Há célebre história do professor universitário que ao avaliar do aluno lhe diz: "o seu trabalho tem ideias boas e ideias originais". O problema é que as ideias boas não são originais e as originais não são boas.
O futebol português tem ideias originais - muito más - e nem sequer consegue copiar as ideias boas.
Uma das originalidades do futeluso é a calendarização das provas. Por razões que ninguém entende começamos a época em pleno Agosto, quando toda a gente está de férias e o calor é insuportável. Em Espanha e Itália, onde os climas e a cultura são semelhantes, o campeonato (com mais equipas) começa uma ou duas semanas depois do nosso. Nós imitamos porém o calendário dos países nórdicos, esquecendo o "pormenor" de que ali não se joga durante Dezembro. Depois interrompemos o campeonato sucessivamente em setembro, outubro, novembro e dezembro, chegando o mesmo a parar por 3 semanas (!), seja para jogar competições a eliminar, seja por causa das provas das seleções. Com essas paragens constantes e prolongadas retira-se continuidade e fluência à competição.
Mas sem dúvida que o mais extraordinário do calendário futebolístico português é o agendamento das taças. Em vez de se jogar em datas pre-estabelecidas, durante a semana, estas jogam-se quer à semana, quer ao fim-de-semana, aparentemente quando calha. Mas se isso não bastasse, há equipas a jogar a primeira mão de uma meia final da Taça de Portugal na véspera de outras jogarem a segunda! O mesmo se passa na Taça da Liga na qual o Benfica há muito que é finalista e só na passada semana conheceu o seu adversário. Isto não faz qualquer sentido e cria situações de desigualdade entre os clubes, bem como um caos e anarquia na estrutura das competições que não convêm a ninguém.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários são agora automaticamente publicados. Comentários insultuosos poderão ser removidos.