas (precisamente há uma volta atrás) quando impusemos várias goleadas aos nossos adversários.
 
Outra das coisas que precisamos de fazer é recuperar os nossos lesionados, sobretudo Lisandro, Fesja e Gaitan e recuperar a melhor forma de Nélson Semedo e Sálvio. Ideal era também recuperar Júlio e Luisão obviamente mas esses processos poderão estar mais atrasados. Isto sem esquecer Talisca e Raúl que não estando lesionados precisam claramente de mais confiança porque qualidade têm-na sem dúvida. A pausa é boa porque permite algum tempo para isto, nomeadamente para os jogadores de que acabei de falar e que não estão convocados para as seleções (Gaitan foi convocado mas não jogará devido à lesão). Outro caso é o de Pizzi. Tem sido um jogador importantíssimo esta época, crucial para a recuperação na tabela, mas que nos últimos jogos tem perdido fôlego. Ao contrário de outros fico muito satisfeito de não ter sido convocado para a selecção.
 
Quanto aos adeptos, há duas coisas a ter em mente. Por um lado, é impossível não reconhecer o seu papel na caminhada da equipa e particularmente nesta vitória no Bessa. A forma como encheram o estádio foi algo de extraordinário e que atesta a dimensão do Benfica. No entanto há duas coisas a evitar ou erradicar. A primeira é a euforia. A euforia é contraproducente. Há que ter os pés bem firmes no chão. A outra coisa é a pirotecnia. Para além das multas e dos petardos, no Bessa atiraram várias tochas para o relvado que passaram muito perto dos nossos jogadores! Isto é inconcebível!! Imaginem que um nosso jogador (ou qualquer outra pessoa na verdade) tinha sido atingido pelas tochas?? Da forma que elas foram atiradas, do topo da bancada, dificilmente a sua trajectória podia ser controlada por quem a arremessou. Por isso apelo fortemente às claques, cujo papel tem sido tão importante, que identifiquem as pessoas que fizeram isto e as responsabilizem. As claques têm que controlar as pessoas que estão no seu seio sob pena do Benfica poder sair fortemente prejudicado.
 
É tempo de carregar baterias e trabalhar nos bastidores para poder tornar o 35 numa realidade. Todos o desejamos e todos a remar para o mesmo lado teremos mais hipóteses de o conseguir. A boa notícia é que estamos à frente e que podemos confiar na dedicação e qualidade de todos os profissionais do Benfica para a conquista deste feito.

O campeonato mais louco do mundo

Não me refiro ao português (apesar destes estar a ser esta época altamente disputado e emocionante) mas ao inglês no qual o "conto de fadas" pode mesmo vir a acontecer e uma equipa que se esperava ir lutar para não descer de divisão poderá vir a ser campeã. Refiro-me evidentemente ao Leicester (lê-se "lé-ce-têr) que está em 1º lugar há muitas jornadas, tendo neste momento apenas a oposição do Tottenham (a 5 pontos). É que o Arsenal e o City estão respetivamente a 11 e 15 pontos! Apesar de terem um jogo a menos, a apenas 7 jornadas do fim não parece minimamente possível que os "cidadãos" possam recuperar, ao passo que a inconstância dos "gunners" também não abona muito em favor das suas chances. O título deverá pois ser disputado entre Leicester e Tottenham!
A possível vitória do Leicester seria talvez a maior surpresa da história do desporto, por se tratar de um  esforço colectivo que requer um estado de superação mantido consistentemente durante quase um ano.
De acordo com um artigo recentemente publicado no site goal.com tratar-se-ia de um feito não apenas improvável como mesmo impossível. É que, recorda o artigo, o Manchester City gastou 202 milhões de euros no passado Verão, ao passo que o United gastou 364 ao cabo das duas últimas épocas (a passada e a presente). Os valores astronómicos não se tratam de uma gralha minha, são reais: quando se desbarata como Van Gaal o faz ou a pagar 40 milhões por um jogador banal como Otamendi é natural que os valores acumulem rapidamente. Já no tocante ao Leicester as coisas são bem diferentes: o seu jogador mais valioso, Vardy, neste momento o melhor goleador, custou 1 milhão de libras, cerca de 1.2 milhões de euros. Seguiremos com muita atenção o que se passará em Inglaterra até ao fim do campeonato. É bom referir que só agora, quando a possibilidade do Leicester ser campeão começar a poder passar a realidade é que os jogadores começarão a sentir as pernas a tremer. Uma coisa é um sonho ou algo de distante, outra é poder realmente concretizar esse sonho ganhando 5 dos jogos que faltam. Mas mesmo considerando esse factor do nervosimo adicional ou ansiedade que eventualmente poderá afectar as raposas há que contar com a perda de pontos do Tottenham que também inevitavelmente acontecerá. O calendário do Leicester é melhor do que o dos londrinos, tornando a possibilidade da sua vitória nalgo de bastante palpável. Não deixaria de ser interessante - e provavelmente justo - que o grande obreiro dessa vitória fosse um treinador que ao longo da sua carreira passou sempre ao lado dos grandes sucessos, apesar de ter estado em grandes clubes. Esse treinador, a que Mourinho chamou um perdedor, poderia assim fazer parte da história do futebol, no clube mais improvável e quando já ninguém dava nada por ele. Mas ainda é cedo para celebrar. Estarei a torcer pelo Leicester e não deixarei de aqui ir fazendo actualizações sobre a corrida mais louca do mundo.

