terça-feira, 28 de abril de 2015

O show de Manuel Serrão

Domingo, ao fim da tarde, Sousa Martins estava triste e cabisbaixo. Ele que normalmente é muito excitado e sorridente, desta vez apareceu deprimido e com uma expressão carregada após o clássico. É assim a vida. Há quem disfarce melhor e quem disfarce pior, mas nos nossos semblantes reflecte-se sempre o que sentimos interiormente. Temos pena, Sousa Martins.

Ontem, no programa semanal de comentário/comédia/disparate que dá pelo nome de prolongamento, Sousa Martins começou dando a palavra a Manuel Serrão. O Benfica é campeão, está em primeiro, e jogou em casa mas Martins acha que deve ser o adepto do Porto a falar primeiro. Depois de Serrão perorar durante longos minutos o que quis, Seara tentou a medo dar a sua opinião mas pouco falou porque de novo Serrão pediu licença e lá disse mais o que quis e lhe apeteceu, após o que o "moderador" (adepto talvez fosse mais correcto) Sousa Martins deu a palavra a... Eduardo Barroso. 

Depois disto começou a "análise" da arbitragem com a repetição interminável de um lance normal entre Luisão e Jackson, que tentaram transformar em penalty (na véspera já se ensaiara esta tese na TêBêI vinte e porto, novamente sob a batuta do inefável Martins). Até o lance para expulsão de Jackson foi transformado por Serrão e Martins numa benesse arbitral ao Benfica, porque afinal de contas Jardel teria já colocado a bola em jogo. Enfim, a parvoíce atingiu níveis tão altos que nessa altura perdi a paciência e deixei de ver a coisa. Mas também não posso deixar de fazer um reparo a Fernando Seara que, sendo um homem inteligente, deveria ter uma postura bastante mais assertiva de defesa do seu clube. Mesmo percebendo-se que o seu estilo não é o das alarvidades de Serrão e dos despautérios de Barroso, Seara deveria marcar mais a sua posição, mais que não fosse pelo menos no sentido de o deixarem falar. Sim, porque esperar isso de Sousa Martins, esperar isenção e respeito pelos tempos de antena de cada um, é completamente ingénuo.

Recordo ainda como no programa da Liga dos Campeões na TVI a eliminação do Benfica dava a todos grandes sorrisos e rostos abertos, como os nossos maus resultados eram objecto de críticas implacáveis. Na passada terça a conversa já era outra, o tom já era outro, o semblante já era outro. Que continuem assim e que continuem a ter que engolir o que disseram.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Título à vista

O Benfica não deu o KO ao Porto mas segurou a vantagem de 3 pontos beneficiando agora do factor de desempate nos confrontos directos. Quer isto dizer que o Benfica dos 4 jogos que restam pode perder um, desde que ganhe os outros 3 e será campeão. Isto caso o Porto vença os 4 jogos que restam. Se assim não acontecer o Benfica poderá precisar ainda de menos para renovar o título.
É preciso manter a concentração e percebe-se a mensagem para dentro, para os atletas manterem a concentração porque os jogos serão ainda difíceis (não teremos facilidades) mas claro que o título neste momento está muito perto e só uma débâcle do Benfica poderia provocar uma reviravolta no campeonato. Neste momento já não falamos de probabilidades mas sobretudo de matemática. Ganhando o próximo jogo em Barcelos o Benfica fica a 6 pontos do bicampeonato com 3 jogos para disputar, dois deles em casa.

O jogo de ontem não foi bom. O Benfica entrou mal no jogo, com bastantes nervos e ansiedade e quase nunca conseguiu estabelecer a sua qualidade de jogos e dinâmica atacante. É verdade que do outro lado estava uma equipa boa, com muitos bons jogadores, que se preocupou sobretudo em segurar o empate e parar o jogo do Benfica mas a nossa equipa poderia ter feito um pouco mais. Acima de tudo preocupámo-nos em segurar a nossa vantagem, o que se entende até porque o adversário é que tinha que que tentar recuperar terreno e também pouco ou nada arriscou. Racionalmente tenho portanto que admitir que a estratégia foi bem montada, embora emocionalmente gostasse de ter visto um espectáculo mais bonito e um Benfica mais dominador.

Claro que a ausência de Sálvio se sentiu muito. Este Benfica está muito espremido. Como já tenho assinalado, ao contrário de outros anos, temos uma carência de extremos no plantel pelo que quando Gaitan ou Sálvio estão impedidos a equipa se ressente bastante. Talisca é um jogador de muita qualidade mas que fisicamente não parece no seu melhor e que teve algumas dificuldades, não tendo conseguido criar dinâmica. Do outro lado as coisas não foram muito melhores: o cartão visto cedo por Eliseu não ajudou mas Gaitan também pareceu um pouco apagado e desinspirado. Foi uma tarde má para a maioria dos nossos jogadores criativos que por alguma razão nunca conseguiram assentar o jogo. Pizzi não conseguiu assumir as rédeas do jogo.

