quarta-feira, 11 de março de 2020

O estranho negócio Pedrinho

O Benfica esteve interessado em Bruno Guimarães, um jogador que todos reconheciam ter grande valor. O negócio acabou por ser arrebatado pelo Lyon, por cerca de 22 milhões de euros.

Poucos dias depois, o Benfica virou-se para Pedrinho, um jogador completamente diferente quer do ponto de vista da qualidade, quer da posição em campo.
No entanto os valores do negócio são, ao que parece, sensivelmente iguais: 20 milhões de euros. Curiosamente o mesmo valor de RDT e Weigl... Agora pelos vistos é sempre assim. Se calhar é para arredondar.

Este caso de Pedrinho (que no aeroporto mostrou um desconhecimento completo do Benfica) foi tão estranho que levou o então olheiro do Benfica no Brasil a demitir-se, dizendo que estavam a ser contratados jogadores sem qualidade:

 "Entendendo que o papel dos empresários e o interesse destes passou a prevalecer sobre a análise objetiva do valor dos jogadores, tornando seu trabalho inútil e prescindível, entendeu que deveria terminar a ligação que mantinha com o Benfica". - comunicado de imprensa.

Curiosamente perguntaram ontem a Jorge Jesus sobre Pedrinho. A sua resposta foi esta:

"Se me perguntarem se há jogadores no Brasil na mesma posição do Pedrinho melhores do que ele, eu digo que há e mais do que um, são vários. Cebolinha [Everton, do Grémio], Dudu [Palmeiras], Rony [Palmeiras], Michael [Flamengo]. Já lhe disse quatro!".

Face a isto, temos que nos perguntar: a quem aproveitam estes negócios? Porque ao Benfica já se viu que não é...

terça-feira, 10 de março de 2020

Pânico

A Federação acabou de decidir que os jogos desta jornada (e das seguintes, sem data definitiva) se vão realizar à porta fechada.
É uma decisão drástica, de que não recordo precedentes, motivada pelo Corona vírus. 
A mesma decisão já havia sido tomada antes em Itália. Israel já decretou um período de quarentena para todos os visitantes do país. 
Na Grécia todos os profissionais do Olympiakos estão a ser testados depois do presidente ter sido infectado com o vírus. 
As bolsas mundiais estão em queda livre. 
É o pânico generalizado. 

domingo, 8 de março de 2020

O que se passa com Bruno Lage?

A equipa do Benfica é hoje a imagem do seu treinador: apática, mole, à espera do que lhe vai acontecer.

É estranho porque no ano passado vimos uma equipa confiante, a jogar um bom futebol: atacante, apoiado, com a bola e os jogadores sempre em progressão para a baliza adversária.

Claro que este ano não temos João Félix que era importante no sistema de jogo de Lage, ao fazer a ligação entre o meio campo e o ataque, mantendo em sentido  a defesa adversária graças à sua imprevisibilidade e sentido de baliza. O ano passado havia ainda Jonas que entendia também muito bem esse papel de ligação entre sectores.

Mas isso não explica tudo.

Lage dispôs de várias soluções que, não tendo a mesma qualidade, podiam trazer algo à equipa. É há Vinicius que garante muitos golos.

Mais do que a falta de jogadores (que é uma realidade que se verifica sobretudo nas competições europeias) ou mesmo da má forma de vários titulares, o principal problema do Benfica hoje é a falta de uma ideia de jogo.

Bruno Lage não consegue este ano nem dar consistência e coesão à equipa, nem tirar partido das qualidades dos jogadores que tem. Não consegue aplicar o sistema do ano passado aos jogadores deste ano, mas também é incapaz de criar um novo, adaptado a estes mesmos jogadores.

Começa a ser demasiado - experiências a mais, duplas a mais, erros a mais -, demasiados jogos sem ganhar. Começa a escassear o tempo e a esgotar-se o crédito de Lage.

sábado, 7 de março de 2020

Medíocres

O que é isto?

