quarta-feira, 9 de abril de 2014

Papoilas vibrantes e limões espremidos

O Benfica venceu o Rio Ave com nova exibição autoritária e plena de categoria. Enzo, Gaitan e Rodrigo voltaram a passear classe e Maxi voltou também a carburar bem, o que dá sempre uma grande profundidade ao nosso corredor direito. André Almeida deu conta do recado e os centrais voltaram a estar a um nível muito elevado.
 
 

A vitória foi importantíssima e se não selou a vitória no campeonato deixou-nos porém a um pequeno passo de o alcançar: só mesmo um fenómeno do entroncamento nos poderá afastar do título este ano. Convenhamos que com 12 pontos em disputa se o Benfica não fosse capaz de somar 5 (é só disso que precisamos, na eventualidade - por provar - de que o Sporting some todos os pontos em disputa nos seus jogos) algo de muito anormal teria que acontecer. Ainda não somos campeões, mas estamos muito perto de o ser!
 
 
Uma vitória em Arouca pode significar o campeonato já na próxima jornada, caso o Sporting escorregue em casa. Mas mesmo que isso não aconteça, vencer o próximo jogo do campeonato é de grande importância, pois significa ter depois dois jogos em casa para selar essa a conquista. Lembro que o jogo com o Arouca - que obviamente tem que ser enfrentado com todas as precauções e toda a seriedade, até porque esta equipa já nos tirou pontos esta época - terá lugar em Aveiro.

 
 
Dito isto, há um jogo igualmente importante (pois dá acesso a uma meia final europeia) para disputar já na quinta-feira. Pouco tempo temos para "respirar". É verdade que o resultado obtido fora de casa foi bom, mas ele pode ser também um pouco "traiçoeiro", na medida em que o Alkmaar já se dá quase como derrotado, não podendo haver no Benfica o sentimento inverso de que a eliminatória está resolvida. Há que "secar" bem as laranjas e procurar marcar para deixar a eliminatória definitivamente fora de alcance dos holandeses.
 
Por falar em citrinos, olhando para a vitória desta noite do Chelsea, somos levados a pensar na imagem de um limão muito bem espremido. A eliminatória parecia perto de perdida para Mourinho, dado o domínio do PSG e o 3º golo, obtido em tempo de descontos,  no primeiro jogo. Curiosamente, a equipa do Chelsea nem sequer entrou muito pressionante no jogo desta noite, talvez numa decisão consciente e ponderada de gerir o aspecto emocional. Até ao 1º golo, os blues praticamente não tiveram oportunidades e aquele nasceu mesmo de um lançamento de linha lateral.
 
Na segunda parte o Chelsea teve um período forte, em que atirou duas bolas à barra, mas aos poucos pareceu ir ficando sem ideias, ao passo que o PSG ia criando algumas oportunidades em contra ataque. Reconheça-se porém que Mourinho tinha várias baixas na sua equipa (com destaque para Ramirez e para a lesão logo nos minutos iniciais de Hazard, principal desequilibrador do Chelsea) e que arriscou tudo, lançando Torres e Demba Ba e mantendo em campo Eto'o. Apesar disso, a equipa já parecia em desespero, atirando bola atrás de bola directamente da defesa para o ataque. A "estrelinha" de Mourinho acabou novamente por brilhar já muito perto do fim, num golo pleno de sorte. O resultado foi madrasto para o Paris, que estava crente de que podia chegar muito longe este ano e que teve mais do que uma oportunidade para marcar em Sttanford Bridge e resolver definitivamente a eliminatória. Valeu Cech e o desacerto de Cavani.
 
O futebol é assim e este resultado mostra que os desfechos dos jogos resultam de uma mistura de estratégia, pragmatismo e sorte. Sem sorte é quase impossível ganhar seja o que for. Reconheça-se porém uma coisa: Mourinho foi proactivo e arriscou e a sua equipa teve mais crença do que o seu adversário. E isso pode ter feito a pontinha de diferença que influencia decisivamente a sorte.

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