Claro que estas dificuldades também têm a ver com o adversário e a forma como ele abordou o jogo. O Porto tem nas laterais talvez os seus melhores jogadores (sobretudo Danilo), sendo natural que a produção do Benfica pelos corredores (sobretudo dada a ausência de Sálvio) não tenha sido a melhor. Por outro lado o Porto jogou com dois "trincos" pelo que também se compreende que isso tenha criado dificuldades adicionais a Pizzi.

A entrada de Fedja, de que eu na altura não gostei porque me pareceu dar um sinal negativo, foi na verdade uma boa decisão pois o Benfica passou a ter uma muito maior segurança e consistência. O sérvio é um jogador maduro e com qualidade que acrescenta à equipa. A partir daí ficámos com a ideia de que seria muito difícil que o Benfica perdesse o jogo. Apesar da tensão normal de se saber que uma bola pode sempre entrar, os últimos minutos não foram de aflição.

Ficam a faltar 9 pontos. Importa agora em Barcelos entrar de forma segura e autoritária e se possível resolver o jogo cedo. Teremos porém oportunidade de durante esta semana falar sobre esse jogo que se disputa já no sábado. Até lá o Benfica preparará seguramente bem a partida e possivelmente conseguirá recuperar Sálvio.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Falemos de outras coisas...

À medida que se aproxima o clássico aumenta um pouco a ansiedade, há um pequeno formigueiro que se acende ao pensar no jogo. Será um fim de semana certamente muito especial. O Estádio estará cheio e convirá chegar cedo para evitar a confusão e o stress de última hora. Enfim, será mais uma grande jornada de benfiquismo.


Entretanto falemos de outras coisas, nomeadamente das competições europeias cujo sorteio das meias finais se realizou há pouco.


Um aspecto que me parece muito curioso é o "regresso" das equipas italianas, nos últimos anos bastante arredadas das fases decisivas. Curiosamente eu sou do tempo em que as equipas italianas ganhavam tudo o que havia para ganhar, sobretudo a Juventus e o Milan. Mas depois disso enfrentaram um período de grande crise na sequência da corrupção e também do maior poderio financeiro dos clubes ingleses e espanhóis.

Essa é outra nota relevante: a completa ausência de equipas inglesas, algo de raro nos últimos anos. City e Chelsea foram uma desilusão na Champions, tal como o Everton e Tottenham na Liga Europa.

A maior surpresa será talvez a presença da Juventus entre os 4 semifinalistas. Penso que o Real não terá porém grande dificuldade em eliminar os italianos e estar na final pelo segundo ano consecutivo. Recordo que se a ganhar será algo de histórico para Ronaldo, para o clube e também para Ancelotti que ganharia a sua 4ª (!!!) Liga dos Campeões como treinador.

Na outra meia será um duelo de Barcelonas: o verdadeiro e o de Munique e de Guardiola. Será certamente uma eliminatória muito especial na qual se espera e deseja, para bem do futebol, que Ribery e Robben (sobretudo estes) estejam de volta à equipa alemã. Neymar também se vem afirmando cada vez mais, tal como o  próprio Suarez (que deixou David Luiz muito mal na primeira mão do embate entre Barça e PSG). Será sem dúvida um duelo de superequipas. 

Quanto à Liga Europa, o Sevilha eliminou o Zénite de forma algo surpreendente e defrontará a Fiorentina, ao passo que o Nápoles defrontará o Dnpro. Abrem-se boas perspectivas para Benitez voltar a ganhar um título europeu para juntar à Taça UEFA, Liga dos Campeões, Liga Europa e Supertaça europeia (para além de um mundial de clubes) que venceu no passado. 




quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Expresso-idiota

1º inventaram que o Benfica já estava a gravar o novo hino de campeão, algo que foi cabalmente desmentido pelo clube e provado ser falso. A nova versão do hino está a ser preparada há muitíssimo tempo e tem a ver com as celebrações do aniversário e não com qualquer celebração antecipada o que seria idiota.
2º (nas palavras de Leonor Pinhão na sua crónica de hoje n' "A Bola"): "Na noite de terça-feira, o “Expresso” on-line explicava a humilhação sofrida pelo Porto em Munique recorrendo à sobrenaturalidade.

A goleada aconteceu porque “Jesus encarnou em Julen”. E foi uma “invenção” feita “à treinador do Benfica” que “deixou o Porto a descoberto” na Alemanha.
Está visto, portanto, de quem foi a culpa do colapso portista. O treinador do Porto por si só não chegava lá. Teve de “encarnar” no treinador do Benfica, o verdadeiro réu de Munique.
Em resumo: houve que “baixar” o espírito do Jorge Jesus no espírito Lopetegui para lhe poderem chamar burro à vontade. Ao Lopetegui, naturalmente.
O Benfica, que nasceu numa farmácia e foi fundado por um homem cujo nome evoca os dois Santos maiores da medicina – São Cosme e São Damião -, também não pode ser remédio para tudo em Portugal."
A esta síntese de Leonor Pinheiro, eu acrescentaria apenas o seguinte: ao passo que Lopetegui com o Porto milionário perdeu por 6 e Paulo Bento com o Sporting perdeu por 7, Jorge Jesus com o Belenenses perdeu em Munique apenas por 1. É só mais um "pormenor"...


