terça-feira, 29 de abril de 2014
A final conquistada e a que nos querem negar
Ainda não tinha escrito acerca do jogo no Porto e nem pensava escrever sobre nenhum assunto até quinta-feira, visto que me encontro já em "estágio".
No entanto, o que se está a passar é demasiado feio, demasiado vergonhoso para poder passar em silêncio.
Depois de uma arbitragem absolutamente deplorável, como tive ocasião de aqui escrever, com a sonegação de um penalty evidente e uma dualidade flagrante de critérios quer em relação aos lances propriamente ditos, quer em relação aos cartões, de um árbitro sem classe, para não dizer sem vergonha (que já no ano passado expulsou Nani num lance de pé em riste, dando uma eliminatória entre Manchester United e Real Madrid de bandeja aos espanhóis), depois de tudo isto - e de ser muito bem recebida em Lisboa - a Juventus ter o desplante de tentar afastar Enzo da segunda mão através de manobras de secretaria é algo de absolutamente inqualificável e que me causa nojo e repulsa.
Demonstra que de facto a Juventus não merece nenhum tipo de elogio e que se insere numa mentalidade abjecta de quem quer ganhar fora do campo, com manobras e esquemas que tão bem conhecemos cá em Portugal. É o total desvirtuamento da verdade desportiva.
Só a atitude em si é já merecedora da maior crítica e repulsa. E muda desde já todo o "tom" da eliminatória: aquilo que tinha tudo para ser uma celebração do futebol, com duas grandes equipas, dois históricos, a defrontarem-se para decidir o finalista de uma competição que só tem a ganhar com a presença de Benfica e Juventus numa semi-final, torna-se agora num jogo algo azedo, com um ambiente inquinado.
Temo que Enzo possa mesmo ser castigado, até porque (a fazer fé no que já li hoje) me parece que o Benfica cometeu um erro na sua defesa. De acordo com esses relatos, o Benfica teria apresentado a sua defesa dizendo que Chielini agredira Enzo antes e que este respondera à agressão. Ora a ser isso verdade, o Benfica está implicitamente a admitir a agressão de Enzo. E uma situação dessas, em sede disciplinar dará sempre uma suspensão. Quanto muito Chielini seria também ele castigado, mas penso que ainda assim ficaríamos a perder mais do que a Juventus, pois Enzo é a alma deste Benfica.
Claro que a situação do penalty não é passível de análise, pois é evidente que estas comissões não avaliam o trabalho dos árbitros e menos ainda podem corrigir qualquer tipo de erro (a não ser situações disciplinares que escaparam à visão do árbitro). Uma vez que, de acordo com os tais relatos que li, essa situação faria parte da defesa do Benfica (algo de absurdo e despropositado) quero acreditar que a defesa do Benfica foi afinal feita noutros termos, consentâneos com a verdade, nomeadamente negando qualquer intenção de agredir e qualquer agressão, tratando-se tão somente de um lance de disputa de posição no qual, quanto muito, Enzo poderia inadvertidamente ter acertado em Chielini.
Se assim for, Enzo, quero acreditar (pois apesar de tudo tenho que admitir que ainda haja bom senso e boa fé pelo menos nalguns responsáveis) não será castigado.
Veremos.
Esta manobra visa também criar diversão e instabilizar o Benfica. É, repito, algo de muito feio, de muito mesquinho e desprezível, mas que demonstra algo: a Juventus está com muito medo do Benfica. E isto por uma simples razão: o Benfica pode mesmo vencer esta eliminatória e estar novamente em Turim para a final.
Uma final que já conquistámos, e assim volto ao assunto inicial, até porque não nos podemos deixar enredar em pensamentos negativos, como a Juventus desejaria, é a da Taça da Liga.
Como sempre defendi, era a última prioridade da época, mas ainda assim era um objectivo. E esse foi alcançado, como deveria ser, com os jogadores menos utilizados.
Mais uma vez estes demonstraram que têm capacidade para ajudar o Benfica e para entrar em momentos decisivos não nos deixando mal.
E ainda por cima, esta equipa menos rodada viu-se reduzida a 10 a uma hora do fim, numa decisão que me pareceu incongruente por parte do árbitro, sobretudo considerando o seu critério disciplinar ao longo do jogo.
Reduzida a 10, esta equipa defendeu com enorme garra (o Porto praticamente não teve mais nenhuma oportunidade) e podia até ter resolvido o jogo ainda nos 90 minutos, se Ivan tivesse decidido melhor um lance de contra ataque iniciado por Enzo, entretanto lançado (e bem) por Jorge Jesus.
Penso que o cansaço pesou muito na forma como Ivan perdeu aquela bola que nos poderia ter dado o golo.
Porém a equipa acreditou sempre e teve a sorte e o mérito de vencer nos penalties. A vitória tem um sabor ainda mais especial por ter sido conquistada ali. Fomos felizes - e agora podemos consumar em duas finais o pleno nacional - onde no ano passado fomos muito abandonados pela sorte. Este ano festejamos a nível nacional, já como campeões e se tudo correr bem com mais dois títulos no palmarés.
Do jogo de Domingo gostaria de destacar as exibições de Jardel, um guerreiro a comandar as "tropas" e de André Almeida. André está a ser um jogador fundamental deste fim de época no Benfica. Capaz de ocupar três posições em campo, sempre com competência, André Almeida "secou" completamente Quaresma no Domingo, não lhe dando uma nesga de terreno nem tempo para pensar. Foi sem dúvida uma grande exibição. Também Oblak esteve em grande plano, demonstrando sempre uma grande segurança ao longo do jogo e defendendo um penalty. Mas para além destes gostei de toda a equipa, nomeadamente de Amorim, Garay, Ivan, Sulejmani, André Gomes, Siqueira e Cardozo, seja pelo que foram capazes de dar à equipa, seja pelo rigor táctico e pela enorme capacidade de sacrifício.
Merecemos, só por estes atributos, chegar aos penalties e aí vencer. Um abraço também para o Steven Vitória, que evidentemente não teve um jogo feliz, acusando a falta de ritmo e rotinas, mas que não deixa de ser um jogador muito válido. Bonita a atitude de Jardel de lhe dedicar também a ele a vitória.
Para além das finais nacionais, fica agora a faltar apenas a Europa. Aí será, como em tudo o mais, o que Deus quiser. Os italianos podem fazer todas as manobras que quiserem e elas terão o desfecho que tiverem. Mas o resultado final da Liga Europa já está escrito. Nós é que ainda não o sabemos. Só temos por isso que estar tranquilos, aguardar e esperar pois já não falta muito.
Hoje há uma meia final da Champions para distrair. Eu aposto no Real Madrid, como aposto depois no Chelsea para o jogo de amanhã. E aposto numa vitória do Real na final. Veremos se estou certo.
Saudações gloriosas para todos. Esta época já é memorável mas pode ainda ser (bem) mais.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Grande jogo, Benfica em vantagem a meio da eliminatória
Foi um grande jogo este Benfica-Juventus, de intensidade máxima, alta rotação, com golos espectaculares, que o Benfica venceu com justiça e no qual acabou por cima, o que pode ser um factor psicológico importante para a segunda mão.
Todos os jogadores deste plantel são válidos e todos deram o seu melhor e mostraram que se pode contar com eles. No entanto não temos também dúvidas de que Fedja e Gaitán, caso possam estar disponíveis para a segunda mão, poderão tornar a equipa mais forte e dar um contributo importante para o desfecho que todos desejamos, que é, para já, chegar à final. O Benfica começou muito bem a partida, a controlar a posse de bola e a não dar espaços à Juventus, que por outro lado se via em apuros sempre que tentava atacar e o Benfica saía rápido no contra ataque. Luisão e Garay estiveram imperiais na defesa e Siqueira foi um autêntico gigante que muitas vezes parecia um autêntico extremo. Maxi acusou (sem surpresa) algum cansaço (não tem tido descanso desde a lesão de Sílvio) mas ainda assim foi providencial nalgumas ocasiões, nomeadamente num corte espectacular à frente da nossa baliza. A vencer desde o início, o Benfica manietou a Juventus na primeira parte e saiu para o intervalo em vantagem com mérito. O Benfica não entrou porém bem na segunda parte. A Juventus apareceu mais atacante, mais pressionante e deu ideia de poder marcar.
Jorge Jesus percebeu que o Benfica estava a perder o controle do meio campo e lançou André Almeida, derivando André Gomes (que não fez o seu melhor jogo pelo Benfica, mas há que perceber que o adversário era dificílimo e coloca muitos jogadores no meio campo) para a esquerda para ocupar o espaço de Sulejmani, substituído. O sérvio fez uma exibição positiva, esforçada e com bons apontamentos mas acusava já a falta de ritmo e de pernas. Também entrou Lima para o lugar de Cardozo que pouco mais fez do que fixar os centrais adversários e servir de ponto de referência para a equipa. Durante uns minutos a equipa pareceu ter voltado a controlar o jogo mas rapidamente se começou a sentir que o cansaço pesava e que o Benfica recuava perigosamente. Numa bola colocada nas costas de Maxi, no espaço entre o central e o lateral, o penso que Pogba ganha em velocidade e coloca imediatamente, com uma grande visão e qualidade, em Tevez, que simula o remate, passa por três jogadores do Benfica e marca. As coisas pareciam pouco mais do que perdidas, porque se sentia que ao Benfica começavam a faltar forças. Nesta altura Jorge Jesus mexeu de novo - e bem - tirando André Gomes e colocando Ivan Cavaleiro (o único extremo que estava no banco e na verdade o único disponível no plantel). O sinal para forçar e atacar estava dado e o facto de Ivan ser da formação (para além da sua qualidade) penso que pesou para que o Benfica as coisas mudassem e o Benfica voltasse a acreditar. Numa jogada espantosa de futebol, Ivan simula, a bola chega a Lima que, embalado de trás, fuzila Buffon. O Benfica voltava a estar por cima na eliminatória (penso que a Juventus a dada altura acreditou que podia vencer o jogo e quase resolver a eliminatória, tendo visto esse objectivo defraudado) e podia até ter chegado ao 3-1, que porventura seria exagerado face ao que ambas as equipas jogaram.