domingo, 20 de março de 2016

Super Benfica!

A ferros!
Esta equipa tem a raça de Benfica! Até ao fim lutou contra a agressividade, as provocações e a perda de tempo dos boavisteiros, desde o primeiro minuto. Alguns jogadores do Boavista em particular pareciam ter um interesse especial em prejudicar o Benfica e os seus jogadores. Claro que todos têm o direito de querer ganhar e de dar tudo para isso, mas o grau de provocação e jogo sujo, em particular contra Renato Sanches, ultrapassou o aceitável.
Em todo o caso o Benfica nunca se deixou intimidar nem levar pelas emoções, lutou sempre para chegar à baliza adversária (o que nem sempre foi fácil pelas quebras constantes de ritmo de jogo, tanto as legítimas, como uma boa qualidade do Boavista nas saídas, como as de antijogo) e foi premiado no fim com o golo decisivo.
Esta vitória, conseguida no 3º minuto dos descontos, assume portanto uma importância muito grande, tanto mais que o campeonato vai agora parar para jogos das seleções.
É continuar assim. É uma luta feroz na qual os anti tudo tentam e na qual teremos que nos bater contra o jogo sujo e a adversários que dão tudo o que têm e não têm nos jogos contra o Benfica. Mas também assim as vitórias têm outro sabor. A desta noite em particular foi muito saborosa.
Parabéns a todos os jogadores, com um destaque especial para Jonas, evidentemente, pela frieza e finalização letal no momento da verdade, e para a espantosa massa adepta que autenticamente empurrou a nossa equipa para a vitória.
Não foi um jogo bonito mas foi uma vitória muito importante de raça e determinação. À Benfica!  

sábado, 19 de março de 2016

Ao que chega a indecência...

Depois de todas as acusações, insinuações e insultos ao Benfica, seus dirigentes e até comentadores, ataques e pressão diárias sobre a arbitragem, o bruno-sportinguismo atingiu um novo recorde negativo, um novo patamar de indignidade: atacar os jogadores do Benfica com acusações que vão ao ponto de afirmar que há falsas lesões e (numa acusação de racismo implícito, diga-se) que Renato Sanches afinal não tem a idade que tem. Esta velhacaria, esta indecência já tinha sido tentada por um indivíduo que foi candidato a presidente do Sporting e agora foi plantada na imprensa.
Esta gente tem que ser denunciada e que pagar pelas suas afirmações - com juros. O Benfica precisa de ser implacável porque não pode valer tudo e não se pode permitir que as pessoas agora sejam atacadas não já no plano das suas prestações desportivas mas a um nível pessoal. O Benfica tem que se certificar que esta gente paga bem caro estas indignidades. Nesta altura estão muito felizes porque venceram o Arouca e portanto tudo fica justificado aos seus olhos, dos seus adeptos e mesmo da maioria da imprensa. Acham que a sua estratégia (e das múltiplas agências e assessores de comunicação mercenários sem princípios nem valores) está a ter sucesso. Mas nós não podemos e não iremos esquecer. Há limites.
O Benfica precisa pois de cerrar fileiras, fora e dentro do campo, pois os truques, surpresas e armadilhas não deixarão de estar sempre à espreita. Não podemos dar um milímetro a esta gente. São, como muitas vezes alertei no passado, maus caracteres. E a vitimização e o tom de cordeiros que de vez em quando adoptam, não podem enganar ninguém.

