segunda-feira, 24 de maio de 2021

Que tristeza... Parabéns Vieira (e quem votou nele)

 O título diz praticamente tudo. 

Os resultados falam por si.

Atentemos apenas ao seguinte: Jorge Jesus tem 5 finais da Taça e apenas uma vitória, no Benfica perdeu duas, perdeu mais duas na Liga Europa e outras duas Supertaças para o Porto (a segunda esta época). Ou seja, excluindo Taças da Liga, Jorge Jesus tem o seguinte registo de finais no Benfica: 6 finais, 4 derrotas e duas vitórias. Ambas as vitórias foram alcançadas perante... o Rio Ave, uma no Jamor, com um 2-1 em que acabámos o jogo com o credo na boca e uma Supertaça... nos penaltis.

E não me venham com a conversa de que para perder é preciso lá chegar e que estamos nas decisões. Isso não é conversa para o Benfica. Principalmente a nível nacional, é absolutamente normal o Benfica estar nas decisões.

O que temos de constatar é o contrário: o Benfica de Jorge Jesus é um derrotado crónico em finais. Quando lá chegamos (como em todos os jogos decisivos) Jorge Jesus falha. Isto é apenas a confirmação do que já sabemos há muito.

Eu vou porém mais longe: o Benfica de Vieira é um clube de perdedores. Já com Lage perdemos a final do ano passado com o Porto (permitindo a dobradinha deste clube) e também nas Youth League perdemos todas as finais. É um clube sem alma, sem chama, sem espírito e sem cultura vencedora que vai para as finais todo contente como se o objectivo fosse participar. No que participamos quase sempre (e sempre se contarmos apenas as finais a doer, com adversários grandes) é na festa dos outros.

Uma tristeza, isto não é o Benfica. Isto é um clube que foi tomado por arrivistas e espertalhões que o usam para negociatas e alpinismo social. Uma vergonha, para não dizer um nojo.

Lembrar-me do que fizeram a Jorge de Brito, um Senhor, um benfiquista a sério, para dar lugar ao tipo de gente que desde então tomou conta do clube para se servir dele, entristece-me e revolta-me.

O Benfica nunca mais foi o mesmo. De certo modo, os sócios estão a ter o que merecem, especialmente os que votaram em Vieira nas últimas eleições, quando já era por demais evidente o seu perfil.

Para mim, isto não é o Benfica. São necessárias mudanças profundas, a começar pelo presidente. Enquanto isso não acontecer vai ser mais do mesmo, um título aqui, outro ali - era o que mais faltava que o maior clube de Portugal nunca ganhasse - mas nunca seremos um clube verdadeiramente vencedor, conquistador, dominador, com espírito, com raça, com valor, que faça os adversários tremer, que faça os seus adeptos orgulhosos. Não com este presidente, não com estes dirigentes. Resta saber se ainda há entre os adeptos benfiquismo autêntico. 


sábado, 15 de maio de 2021

A vitória que se exigia

 Uma primeira parte de grande qualidade, contra uma equipa debilitada pela ausência dos dois jogadores mais fortes do seu meio campo, ditou uma vitória incontestável do Benfica no derby.

Era o resultado que eu esperava e que os benfiquistas em geral mereciam, numa época de grande desilusão. Claro que este foi o campeonato covid e que mesmo que o vencessemos não teria o mesmo sabor. Mas é evidente que ficámos muito aquém do exigível.

Era importante vencer não somente por uma questão de brio mas também para que o Sporting não terminasse o campeonato invicto.

O Benfica tem melhores jogadores, mas não tem melhor equipa. Neste jogo as individualidades vieram ao de cima e a vitória é justa. Poderíamos ter alcançado um resultado mais expressivo mas facilitámos um pouco na segunda parte. Além disso, o árbitro também teve - MAIS UMA VEZ - influência. Houve dualidade de critérios em relação aos amarelos - o de Gabriel é escandaloso - e ficou um vermelho por mostrar ao lateral esquerdo do Sporting.

É já cansativo falar disto. Na jornada passada houve um jogador do Nacional a defender uma bola com as duas mãos e nem assim o VAR interviu...

Em todo o caso vencemos que era o mais importante. Não pelo segundo lugar, que obviamente já estava fora de questão graças a Soares a Dias, mas pela honra. Haverá agora que conquistar a Taça de Portugal para iniciar um novo ciclo vitorioso. 

domingo, 9 de maio de 2021

Penalties revertidos

A época que está prestes a terminar ficará como um case study. É impensável o Benfica chegar a três jornadas do final do campeonato com um único penalti assinalado a seu favor. Está, nesta contabilidade, atrás do pior ataque e também do último classificado da Liga.