Aliás, a Juventus podia também ter marcado, havendo que destacar um par de defesas excepcionais de Artur, uma delas já no tempo de descontos, que permitiram que tivéssemos vencido o jogo. Artur é, tal como Cardozo, um dos obreiros da nossa presença nesta fase da Liga Europa, algo que os adeptos deviam recordar quando criticam erros pontuais destes nossos atletas. Aliás em relação a Artur, os espectadores devem-se controlar e ter mais calma quando a bola chega aos pés do nosso guarda-redes pois os assobios e as manifestações de ansiedade em nada ajudam Artur a melhorar este aspecto do seu jogo que já sabemos não ser o seu forte. Tenham confiança nos nossos atletas que tantas alegrias e vitórias nos têm dado. Dos jogadores falta-me apenas falar de Markovic, que fez um grande jogo, mantendo a Juventus em respeito e tendo estado perto do 3-1 já no fim (assim como Cavaleiro que entrou para revolucionar os últimos 10 minutos) e de Rodrigo que acusou alguma fadiga e precisa de descansar para estar em grande em Turim.
O Benfica acabou o jogo a dominar novamente e a dar um bom mote para o jogo de Turim. Naturalmente será um jogo muito difícil, no qual a Juventus tudo fará perante o seu público para dar a volta à eliminatória e estar na final em sua casa, mas o Benfica tem os seus argumentos e tem qualidade para poder chegar à final. A arbitragem foi deplorável, sempre em desfavor do Benfica, como aliás eu tinha a certeza que seria. Há um penalty claríssimo que o árbitro não quis marcar para além de várias faltas e dualidade de critérios nos amarelos. Não podemos porém ficar agarrados a isso porque senão não passamos à final. Temos que continuar a abordar esta eliminatória com humildade e com confiança nas nossas capacidades. Temos que ter muita cabeça e dar tudo em Turim para podermos ser felizes. Nada está ganho, nada está perdido mas o Benfica mostrou hoje que tem futebol para disputar a eliminatória até ao fim.
Todos os jogadores deste plantel são válidos e todos deram o seu melhor e mostraram que se pode contar com eles. No entanto não temos também dúvidas de que Fedja e Gaitán, caso possam estar disponíveis para a segunda mão, poderão tornar a equipa mais forte e dar um contributo importante para o desfecho que todos desejamos, que é, para já, chegar à final. O Benfica começou muito bem a partida, a controlar a posse de bola e a não dar espaços à Juventus, que por outro lado se via em apuros sempre que tentava atacar e o Benfica saía rápido no contra ataque. Luisão e Garay estiveram imperiais na defesa e Siqueira foi um autêntico gigante que muitas vezes parecia um autêntico extremo. Maxi acusou (sem surpresa) algum cansaço (não tem tido descanso desde a lesão de Sílvio) mas ainda assim foi providencial nalgumas ocasiões, nomeadamente num corte espectacular à frente da nossa baliza. A vencer desde o início, o Benfica manietou a Juventus na primeira parte e saiu para o intervalo em vantagem com mérito. O Benfica não entrou porém bem na segunda parte. A Juventus apareceu mais atacante, mais pressionante e deu ideia de poder marcar.
Jorge Jesus percebeu que o Benfica estava a perder o controle do meio campo e lançou André Almeida, derivando André Gomes (que não fez o seu melhor jogo pelo Benfica, mas há que perceber que o adversário era dificílimo e coloca muitos jogadores no meio campo) para a esquerda para ocupar o espaço de Sulejmani, substituído. O sérvio fez uma exibição positiva, esforçada e com bons apontamentos mas acusava já a falta de ritmo e de pernas. Também entrou Lima para o lugar de Cardozo que pouco mais fez do que fixar os centrais adversários e servir de ponto de referência para a equipa. Durante uns minutos a equipa pareceu ter voltado a controlar o jogo mas rapidamente se começou a sentir que o cansaço pesava e que o Benfica recuava perigosamente. Numa bola colocada nas costas de Maxi, no espaço entre o central e o lateral, o penso que Pogba ganha em velocidade e coloca imediatamente, com uma grande visão e qualidade, em Tevez, que simula o remate, passa por três jogadores do Benfica e marca. As coisas pareciam pouco mais do que perdidas, porque se sentia que ao Benfica começavam a faltar forças. Nesta altura Jorge Jesus mexeu de novo - e bem - tirando André Gomes e colocando Ivan Cavaleiro (o único extremo que estava no banco e na verdade o único disponível no plantel). O sinal para forçar e atacar estava dado e o facto de Ivan ser da formação (para além da sua qualidade) penso que pesou para que o Benfica as coisas mudassem e o Benfica voltasse a acreditar. Numa jogada espantosa de futebol, Ivan simula, a bola chega a Lima que, embalado de trás, fuzila Buffon. O Benfica voltava a estar por cima na eliminatória (penso que a Juventus a dada altura acreditou que podia vencer o jogo e quase resolver a eliminatória, tendo visto esse objectivo defraudado) e podia até ter chegado ao 3-1, que porventura seria exagerado face ao que ambas as equipas jogaram.
Aliás, a Juventus podia também ter marcado, havendo que destacar um par de defesas excepcionais de Artur, uma delas já no tempo de descontos, que permitiram que tivéssemos vencido o jogo. Artur é, tal como Cardozo, um dos obreiros da nossa presença nesta fase da Liga Europa, algo que os adeptos deviam recordar quando criticam erros pontuais destes nossos atletas. Aliás em relação a Artur, os espectadores devem-se controlar e ter mais calma quando a bola chega aos pés do nosso guarda-redes pois os assobios e as manifestações de ansiedade em nada ajudam Artur a melhorar este aspecto do seu jogo que já sabemos não ser o seu forte. Tenham confiança nos nossos atletas que tantas alegrias e vitórias nos têm dado. Dos jogadores falta-me apenas falar de Markovic, que fez um grande jogo, mantendo a Juventus em respeito e tendo estado perto do 3-1 já no fim (assim como Cavaleiro que entrou para revolucionar os últimos 10 minutos) e de Rodrigo que acusou alguma fadiga e precisa de descansar para estar em grande em Turim.
O Benfica acabou o jogo a dominar novamente e a dar um bom mote para o jogo de Turim. Naturalmente será um jogo muito difícil, no qual a Juventus tudo fará perante o seu público para dar a volta à eliminatória e estar na final em sua casa, mas o Benfica tem os seus argumentos e tem qualidade para poder chegar à final. A arbitragem foi deplorável, sempre em desfavor do Benfica, como aliás eu tinha a certeza que seria. Há um penalty claríssimo que o árbitro não quis marcar para além de várias faltas e dualidade de critérios nos amarelos. Não podemos porém ficar agarrados a isso porque senão não passamos à final. Temos que continuar a abordar esta eliminatória com humildade e com confiança nas nossas capacidades. Temos que ter muita cabeça e dar tudo em Turim para podermos ser felizes. Nada está ganho, nada está perdido mas o Benfica mostrou hoje que tem futebol para disputar a eliminatória até ao fim.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Campeão com todo o mérito
O Benfica é Campeão Nacional com toda a justiça e mérito absoluto. Este campeonato foi ganho, como se costuma dizer, sem espinhas. Vencemos o Porto e o Sporting de forma claríssima (ambos por 2-0) e fomos muito fortes na maioria dos jogos, permitindo pouquíssimas oportunidades e quase não sofrendo golos na segunda volta.
Este título não tem casos nem dúvidas a ensombrá-lo; tem pelo contrário muito brilho de grandes exibições e golos para recordar. Os jogos com o Porto, o Sporting, o Estoril, a Académica e o Rio Ave (entre outros) devem figurar nos compêndios de como praticar bom futebol.
Mas nem tudo foi um mar de rosas (ou papoilas). Chegámos a estar 5 pontos atrás do Porto, depois estivemos atrás do Sporting durante algumas jornadas e fomos eliminados da Liga dos Campeões na fase de grupos num ano de final na Luz. Este campeonato não foi pois um passeio ou caminhada triunfal, como seríamos levados a crer se só atendessemos a estes últimos jogos em que, de acordo com alguns, tínhamos mais do que "obrigação" de vencer.
A realidade é que, depois de um começo muito difícil, o Benfica fez nesta segunda volta um percurso absolutamente brilhante, com paralelo apenas no Liverpool em Inglaterra - mas este não está a disputar competições europeias. A vitória do Benfica é pois uma conquista plena de justiça e de mérito que merece ser reconhecido a todos os níveis. Uma conquista que começa numa decisão corajosa de Luis Filipe Vieira, que continua não apenas na competência mas na crença de Jorge Jesus nas suas capacidades apesar dos falhanços dos anos anteriores, que também passa por uma certa mudança da atitude e do discurso muito positiva, e que depois tem nos jogadores os grandes obreiros dentro do campo, onde tudo se decide. Para além de toda a sua qualidade, eles têm demonstrado uma imensa dedicação, capacidade de sacrifício e grande solidariedade.
A festa de Domingo foi bonita e perfeitamente compreensível. Depois do que aconteceu quer na época passada quer já nesta, havia uma grande ansiedade e tensão acumulada que se libertou. Nos festejos por todo o mundo, o Benfica demonstrou uma vez mais a sua enorme força e dimensão global. Pela minha parte participei com muita alegria também nas festas e publiquei uma série de fotos que podem ser consultadas na nossa página no Facebook.
Aí juntámos um conjunto de fotos quer do jogo quer da festa no Marquês. Se ainda não seguem esta página podem fazê-lo ou no respectivo botão, ou seguindo o link https://www.facebook.com/JusticaBenfiquista É mais fácil e graficamente mais apelativo colocar ali um conjunto de fotos e vídeos, razão pela qual mantemos essa página. As celebrações benfiquistas continuarão nas próximas semanas, quer aquando do final do campeonato quer aquando da final da Taça. Mas seria bonito que pudessem também ser motivadas por uma dupla visita (ou um regresso) a Turim. De facto a participação em mais uma final da Liga Europa faria desta época realmente uma época histórica para o Benfica. Não será nada fácil e, como já defendi, o Benfica não parte como favorito. Esse favoritismo e a "obrigação" de estar na final cabe à equipa precisamente de Turim, quer por ser tricampeã de Itália quer por ter um conjunto de opções mais custosas do que as do Benfica. Além disso não é uma daquelas equipas que possamos surpreender aproveitando uma certa sobranceria que por vezes afecta os favoritos. Não: a Juventus não padece de qualquer vedetismo, é uma equipa trabalhadora e humilde. O Benfica só poderá vencer se, tendo o mesmo querer e garra do que o adversário, conseguir ser ainda mais humilde e trabalhador e ter mais qualidade nos detalhes, aproveitando praticamente todas as suas oportunidades e não cometendo erros na defesa. O árbitro é perigosíssimo e a equipa terá também que estar bem atenta para não dar qualquer pretexto para que ele nos prejudique. Em suma, o Benfica tem muita coisa contra si, incluindo lesões de jogadores fundamentais nesta fase da época. Teremos por isso que preparar esta eliminatória ao pormenor, sem quaisquer distrações (que deixaram de existir com a conquista do principal objectivo da época e a concretização do apuramento para a final da Taça de Portugal), com a máxima concentração. Teremos que apelar ao limite das nossas forças e superarmo-nos neste momento. Teremos que ser extremamente humildes e capazes de sofrer. Na frente teremos que ser frios e certeiros. Só assim poderemos ter esperança de ir a Turim não uma mas duas vezes esta época.