Mas admite-se que uma equipa com 7 pontos de vantagem perca o campeonato em 5 jornadas?!

Aquelas renovações todas com jogadores que ainda tinham dois e três anos de contrato foram para quê?

Estão a gozar com os benfiquistas?

Tenham vergonha na cara.

sexta-feira, 6 de março de 2020

As contradições do Benfica

Acabaram de ser conhecidas as contas do Benfica e os resultados são excelentes. Mérito da direcção? Claro que sim e não há como o negar.
Pode-se dizer que o Benfica é o maior clube português (o que é indiscutível) mas o Porto e o Sporting também são grandes e as suas contas são desastrosas. Já o Braga que é muito mais pequeno tem boas contas. Por isso o factor determinante é a gestão e a sua qualidade. Aliás o Benfica esteve praticamente falido há duas décadas atrás.
Agora o que não se compreende é como é que esta superioridade não se reflecte nos plantéis!
Muito até pelo contrário: o Porto em geral impõe-se ao Benfica nos confrontos directos. O ano passado foi a excepção.
Esta é uma contradição no trabalho desta direcção, que leva muitas pessoas a interrogarem-se sobre se a prioridade são os resultados financeiros ou os desportivos.
A longo prazo, a saúde financeira será o mais importante, mas a questão é que o insucesso desportivo, nomeadamente a nível europeu, também pode ter um impacto muito negativo nas receitas.

Outra coisa que não se entende são as contratações: não se contratam defesas para poder ser alternativas aos titulares mas gastam-se 20 milhões num jogador para uma posição para a qual existiam já várias alternativas válidas. Contrata-se um jogador espanhol por 20 milhões cujo rendimento foi nulo, quando existem avançados muito melhores e mais baratos em mercados que, ao contrário do espanhol (e do alemão) estão ao nosso alcance.
Por falar em 20 milhões, é essa a nova unidade, a nova bitola para as contratações do Benfica?
Parece que sim, porque aparentemente é esse o valor pelo qual nos preparamos para contratar mais um jogador: Pedrinho. Que não é titular indiscutível do... Corinthians.
Isto depois de não termos querido dar 20 ou 21 por um outro jogador que realmente parece muito acima da média, Bruno Guimarães.
Jogador que aliás exibe uma estampa física (vulgar cabedal) assinalável, ao contrário de Pedrinho que, como o nome indica, é mais um levezinho...
Será que no Benfica ainda ninguém se apercebeu de que um dos problemas da nossa equipa é a falta de poderio físico, a insuficiente capacidade de choque?
Nos jogos europeus e mesmo contra o Porto isso é evidente. Temos uma equipa demasiado macia, problema que se tornou gritante com a lesão de Gabriel.

Enfim são algumas reflexões soltas cujo fio condutor é a discrepância entre a qualidade do trabalho da direcção nalgumas áreas e a gritante falta de visão, a roçar o amadorismo e quase o dolo, noutras. Infelizmente estas últimas são as mais importantes para os sócios e os adeptos.

Dito de outra maneira e sintetizando: não se entende por que razão um clube tão pujante financeiramente não se consegue impor a outro que está falido.

terça-feira, 3 de março de 2020

Miserável, terceiro-mundista

O futebol português é simplesmente uma vergonha.

O que aconteceu na Liga Europa é a consequência lógica da gestão danosa, da corrupção que grassa no futebol português (e que infelizmente parece estar bastante mais disseminada pela sociedade portuguesa do que eu pensava).

A incompetência começa na cúpula: Pedro Proença é, como dirigente, o que foi como árbitro: um vaidoso completamente incapaz. Todo ele é forma e estilo, zero de substância. Como árbitro prejudicava o Benfica em TODOS os jogos, alegadamente por ser benfiquista e muito honesto... (pausa para rir)

Fernando Gomes é muito apreciado dentro da Federação, incluindo pelo seleccionador e os jogadores. Mas tem um passado no mínimo duvidoso e não se quer envolver no charco da clubite, quando deveria ser a autoridade máxima e o garante da decência do nosso futebol.