Mas estas historietas do "Expresso-idiota" explicam-se facilmente. Nesta fase há que motivar os jogadores do Porto, ainda que de forma forçada e artificial, inventando casos e episódios para eles se sentirem vítimas e injustiçados. É um pouco como a história do "alguém vai pagar a factura" como se as coisas agora fossem assim e bastasse querer. "O Benfica já festeja antecipadamente" é a mentira que a primeira pseudo-notícia quer fazer crer, ao passo que a segunda visa mais uma vez atacar o treinador do Benfica poupando Lopetegui nesta fase delicada. 

Por estes dias as tentativas desesperadas multiplicar-se-ão. O Benfica tem que se manter completamente alheado destas falsas polémicas e não se preocupar minimamente com o adversário, a não ser em termos do trabalho táctico de preparação do jogo dentro das quatro linhas. Tudo o resto é folclore que não é do nosso interesse alimentar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Guardiola e as voltas que a vida dá

Realmente a vida é uma coisa que nos surpreende, precisamente nas alturas em que achamos que tudo é previsível. Como disse outrora alguém vida é o que acontece quando esperamos exactamente o contrário.

A vida dá muitas voltas e por isso convém ser humilde para não ser humilhado pelos outros.

Estava aqui a ver que há quase exactamente um ano atrás (em 12 de Abril de 2014) escrevi um artigo a que chamei "os dois barcelonas". O "segundo Barcelona" era precisamente o Bayern de Munique. Na altura dava ainda como por provar a capacidade de Guardiola em exportar a sua fórmula vencedora para a Alemanha. Penso que hoje já não haverá dúvidas de que o treinador espanhol conseguiu impor as suas ideias e que com isso começa a ganhar um estatuto ímpar no panorama do futebol mundial.

Quando Guardiola ganhou no Barcelona as suas vitórias foram algo desvalorizadas pelo facto de existirem Messi, Iniesta e Xavi e uma escola de futebol que formava jogadores desde os juvenis. Mas neste momento Guardiola está a demonstrar que o seu modelo de jogo não  está constrangido a uma determinada equipa. Que de mais diferente pode haver do estilo algo "palavroso", de passes e mais passes, futebol rendilhado, de Guardiola do que o pragmatismo alemão? Em termos futebolísticos nada. E no entanto Guardiola está a impor as suas ideias e este Bayern é um portento de futebol.

Nessa crónica que escrevi há um ano dava o Real Madrid e o Chelsea como favoritos a chegar à final da Champions. O Real realmente trucidou na altura o Bayern, numa noite de glória para Sérgio Ramos e Ronaldo que marcaram dois golos cada um em Munique. O Chelsea de Mourinho porém foi eliminado pelo Atlético de Madrid. A perspectiva de uma final entre os dois melhores treinadores gorou-se assim. Na Luz o Real venceria a sua "décima" com outro dos melhores treinadores do mundo (e talvez o mais titulado, com 3 Ligas dos Campeões entre muitos outros troféus), Carlo Ancelotti. Mourinho via assim o título que durante três anos perseguira sem sucesso enquanto treinador do Real sorrir ao seu sucessor.

Este ano Mourinho foi eliminado de forma surpreendente pelo PSG (o tal que "humilhou" o Benfica por nos derrotar por 3-0 na sua casa), ao passo que Guardiola já está nas meias finais, assim como o Barcelona. Ancelotti tem boas perspectivas de lá chegar e o outsider deste naipe de equipas deverá ser a Juventus (embora Leonardo Jardim ainda tenha uma palavra a dizer).  

São algumas das muitas voltas que a vida dá. Quando o Real foi campeão de Espanha com Mourinho e Guardiola saiu do Barcelona no fim da época para descansar física e psicologicamente muitos acharam que o espanhol estava derrotado e acabado. Ora ele está a provar que isso não é verdade e ainda que é possível ganhar não abdicando de um futebol bonito, de um futebol bem jogado de um futebol atractivo.

A noite de ontem foi um grande momento de Guardiola. A sua equipa demonstrou ser das melhores do mundo e apesar da noite desastrada do Porto, o mérito do Bayern (sem muitas estrelas) não pode ser colocado em causa. Só uma equipa de topo poderia jogar de forma tão dominadora, tão demolidora para o adversário.

Transpondo isto para Portugal e para o Benfica que é sempre o principal foco do nosso interesse, importa dizer que Jorge Jesus tem sido criticado vezes sem conta por privilegiar esse tipo de futebol, por acreditar nesse tipo de futebol e por insistir nas suas ideias atacantes. Quando perde, logo aparecem todos os seus críticos mais acirrados, em poses triunfais, no estilo: eu bem vos disse, a desprezar e achincalhar o nosso treinador. Quando empatou em Barcelona contra uma equipa com vários suplentes, foi severamente criticado (apesar do Benfica também não ter podido contar com jogadores como Sálvio, Enzo ou Cardozo), falando-se de forma depreciativa de um "Barcelona B ou C". Um dos jogadores titulares do Barcelona nessa noite foi um dos carrascos do Porto, ao marcar dois golos nesta eliminatória: Thiago Alcântara. São voltas...