Mais uma etapa - e a rábula dos penalties

O Benfica resolveu muito bem a questão Tondela, conseguindo ser eficaz no primeiro canto que teve (por vezes temos múltiplos lances de bola parada sem que a bola passe sequer do primeiro defesa adversário), marcando o segundo golo na primeira grande jogada de ataque e depois gerindo o jogo a seu bel-prazer, sem sobressaltos e com qualidade.
O jogo podia ter sido bastante mais complicado uma vez que vínhamos de dois jogos de exigência e tensão máxima, de grande desgaste físico e psicológico e para além disso não contávamos com Renato Sanches que tem sido altamente influente.
Rui Vitória voltou a apostar em Fejsa a "trinco" pelo que jogámos com um meio campo menos rodado, ao passo que na direita Nélson Semedo também manteve a titularidade em relação ao jogo da Rússia. De resto tudo igual.
A equipa venceu com segurança e Jonas voltou a bisar e a passar para a frente na corrida pela bota de ouro.
 
Mas Domingo temos novo jogo complicado, perante uma equipa que está numa luta desesperada para não descer e que normalmente se bate até à exaustão, para além de jogar durinho. O Boavista é um adversário que exige que estejamos muito atentos e que sejamos inteligentes na gestão do jogo. Nesta partida não contaremos com Jardel e Mitroglou pelo que outros terão que mostrar serviço, nomeadamente Raúl que será certamente titular ao lado de Jonas.
A semana fica também marcada pela histeria quase demente dos sportinguistas, inventado casos, insinuações e calúnias graves contra o Benfica. Eu percebo que lhes custe engolir a derrota que o Benfica lhes impôs em casa mas não pode valer tudo.
Foram ultrapassados limites de decência e atingiram-se novos patamares de ridículo. Querem penalties na área do Benfica por contactos em lances nos quais o atacante nem sequer se desequilibra e reclamam de foras de jogo em pontapés de baliza... Rogério Alves esteve mais de 20 minutos a falar sem se calar, numa "indignação" quase neurótica e Eduardo Barroso voltou a ver conspirações e ataques imaginários (à semelhança do "encostado") contra o seu querido - e imaculado - Bruno. Patético. Depois dizem-me que Rui Santos voltou à sua pseudo-cruzada outra vez com a conversa de parvos dos penalties, agora dando-se ao trabalho de ir fazer um levantamento dos lances que "podiam ter sido penalty". Este caso já é mais grave porque se trata de um comentador de um espaço supostamente "neutro" mas cuja agenda pro-actual-Sporting é hoje evidente (tal como o foi no passado a sua agenda anti-Paulo Bento).
Há que fazer a desmontagem sistemática desta palhaçada e começar também a responder na mesma moeda, recordando os múltiplos lances em que o Sporting tem sido beneficiado, fazendo por exemplo a contabilidade de quantos penalties deveriam ter sido marcados contra e não foram (por exemplo Guimarães, por exemplo Arouca) e quantos já foram assinalados a favor por comparação com os do Benfica.
Em relação a esta estatística, posso-vos desde já dizer que o clube com mais penalties a favor é o Sporting não apenas esta época mas em praticamente todo este século. Mais: tiveram um ano com um recorde de 17 penalties (2001/2002)... É obra. Mais: estiveram 4 anos e meio sem ter um penalty contra em competições domésticas, prazo que aumenta se contabilizarmos apenas os penalties para o campeonato: 5 anos! É obra a multiplicar por 5.
O Sporting é isto. Aqui ficam os links para este insólito recorde e também a página de estatísticas de penalties a favor:
Desafio os benfiquistas a fazerem a estatística completa dos penalties neste século para esfregar na cara dos sportinguistas.
Quanto ao resto, como disse Dias Ferreira uma vez, são caracóis, são caracolitos.
É ganhar os nossos jogos e deixá-los a falar sozinhos.
 
