quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Se não ganhamos ao Nacional...


 Ganhamos a quem?

A pergunta, colocada num vídeo viral de Paulo Parreira, o "adepto possuído", tem toda a razão de ser. 

Ganhamos a quem? Na verdade a muito poucos, e mesmo essas vitórias têm sido, na maioria dos casos, pouco convincentes. 

JJ gabou-se de que colocaria o Benfica a jogar o triplo, mas é o inverso que tem acontecido. O "seu" Benfica apresenta um futebol lento, triste, previsível, sem intensidade.

Jogadores de 15, 20 e 24 milhões parecem amadores. 

Darwin tem 3 golos na Liga. Isto admite-se? Os nossos rivais contrataram por 3 e 5 milhões jogadores que apresentam um rendimento muitas vezes maior... 

Que gestão é esta? Desportiva e financeira. Contratamos caro (Pedrinho, Cebolinha, Weigel ou Raul de Tomaz são outros exemplos) para depois retirar um rendimento desportivo baixíssimo destes jogadores.

Mas voltando ao jogo com o Nacional, a falta de determinação, de atitude, de intensidade dos jogadores do Benfica é gritante e inadmissível. 

Depois do Nacional se ter recusado a adiar o jogo, o Benfica tinha obrigação não apenas de vencer mas de HUMILHAR os madeirenses.

Mas este Benfica é uma equipa de moles, jogadores sem raça (e pelos vistos pouco orgulho em si próprios). O jogo do Porto foi uma excepção. Com o Nacional voltou-se ao normal. 

Cervi foi e é a excepção e é provavelmente por essa razão que o querem pôr fora do Benfica.

Uma última palavra para o cartão amarelo a Palhinha. É inconcebível e roça o escândalo. Espero que seja despenalizado porque o cartão não faz sentido e é completamente injusto.

Agora não venham os sportinguistas apresentar isto como a prova de que o Benfica manda nisto tudo. Se a intenção fosse beneficiar o Benfica, como explicar a escandalosa decisão de não marcar um penalty descarado a nosso favor no jogo com o Nacional que provavelmente nos daria os três pontos?



segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Notas soltas - mercado, momento do Benfica e Octávios

 A vitória do Benfica sobre o Tondela foi cinzenta, mantendo-se vários problemas. Também houve no entanto algumas coisas positivas. Se eu estivesse certo de que as melhorias fazem parte de um percurso ascendente, estaria mais optimista. O problema é que a trajectória esta época tem sido de altos e baixos, com mais baixos do que altos, infelizmente.

Em todo o caso houve coisas positivas, como por exemplo a defesa. Os nossos centrais começam a mostrar a qualidade que indiscutivelmente têm. Ottamendi voltou a fazer um grande jogo, depois de já contra o Porto ter sido um dos poucos com uma exibição positiva (no seu caso, muito positiva mesmo). É um jogador que para além de defender muito bem (comentendo como é evidente alguns erros - não há nenhum jogador que os não cometa e os que muito raramente os cometem são foras de série como van Dijk), constrói bem, com uma qualidade técnica muito acima da média para um central. Também Vertonghen tem vindo a subir de rendimento. É um jogador muito bom no jogo aéreo (melhor do que Ottamendi), muito sólido e fiável.

Isto leva-me à questão de Lucas Veríssimo. Acredito que seja um grande central. No entanto não me parece que esta seja a posição que urgia reforçar. Temos ainda Jardel que ao longo dos anos mostrou ser um jogador que cumpre (apesar da idade e do histórico de lesões limitarem o seu rendimento), Ferro que foi campeão pelo Benfica como titular ao lado de Rúben, Todibo, que alguma qualidade há-de ter ou o Barcelona não o teria contratado e ainda os jogadores da equipa B.

Se Veríssimo vier para jogar numa defesa a 3, a sua contratação fará sentido e aí as minhas dúvidas deixam de ter razão de ser. Suspeito porém que não é isso que vai acontecer. Dito isto, a partir do momento em que chegar não volto a este assunto e contará obviamente com o meu apoio.

Fala-se também de William Carvalho. Mais uma vez não percebo. O Benfica investiu para cima de 100 milhões de euros nos últimos 12 meses. Tem no seu plantel Samaris, Gabriel, Weigl. Tinha ainda Florentino. Vai-se contratar mais um centro campista de características defensivas? Não deveria antes JJ melhorar os jogadores que tem? Será que deixaram os 3 de saber jogar? Isto para já nem insistir na questão Florentino, jogador que aprecio.

Ainda outra questão a este respeito: porque nunca jogou JJ com uma dupla em que constem dois destes três jogadores (Samaris-Gabriel-Weigel)? Porque tem sempre que jogar Taarabt ou Pizzi na segunda posição do meio campo? É algo para que não encontro qualquer resposta. Qualquer um daqueles três sabe construir. A ideia de que temos que ter um médio (muito) ofensivo na segunda posição do meio campo quando já temos dali para a frente 4 atacantes é algo que não me parece fazer sentido. Aliás, isso obriga os alas a defender demasiado. Cebolinha tem sido vítima disso.

Também na frente se diz que Seferovoc está de saída. É o nosso melhor goleador... A decisão aparentemente prende-se com o salário do suíço. Mas quererá ele sair? Vai ser empurrado do clube? Antes dele já Vinícius saiu para o Tottenham. Também há rumores de que queremos extremos. Que os que temos não desequilibram. Sobre isto prefiro nem fazer comentários. Mas esta roda viva cria uma instabilidade que não ajuda à consolidação da equipa. 