Mas durante estes 5 anos JJ, apesar de todos os que só criticam e tentam deitar abaixo, não abdicou das suas ideias e de acreditar em si. Os resultados estão à vista e são incomparáveis com os anos que o precedem. Não fora manifesta infelicidade em alguns jogos chave e pelo menos mais um título de campeão nacional e uma Liga Europa estariam no nosso museu.

Isto é verdade, independentemente do que acontecerá no Domingo. O menos surpreendente de certa forma seria o empate, mas todos os cenários são possíveis. Uma coisa é certa, eu acredito neste Benfica e estou convicto de que Domingo sairei do Estádio da Luz satisfeito com o desfecho. Mas nada está garantido. Os portistas certamente esperam o contrário. Manuel Serrão diz que "o Benfica vai ajoelhar novamente". Veremos. Às 5 da tarde de Domingo acaba a conversa e começa o jogo jogado. É aí que tudo se decidirá.

No pasa nada! Olé!!

É impressão minha ou o Porto ontem levou 6-1 de uma equipa do Bayern altamente desfalcada e sem as suas principais figuras? 

É impressão minha ou aos 40 minutos o resultado estava em 5-0?

Não, não é impressão minha. Isto aconteceu mesmo. Se o Bayern tivesse continuado com um ritmo elevado na segunda parte o resultado teria certamente sido muito mais dilatado. Pelo menos uns 8... Mas ao ler a comunicação social de hoje parece que nada de anormal aconteceu.

Agora eu pergunto-me o que seria dito se isto se tivesse passado com o Benfica.

É difícil imaginar, mas uma coisa é certa: pobre Jorge Jesus! O que seria dito do nosso treinador! O ódio que se destilaria contra ele. Aquilo que é a custo e mal disfarçado por alguns comentadores, destilaria com toda a licença e pormenores de crueldade.

Mas como é Lopetegui, o treinador do Porto, que depois de levar 6 ainda vai para a conferência de imprensa com uma postura arrogante, como se todos ali estivessem em dívida para com ele, permitindo-se ainda tratar mal os jornalistas portugueses, as críticas são muito diluídas. 

Pobre Jorge Jesus se se tivesse "atrevido" a estar a perder por 5 aos 40 minutos. Pois se quando perdeu 3-0 com o PSG em Paris houve capas a falar de humilhação e os ataques mais soezes de alguns (sobretudo na vergonhosa SIC)! Mas ontem estavam "estranhamente" calmos e moderados. Ai se fosse Jesus... 

Mas o prémio do maior idiota da noite vai para o "Expresso" que conseguiu ver na derrota por 6 uma obra de Jorge Jesus. Segundo a imbecilidade proposta pela crónica desse jornal, Jorge Jesus teria "encarnado" Lopetegui. Este grande estratega teria afinal que culpar o treinador português pelas invenções que ele desta vez teria copiado resultando na goleada. Já dizia Einstein só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana...

Registamos tudo isto. Tal como registamos que depois de levar 6 os jogadores do Porto se multiplicaram em declarações de que vinham ganhar o campeonato à Luz. 

Lá estaremos à sua espera.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Fim de semana de campeões

O Benfica venceu por 2-0 o Belenenses no Restelo e deu um passo importante para a conquista do título. Vencendo o Porto no Domingo, o Benfica será com certeza campeão e mesmo um empate deixa muito boas perspectivas para a renovação do título. 
É um pequeno passo que obviamente nada tem de fácil, pois como se viu na passada semana, o Porto tem um grande plantel e por vezes faz grandes jogos. A facilidade com que, por exemplo, derrotou o Sporting, aliado ao facto do que aconteceu há 3 anos, quando venceu na Luz com um golo em fora de jogo, deve-nos levar a encarar este jogo com muita "desconfiança" e máxima concentração. 

Se o Benfica estiver ao nível do que tem feito nos últimos jogos na Luz penso que será difícil ao Porto parar-nos. Mas muita coisa depende do nível de inspiração dos jogadores nessa tarde. Por outro lado, o apoio dos adeptos certamente criará condições ainda mais favoráveis para vencer. Mas já se sabe que nada está garantido. 

Quanto ao jogo com o Belenenses, Jonas voltou a fazer das suas. Dois golos plenos de classe e sentido de oportunidade resolveram um jogo que poderia ter sido difícil. Na realidade houve vários jogadores a jogar bastante abaixo do que costumam, isto para não dizer, a jogar bastante mal. Da frente, para trás, Lima pouco se viu, Ola John foi praticamente uma nulidade, Samaris esteve algo inibido pelo receio de ver um amarelo (e não faltou muito para tal, não se percebendo porque razão Jesus não o substituiu mais cedo), André Almeida e Eliseu pouco fizeram e Luisão teve uma tremideira nada habitual. A vitória deve-se muito à exibição de Júlio César que com várias intervenções de qualidade manteve a nossa baliza inviolada, transmitindo muita confiança à equipa. 