 
 
 

domingo, 13 de março de 2016

Comentadores malcriados

Estive a ver o programa "Mercado" da CMTV e é inacreditável quão vulgares e desrespeitosos os comentadores do Sporting e do Porto são com Leonor Pinhão. Paulo Andrade em particular, não apenas por isso mas pelos seus comentários facciosos, é um caso clínico e doentio.
Acabou de dizer "o caso Doyen não tem nada a ver com o Bruno de Carvalho". Começo a pensar que o dito é mesmo doente mental.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Da Rússia com amor, suor e dedicação

Imagem do site da UEFA.
 
 
O Benfica conseguiu algo de importante esta quarta-feira em São Petesburgo. Se avançar para os quartos de final seria já sempre um feito considerável, consegui-lo com uma vitória e o brilhantismo com que a mesma foi alcançada é algo que merece ser elogiado sem reservas.
É que, recorde-se, o Benfica vinha de um jogo de exigência máxima, no qual os jogadores tiveram que disputar cada lance nos limites, estava desfalcado e tinha do outro lado uma equipa de milhões, com vários jogares de grande qualidade.  
Os nossos "meninos" jogaram mais uma vez como gente grande, desde Ederson a Renato, passando por Lindelof e Nélson Semedo. Em relação a este último, é verdade que não fez um jogo isento de erros mas também há que reconhecer que o jovem lateral está a recuperar a sua forma depois de uma lesão muito penalizadora. E claro, convém não esquecer Raúl, que não deixa de ser um jovem, que voltou a ser decisivo na Champions. Uma resposta eloquente para aqueles que se declaravam muito preocupados com o que o avançado mexicano custou aos cofres da SAD. As contas provavelmente agradecerão bastante as verbas avultadas que esta presença (para já) nos quartos de final da maior prova de clubes do mundo trazem ao Benfica.
Os destaques são múltiplos: Eliseu fez um jogo praticamente irrepreensível e Fedja foi uma autêntica muralha no nosso meio campo, ao passo que Samaris voltou a deixar a pele em campo, parecendo bem rotinado na defesa. Que, diga-se, jogou tanto mais exemplarmente quanto estiveram em campo o suposto 4º central ao lado de uma adaptação, o guarda-redes suplente e um lateral que pouco jogou desde o seu regresso de prolongada lesão.
Mas acima de tudo há que destacar a equipa, a sua união e coesão. Estes jogadores claramente sentem que fazem parte de uma equipa que inclui não apenas os 11 que entram em campo mais os suplentes mas todo o plantel e estrutura.
Como eu antevi no anterior post, esta seria a hora de jogadores com menos jogos na época aparecerem. Assim aconteceu com Nélson, com Fedja, com Raúl e com Sálvio e Talisca que vieram ajudar nos últimos minutos. Esta situação prolongar-se-á até ao fim da época: no próximo jogo Talisca será com toda a probabilidade titular e outros poderão entrar para substituir colegas que estejam em níveis de desgaste elevado. Não me surpreenderia, por exemplo, se Gaitán fosse um deles, ou até Pizzi. Os seus substitutos precisarão de estar preparados física e mentalmente para a titularidade.
 
Evidentemente não é hora de euforias. Nada está ganho. Não tenho dúvidas de que no campeonato teremos jogos dificílimos nas jornadas que faltam. Seria um erro tremendo pensar algo de diferente, erro que tenho a certeza que ninguém naquela equipa cometerá. O próximo jogo é já um deles. O facto de ser contra o último em casa pode por vezes levar a um abrandamento dos índices de tensão e concentração. Embora isso seja normal e humano, é necessário porém estar precavido para as dificuldades que o Tondela nos criará (que serão bastantes) e fazer o nosso trabalho. Ainda para mais este jogo vem após uma ressaca de derby e Champions pelo que não há espaço para facilitismos.
Rui Vitória e os jogadores estão de parabéns. Estão a fazer um grande trabalho, mas para que ele seja coroado de sucesso o mais difícil está ainda por fazer.
Segunda-feira lá estaremos para mais uma jornada. Entretanto aqui ficam uns links com ecos da vitória em São Petersburgo.
 