Mas nem tudo foi um mar de rosas (ou papoilas). Chegámos a estar 5 pontos atrás do Porto, depois estivemos atrás do Sporting durante algumas jornadas e fomos eliminados da Liga dos Campeões na fase de grupos num ano de final na Luz. Este campeonato não foi pois um passeio ou caminhada triunfal, como seríamos levados a crer se só atendessemos a estes últimos jogos em que, de acordo com alguns, tínhamos mais do que "obrigação" de vencer.
A realidade é que, depois de um começo muito difícil, o Benfica fez nesta segunda volta um percurso absolutamente brilhante, com paralelo apenas no Liverpool em Inglaterra - mas este não está a disputar competições europeias. A vitória do Benfica é pois uma conquista plena de justiça e de mérito que merece ser reconhecido a todos os níveis. Uma conquista que começa numa decisão corajosa de Luis Filipe Vieira, que continua não apenas na competência mas na crença de Jorge Jesus nas suas capacidades apesar dos falhanços dos anos anteriores, que também passa por uma certa mudança da atitude e do discurso muito positiva, e que depois tem nos jogadores os grandes obreiros dentro do campo, onde tudo se decide. Para além de toda a sua qualidade, eles têm demonstrado uma imensa dedicação, capacidade de sacrifício e grande solidariedade.
A festa de Domingo foi bonita e perfeitamente compreensível. Depois do que aconteceu quer na época passada quer já nesta, havia uma grande ansiedade e tensão acumulada que se libertou. Nos festejos por todo o mundo, o Benfica demonstrou uma vez mais a sua enorme força e dimensão global. Pela minha parte participei com muita alegria também nas festas e publiquei uma série de fotos que podem ser consultadas na nossa página no Facebook.
Aí juntámos um conjunto de fotos quer do jogo quer da festa no Marquês. Se ainda não seguem esta página podem fazê-lo ou no respectivo botão, ou seguindo o link https://www.facebook.com/JusticaBenfiquista É mais fácil e graficamente mais apelativo colocar ali um conjunto de fotos e vídeos, razão pela qual mantemos essa página. As celebrações benfiquistas continuarão nas próximas semanas, quer aquando do final do campeonato quer aquando da final da Taça. Mas seria bonito que pudessem também ser motivadas por uma dupla visita (ou um regresso) a Turim. De facto a participação em mais uma final da Liga Europa faria desta época realmente uma época histórica para o Benfica. Não será nada fácil e, como já defendi, o Benfica não parte como favorito. Esse favoritismo e a "obrigação" de estar na final cabe à equipa precisamente de Turim, quer por ser tricampeã de Itália quer por ter um conjunto de opções mais custosas do que as do Benfica. Além disso não é uma daquelas equipas que possamos surpreender aproveitando uma certa sobranceria que por vezes afecta os favoritos. Não: a Juventus não padece de qualquer vedetismo, é uma equipa trabalhadora e humilde. O Benfica só poderá vencer se, tendo o mesmo querer e garra do que o adversário, conseguir ser ainda mais humilde e trabalhador e ter mais qualidade nos detalhes, aproveitando praticamente todas as suas oportunidades e não cometendo erros na defesa. O árbitro é perigosíssimo e a equipa terá também que estar bem atenta para não dar qualquer pretexto para que ele nos prejudique. Em suma, o Benfica tem muita coisa contra si, incluindo lesões de jogadores fundamentais nesta fase da época. Teremos por isso que preparar esta eliminatória ao pormenor, sem quaisquer distrações (que deixaram de existir com a conquista do principal objectivo da época e a concretização do apuramento para a final da Taça de Portugal), com a máxima concentração. Teremos que apelar ao limite das nossas forças e superarmo-nos neste momento. Teremos que ser extremamente humildes e capazes de sofrer. Na frente teremos que ser frios e certeiros. Só assim poderemos ter esperança de ir a Turim não uma mas duas vezes esta época.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Incrível, brilhante... inesquecível
O Benfica conseguiu ontem o que muitos consideravam improvável antes do jogo e impossível após a expulsão e (mais ainda) o golo do Porto.
A jogar em inferioridade numérica, o Benfica conseguiu marcar dois golos e apurar-se num jogo de proporções gigantescas, históricas, futebolisticamente falando.
De facto parecia muito difícil que, sem Luisão, sem Fedja, sem Amorim, com uma equipa mais desgastada do que o adversário (que poupou várias peças para esta partida) o Benfica se pudesse superiorizar de uma forma clara ao seu principal rival das últimas décadas, ao qual não vencia em duas partidas seguidas há muitíssimos anos, e o qual o tinha vencido na maioria dos confrontos decisivos dos últimos anos.
A entrada em campo foi porém destemida, autoritária, muito confiante e deixou logo antever um domínio quase total do jogo que mais cedo ou mais tarde deveria resultar em golo. Restava depois ver como reagia o Porto que entrara a tentar disputar o jogo pelo jogo e ter bola no meio campo do Benfica mas rapidamente se encolhera e passara a jogar na expectativa.
A partir do golo ficámos com a clara sensação de que o Benfica podia resolver a eliminatória com alguma facilidade, tal o domínio do jogo, a velocidade com que jogava, a convicção dos seus jogadores. Mas num ápice tudo mudou. Numa das suas jogadas de prestidigitação arbitral, Proença resolve expulsar Siqueira, depois de uma entrada mais ríspida.
A questão aqui está e não está no segundo cartão amarelo. Não está na medida em que tem que se admitir tratar-se de uma jogada em que o árbitro pode dar cartão amarelo. Mas está na medida em que um árbitro deve evitar estar a condicionar um jogo decisivo de uma forma tão flagrante, ainda na primeira parte e ainda por cima quando o primeiro cartão amarelo foi manifestamente injusto. Mais: Proença não interrompe a jogada, não dá amarelo quando a bola sai pela linha lateral e só muito tempo depois, após se ir inteirar do estado de Quaresma (que obviamente teatralizou ao máximo) é que dá o 2º amarelo e vermelho a Siqueira.
Depois disto o jogo do Benfica desconjuntou-se (até porque Cardozo praticamente não participava no jogo da equipa, por manifesta incapacidade física que aqui já referimos) e até ao fim da primeira parte não fez mais nenhuma jogada, tendo-se limitado a segurar o resultado, entrando entretanto André Almeida para o lugar de Cardozo.
Na segunda parte esperava-se um jogo de muito sofrimento e, na melhor das hipóteses, paciência para esperarmos por uma oportunidade de poder marcar. Viu-se que a equipa entrou bem e até a ser mais acutilante e perigosa mas do nada Varela tirou um coelho da cartola, que teve algum sabor a frango, pois a bola passa por baixo das pernas de Artur (já Fabiano me parecera mal batido no golo de Sálvio).
Tudo parecia perdido nessa altura. Mas eis que, coisa rara, coisa única, coisa inaudita, Proença marca um penalty a favor do Benfica e contra o Porto. Penso que o penalty não oferece dúvidas pois Reyes (muito verdinho - eu disse antes do jogo que ele tremeria como varas verdes) falha por completo a bola e derruba objectivamente Sálvio (que jogo!).
A esperança reacendia-se. A Luz acreditava no que parecia impossível. O Benfica crescia e o Porto diminuía, encolhia-se, assustava-se. Logo a seguir Rodrigo isola-se (nova infantilidade de Reyes) podia ter marcado mas adia o remate e escorrega no último momento, quando quer fazer mais uma finta.
A expectativa cresce, o Benfica mostra-se paciente, acredita e num golpe de génio, coroando um jogo enorme, André Gomes faz um golo monumental. É a loucura completa no Estádio. O vulcão incendia-se: todo o banco de suplentes corre para André, alguns adeptos loucos invadem o campo. Conseguimos! Ganhámos! Faltavam 10 minutos e jogávamos com 10 mas de modo nenhum deixaríamos fugir esta vitória.
Dali até ao fim já não houve futebol. Quesílias, perdas de tempo, discussões, talvez uma ou outra agressão que escapou ao árbitro e às câmaras de televisão e o apito final chegava. Os adeptos celebravam, meio atónitos, quase incrédulos quanto ao que acabara de se passar.
Eu ontem avisei. Salvo um impedimento de força maior, jogos destes não se podem perder. A noite de ontem na Luz foi inesquecível.
Caso tenha oportunidade escreverei mais tarde acerca da inteligência com que Jorge Jesus e os jogadores, com especial destaque para os centro campistas abordaram este jogo e como se começou a construir tacticamente a vitória de ontem. Todos os Benfiquistas estão de parabéns pela vitória de ontem, sobretudo como é óbvio aqueles que acreditaram e apoiaram a equipa em muito a ajudando a superar-se e encontrar forças onde elas pareciam já não existir para conquistar esta presença no Jamor.
Os sentimentos ao Presidente do Benfica pelo falecimento da sua Mãe ainda na noite de ontem. Para ele e toda a família, as condolências e um abraço.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Benfica-Porto? Presente.
É um daqueles jogos que não se deve falhar, a não ser que exista uma boa razão para tal.
É um clássico, dá acesso à final da Taça e ajudará a definir a medida do nosso sucesso esta época. O jogo não dá na BenficaTV e os bilhetes para sócios são apenas 15 euros!
Não há razão para não encher o Estádio. Não digo à sua máxima capacidade, porque isso já sabemos que não acontecerá, devido a vários factores, mas pelo menos com uma casa na ordem dos 50.000 espectadores.