Mas o fim de semana ficou marcado por um outro acontecimento. Nas modalidades, o Benfica sagrou-se campeão nacional de hóquei em patins no pavilhão da Luz.

Este título chegou com uma goleada por 5-1 ao Porto. Esta equipa tem conquistado tudo o que há para conquistar, desde a Liga dos Campeões, à Taça Intercontinental e o campeonato nacional. Depois de um período de hegemonia total do Porto, o Benfica começou paulatinamente a recuperar distâncias e neste momento é a principal potência do hóquei nacional. Todos estão de parabéns. Este campeonato em particular foi imaculado: apenas um empate em 25 jogos! Poderíamos ter ido mais longe na Europa mas estamos na final four da Taça de Portugal (23 e 24 de Maio), com possibilidade de fazer a dobradinha. Diga-se que Trabal, o guarda-redes do Benfica fez uma grande defesa e contribuiu para a vitória.


Dito isto faltam 6 dias para o próximo clássico, agora na futebol. Depois de um interregno de um ano, será novamente num jogo entre Benfica e Porto que, quase de certeza, se decidirá o do título. Entramos em contagem decrescente para Domingo... Vai ser uma semana longa!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Jogo crucial

O Benfica começa depois de amanhã a definir este campeonato. Estou seguro de que todos estarão conscientes da importância deste momento. Como assinalei antes, uma vitória no Restelo é meio caminho andado para o título. 

Neste momento a vantagem está toda do nosso lado. Vencer no Restelo significa que as coisas continuarão assim na jornada seguinte, na qual tudo se pode decidir. Uma vitória significa o título que ficará apenas a faltar confirmar matematicamente, um empate significa que, com 4 jornadas para disputar, o Benfica se poderá permitir uma derrota (por exemplo em Guimarães) sem que isso comprometa o seu primeiro lugar. Ou seja, mesmo um empate com o Porto deixar-nos-ia à beira do bicampeonato. Isto claro, na condição de vencermos no Restelo.

É um facto que tem havido uma discrepância grande entre o rendimento do Benfica em casa e fora. É evidente que quase todas as equipas jogam melhor em casa mas no caso do Benfica essa diferença tem ido do 80 ao 8, como aconteceu nas pálidas exibições contra o Paços e o Rio Ave. Nessa medida este jogo tem que ser abordado com muita atenção, muita seriedade e muita concentração. O Benfica precisará de ser muito frio e letal no aproveitamento das oportunidades. Recorde-se que o Sporting em duas visitas ao Restele esta época perdeu um jogo e empatou o outro in extremis com um golo nos descontos.

Mais seria importante conseguir resolver o jogo cedo se possível, de forma a Samaris, Sálvio e Jonas não correrem o risco de receber um amarelo que os afastaria do jogo com o Porto. Nenhum desses jogadores é neste momento "substituível", no sentido em que qualquer uma das opções para os respetivos lugares (Amorim ou Fedja, Ola John ou Gonçalo Guedes e Derley ou Johnathan) representaria (salvo uma surpresa positiva) uma perda de rendimento.

Por fim deixo uma nota sobre o Porto. O jogo de ontem surpreendeu-me pela qualidade que o Porto demonstrou, ao vencer de forma clara e merecida uma das melhores equipas do mundo (apesar de bastante desfalcada). Há demérito do Bayern, como se vê claramente nas péssimas exibições de Alonso e Dante e na inexistência de Mário Gotze. Mas há muito mérito do Porto que ontem demonstrou de facto a valia do seu plantel, avaliado pelo site transfermarkt em 212 milhões de euros. Isto só demonstra ainda mais como o Benfica tem feito uma grande época, dado que as soluções de que dispomos estão em muitos casos longe das do Porto.


Nota final: Lopetegui já nos habituou aos seus protestos, amuos e lamentos. Mas ontem resolveu ser original e sugerir uma coisa que eu não pensava possível: que o campeonato parasse quando o Porto joga as competições europeias. Deve ter sido isso que ele tinha em mente quando se queixou de que tinha de jogar dali a três dias dias e que isso não era bom para o futebol português. Enfim mais uma lição do iluminado aos aldeões. Comentários para quê?

terça-feira, 14 de abril de 2015

Bayern de Munique B?

Em 2012/2013 o Benfica jogou com o Barcelona em Nou Camp e os catalães deram descanso a vários titulares (curiosamente Tello fez parte do 11 inicial). Ainda assim jogaram Thiago Alcântara, (que também curiosamente Guardiola levou para o Bayern de Munique), Puyol, Piqué, Alex Song, David Villa e Messi (embora entrado apenas na segunda parte). 

Como a ideia de muitos jornalistas e comentadores era deitar a baixo e desvalorizar o Benfica, logo se declarou que aquilo era um "Barcelona B" ou até "C" e que o Benfica tinha perdido uma grande ocasião para derrotar o colosso catalão. Claro que não se disse que no Benfica Sálvio e Enzo estavam lesionados e que Cardozo (na altura melhor marcador e titular) ficara no banco por opção.