É impensável, é escandaloso, é a prova acabada da pouca vergonha que impera no futebol português.

Como é que isto aconteceu?

De duas maneiras: através dos árbitros e através do VAR.

Primeiro: os árbitros claramente não quiseram marcar penaltis a favor do Benfica.

Segundo: os assistentes no VAR serviram de instância de recurso para garantir que o Benfica praticamente não teria penaltis nesta época, seja ao não alertar os árbitros para penalties óbvios e flagrantes, seja ao reverter decisões tomadas pelos árbitros.

O último episódio aconteceu no jogo com o Porto.

Não discuto os foras de jogo nem as linhas. Embora haja aspectos discutíveis na colocação das linhas e na determinação do exacto momento do passe, é muito difícil, senão impossível, dizer que há uma premeditação no sentido de adulterar a realidade ou prejudicar uma equipa. Por isso não discuto a situação do Rafa.

No entanto no lance de Diogo Gonçalves, estive a rever as imagens e há um contacto indiscutível no joelho do nosso jogador que o derruba.

Numa primeira análise, parece que Diogo Gonçalves cai porque pisa o pé do jogador do Porto. A imagem da câmara que mostra essa situação é a única que o VAR mostrou a Soares Dias (ou a única que ele quis ver - foi muito rápido a decidir). Mas outras câmaras, com outros ângulos mostram que é o toque no joelho do Diogo que o derruba. Estas imagens são claras. 

Houve mesmo penalti - e o VAR não tinha nada que ter intervido.

O Benfica tinha que levar o que aconteceu esta época até às últimas consequências,  utilizando todos os seus direitos e exigindo nomeadamente as comunicações VAR e os relatórios dos observadores para perceber o que realmente se passou.

Não basta falar (aliás esta direcção praticamente nem fala, parece que está sob chantagem ou comprometida com alguma situação que não lhe permite queixar-se), é preciso falar mas é também necessário tomar medidas para garantir que esta pouca vergonha não fica impune, para EXIGIR um tratamento justo e equitativo do nosso clube por parte dos árbitros.

E os penaltis são, como já referi anteriormente, apenas um aspecto. Com os cartões amarelos passa-se a mesma coisa: admite-se que Ottamendi tenha 12 amarelos, Weigel 10, Pizzi e Gabriel (que pouco tem jogado) 6, e que Pepe tenha 6, Sérgio Oliveira 5, Octávio 2 e Palhinha 6???

Chega! Os jogadores e os adeptos do Benfica não o merecem. Alguém tem que pôr cobro a isto. 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Resultado previsível, campeonato atípico

 Num jogo em que ambos precisavam de ganhar e as equipas têm uma valia semelhante, o empate era o resultado mais provável. E foi o que aconteceu.

É certo que o Benfica poderia ter vencido, sobretudo pelo que fez nos últimos minutos, mas uma análise fria mostra que o Porto foi superior enquanto esteve em desvantagem no marcador (mais de 50 minutos) e que nesse período rematou muito e teve algumas oportunidades.

O Benfica não teve sorte em dois lances em que foras-de-jogo de alguns centímetros nos retiraram um golo e um penalti e no remate de Taarabt que espirrou para a barra depois de defesa incompleta de Marchesin.

Uma coisa que nos devemos recordar é que este Porto foi eliminado da Champions nos quartos de final por uma das equipas que chegou à final. E foi eliminado por pouco, não tendo sido inferior ao seu adversário no global dos 180 minutos.

A verdade é que para além da rivalidade e sem nunca desculpar ou esquecer comportamentos vergonhosos por parte de atletas, técnicos e dirigentes, não deixa de ser verdade que o Porto é um adversário forte, muito difícil de bater.

Em relação à arbitragem, é evidente que Pepe teria que ter sido expulso. Mas para além disso não me parece que Soares Dias tenha sido nesta ocasião particularmente tendencioso. Aliás assinalou dois penaltis, que acabaram por ser revertidos, é verdade, mas que a meu ver indicam que o árbitro não estava condicionado para prejudicar o Benfica. O fora-de-jogo é uma questão objectiva (não entro pelo caminho de questionar as linhas) e no lance de Diogo Gonçalves é de facto o nosso jogador que vai ao encontro do defesa e acaba por o pisar.

Vamos acabar o campeonato em 3°, restando a Taça de Portugal que agora é ainda mais imperativo ganhar. Mas aconteça o que acontecer nesse jogo, é uma época perdida em que foram falhados TODOS os objectivos.