A equipa precisa de um ambiente forte para logo à noite, um ambiente que a faça crescer e contribua para vulgarizar o adversário.
Eu vou estar presente. E vocês?
terça-feira, 15 de abril de 2014
Benfica-Porto: antevisão
Seria um grande erro - no qual estou certo que treinador e jogadores não incorrerão - subestimar o Porto.
O Benfica tem que entrar em campo sabendo que não é o favorito, que está em desvantagem e que só poderá ganhar se fizer de facto um grande jogo.
A eliminação do Porto em Sevilha pode levar alguns (mais desatentos) a pensar que o Benfica não terá muitas dificuldades em passar à final, mas isso é um erro primário, por várias razões.
Em primeiro lugar porque a equipa do Porto que entrará em campo na Luz terá pouco a ver com a que esteve em Sevilha.
Esta equipa do Porto (que, recorde-se eliminou o Nápoles, algo que eu considerei altamente improvável) tem qualidade e isso viu-se no jogo da 1ª mão em que durante toda a primeira parte o Benfica foi manietado. A sua qualidade e intensidade de jogo assentam em Fernando, Quaresma e Jackson (e Varela, quando está inspirado). Ora dois deles não jogaram em Sevilha. Sem Fernando o Porto perde a sua principal força do meio campo e muita consistência defensiva e sem Jackson o Porto perde muito da sua agressividade atacante.
Na Luz não apenas jogarão todos, como inclusivamente foram "poupados" no jogo do campeonato para estarem frescos nesta partida.
Atendendo a que no Benfica, pelo contrário, há vários indisponíveis e que o resultado da 1ª mão é negativo, considerando ainda que o Benfica sabe que tem outros compromissos importantes pela frente, ao passo que o Porto tem neste jogo a "salvação" da sua época (como assumiu inclusivamente o seu presidente), teremos que ser humildes, muito concentrados e querer mais do que o adversário para poder passar à final. Para isso o apoio do público poderá ser muito importante.
Uma entrada em jogo displicente, complacente ou sobranceira pode pelo contrário equivaler a quase "entregar" a eliminatória ainda na primeira parte.
Dito isto, penso que desta vez não haverá "poupanças". Ou seja, que jogarão aqueles que estão em melhor forma e dão mais garantias, nomeadamente Siqueira, Enzo, Gaitan, Rodrigo e Lima. A questão de Maxi poderá ser mais discutível, considerando o desgaste que o jogador possa ou não apresentar, ao passo que entre Sálvio e Markovic sinceramente não sei qual deles pode dar mais à equipa, uma vez que estamos perante dois grandes jogadores, de características diferentes e a viver momentos da carreira distintos. No resto não há muitas dúvidas: Garay será titular e Luisão e Fedja também no caso de estarem totalmente recuperados e da sua utilização não acarretar riscos. Se houver riscos então não devem jogar pois uma final da Taça não justifica hipotecar a sua utilização em meias finais da Liga Europa e na própria final da Taça (caso possamos passar) e isto para já nem falar da Taça da Liga (obviamente de muito menor importância).
Dito isto, claro que Jorge Jesus até poderá surpreender e jogar com Cardozo. E quem sabe se essa hipotética opção não se poderá revelar muito acertada com Cardozo a "aparecer" e resolver a eliminatória. Apenas digo que eu escolheria os que refiro no anterior parágrafo, mas não estou seguro (ao contrário do que aconteceu no jogo da 1ª mão em que a aposta no paraguaio me pareceu errada a priori) de que outras opções sejam menos acertadas.
Menos compreensível seria para mim a utilização de Sulejmani (que não está num bom momento e tem mostrado pouco nos últimos jogos), ou mesmo de André Gomes (a não ser que por necessidade) ou Ivan Cavaleiro. Este jogo é já, como JJ de resto referiu, decisivo e até (admitamo-lo) de grau de exigência muito maior do que a própria final, seja o Braga ou o Rio Ave o outro finalista. Por outro lado, o campeonato está neste momento quase resolvido, sendo o próximo adversário o lanterna vermelha, pelo que qualquer solução que pudesse ser equacionada para jogar contra o Porto (numa perspectiva de "poupança") seria por maioria de razão válida para enfrentar o Olhanense em casa. Em suma, este jogo é, neste momento, o mais importante da época. Não serve para salvar ou perder a época mas pode servir para alcançar um título muito importante no panorama do futebol português.
Por outro lado, olhando para o adversário, é fácil perceber que o jogo do Porto passará em larga medida por Fernando e Quaresma e que estes jogadores serão peças centrais do mesmo e dos equilíbrios defensivos e ofensivos do Porto. Pressionando-os, forçando o seu erro, estaremos melhor no jogo, poderemos ser mais dominadores. Em relação a Fernando, há que recordar que este jogador costuma ter entradas violentas e nomeadamente pisar os adversários, especialmente quando defronta o Benfica. Esses pisões, evidentemente merecedores de (pelo menos) cartão amarelo, têm passado impunes e inclusivamente no último jogo resultaram num golo do Porto. Neste aspecto teremos que estar atentos e ser pressionantes, quer os jogadores, quer o público, exigindo que o árbitro não faça vista grossa a tais situações.
Quanto a Quaresma, há que ter cuidado para que não receba a bola à vontade, com espaço para embalar, pois com a sua qualidade técnica, torna-se depois difícil desarmá-lo. Maxi terá que estar especialmente instruído para evitar entradas à queima, bem como entradas à margem das leis que possam ser punidas com cartões.
Se o Benfica conseguir ser pressionante, se conseguir ocupar os espaços como fez em vários jogos esta época, se conseguir jogar em antecipação, poderá ter uma boa chance de dar a volta à eliminatória. Teremos que acreditar, estar concentrados e aproveitar as oportunidades de golo que surgirem. Temos qualidade e jogamos em casa mas isso só não chega. Para passar teremos que ser muito melhores do que o adversário.
4-1 em Sevilha? Contra 10? Normalíssimo...
A derrota do Porto em Sevilha foi humilhante. O campeão nacional perder de uma forma tão clara, com uma goleada que só foi atenuada já nos descontos, com uma equipa de meio da tabela de Espanha, é algo que envergonha o nosso futebol.
Embora seja claro que sem Fernando e Jackson este Porto perde pelo menos metade do seu valor, esperava-se ainda assim muito mais de uma equipa que disse publicamente e por mais do que uma vez que queria conquistar este troféu e que se apresentava como um dos favoritos. Até falavam em vencer o Benfica ou nas meias finais ou na final...
Tendo em atenção que as vitórias do Benfica na prova têm sido desvalorizadas, desprezando-se constantemente os nossos adversários, nomeadamente o Tottenham, e que o treinador do Benfica tem sido inclusivamente criticado (por muito incrível que pareça) ou porque faz "gestão", ou porque não faz, ou por que faz uma gestão diferente da que os comentadores queriam, ou porque não ganhou todos os jogos por 10 a zero, esperava-se pois que estes críticos tão exigentes fossem agora reverberar a exibição do Porto, criticando-a de uma forma contundente.
Pura ilusão. Pelos vistos é normalíssimo perder 4-1 com o Sevilha e uma situação que nem merece particulares reparos. Não ouvi nenhuma crítica ao treinador do Porto nem aos jogadores nem a quem construiu o plantel.
Na SIC, uma dupla Ribeiro Cristovão e David Borges sempre tão agressiva contra o treinador do Benfica, achava agora tudo normal e multiplicava-se em explicações, em atenuantes, em desculpas. Ora era o árbitro e o penalty duvidoso, ora eram as ausências na equipa do Porto, ora era a falta de sorte, ora era o ambiente. Tudo junto "explicava" este resultado. Portanto tudo normal. O "inaceitável" e merecedor de duras críticas é vencer adversário após adversário (sempre medíocres, claro, ao contrário deste grande Sevilha), rodando jogadores para poder manter uma vantagem clara no campeonato e estar ainda nas outras competições. Isso é que é imperdoável!
Perder 4-1 em Sevilha, contra uma equipa que me parece fraca, com pouca dimensão europeia, numa exibição que, de acordo com um dos jogadores da equipa derrotada, foi vergonhosa, deveria merecer (pensaríamos nós) fortes críticas da nossa imprensa, sempre tão impiedosa com as exibições do Benfica na Liga Europa. Mas pelos vistos, na passada semana, no estádio (que mais parecia a arena) em Sevilha e nos estúdios de TV em Lisboa, no pasó nada.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Este é nosso!
Este campeonato já ninguém nos tira!
Não está reservado nem ninguém no-lo deu. Conquistámo-lo com todo o mérito, de uma forma praticamente irrepreensível. Se não fosse a derrota na primeira jornada (curiosamente JJ tem feito sempre maus resultados na abertura do campeonato), estaríamos agora sem derrotas e apenas com dois empates mais surpreendentes (com o Arouca e o Belenenses em casa, em dois maus jogos da nossa equipa). Os restantes empates (com o Sporting e o Gil Vicente fora) são normais numa época.
Claro que faltam ainda dois pontos (ganhos pelo Benfica ou perdidos pelo Sporting) mas é evidente que o título já não nos fugirá. Não menos assinalável é o facto do Porto estar a 15 pontos de distância.
O Benfica pode inclusivamente ser campeão antes de jogar no Domingo, bastando para isso que o Sporting não ganhe no Restelo.
Entretanto vem a Taça. Mas esse é um outro assunto a que voltaremos nos próximos dias.
sábado, 12 de abril de 2014
Os dois Barcelonas
Nos quartos de final da Champions disputados quarta-feira houve uma confirmação e uma semi-surpresa. A confirmação foi a eliminação do Manchester, a semi-surpresa foi a vitória do Atlético de Madrid sobre o Barcelona.
Este Atleti é uma equipa um pouco à Mourinho, ou seja, uma equipa alicerçada na segurança defensiva, muito trabalhadora, sem grande brilho no seu jogo e altamente resultadista.
A sua vitória só foi porém possível porque este Barcelona está distante da equipa dominadora de há uns anos atrás. Xabi não é o mesmo, já não há Puyol, Piqué também se lesionou, Iniesta já não tem o mesmo fulgor do passado e Messi está numa fase de grande apagamento.