Ora face a esse "rigor", essa exigência para com o Benfica, que na altura tinha "obrigação" de ganhar (fora, no Nou Camp...) ao Barcelona, porque este jogara com a sua equipa "C", eu pergunto-me o que se dirá agora acerca do Porto e das suas "obrigações" ao jogar em sua casa contra um Bayern de Munique altamente desfalcado. 

É que curiosamente, estamos perante uma crise de lesões sem paralelo e o Bayern não poderá contar com... 9 jogadores do plantel. De tal forma que no último jogo tiveram apenas 4 jogadores no banco... Entre os lesionados estão os flanqueadores e principais desequilibradores do Bayern. A lista inclui Schweinsteiger, Robben, Alaba, Javi Martínez, Benatia e Ribéry. Guardiola diz que é a crise de lesões mais grave desde que é treinador.

Vai-se chamar a esta equipa Bayern B?

Note-se que eu não desvalorizo o Bayern nem alinho por estes discursos. Apesar de fragilizada pelas ausências, o Bayern continuará a ter uma equipa poderosa, com jogadores como Lewandovski, Muller, Xabi Alonso entre muitos outros, que vale pelo conjunto e pelas ideias de jogo. O que é curioso é ver como os que alinhavam por esse discurso do Barcelona B há dois anos agora estão calados ou a desvalorizar a quase dezena de ausências.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Benfica - o melhor futebol de ataque

A exibição de sábado do Benfica entra diretamente para os livros do melhor futebol de ataque. Deve figurar nos compêndios de jogar bonito e bem, ou seja de um tipo de jogo que não apenas é vistoso mas também eficaz. 

Sinceramente não sei se alguma vez vi um início de um jogo de futebol tão bem conseguido - não apenas por parte do Benfica. Durante 20 minutos a Académica pura e simplesmente não conseguia ter a bola em seu poder, ao passo que o Benfica fazia jogada atrás de jogada de golo eminente, quase sempre de grande recorte técnico e belo efeito. 

Os jogadores do Benfica estiveram intratáveis, o domínio foi avassalador, a exibição do melhor a nível mundial.

Desta vez nem sequer se pode tentar tirar o mérito ao Benfica "culpando" o adversário pela sua falta de qualidade pois a Académica vinha jogando bom futebol e a conseguir resultados interessantes- e desejo que assim continue já na próxima jornada. Nem se pode acenar com fantasmas de arbitragens.

Desta vez o mérito é todo do Benfica.

Claro que ainda não ganhamos ainda. Mas que ficamos mais perto também não há dúvidas. E um futebol destes, que dá gosto ver, merece ser elogiado. Neste momento não vejo nenhuma equipa europeia jogar um futebol tão bonito como o do Benfica.

domingo, 12 de abril de 2015

Ganhar no restelo é meio caminho para o título

O outro meio é vencer o Porto em casa.
Conseguir essas duas vitórias equivale a ficar com, pelo menos, 6 pontos de vantagem (que valem por 7) com apenas 4 jornadas para disputar. O Benfica poderia perder dois jogos e ainda assim seria campeão.
 
Falta pois "apenas" isto. Não sendo fácil está bem ao nosso alcance. Basta jogar o que sabemos e ter cabeça para controlar as emoções.
 
 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

O valor de um goleador

O goleador é uma espécie rara no futebol. Nas últimas duas décadas há no Benfica um nome que se destaca muito acima dos outros: Cardozo. 

Para se perceber bem do que estamos a falar, é preciso recordar que Cardozo é o 9º melhor marcador de sempre do Benfica com 172 golos em 293 jogos oficiais. Para encontrar um registo melhor é preciso recuar a Nené... Todos os outros nomes remontam a Torres e ao período anterior. Antes de Cardozo, o melhor marcador das últimas décadas era Nuno Gomes com 166 golos em 398 jogos.



Dividido por épocas, o paraguaio marcou 38 golos e teve uma média de 0,81 golos/jogo em 2009/10; 23 e 0,55 em 2010/11; 28 e 0,62 em 2011/12 e 33 golos; e 0,70 em 2012/13. São números arrasadores que mostram o que é realmente um goleador. Cardozo "não jogava nada", "só" marcava golos. Por isso foi muito incompreendido por alguns adeptos. Os números porém falam por si.

Em geral, pode-se considerar um verdadeiro goleador um jogador que marca no mínimo um golo a cada dois jogos. Médias acima dos 0,5 são excelentes, ao passo que um pouco abaixo, são mais comuns. A de Nuno Gomes, por exemplo, foi de 0,41.

