terça-feira, 23 de maio de 2023

"Como é que o Santa Clara pode parar o Benfica?"

Ouvi hoje nalguns canais perguntas do estilo: "como pode o Santa Clara parar o Benfica?", "como deve o Santa Clara jogar?" ou "o que esperas do Santa Clara?". Já sobre o Guimarães não ouvi muita coisa, excepto que se perder por 11-0 (!!), o Benfica poderá, em caso de empate, perder o título ou ter de jogar uma finalíssima com o Porto. "No futebol já vi de tudo"; "tudo é possível no futebol", asseveram.

Certíssimo. O que aparentemente não é possível, nem merece ser considerado é a possibilidade do Guimarães empatar ou vencer no Porto. Isso pelos vistos já não é futebol, nem é tema "como deverá o Guimarães jogar" ou que obrigação tem o Guimarães por respeito para com a verdade desportiva.

Enfim, mais um exemplo da comunicação social amestrada, submissa e temerosa em relação ao Porto. Eu percebo. Os árbitros e suas famílias já foram ameaçados, jornalistas foram múltiplas vezes agredidos no dragão ao longo destas décadas (o Valdemar Duarte, por exemplo, entre muitos, muitos outros, incluindo por capangas de Pinto de Costa), a família do treinador do Porto foi atacada quando saía de carro do estádio e o ano passado até a festejar o título mataram um dos seus ao murro, pontapé e facadas, 16 ou 18. Tudo bons rapazes. Há pois razões objetivas para ter medo. Mas isto é o contrário do que deve ser o desporto.

O futebol português vive um ambiente de medo, bafiento. Os árbitros, que tantas vezes criticamos, se calhar são tanto ou talvez até mais vítimas do que quaisquer outros (ver os ataques aos talhos de um árbitro, as "visitas de cortesia" dos dragões ao centro de estágios, as ameaças de Luís Gonçalves todas as semanas). Alguém que ponha mão nisto. Ao fim de 40 anos se calhar já é tempo. 

sábado, 20 de maio de 2023

As minhas desculpas aos leitores

 


 Tenho de pedir desculpas aos meus leitores. Escrevi aqui (clicar) que era um autêntico escândalo que o Porto fosse só a 4ª equipa de futebol com mais penalties do mundo. E defendi que os jogos deviam começar com 3 penalties a favor do Porto. 

Pois bem, o Porto já é a equipa do mundo com mais penalties nesta década (e nas outras imagino que também não tenha estado longe desse lugar, especialmente nas décadas "de ouro" dos quinhentinhos, café com leite e fruta para dormir), mas eu estava errado - e por isso penitencio-me perante os leitores. Afinal não eram 3 mas sim 4 os penalties a que o Porto deve legalmente, juridicamente, por uma questão de estatuto, ter direito por jogo.

E neste jogo finalmente teve-os. Primeiro num lance muito duvidoso em que Octávio parece promover o contacto e atirar-se contra o jogador do Famalicão (e em que a Sporttv, ou seja o VAR, praticamente não deu repetições) foram logo dois a abrir o jogo. Como o primeiro foi falhado, atirado à figura do guarda-redes que não se mexeu, Fábio Veríssimo manda repetir. E depois do Famalicão empatar contra todas as expectativas lá vieram mais dois. O terceiro num lance em que os jogadores da equipa da casa se queixam de que a bola teria saído pela linha final antes da situação que resulta em penalty. Não me pareceu mas mais uma vez o VAR (Sporttv) não mostrou repetições, nem Fábio Veríssimo analisou esse momento. 

Palavras para quê? Eu tinha vergonha se a minha equipa ganhasse assim. Um dia as coisas mudarão. Entretanto o futebol português continuará o "lixo" de que Conceição falou. Eu diria pocilga. E como disse Bernard Shaw, nunca lutes com um Porco: vais-te sujar e o Porco gosta. 


 

 

 Uma última nota: os adversários já têm medo de falar das arbitragens, mesmo depois de levarem com 4 penalties em cima. Dizem que não querem falar desses temas. Há uma semana, o treinador do Portomonense, depois de levar 5 que podiam ter sido 10 (e em que há um penalty claríssimo sobre Ramos que não é assinalado) vem falar da arbitragem. Eles sabem de quem é que precisam de ter medo e de quem é que podem falar à vontade sem temer quaisquer consequências.