Por outro lado, o treinador, não sendo mau, não parece ser capaz de acrescentar muito e menos ainda de inverter o estado de coisas, que parece ser de declínio. É verdade que a equipa ainda tem possibilidade de se sagrar campeã em Espanha mas o tal, bastante apregoado, fim de ciclo deste Barcelona poderá estar de facto a acontecer. Ou já neste ano ou certamente nos próximos.
No entanto, apesar deste Barcelona estar fora da Liga dos Campeões, há outro barcelona que por lá se mantém: a equipa treinada por Pepe Guardiola, o Bayern de Munique.
Este Bayern de facto não parece uma equipa alemã e está ainda por provar que a fórmula tiki-taka de Guardiola seja exportável. Para já a equipa começou a época a perder a Supertaça alemã e já venceu o campeonato a várias jornadas do fim. Eliminou um frágil Manchester e terá agora a oposição do Real nas meias da Champions. Será esse o verdadeiro teste a este segundo barcelona que em certas alturas parece uma equipa pouco objectiva, que se perde em passes excessivos e cuja agressividade deixa muito a desejar em relação às épocas passadas.
Na outra meia final defrontar-se-ão equipas muito parecidas: sem super-estrelas (com excepção, talvez, de Diego Costa e Hazard - veremos se estarão disponíveis para os jogos), serão dois onzes sobretudo de combate e em busca apenas e só do resultado. E o prémio é alto: uma presença numa final da Champions.
Aceitam-se apostas.
Eu estou tentado a crer que o Real é favorito, assim como o Chelsea, mas veremos.
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Juve - vencedora anunciada da Liga Europa
Desde que eliminada da Champions e repescada para a Liga Europa, a Juventus, por várias razões, incluindo o facto de ser bicampeã de Itália e a final se disputar em Turim, tornou-se na principal favorita à conquista deste troféu.
É preciso perceber bem que a Juventus, para além de ser de longe a equipa mais titulada em Itália, com um domínio absoluto nos últimos 3 anos, tem uma história europeia impressionante, acumulando um total de 10 títulos: 2 Taças/Ligas dos Campeões, 1 Taça das Taças (contra o Porto), 3 Taça UEFA, 2 Supertaças europeias e 2 Taças Intercontinentais. Tem ainda uma Taça Intertoto. É evidentemente algo que está apenas ao alcance dos maiores da Europa (em termos estritamente europeus note-se que o Milan tem um palmarés superior à Juventus com umas impressionantes 7 Taças/Ligas Campeões).
A Juventus, que se prepara para ser tri-campeão de Itália, tendo tido ao longo do campeonato uma série de 12 vitórias consecutivas (a segunda mais longa de sempre da série A), tem um plantel fortíssimo. Se é verdade que o campeonato italiano já foi mais forte do que é neste momento, isso não nos deve levar a cair no erro de que estamos perante uma equipa apenas razoável ou "acessível". Não, estamos perante uma equipa de topo com várias estrelas internacionais, habituadas a jogar no máximo da exigência e do grau competitivo, incluindo mundiais. Com efeito, a Juventus constitui a base da selecção italiana, com destaque para Buffon, Chiellini (um autêntico gladiador), Pilro, Barzagli, Marchisio e Bonucci. Depois têm jogadores como Asamoah, Vidal, Vucinic e Tevez.
Não tenhamos pois ilusões: a Juventus é claramente a favorita a vencer a competição e portanto favorita nesta eliminatória. É indiscutível que o Benfica tem feito uma excelente campanha, que está a jogar um grande futebol e que tem jogadores de muito boa qualidade, mas a Juventus simplesmente está num patamar acima em termos de competitividade e soluções no seu plantel. A "obrigação" de ganhar está toda do lado da Juventus.
Claro que isto não quer dizer que o Benfica já esteja eliminado ou que deva abordar esta meia final com uma atitude derrotista. O Benfica tem as suas chances. Se estiver no máximo das suas capacidades, o Benfica pode, sublinho pode, eliminar a Juventus. Um bom jogo não chegará para isso. O Benfica precisará de fazer dois bons jogos e possivelmente contar com alguma sorte.
Precisamos pois de ser realistas e admitir que em circunstâncias normais a Juventus passará a eliminatória e vencerá a Liga Europa. Em circunstâncias excepcionais e muito favoráveis o Benfica poderá conseguir passar à final e aí sim teria uma grande oportunidade de vencer a Liga Europa, pois me parece que qualquer uma das outras semi finalistas estão num patamar semelhante e possivelmente até inferior ao do Benfica.
Temos porém "direito" a sonhar, até porque o Porto eliminou o Nápoles, equipa muito forte e certamente bem superior ao Sevilha que agora goleou e humilhou esse mesmo Porto. A Juventus é superior ao Nápoles mas o Benfica também é superior ao Porto. Há pois esperança, mas tem que haver realismo e noção das distâncias.
O que leva muitos benfiquistas a fazer "exigências" desmesuradas (excluindo aqueles que são mesmo mal intencionados e querem apenas desestabilizar) é a ilusão de que o Benfica tem dos melhores plantéis do mundo. O Benfica tem um bom plantel, excelente para os padrões nacionais, mas que em termos internacionais é simplesmente médio. O que leva muita gente à tal ilusão é o facto de Jorge Jesus ter colocado o Benfica num patamar de excelência acima daquilo que seria previsível.
Jorge Jesus não faz milagres, porque isso só Jesus Cristo, mas tem feito de facto um trabalho notável, extraordinário, que levou um plantel bom a render a níveis óptimos quer a nível nacional quer europeu.
Tenho consistentemente defendido desde o início da época que o Benfica tem o melhor plantel em Portugal. Mas em termos da equipa, do 11, o Benfica não tem uma superioridade assim tão evidente sobre Porto e Sporting. O que faz a superioridade - clara e indiscutível do Benfica nesta época - é a dinâmica da equipa. E isso é evidentemente fruto de um trabalho extraordinário realizado pelos treinadores e jogadores ao longo da época.
Neste momento o Benfica tem que se focar exclusivamente no jogo com o Arouca. Vencendo, fecha definitivamente a questão do campeonato. Depois disso, seria também muito importante vencer o Porto por mais de uma bola para alcançar a final da Taça de Portugal. A "dobradinha" ficaria à mão de semear, e isso seria importante para marcar um novo ciclo no futebol português, ciclo vitorioso para o Benfica.
Depois disso então que venha a Liga Europa para desfrutarmos, desta vez sem "obrigação" de vencer mas nem por isso com menor ambição. Mas uma coisa de cada vez e sempre com os pés assentes no chão.
Feito espantoso em noite dedicada a Sílvio
Começarei pela nota triste desta noite: a gravíssima lesão de Sílvio. Naturalmente que terá um longo período de recuperação e que o Mundial deixa de ser uma possibilidade, mas isso até é o menos neste momento imediatamente pós-lesão. O importante agora é dar todo o apoio moral a Sílvio e esperar que a cirurgia corra bem e que o jogador possa recuperar, com calma, a plenitude das suas capacidades. Sílvio foi um jogador fundamental para aquilo que já alcançámos esta época e tem toda a solidariedade dos benfiquistas neste momento difícil, como se viu logo dentro de campo, quando os colegas perceberam a gravidade da situação.
Passando ao comentário do jogo, há que destacar antes de mais nada que o Benfica está numa nova meia-final europeia. A terceira em 4 anos! Nos últimos 5 anos, desde que Jorge Jesus está no Benfica fomos sempre a quartos de final (incluindo, há dois anos, da Champions), meias finais ou final das provas europeias. São resultados extraordinários que colocam o Benfica logo abaixo de Chelsea, Munique, Barça e Real.
A outra boa - óptima - notícia é o regresso de Sálvio ao seu melhor, com duas assistências, uma delas numa jogada genial na qual partiu com a bola bem detrás do meio campo e a conduz passando por vários adversários até a entregar numa bandeja a Rodrigo para encostar para o golo.
Cardozo não marcou mas esteve bastante mais participativo no jogo e teve algumas oportunidades, o que é um bom sinal. São dois excelentes "reforços" para os compromissos decisivos do final de época. E ambos com fome de bola e de golos, o que é óptimo. A sua ambição pode-nos ajudar a ganhar.
Continuo a achar que a Juventus é favorita a vencer a prova, mas como é evidente o Benfica terá uma palavra a dizer. Para já vamos disputar umas meias-finais e a possibilidade de estar na final pelo segundo ano consecutivo. Veremos quem o sorteio nos trás.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Papoilas vibrantes e limões espremidos
O Benfica venceu o Rio Ave com nova exibição autoritária e plena de categoria. Enzo, Gaitan e Rodrigo voltaram a passear classe e Maxi voltou também a carburar bem, o que dá sempre uma grande profundidade ao nosso corredor direito. André Almeida deu conta do recado e os centrais voltaram a estar a um nível muito elevado.
A vitória foi importantíssima e se não selou a vitória no campeonato deixou-nos porém a um pequeno passo de o alcançar: só mesmo um fenómeno do entroncamento nos poderá afastar do título este ano. Convenhamos que com 12 pontos em disputa se o Benfica não fosse capaz de somar 5 (é só disso que precisamos, na eventualidade - por provar - de que o Sporting some todos os pontos em disputa nos seus jogos) algo de muito anormal teria que acontecer. Ainda não somos campeões, mas estamos muito perto de o ser!
Uma vitória em Arouca pode significar o campeonato já na próxima jornada, caso o Sporting escorregue em casa. Mas mesmo que isso não aconteça, vencer o próximo jogo do campeonato é de grande importância, pois significa ter depois dois jogos em casa para selar essa a conquista. Lembro que o jogo com o Arouca - que obviamente tem que ser enfrentado com todas as precauções e toda a seriedade, até porque esta equipa já nos tirou pontos esta época - terá lugar em Aveiro.
Dito isto, há um jogo igualmente importante (pois dá acesso a uma meia final europeia) para disputar já na quinta-feira. Pouco tempo temos para "respirar". É verdade que o resultado obtido fora de casa foi bom, mas ele pode ser também um pouco "traiçoeiro", na medida em que o Alkmaar já se dá quase como derrotado, não podendo haver no Benfica o sentimento inverso de que a eliminatória está resolvida. Há que "secar" bem as laranjas e procurar marcar para deixar a eliminatória definitivamente fora de alcance dos holandeses.