Outro avançado importante no Benfica do presente é Lima. Na primeira época no glorioso, Lima marcou 30 golos em 53 jogos, uma média de 0,53 golo/jogo, uma média de goleador. Na segunda (ano passado) 21 golos em 51 jogos, 0,41. Este ano Lima tem 13 golos em 36 jogos, uma média de apenas 0,36. No entanto, ao analisar a sua prestação é preciso ponderar o excelente trabalho que tantas vezes este jogador faz (e o desgasta), derivando para as faixas, indo buscar jogo mais atrás ou até recuperando bolas. Lima, ao contrário de um goleador do tipo de Cardozo (tipicamente finalizador), sabe jogar com a bola nos pés e é capaz de criar oportunidades para os colegas. Como vimos, os números de Lima estão no limiar do goleador, quer dizer daquele jogador de quem se podem esperar golos em quase todos os jogos, que resolvem muitas vezes jogos que parecem bloqueados.

Isto leva-nos a um outro tipo de jogador, ainda mais raro do que o goleador, que é o goleador que também sabe jogar e fazer jogar. Esse tipo ainda mais raro é o tipo de Eusébio, Ronaldo Fenómeno e Cristiano Ronaldo, Rivaldo, Romário e, numa outra dimensão, mais modesta, Jonas.

Neste momento Jonas tem uns impressionantes 22 golos em 28 jogos. Uma média de 0,78 golo/jogo! É algo que se aproxima dos números devastadores de Cardozo em 2009/2010, o ano do "rolo compressor". E que Jonas sabe jogar e fazer jogar, ninguém pode ter dúvidas: as suas combinações com Gaitan, Sálvio e Lima, os seus recuos até ao meio campo para fazer equilíbrios e ir buscar jogo, os seus pormenores de classe. Jonas foi efectivamente uma excelente contratação. Que assim continue até ao fim do campeonato. 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Quem são afinal os mouros?

Os adeptos do Porto chamam muitas vezes aos benfiquistas "mouros", numa alusão ao facto dos árabes e berberes terem invadido Portugal e ocupado durante algum tempo o sul do País, ao passo que o Porto seria a cidade invicta. 

Mas se os portistas e portuenses interpretam este epíteto de "invicta" como o testemunho da invencibilidade da cidade face aos invasores sarracenos estão muito enganados. As invasões árabes da península iniciadas quando o general Tarik atravessou o estreito de Gibraltar em 711 levaram à conquista da quase totalidade da península (e à totalidade do território do actual Portugal). Na altura os cristãos ficaram acantonados nas montanhas das Astúrias, praticamente encostados ao mar. 

Invicta diz respeito a um episódio muito mais tardio, no âmbito da guerra civil entre liberais e absolutistas, durante o qual a cidade do Porto se manteve fiel a D. Pedro e à causa liberal, resistindo ao cerco miguelista e salvando o liberalismo constitucional. 

Por outro lado, os mouros foram expulsos de Lisboa logo em 1147, no início do reinado de D. Afonso Henriques.

Mas existem mais razões para os portistas começarem a ter um cuidado acrescido quando falam em mouros. Porque os têm na sua equipa! Têm nomeadamente um jogador argelino, Brahimi e ainda um camaronês chamado  Aboubakar, uma evidente alusão a Abu Bakr, o primeiro califa do Islão.

Mas é um outro argelino antigo jogador do Porto, Madjer, que vem fazer a mais inesperada e insólita confidência: de acordo com ele, todos os jogadores do Porto beijaram o Corão antes da final com o Bayern de Munique! É de facto algo de improvável, de incrível.

Quem são afinal os mouros?

Com tantos mouros e espanhóis no Porto, começa a ser difícil falar na cidade invicta...

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Calendário estranho

Há célebre história do professor universitário que ao avaliar  do aluno lhe diz: "o seu trabalho tem ideias boas e ideias originais". O problema é que as ideias boas não são originais e as originais não são boas.

O futebol português tem ideias originais - muito más - e nem sequer consegue copiar as ideias boas.

Uma das originalidades do futeluso é a calendarização das provas. Por razões que ninguém entende começamos a época em pleno Agosto, quando toda a gente está de férias e o calor é insuportável. Em Espanha e Itália, onde os climas e a cultura são semelhantes, o campeonato (com mais equipas) começa uma ou duas semanas depois do nosso. Nós imitamos porém o calendário dos países nórdicos, esquecendo o "pormenor" de que ali não se joga durante Dezembro. Depois interrompemos o campeonato sucessivamente em setembro, outubro, novembro e dezembro, chegando o mesmo a parar por 3 semanas (!), seja para jogar competições a eliminar, seja por causa das provas das seleções. Com essas paragens constantes e prolongadas retira-se continuidade e fluência à competição. 

Mas sem dúvida que o mais extraordinário do calendário futebolístico português é o agendamento das taças. Em vez de se jogar em datas pre-estabelecidas, durante a semana, estas jogam-se quer à semana, quer ao fim-de-semana, aparentemente quando calha. Mas se isso não bastasse, há equipas a jogar a primeira mão de uma meia final da Taça de Portugal na véspera de outras jogarem a segunda! O mesmo se passa na Taça da Liga na qual o Benfica há muito que é finalista e só na passada semana conheceu o seu adversário. Isto não faz qualquer sentido e cria situações de desigualdade entre os clubes, bem como um caos e anarquia na estrutura das competições que não convêm a ninguém. 


