Portugal perdeu 45 minutos e quando foi atrás do prejuízo já era tarde.
A estratégia da primeira parte de troca de bola entre os centrais, à espera não se percebe bem de quê, e depois um passe longo para um dos flancos com o jogador a receber a bola em esforço e já coberto, essa estratégia foi completamente errada e incompreensível. Aliás os centrais e Rúben Neves por vezes tinham a bola já no meio campo e com um adversário já ultrapassado e voltavam para trás e aos passes para o lado.
E depois, claro, o erro brutal de Diogo Costa, compromete ainda mais o jogo - que seria sempre difícil.
Compreendo o 11 escolhido (não percebi bem a escolha de Rúben Neves mas teria a ver com a estratégia que por vezes funciona, outras não), mas duvidei desde logo que Gonçalo Ramos pudesse ter rendimento após a devassa de que foi vítima. Pareceu-me inclusive pela expressão facial de Gonçalo no aquecimento que ele estava afectado. Espero que quem lhe fez este ataque tenha a devida paga pelo que fez ao rapaz e a todos os portugueses.
Aos 51 minutos Fernando Santos colocou Ronaldo e Cancelo e a equipa foi mais incisiva. Andámos a correr atrás do prejuízo e tivemos algumas oportunidades mas cada jogada era seguida por uma interrupção de 1 a 2 minutos e isso quebra completamente o ritmo. Por isso e porque os marroquinos defendem bem, sentia-se que seria muito difícil conseguirmos marcar.
O árbitro permitiu quase tudo aos marroquinos e compactuou com o seu anti-jogo. Além disso, é no mínimo estranho que os lances duvidosos não tenham sido objecto de revisão por parte do VAR e que um deles nem sequer tenha sido repetido. Como é questionável que tenha sido escolhido um árbitro argentino para esta partida. Enfim, jogámos num país árabe contra uma equipa árabe, pelo que o aparentemente estranho se calhar se explica facilmente. Vamos ter duas equipas europeias, uma sul-americana e uma africana (e árabe e muçulmana) o que também é bom para a narrativa do sucesso do Mundial.
Enfim, a desilusão é enorme. Tínhamos o caminho aberto para as meias finais, com Suíça e Marrocos como adversários, e, caso conseguíssemos chegar à final enfrentaríamos uma Argentina ou uma Croácia que estavam ao nosso alcance. Ou seja, perdemos uma ocasião se calhar única para sermos campeões do Mundo. O jogo das meias deveria ter sido a prova de fogo sobre se tínhamos capacidade para tal. Não chegámos lá. Caímos frente a um medíocre Marrocos.