Terá que ser feita uma reflexão muito profunda sobre o que correu mal.

Foi, claro está, uma época atípica, não apenas em Portugal. Juventus não foi campeã, em Espanha também é provável que seja um outsider a conquistar o título, em Inglaterra o Liverpool esteve como se viu e mesmo em França o PSG arrisca-se a não ser campeão.

Mas com o mal dos outros podemos nós bem. Bayern, City e Inter são exemplos de clubes que não permitiram "pandomias" para usar um neologismo de JJ que se aplica bem à situação e não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Não facilitaram. E, já agora, há que dar mérito ao Sporting que foi muito competente e nos momentos mais difíceis fez das fraquezas forças, arregaçou as mangas e não teve problemas em assumir as suas limitações e defender resultados. 

Ao contrário do Benfica que foi muitas vezes sobranceiro e pensou que os jogos eram favas contadas, acabando por ser surpreendido.

Volto a dizer: há muito a ponderar. O Benfica não tem um plantel inferior a Sporting e Porto, muito pelo contrário. Por isso há que identificar causas e responsabilidades para tamanho fracasso.


ADENDA: não tinha visto bem o lance do segundo golo de Cebolinha. NÃO HÁ QUALQUER RAZÃO PARA O ÁRBITRO O TER ANULADO. Isto muda a minha percepção sobre a arbitragem que efectiva e objectivamente prejudicou o Benfica e teve influência no resultado. Pelo facto peço desculpa aos leitores. 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Mourinho...

 José Mourinho foi durante anos o melhor treinador do mundo. Foi campeão europeu pelo Porto e pelo Inter e levou o Chelsea ao bicampeonato inglês em dois anos (antes disso, o Chelsea apenas por uma vez se sagrara campeão). No terceiro ano de Mourinho no clube, o Chelsea ficou em segundo lugar. Pelo meio venceu ainda duas taças da Liga e uma de Inglaterra e ficou perto de nova final da Champions no primeiro ano, tendo sido eliminado nas meias finais pelo Liverpool de forma polémica.

Depois partiu para Milão, tendo o Inter alcançado um ciclo de ouro sob a sua liderança. Daí seguiu para Madrid - e nunca mais seria o mesmo.

É verdade que Mourinho chegou ao Real numa altura em que o Barcelona dominava o futebol espanhol, mas uma Liga e uma Taça do Rei em três épocas nunca pode ser suficiente para um clube como o Real. Isto para não falar da humilhação dos 5-0 em Nou Camp ou dos problemas com Casillas, Sérgio Ramos e o próprio Cristiano Ronaldo, assim como o ambiente de permanente guerrilha com jornalistas e rivais. A aura de José começou a dissipar-se.

No regresso a Inglaterra ainda começou bem no Chelsea (campeão) e no United (Taça UEFA e da Liga), mas acabou despedido de ambas, após à primeira época se seguirem épocas em que não ganhou nada. Regressou ao comando de uma equipa através do Tottenham mas aqui nada ganhou (teria tido uma oportunidade na Taça da Liga se não tivesse sido despedido) e deixou a equipa num demasiado modesto 7° lugar  eliminada da Taça de Inglaterra e da Liga Europa (aqui de forma escandalosa, às mãos do Zagreb).

Em suma, Mourinho foi despedido ou dispensado dos últimos quatro clubes por onde passou. E em nenhum deles deixou saudades. O futebol praticado pelas suas equipas nos últimos anos é miserável. Ao contrário do que acontecia no início da sua carreira, a tendência agora é para perder finais, derbies e jogos decisivos.

O único "sucesso" que tem tido é a coleccionar indemnizações.

Felizmente já não será opção para o Benfica, caso as coisas corram mesmo mal neste fim de época e JJ ficar numa situação insuportável. Isto porque já está confirmado na Roma.

Sinceramente não vejo que tipo de sucesso possa vir a ter na Roma, face a um Inter renascido e campeão, uma Juventus que se  fortalecerá para recuperar o título, um Nápoles e um Milan que têm subido nos últimos anos.

Itália era dos poucos países em que Mourinho tinha um legado intacto. Com esta "traição" ao Inter, ele já está maculado - e provavelmente as coisas só irão piorar à medida que os resultados não aparecerem e os romanos perceberem o erro em que incorreram. Antevejo mais um capítulo da decadência de Mourinho, desde um dos melhores do mundo até um treinador demitido por todos os clubes por onde passa sem deixar saudades a ninguém.