Por falar em citrinos, olhando para a vitória desta noite do Chelsea, somos levados a pensar na imagem de um limão muito bem espremido. A eliminatória parecia perto de perdida para Mourinho, dado o domínio do PSG e o 3º golo, obtido em tempo de descontos, no primeiro jogo. Curiosamente, a equipa do Chelsea nem sequer entrou muito pressionante no jogo desta noite, talvez numa decisão consciente e ponderada de gerir o aspecto emocional. Até ao 1º golo, os blues praticamente não tiveram oportunidades e aquele nasceu mesmo de um lançamento de linha lateral.
Na segunda parte o Chelsea teve um período forte, em que atirou duas bolas à barra, mas aos poucos pareceu ir ficando sem ideias, ao passo que o PSG ia criando algumas oportunidades em contra ataque. Reconheça-se porém que Mourinho tinha várias baixas na sua equipa (com destaque para Ramirez e para a lesão logo nos minutos iniciais de Hazard, principal desequilibrador do Chelsea) e que arriscou tudo, lançando Torres e Demba Ba e mantendo em campo Eto'o. Apesar disso, a equipa já parecia em desespero, atirando bola atrás de bola directamente da defesa para o ataque. A "estrelinha" de Mourinho acabou novamente por brilhar já muito perto do fim, num golo pleno de sorte. O resultado foi madrasto para o Paris, que estava crente de que podia chegar muito longe este ano e que teve mais do que uma oportunidade para marcar em Sttanford Bridge e resolver definitivamente a eliminatória. Valeu Cech e o desacerto de Cavani.
O futebol é assim e este resultado mostra que os desfechos dos jogos resultam de uma mistura de estratégia, pragmatismo e sorte. Sem sorte é quase impossível ganhar seja o que for. Reconheça-se porém uma coisa: Mourinho foi proactivo e arriscou e a sua equipa teve mais crença do que o seu adversário. E isso pode ter feito a pontinha de diferença que influencia decisivamente a sorte.
sábado, 5 de abril de 2014
Porto trabalha para regresso da batota
Sempre que, nos últimos anos, o Porto perde um campeonato (e infelizmente têm sido poucas as vezes que tal acontece), de imediato começa uma campanha nos bastidores para novamente garantir o regresso da batota e da viciação dos resultados.
Vejamos, após anos e anos de apitos frutados, passou a haver sorteio dos árbitros - e o Porto perdeu. Na altura o Benfica estava demasiado fraco (devastado pela era Artur Jorge e, depois, por Vale e Azevedo), mas o Boavista e o Sporting conseguiram títulos.
O que aconteceu? O Porto manobrou para acabar com o sorteio dos árbitros e voltou a ganhar, nomeadamente com visitas nocturnas de árbitros para aconselhamentos matrimoniais.
Paulatinamente, o Benfica fora-se reconstituindo, construindo bons plantéis e começou a apresentar-se como candidato a regressar às vitórias.
Em 2005, com uma "vigilância" muito grande resultante de um Euro em Portugal, que atraiu sobre nós as atenções dos organismos internacionais, e com José Veiga no departamento de futebol do Benfica (ele que conhecia bem os meandros do futeluso e o modus operandi portista), o Benfica de Trapattoni conseguiu voltar aos títulos.
Veiga saiu, Trappatoni também (o Benfica também não tinha de facto um plantel assim tão forte) e o Porto voltou a ganhar.
Entretanto chega Hermínio Loureiro e Ricardo Costa e há uma tentativa de moralizar o futebol português. Em 2010 o Benfica é campeão com mérito inquestionável, mas rapidamente o Porto manobra para voltar a controlar o poder do futebol. Depois de desgastar e minar o poder de Loureiro (nomeadamente a campanha infame do "campeonato do túnel", na qual agressores são transformados em vítimas), com vigílias e outras singularidades, o Porto (operando então através da Federação) consegue que aquele saia da Liga. Através do poder da Federação, o Porto conquista o poder da Liga. A primeira medida de Fernando Gomes é demitir Ricardo Costa e o Conselho de Disciplina.
O sinal estava dado e os protagonistas rapidamente o perceberam - o poder voltara ao Porto e agora assumia-se até como legítimo, porque eleito. Joaquim Oliveira, com a sua Olivedesportos e Sporttv, Pinto da Costa e seus sequazes promovem os seus árbitros, que se tornam as principais vedetas e principais desequilibradores dos campeonatos: é a era de Proença, Benquerença (ambos já com muita história), Jorge Sousa e Artur Soares Dias, todos eles candidatos a melhor do burgo e, quem sabe, do mundo.
O Benfica não desarma, o Sporting insurge-se e abandona a sua posição de acólito do Porto e as coisas começam a mudar. A BenficaTV é uma pedrada no charco que provoca ondas de choque brutais. A crise afecta muito o grupo de Oliveira e o sistema abana.
De imediato o Porto sente os efeitos de uma alteração do equilíbrio de poder, agora mais distribuído, e é relegado para a sua justa posição, condicente com a sua capacidade dentro das quatro linhas: se nas últimas duas épocas (para não recuar demasiado no tempo), o Porto não tivesse sido tão escandalosamente beneficiado, teria acabado os campeonatos à mesma distância a que agora está do Benfica.
E eis senão quando um filme já tantas vezes visto, qual sequela de má qualidade, volta às telas: desta vez sob a forma de uma campanha incessante para demitir o presidente da Liga (pela simples razão deste ter afrontado o monopólio e o poder da Sporttv), com episódios caricatos como a reunião de ontem debaixo de um toldo de uma bomba de gasolina. Esteve lá a fina flor...
Não se iludam, o desejo do Porto é só um: voltar ao passado, voltar à batota, voltar a ser constantemente beneficiado, voltar a contar com o proteccionismo dos árbitros, voltar a controlar todas as instâncias decisoras do futebol português (neste momento controlam apenas algumas), voltar a colocar o papa no poleiro.
Pois eles sabem que só assim não vão parar ao seu lugar natural, que é o terceiro, vencendo apenas muito episodicamente.
Por isso estão a tentar colocar um fantoche, possivelmente o tal Rui Pedro Soares, à frente da Liga. Para lhes fazer todos os fretes, amparar todos os golpes, para jogar o seu jogo. Que todos sabemos qual é: fruta com café com leite.
Vergonha para os acólitos deste papa miserável e decrépito, que andam ao seu lado em bombas de gasolina em beija-mãos desonrosos para comer algumas migalhas que caiam da mesa do seu suserano.
Chega! Chega de tanta vigarice! Não podemos desarmar, não podemos dar espaço a esta gente para continuarem uma história suja de 30 anos. Se baixarmos a guarda arriscamo-nos a mais ter mais 3 ou 4 anos de xistradas e palhaçadas e o futebol português arrisca-se a falir de vez. O Sistema não quer mesmo morrer, mas cabe ao Benfica assumir a liderança da batalha para não o deixar voltar ao poder.
Sem espantalhos não haverá mais papas no futebol português e deixará de haver estruturas infalíveis. O Porto tornar-se-á um clube igual aos outros: ganhará quando tiver que ganhar (quando for realmente melhor) e perderá todas as outras vezes (e serão muitas). E o ambiente tornar-se-á muito mais sadio no futebol português.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Notas soltas de uma sexta-feira chuvosa
Ainda sobre a Liga dos Campeões, o Bayern aparece como claro favorito a passar às meias-finais, o Real Madrid praticamente já lá está, o PSG deu um passo muito importante para tal e Atlético de Madrid e Barcelona disputarão uma segunda mão de grande intensidade e alto grau de incerteza. O Barcelona é ainda, para mim, favorito, pois quem tem Neymar e Messi "arrisca-se" sempre a ganhar, mas a solidez defensiva do Atlético não deve ser subestimada.
Desta eliminatória resulta a queda de um "mito". Não me refiro à queda de José Mourinho enquanto tal, mas ao desmentido absoluto de que as equipas de Mourinho nunca deixam isto ou aquilo, ou nunca sofrem golos assim ou assado. Todas as equipas perdem e todas cometem erros, por vezes quase inacreditáveis. Quem passa a vida a criticar o Benfica e o seu treinador devia lembrar-se sempre disto.
Mourinho não é nenhum deus e perde tal e qual como os outros. Na passada quarta-feira o seu Chelsea até teve uma boa reacção ao golo sofrido (embora para mim o penalty de que resulta o seu golo não exista pois é Óscar que propositadamente faz o seu pé bater na anca de Thiago Silva - que jogador! - provocando o contacto) mas depois foi completamente banalizado na segunda parte, a ponto de sofrer um dos tais golos infantis que "as equipas de Mourinho nunca sofrem". E se virem bem, Lampard é um dos jogadores que fica pior naquele lance, pois Pastore passa por ele três vezes. Lampard, um dos jogadores mais fiáveis do futebol europeu na última década!
Todos erram, todos falham. Todos menos, claro está, os especialistas que criticam tudo e todos - mas muito especialmente o nosso treinador Jorge Jesus, por este não obedecer aos cânones que eles definiram.
Portugal é, já Camões o dizia, um País onde a inveja se eleva acima de quase tudo o resto e no qual o mérito é constantemente desvalorizado.
Passando então para a Liga Europa, gostaria de destacar ainda mais uma vez o facto do Benfica ter vencido categoricamente sem o seu meio campo habitual e, pior ainda do que isso, tendo durante o jogo sofrido uma lesão do seu habitual 3º centrocampista, Rúben Amorim a quem desejo rápido restabelecimento. É um grande jogador que está a justificar plenamente o seu regresso ao plantel.
Muitos não terão percebido por que razão Jorge Jesus se riu no fim da entrevista quando lhe perguntaram pela exibição de André Almeida. Aquilo que Jorge Jesus optou por não dizer desta vez (mas a que subtilmente aludiu) é que se não jogar o Fedja "joga o Manuel" (a partir dos 2:50), tal como respondeu há alguns meses quando o questionaram sobre a saída de Matic que, como se viu, não implicou a queda abrupta do rendimento da equipa.
Eu nem sei se devia dizer isto, porque algum maluco ainda se vai lembrar de dizer que JJ está a desvalorizar os seus jogadores... Aquilo que JJ na realidade está a dizer é que a equipa já tem a sua dinâmica e que os jogadores que entram (e que obviamente têm qualidade) sabem o que têm a fazer e integram-se bem na mesma. Parabéns também ao André Almeida pela grande exibição. Não se deu pela ausência de Fedja, a ausência de Enzo, a ausência de Rúben. E começámos a época com Matic... Isto diz muito acerca da qualidade daquilo que está a ser feito no Benfica.