Finalmente, os Octávios. Há três na CMTV mas falaremos apenas de dois. Um que defende sempre JJ. De certo modo fica-lhe bem, pois mostra que é leal aos seus amigos. Mas muitas vezes exagera. No entanto não posso deixar de sublinhar que Octávio é uma espécie de antíodo anti-Porto. No Sporting mudou a mentalidade e fez com que o clube passasse a derrotar frequentemente o Porto. Pergunto-me se não teria um impacto positivo no Benfica também. E antes que aqui surjam "indignações", recordo que Eurico foi jogador dos três grandes, assim como Futre ou Carlos Alhinho, entre outros.

Já o outro Octávio, o Lopes, consegue ser, de entre todas as figuras que pululam por estes programas de comentadeiros, nalguns casos mal frequntados, claramente o pior. O seu ódio ao Benfica é de tal ordem que chega a espumar da boca. É desagradável, é torpe. Berra a toda a hora. Entra em confronto com toda a gente. Mas este indivíduo é também conhecido por estar permanentemente a atacar, a acusar e a difamar o Benfica. Muitas vezes com insinuações ínvias, mas outras com acusações directas de corrupção. Eu só tenho uma pergunta: porque é que o Benfica ainda não processou este senhor?


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Regresso ao passado

 O Benfica de Luís Filipe Vieira foi desportivamente um fracasso até à chegada de Jorge Jesus. Assim de repente, lembro-me de uma Taça vencida com Camacho e um campeonato com Trapattoni, para além de uma Taça da Liga com Quique Flores. Um pecúlio fraquíssimo.

Depois chegou JJ e o Benfica foi campeão, com uma grande equipa. De imediato se declarou um novo ciclo, mas a verdade é que o Porto logo vence mais um tri, com JJ ajoelhado no dragão no último deles e goleadas por 5-0 e celebrações na Luz pelo meio. Anos de tristeza desportiva e desapontamento.

Jesus voltaria a vencer dois campeonatos, mas o melhor período até veio depois, com Rui Vitória (dois campeonatos) e Lage (um), somando 3 campeonatos no espaço de 4 anos.

Vieira, em desespero face a um campeonato e Taça perdidos no ano passado para um adversário intervencionado pela UEFA e quase impedido de contratar (o segundo campeonato do Porto em três anos), tratou de ir buscar Jesus ao Brasil e investir fortemente na equipa. Ganhou as eleições, como queria (essa foi a principal razão do investimento - não o desejo de sucesso desportivo), mas as coisas não estão a funcionar. De todo.

O futebol do Benfica é uma nulidade. Não atacamos nem defendemos em condições. O meio campo não controla o jogo. Taarabt é um jogador nulo: não marca golos, não faz assistências, não faz equilíbrios defensivos, não rouba bolas, só as perde. Com um meio campo a dois, é impensável ter um jogador destes a titular. Leva a bola para a frente? Mas quantas dessas investidas resultam em golo? E quantas resultam em perdas de bola, muitas vezes com a equipa em contra pé? 


Jorge Jesus recebe milhões de euros por ano e os resultados apresentados são miseráveis. Mais: apresenta resultados negativos, pois já fez o Benfica perder a qualificação para a Liga dos Campeões, colocou o Benfica na porta de saída da Liga Europa, ao ficar atrás do Rangers na fase de grupos e ir em consequência jogar com o Arsenal, perdeu a Supertaça (com mais uma exibição miserável), está em 3° no campeonato, 4 pontos atrás de um Sporting de tostões; e como se não bastasse continua (aparentemente) a contratar jogadores, nomeadamente um central para uma posição para a qual há já 4 jogadores.

É uma vergonha. É até, de certa forma, uma imoralidade, em tempos de pandemia. Mas parece-me que pouca gente no Benfica hoje partilha destes sentimentos. Acho que estão sobretudo preocupados com o seu próprio futuro e os seus interesses pessoais.

O Benfica parece estar a regressar ao tempo "pré-JJ" de Vieira, um tempo de derrotas sucessivas, curiosamente com o mesmo treinador que há 16 anos levou a uma quebra (apenas parcial) da hegemonia do Porto. 

Hegemonia que, com curtas interrupções, dura desde 1985: 22 campeonatos para o Porto contra 11 campeonatos para o Benfica, 12 Taças de Portugal contra 8 do Benfica, 19 Supertaças contra 7 do Benfica. Um domínio avassalador. A Supertaça é o troféu que melhor o reflecte, pois é mais ou menos contemporâneo da mudança de ciclo no futebol português. Curiosamente, a Taça da Liga que evidentemente também entra nesta contabilidade é uma competição em que o Benfica tem um grande domínio: 7 contra zero do Porto; esse domínio coincide com o período em que o Benfica quebrou temporariamente o domínio do Porto; mas não a vencemos há 4 anos (Sporting 2 vezes, Braga 1 e Moreirense 1 foram os clubes vencedores desde então). O que confirma que a aparente hegemonia do Benfica não o chegou a ser e que a cultura vencedora não foi suficientemente implementada. 

O que a contabilidade global desde 1985 mostra é isto: 53 títulos para o Porto, 33 para o Benfica. Sem a Taça da Liga teríamos menos de metade dos títulos do Porto (e isto sem incluir competições europeias em que o Porto acrescenta mais 7 contra zero do Benfica no mesmo período...). 

Ora voltando ao tema principal, deste período de 36 anos (desde 1984/85 até metade da época 2020/21), quase 20 são já da responsabilidade de Vieira (17 como presidente e 3 como director desportivo e principal figura atrás de Vilarinho).