Crónica do jogo com relato em inglês do golo de Gaitan no site da UEFA.
 
 
Vitória do Benfica nas redes sociais.
 
 
 

domingo, 6 de março de 2016

A hora do banco

Este post não é sobre o Banif, o Novo Banco ou a CGD. É sobre o "banco de suplentes" do Benfica.
 
A vitória em Alvalade já é passado. Poderá figurar nas páginas da gloriosa história de vitórias do Benfica se continuarmos a fazer o nosso trabalho até ao fim do campeonato e significar o que todos desejamos. Mas é para a frente que temos que olhar.

Quarta-feira temos já um novo e enorme desafio. Felizmente chegamos ao jogo da 2ª mão com possibilidades de seguir em frente numa competição da importância da Liga dos Campeões. Depois de um jogo tão intenso como o de ontem, enfrentaremos novo desafio de máxima dificuldade e alguns dias depois haverá nova jornada do campeonato.

Nesta altura da época torna-se por isso importante contar com os jogadores que normalmente não fazem parte do 11 inicial.
 
A bem da verdade diga-se que com tantas lesões, isso já vem acontecendo há bastante tempo. Mas nesta altura, com os castigos e a necessidade de gerir o esforço físico, tal torna-se ainda mais premente. Nélson Semedo, Fedja, Talisca e Raúl Jimenez (mas também Sálvio) precisam de estar prontos para ser titulares nalguns jogos decisivos, mantendo a elevada bitola de rendimento dos que têm jogado nestas posições.
Talisca já jogou contra o União e deverá jogar contra o Tondela, pois Renato está castigado após acumulação de amarelos. André Almeida e Jardel estão suspensos e não podem defrontar o Zénit pelo que Nélson deverá ser titular na direita, restando saber se Lisandro recupera ou se Fedja jogará a central. Por outro lado é possível que Rui Vitória aposte na velocidade e capacidade física de Raúl em São Petesburgo.
 
O plantel está esticado aos limites e todos são necessários. Há que fazer das fraquezas forças, como tem sido até aqui.

Fibra de campeão

Imagem globosesporte



Noite à Benfica!
Foi aquilo que eu esperava.
Não nos iludamos: por muito que por vezes queiramos deitar abaixo o Sporting - porque realmente o comportamento de muitos dos seus responsáveis é execrável - não é fácil ganhar em Alvalade.
Por isso teria que ser difícil.
Teria que ser de forma inteligente, aproveitando ao máximo as nossas oportunidades, reduzindo os espaços, procurando anular os melhores jogadores do Sporting e sabendo sofrer nos momentos nos quais estivéssemos por baixo no jogo.
Teríamos que equilibrar o meio campo, tirar o pé ao Sporting, no sentido de frustrar constantemente o seu jogo e ser letais nas nossas iniciativas atacantes. Estivemos quase perfeitos. Faltou um melhor aproveitamento de lances nos quais o Sporting estava claramente desequilibrado defensivamente (nomeadamente um na segunda parte no qual tivemos 3 para 2 já no último terço do terreno) para alcançar a perfeição.
Os nossos homens do meio campo foram heróis. Renato e Samaris foram, insisto, autênticos heróis esta noite. Não porque não tenham cometido nenhum erro. Não porque tenham marcado o golo decisivo - mas porque nunca se esconderam, sempre assumiram o jogo e nunca deixaram o Sporting assumir por completo o controlo do sector, apesar da inferioridade numérica. A teoria de que o 4-3-3 bate sempre o 4-4-2 foi hoje mais uma vez contrariada. Como tenho referido insistentemente, a dinâmica é o mais importante. Rui Vitória foi inteligente, manteve-se fiel aos princípios de jogo do Benfica e foi premiado com uma vitória tão feliz quanto merecida.
Outro herói desta noite foi Lindeloff. Admito que nunca pensei que o jovem sueco pudesse dar conta do recado desta forma tão competente, tão fria, tão discreta quanto eficaz. Ice man é de facto uma alcunha que lhe assenta como uma luva. Outro que tal foi Ederson. Espectacular! Um menino de 19 ou 20 anos calçar as luvas e assumir a baliza do Benfica num jogo desta responsabilidade e não tremer, fazendo ademais um par de grandes defesas, demostrando sempre grande segurança e tranquilidade é de homem. Temos sucessor à altura do grande Júlio.
Para terminar, uma palavra para Mitro. Mais uma vez foi decisivo. Um enorme avançado que o Benfica contratou finalmente esta época depois de muitas tentativas. Forte fisicamente, frio, matador. Um jogador fundamental esta época.
Esta noite fomos Benfica! Fomos não apenas uma equipa, com coesão, união autêntica, mas Benfica, como clube, incluindo adeptos, direcção e toda a estrutura. Foi impressionante ver o banco, todo de pé, em enorme ansiedade nos últimos minutos. Talisca, jogador que nem entrou, era um dos mais desejosos que o jogo acabasse. Parabéns também a todos os autênticos que estiveram em Alvalade esta noite e não se cansaram de dar força à nossa equipa.
Vitória fundamental que nos coloca na liderança. Nada está evidentemente ganho, embora tenhamos dado um passo importante, tenhamos quebrado o enguiço dos derbies/clássicos e estejamos no bom caminho. Para a semana há novo jogo a valer três pontos mas entretanto volta a Liga dos Campeões.
 