Falta de vergonha

O assunto já aqui e noutros blogs foi referido por mais do que uma vez, por isso não vou perder muito tempo com ele. Em todo o caso é impossível não reparar como casos gravíssimos quando envolvem o Benfica deixam de existir quando acontecem com o Porto.  Se após o jogo com o Belenenses na Luz praticamente não se falou em mais nada na conferência de imprensa senão no "desaparecimento" de Deyverson e Miguel Rosa, porque razão não se falou da ausência de Tozé (jogador que até marcou na jornada anterior) contra o Porto? Admitimos que Kléber estivesse mesmo lesionado (tanto mais que não jogou na jornada anterior por essa razão) mas quanto a Tozé não há notícia disso. Então o que era gravíssimo e um "atentado à verdade desportiva" num caso já não tem importância nenhuma noutro?Isto é um sintoma da imbecilidade e corrupção moral de grande parte da nossa comunicação social.

Por outro lado, existem 2 golos do Porto manifestamente ilegais e um duvidoso. Se fosse o Benfica a vencer dessa forma, não tenho a mínima dúvida de que esse seria o foco de todas as análises ao jogo nos programas de comentários. Assim foram notas de rodapé. 

Deixo ainda uma outra nota que me parece pertinente: de quanto seria o prémio de jogo do Rio Ave ontem? É que se estava a disputar a primeira parte de um acesso à final do Jamor. Certamente que esta seria a grande prioridade do clube nesta fase final da época. Mas isto sou eu a dizer, seguindo aquilo que me parece uma lógica evidente nas coisas. Provavelmente haverá outros factores em jogo que eu desconheço e pesam mais do que as razões objectivas que todos podemos observar e ponderar. Em todo o caso não temos que esperar muito para que as coisas se elucidem um pouco mais. Se já daqui a três dias o clube - independentemente do resultado - mostrar a atitude que mostrou contra o Benfica e fizer o possível para obter um bom resultado, eu serei levado a crer que estamos perante uma equipa que faz o possível e que provavelmente joga melhor em casa do que fora e a quem o jogo de Braga correu mal. Caso contrário, caso se assista a uma exibição ao nível da de ontem, eu serei obrigado a concluir que para o Rio Ave a sua grande prioridade para o fim de época foi o jogo com o Benfica. E isso, não podendo ser considerado normal, levanta questões que merecem de uma vez por todas ser investigadas - em nome da tal "verdade desportiva". 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Algumas notas soltas

Benfica-Nacional


Mais uma grande exibição com um futebol pressionante, criativo e vistoso que podia ter dado uma goleada. Valeu porém apenas 3 pontos e não justifica embandeirar em arco. Se as coisas correrem como é de esperar e o Porto ganhar em casa ao Estoril, para a semana estaremos de novo obrigados a vencer e na seguinte idem. Só então, verificando-se esses resultados, estaremos "autorizados" a empatar um jogo, o clássico com o Porto. Em campeonatos tão desequilibrados como o nosso é assim que as coisas são. O que é fundamental é não repetir até ao fim do campeonato prestações como a de Paços ou Vila do Conde.

Jonas (e Lima)


Voltou a facturar e a mostrar toda a sua classe. No entanto também aqui há que sublinhar que não se deve embandeirar em arco. O jogador está de facto a superar expectativas mas por outro lado está a fazer o que lhe é pedido e o que dele se espera que é marcar golos. Esperemos que assim continue até ao fim do campeonato, porque a veia goleadora dos avançados normalmente é um bom sinal para uma equipa que deseja ser campeã. Lima não tem sido tão exuberante mas também tem marcado golos importantes (apesar de um ou outro falhanço nalguns jogos que acabaram por redundar em derrotas, importa recordar que foi ele que marcou os dois golos decisivos no dragão). Que ambos continuem em grande.

Calendário


O Benfica recebe para a semana a Académica e depois disso vai ao Restelo. São os jogos que faltam até receber o Porto. Este recebe agora o Estoril, depois vai a Vila do Conde e finalmente recebe a Académica antes de ir à Luz. Joga para a Champions com o Bayern entre os jogos com o Rio Ave e a Académica (1ª mão) e depois deste e antes da visita a Lisboa. 

Danilo

A venda de Danilo deixou-me espantado. Cheguei a pensar que fosse mentira de 1 de Abril. Trata-se de um grande negócio para o Porto e um enorme barrete para o Real Madrid. Em primeiro lugar porque me parece difícil que qualquer lateral possa valer esses montantes (só um fenómeno como Roberto Carlos), em segundo porque Danilo apesar de ser um bom jogador está muito longe de ser um fora de série. Tenho pois alguma dificuldade em perceber este negócio, sobretudo no actual momento da economia mundial, no qual os clubes começam a ter mais cuidados e tendo em consideração os barretes que o Real já levou do Porto, nomeadamente o célebre Secretário. Mas no Real Madrid pelos vistos há um poço de petróleo que dá para tudo...