Mas continua a haver gente que se declara insatisfeita! Que protesta, que "exige" isto e aquilo. Eu pergunto-me, o que se passou com esta gente durante os anos 90, depois da enorme equipa que venceu 6-3 em Alvalade ter sido desfeita e termos penado durante mais de uma década sem ganhar o campeonato? Durante os anos negros de Vale e Azevedo? Pelo que dizem hoje, nessa altura imagino que tenham estado à beira do suicídio.
Aquilo que eu digo é: que os nossos problemas continuem a gravitar à volta do que JJ disse ou não disse. É sinal de que continuamos a ganhar e de que para atacar - porque há muitos que precisam de estar sempre a atacar; é, talvez, algo de muito português - os "críticos", os especialistas, aqueles que sabem tudo e nunca se enganam precisam de se continuar a agarrar a minudências, a ninharias, a insignificâncias. Que os nossos problemas continuem a ser qual o grau de "poupança" que exibiremos em quartos-de-final e meias finais de competições europeias e nacionais, ano após ano. É sinal de que lá andamos constantemente.
Ah, e para finalizar. Jorge Jesus tem toda a razão quando diz que as finais se disputam. Há duas equipas em jogo, pelo que só uma pode ganhar. A mentalidade de "disputar" é a correcta, a mentalidade de que "não se joga" é doentia. A primeira é desportiva e saudável, a segunda nasce de uma atitude de ganhar a todo o custo, implicando que os "outros" são sempre figurantes. A máxima de Mourinho é boa quando se ganha mas torna-se ridícula quando se perde. E não se pode ganhar sempre.
Ah, e para finalizar. Jorge Jesus tem toda a razão quando diz que as finais se disputam. Há duas equipas em jogo, pelo que só uma pode ganhar. A mentalidade de "disputar" é a correcta, a mentalidade de que "não se joga" é doentia. A primeira é desportiva e saudável, a segunda nasce de uma atitude de ganhar a todo o custo, implicando que os "outros" são sempre figurantes. A máxima de Mourinho é boa quando se ganha mas torna-se ridícula quando se perde. E não se pode ganhar sempre.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Esta equipa enche-nos de orgulho
Dá gosto ver este Benfica.
A forma organizada, consciente, determinada como o Benfica joga, inclusivamente com jogadores que chegam a ser 3ªs escolhas, é admirável e digna dos maiores elogios. Este Benfica é de facto uma equipa de enorme qualidade, que enche de orgulho todos os adeptos. Naturalmente que nada está ganho e que convém por isso não exagerar nos elogios, até para que a atitude humilde, trabalhadora e concentrada da equipa não sofra qualquer decréscimo.
A eliminatória está evidentemente muito bem encaminhada mas isso não faz do Benfica favorito. Há boas equipas - o Basileia venceu o Valência por 3-0 (e recorde-se que já no ano passado esteve a um passo da final), o próprio Porto ou o Sevilha são adversários de respeito - e há, claro, um grande favorito: a velha senhora Juventus que disputará a final em casa. Aliás devo dizer que, caso o Benfica passe, eu preferiria defrontar a Juventus nas meias finais para pelo menos disputar metade da eliminatória em casa.
Em termos de destaques, Sálvio é evidentemente um dos mais merecedores de elogios, quer pelo golo, quer pelas combinações e entrega ao jogo, quer ainda pela sua qualidade em ter e manter a bola. Gaitán esteve também ao nível elevado a que sabe jogar e os centrais praticamente irrepreensíveis. André Gomes e André Almeida foram enormes no meio campo com imenso critério e sentido posicional. Rodrigo foi sempre um perigo à solta e Cardozo surpreendeu-me positivamente pelo que conseguiu fazer e pelo papel decisivo que tem no golo. Pela negativo refiro apenas Maxi, que está num momento menos bom. Aliás já vi o próprio Siqueira fazer melhor. Para terminar com uma nota positiva, considero que Artur foi decisivo com um par de defesas enormes que nos permitiram manter o empate naquela altura do jogo. É verdade que teve um deslize no fim, mas eu valorizo mais as grandes defesas que fez.
E pronto, esta já está, venha o próximo jogo, de grande importância e responsabilidade, contra uma equipa que sabe jogar em contra-ataque e tem alguns bons jogadores em termos técnicos (embora não tenha Bebé, como erradamente comecei por aqui escrever - agradecimentos ao leitor pela correcção).
Esta noite porém temos o direito de festejar. A equipa (como um todo, treinador e jogadores) deu ao Benfica um motivo de alegria e celebração.
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Empate seria muito bom
O Benfica parte para estes quartos-de-final como favorito, o que se torna numa posição algo perigosa quando a diferença entre as equipas não é assim tão grande e o factor motivacional desempenha um papel importante. Face às inteligentes declarações do seu treinador, o AZ Alkmaar parte para o jogo sem pressão, sem nada a perder e com tudo a conquistar. Os jogadores jogarão pelo seu orgulho.
JJ respondeu bem e destacou que seria também um grande feito para o Benfica alcançar as meias-finais de uma competição europeia, sobretudo depois do que já fez no ano passado (e há 3 anos) na prova.
Considerando porém que entrará em campo - e bem - uma equipa menos rodada, não creio que o Benfica seja favorito, especialmente se nos reportarmos a este jogo. Em sua casa e a jogar contra um Benfica mais fraco, o Alkmaar tem todas as hipóteses de vencer o jogo.
O empate seria pois para nós um bom resultado. Em casa, sendo efectivamente mais forte, e podendo contar com mais titulares habituais (nomeadamente Fedja e/ou Enzo), o Benfica poderia resolver a eliminatória a seu favor.
No jogo de hoje Cardozo voltará - tudo o indica - a ser titular, apoiado por Djuricic. Este é um dos aspectos que mais me preocupa. Com Lima e Rodrigo, a equipa tem uma tremenda agressividade, sendo de tal modo pressionante que não deixa a outras equipas organizarem o seu jogo. Quando o Benfica baixa as suas linhas, um deles (por norma é Lima) recua, fechando espaços e dando apoio ao meio campo.
Ora Cardozo não tem obviamente esta capacidade e Djuricic também ainda não engrenou, não se encaixou na equipa, embora todos reconheçamos que tem qualidades. Cardozo, ponta de lança com uma história ímpar no Benfica nos últimos anos, tendo sido o principal obreiro da nossa presença na final da Liga Europa no ano passado, neste momento não consegue render. Fisicamente não está bem e não consegue dar o seu contributo à equipa. Estamos sempre à espera de que essa situação mude e que Cardozo possa com golos compensar a sua "ausência" do jogo. Veremos se isso é possível mas esta situação, aliada ao pouco rendimento de Djuricic leva-me a temer que a equipa possa ter dificuldades em segurar a bola no ataque e fique sujeita a bastante pressão por uma equipa holandesa rápida, jovem e virada para o ataque.
Por outro lado, este jogo constitui uma excelente oportunidade para uma série de jogadores se poderem afirmar, como o referido Djurici, o próprio Sulejmani (que pode fazer melhor do que tem feito), André Gomes, para Sálvio continuar a melhorar e para o próprio Cardozo desmentir o que eu atrás referi e voltar a ser o goleador temível que tem sido nos últimos anos nas provas europeias.
Cuidado com os caldinhos
Já há algum tempo que ando para escrever isto e determinados factos de que tive conhecimento nos últimos dias levam-me a fazê-lo agora.
Há uma (nova) orquestração em marcha para fazer Jorge Jesus sair do Benfica no fim da época.
É óbvio que o balanço do ano desportivo só pode ser feito no fim e que ainda não ganhámos nada (como tantas vezes aqui tenho repetido).
No entanto há que alertar os benfiquistas para que estas manobras começam a ter lugar nos bastidores.
Ainda na segunda-feira ouvia o comentador João Rosado na TSF (que sinceramente ainda não percebi se é mal intencionado ou simplesmente um completo tonto que não sabe o que diz) "explicar" que Jorge Jesus não tinha condições para continuar no Benfica quer ganhasse quer perdesse o campeonato...
Enfim, como é evidente, nem vale a pena perdeu um segundo a desmontar esta idiotice que se anula a si própria. Mas vale a pena referi-la na medida em que vem insidiosa (ou estupidamente) lançar novas sombras sobre a continuidade de JJ.
É evidente que Jorge Jesus comete erros e que não está acima da crítica. No fim da época passada, depois da derrota no Jamor, que para mim foi algo de incompreensível e inaceitável, fiz críticas muito duras a JJ. Como sempre defendi, o futebol mede-se em resultados.
Defendi na altura que JJ deveria sair porque não acreditei que tivesse condições para inverter o estado de depressão e a dinâmica de derrotas que se instalara. No entanto, JJ, felizmente, tem vindo esta época paulatinamente a desmentir essa aparente fatalidade e a dar a volta às coisas.
Estamos neste momento numa posição privilegiada para ser campeões. Se o conseguirmos (e este se é a pedra de toque deste raciocínio) teremos então que a isso aliar excelentes prestações a nível europeu (ao nível do melhor que o Benfica fez em décadas, com presenças consecutivas nas últimas fases das competições, incluindo uma final e grandes jogos e vitórias), tendo necessariamente que concluir que o balanço é largamente positivo.
Se o Benfica for campeão (deixando o Porto a uma larga distância), seria uma loucura completa deixar sair Jorge Jesus e mergulhar de cabeça no escuro, começando de novo do zero ou perto disso e abrindo portas a potenciais ciclos vencedores dos nossos adversários.
Seria uma perfeita loucura, uma inconsciência.
E não me venham com os argumentos dos plantéis. Se os plantéis têm sido bons, isso se deve também em parte ao treinador. Veja-se o Chelsea, vão-me dizer que o seu plantel é medíocre? Um plantel que pouco difere do que conquistou a Liga dos Campeões há dois anos e a Liga Europa o ano passado?! E a verdade é que este ano quase de certeza que não vai ganhar nada. Isto com aquele que muitos defendem ser o melhor treinador do mundo!
Se - repito, se - o Benfica for campeão este ano, seria uma inconsciência trocar de treinador. Os adeptos do Porto e do Sporting sonham porém que isso venha a acontecer e essa é uma das razões pelas quais começa a haver movimentações nesse sentido e alguns jornalistas vão deixando recados aqui e ali.