 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Agora é mesmo decisivo

O Benfica está forte. Depois da saída do treinador mais marcante do passado recente do Benfica, de um claro desinvestimento financeiro e da aposta nos jogadores da casa, nomeadamente da equipa B, das lesões de Sálvio, Gaitan e Luisão, após derrotas em todos os jogos contra os rivais, quem diria que o Benfica estaria a apenas um ponto do 1º lugar (e dependente apenas de si para ascender à liderança) à entrada para a última dezena de jogos do campeonato?

O Benfica está forte, está a marcar muitos golos e a criar muitas oportunidades. O último jogo para o campeonato confirma-o: o Benfica marcou dois, podia ter marcado facilmente 6 e jogou sem três titulares, sem contar com as ausências de Luisão, Lisandro e Fedja. E diga-se que Gaitan e Samaris estiveram bastante desinspirados, assim como Talisca.
 
O Benfica está forte enquanto equipa, enquanto clube, com o apoio extraordinário dos adeptos a contribuir muito para que estejamos nesta situação.

Mas não nos enganemos: Sábado é o tudo ou nada. Não nos iludamos: o Benfica não pode perder novamente. Seria muito importante ganhar, deixar-nos-ia bem mais perto do título, mas um empate não compromete pois o Sporting tem deslocações de grande dificuldade (Braga e Porto) pela frente. Ficaríamos porém dependentes de maus resultados dos outros para sermos campeões, o que nunca é bom.

Sejamos realistas: uma derrota em Alvalade seria o fim das possibilidades do tricampeonato: a partir daí teríamos que esperar que em apenas 9 jornadas o Sporting perdesse mais 5 pontos do que o Benfica (e poderíamos até ser ultrapassados pelo Porto).

O jogo assume pois um carácter decisivo e é assim mesmo, sem medos, sem desculpas, sem hesitações que ele tem que ser assumido.
 
Não é um jogo igual aos outros, não vale 3 pontos como os outros (vale 6), não tem as mesmas implicações psicológicas na equipa e nos adeptos que os outros.
 
O Benfica está bem, está forte, tem capacidade para chegar a Alvalade dominar o jogo e ganhar. Têm a palavra Rui Vitória e os jogadores. Nestes momentos tão importante quanto a estratégia e a táctica é a capacidade mental e a vontade. Estes jogos são batalhas mentais, guerras de nervos. O Benfica é bicampeão e tem que saber usar esse estatuto em seu benefício. Rui Vitória disse, após perder os primeiros jogos no início da época que o importante no campeonato era como acabava e não como começava. Também disse que se a tarefa fosse fácil provavelmente não era para si e a sua equipa. Tem agora a possibilidade de provar a veracidade e dar substância às suas afirmações. Tem o apoio e a confiança de todos os benfiquistas para o conseguir.