Aquilo que aconteceu no Porto aquando da visita do Benfica, com enforcados, faixas com mensagens de ódio, bolas de golfe - acontecimentos gravíssimos - foi completamente ignorado por aquelas autoridades quando a sua obrigação era a de uma acção rápida e firme

Este estado de coisas - que não mudou assim tanto desde o apito dourado, altura em que o Porto deveria ter perdido os títulos referentes às épocas em que comprovadamente corrompeu árbitros com viagens e prostitutas - motiva um clima de guerrilha permanente Benfica-Porto que seca tudo à volta e está a matar o futebol português.

Neste estado de coisas, o Benfica, por muito que isso nos custe admitir, tem igualmente muitas culpas e muito a explicar.

O futebol português foi dominado pelo Porto durante três décadas através de um sistema de corrupção económica e institucional. Árbitros, quinhentinhos, agências de viagens, doping, observadores, dirigentes, tudo estava controlado e tudo está disponível para consulta no youtube graças às escutas da polícia judiciária.

O problema é que nada mudou, atendendo a que as condenações foram todas revertidas. Agora sabemos que há corrupção ao mais alto nível nas instâncias judiciais. Agora percebemos por que razão os juízes do Porto não quiseram condenar o clube e Pinto da Costa.

E tudo voltou à normalidade de um país de terceiro mundo.

A dada altura, o Benfica percebeu que por muito que fizesse em campo não conseguia ganhar. E iniciou uma estratégia de influência nos lugares de poder para contrariar o poder do Porto.

Esta é a realidade e assim chegámos à situação presente que envergonha os benfiquistas que têm verticalidade e decência: vouchers mal explicados e manobras no limite da legalidade que equipas de advogados agora procuram demonstrar que não configuram actos de corrupção.

É preciso começar do zero. Estes dirigentes, do Benfica, do Porto, do Braga, têm todos, sem excepção, negócios e passados obscuros e têm que ser investigados. Todos têm que abandonar o futebol. O mesmo é válido para a arbitragem e para os dirigentes da Liga e Federação. No caso do Sporting, a situação é diferente: gente amadora e incompetente que está a destruir o que resta do clube e que por essas razões deveria demitir-se urgentemente.

Se eu acho que isto vai acontecer? Acho que não. Somos, infelizmente, um país retrógrado e corrupto.

Agora as consequências estão à vista: o Benfica caminha para perder um campeonato que teve no bolso, envolvido em escândalos e investigações policiais, contratações que ninguém entende, comissões e negociatas mal explicadas que parecem feitas para dar dinheiro a ganhar aos amigos; o Porto é controlado por claques e informáticos criminosos e está em falência financeira; o Sporting caminha para a extinção; os clubes portugueses são eliminados por equipas de terceira e quarta linha da Europa. E os dirigentes assobiam para o ar.

Todos caminham alegremente para o abismo.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Infelizmente previsível

O Benfica nunca poderia perder em casa com o Braga depois de perder no dragão. Essa incapacidade de estar à altura dos grandes momentos (ainda por cima duas semanas seguidas), mostrou desde logo que esta equipa não tinha a fibra de campeão. O que aconteceu hoje nada mais foi do que a consequência lógica do que já estava visto. E assim um campeonato que estava praticamente ganho é atirado borda fora por falta de liderança e maturidade.

A celebrada hegemonia está perdida. O Porto vai conqiuistar o seu segundo campeonato em 3 anos e o 5º em 10. O Porto que é, diga-se, um clube completamente falido financeiramente. O problema é que a falência no Benfica é desportiva e de liderança. Isso é absoltamente claro. Quando se perdem 8 pontos em 4 jornadas e se é eliminado da Liga Europa depois de estar duas vezes em vantagem na eliminatória em nossa casa é porque não há estrutura nem liderança.

Uma derrocada completa que desmente por completo os discursos de LFV. Uma vergonha e uma desilusão enorme para os benfiquistas que não mereciam isto.