Mantenho que a indefinição à volta do futuro de JJ foi uma das razões pelas quais o fim da época passada correu tão mal. Não repitamos por favor o mesmo erro esta.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Cautela máxima
Por razões compreensíveis, os jornais desportivos já embandeiraram em arco e falam de "festa" do título. Claro que todos os benfiquistas queremos que isso aconteça - e cremos que acontecerá - mas sabemos bem que ainda falta vencer 3 jogos e que os jogos não se vencem sozinhos. É preciso fazer por isso, é preciso marcar mais golos do que o adversário. Também sabemos que qualquer "descompressão" leva a surpresas e faz com que as coisas não corram bem. Em resumo não se pode facilitar e há que, como disse JJ, "estar desconfiado" do adversário.
No futebol acontecem muitas surpresas, como foi o caso de ontem. Um Manchester United que tem feito uma péssima época, sem organização, sem rasgo, sem alma, jogou contra o "super-Bayern" que tem desmantelado os seus adversários e a verdade é que não só equilibrou o jogo como até foi superior nalguns períodos. Enquanto o resultado esteve 1-0, a eliminatória esteve algo periclitante para os alemães. Diga-se aliás que Rooney é quem tem carregado o United às costas, mantendo a equipa viva. A sua qualidade e determinação têm estado em níveis altíssimos esta época, destoando da maioria dos outros jogadores.
O que nos leva ao próximo desafio europeu do Benfica, o supostamente modesto Alkmaar. Há que recordar que este clube esteve há alguns anos à beira da final (perdendo essa chance para o Sporting já nos descontos) pelo que não se pode considerar como de terceiro plano. Está desta vez nos quartos-de-final, para o que certamente eliminou adversários de valia. Tem um bom treinador.
Claro que o Benfica é à partida mais forte mas só se de facto fôr capaz de o provar dentro de campo (correndo e jogando melhor do que o adversário) é que passará a eliminatória. Qualquer atitude de complacência, de desinteresse ou sobranceria trar-nos-á amargos de boca. O treinador do Alkmaar aliás foi inteligente e tirou toda a pressão dos seus jogadores dizendo que não têm hipótese contra o Benfica. Há mais um facto que contribui em larga medida para que o Benfica tenha que enfrentar este jogo com o máximo cuidado e rigor: Fedja e Enzo estão indisponíveis pelo que jogaremos com um meio campo diferente e não rotinado.
Face a todos estes factores penso que o empate já seria um bom resultado para este jogo que teremos que enfrentar com muita cautela e caldos de galinha. Este como o que se segue, na segunda-feira, a primeira das chances que temos para conquistar as 3 vitórias que faltam.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Tropeção do Chelsea e sprint do City e do Liverpool
A Liga Inglesa está ao rubro.
Com duas surpreendentes derrotas em três jornadas o Chelsea sofreu uma forte pancada nas suas aspirações. Mourinho queixa-se da arbitragem na primeira dessas derrotas (contra o Aston Villa) mas na segunda, ainda mais inesperada, contra um Crystal Palace que anda perto dos lugares de descida, não há nada a dizer. Desta vez o treinador português não terá abordado o jogo da melhor forma. E esta derrota pode-lhe sair cara, pois faltam apenas 6 jornadas para o fim do campeonato em Inglaterra.
No imediato, a consequência foi a ultrapassagem por parte do sensacional Liverpool. Como já o fiz no passado, dou o braço a torcer no que concerne a este histórico, que não considerei candidato no início da Liga, dada o seu passado recente: agora já não há dúvidas, não apenas o Liverpool é candidato como está numa boa posição para vencer o campeonato, uma vez que receberá ainda Chelsea e Manchester City.
Os "cidadãos" estão novamente num bom momento e caso tivessem batido o Arsenal teriam ultrapassado o Chelsea, embora em igualdade pontual (em Inglaterra o critério de desempate é a diferença de golos - e recorde-se que ainda em 2012 o campeonato foi decidido assim). Dependem apenas de si para ser campeões, o que, com o plantel que têm, é uma verdadeira vantagem. Continuo pois a achar (aqui não mudei de opinião) que o City é o principal favorito.
Tudo está porém em aberto e dependerá dos últimos jogos. Quem fôr capaz de manter uma boa forma nos últimos jogos estará em vantagem, sendo que tudo se poderá decidir nos despiques directos. A propósito de forma, o Liverpool é o clube que se encontra melhor, com uma impressionante série de 8 vitórias consecutivas. A qualquer momento porém as coisas podem mudar, como se viu com o Chelsea.
Já quanto ao Arsenal, que como eu previ que viria a acontecer, saiu fora desta corrida. Saiu com alguma dignidade, pois até fez um bom jogo contra o City, merecendo mais do que o empate que alcançou. Vencendo esse jogo ainda manteria algumas ambições, assim já não. Foi sobretudo nos duelos com os grandes que o Arsenal se foi abaixo. Pode-se também queixar de algumas lesões mas penso que sobretudo Wenger não conseguiu preparar táctica e mentalmente a sua equipa para aqueles embates. A derrota com o Chelsea (e outras) foram humilhantes. Seria para mim uma surpresa se Wenger não abandonasse o clube no final da época.
Quanto ao Tottenham, que defrontámos na Liga Europa, Sherwood está a fazer bem pior do que Villas-Boas, que já não tivera uma prestação muito positiva no início da época. O actual treinador não parece ser o homem certo para conduzir esta equipa a um sucesso relativo (um 3º lugar ou uma Taça) e também não deverá continuar para a próxima época.
Sobre o desastre do United temos vindo a falar com regularidade. A sua carreira na Liga dos Campeões não continuará para lá desta eliminatória, podendo Moyes dar-se por satisfeito se não sofrer uma pesada humilhação.
Sporttv - a manipulação continua
É inacreditável como a Sporttv pode ser tão parcial, tão manipuladora quer nos comentários, quer sobretudo na realização e escolha das imagens e planos.
No jogo de Braga bastou um jogador da equipa da casa cair ao lado de Luisão para que esse lance merecesse logo honras de meia dúzia de repetições seguidas. Mas ninguém conseguiu perceber o que aconteceu com Enzo Peres que apareceu caído no terreno e bastante queixoso vindo mesmo a ser substituído. Uma falta perfeitamente normal de Fedja também foi repetida várias vezes, pela simples razão de que o nosso jogador já tinha amarelo. As "mensagens" são claras e os "arranjinhos" ficam logo feitos para os "tribunais" d' "O Jogo" e provavelmente para a própria comissão de análise da arbitragem já saberem qual a matéria a avaliar.
Sempre que há qualquer, mas mesmo qualquer lance na área do Benfica em que um jogador caia, as repetições são inúmeras e de todos os ângulos, até algum deles poder gerar a dúvida de que houve algo. Quando se trata de lances do Benfica, só mesmo quando o lance é descarado esta Sporttv, que de facto merece o nome de SPortoTV, se digna dar alguma repetição.
No caso do seu clube as coisas obviamente invertem-se. É estranho como é que um jogador do Nacional aparece com a boca cheia de sangue num único plano que não merece repetição, nem se detectando quaisquer imagens nas quais possa estar a causa daquele "acidente".
Este canal de televisão é uma vergonha autêntica para o jornalismo. O seu papel não é informativo mas de apoio a um clube, o clube do Porto evidentemente, não hesitando um segundo em manipular as imagens de forma a mostrar as coisas sempre do ângulo mais favorável àquele e mais desfavorável ao Benfica (seu ódio mortal). Imaginem como estaríamos se não fosse a BenficaTV e compreendam por aqui qual a sua real importância.
Há muito que não tenho Sporttv em casa. Não poderia ter um canal anti-benfiquista.
Há muito que não tenho Sporttv em casa. Não poderia ter um canal anti-benfiquista.
Mas claro que a SportTV não é o único órgão de comunicação controlado por Joaquim Oliveira. O "Jornal de Notícias", a TSF e o "Diário de Notícias" também o são.
Daí a presença constante de outro portista fanático em todos estes órgãos dos mídia: Manuel Queirós.
Mas este homem é um fenómeno pois consegue para além disso estar na Antena 1 (da RTP e potranto pública) e no "Mais futebol" (ou "mais Porto") / TVI, que pertencem a grupos concorrentes ao de Oliveira. É espantoso.
Para Queirós, falando no Domingo n TVI, a arbitragem de Proença em Braga "protegeu os maiores". Já a sua crónica de hoje no "DN" (como vos digo, o homem está em todo o lado) é dedicada a defender Quaresma (e a sua ida à seleção) e a criticar as arbitragens, nomeadamente a de Capela na Madeira, por estarem a prejudicar o Porto. É espantoso que Queirós consegue ainda ir buscar de novo a história do "critério largo" (alusão à arbitragem de Capela no Benfica-Sporting do ano passado) mas não conseguiu ver neste jogo as situações em que o árbitro beneficia o Porto, nomeadamente um penalty inexistente e a não expulsão de Quaresma.
Que este homem seja um ferrenho adepto portista que procura em todas as ocasiões defender o seu clube, é algo de normal, de legítimo. O que não é normal, nem legítimo, nem aceitável, é que este homem apareça em tudo o que é lado a falar como se fosse um comentador isento, quando não o é de todo, não se detectando nestes programas nenhum comentador de cor benfiquista para fazer o contraditório. É que este homem, para além de escrever e comentar na TVI, comenta jogos em directo, nomeadamente para as rádios. É sua a célebre frase, perante uma agressão de James Rodrigues, de que "um vermelho só pode ser dado por algo muito grave".
Sobre este assunto já escrevi aliás no passado pois recorrentemente somos confrontados com "atentados" à verdade. Para quem os quiser consultar, aqui ficam os links para esses textos.
http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2013/12/adeptos-do-porto-atacam-de-novo.html
http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2013/10/as-transmissoes-pateticas-da-tvi.html
Uma última nota: Dias Ferreira, sempre foi um adepto sportinguista submisso ao Porto. Durante anos andou constantemente a branquear tudo o que o Porto fazia. Toda a sua bílis e o seu fel eram sempre destinados ao Benfica. A acção do seu actual presidente (e a linha agora adoptada pela generalidade dos sportinguista) - assumindo que o Porto é o responsável e o beneficiário pela batota que há anos se instaurou no futebol português - desmente completamente, desautoriza e até condena a actuação de Dias Ferreira durante vários anos.
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