Falta apenas um capítulo. Pode ser escrito ainda este Domingo ou na próxima semana.
É verdade que é um dos campeonatos perdidos que mais custa a engolir. É um facto que o Benfica não encarou alguns jogos da melhor forma e acumulou erros que permitiram que a presente situação fosse possível.
Mas a verdade mais gritante deste campeonato, que não pode de forma alguma ser escamoteada ou branqueada, é que estamos perante uma das maiores falsificações desportivas jamais vista em Portugal. No meio da alucinação colectiva em que o país parece viver, as instâncias do futebol permitiram -- ou promoveram - um festival de "erros" arbitrais, perante a complacência ou indiferença do grande público, que adulteraram totalmente a classificação. Desde que o treinador considerado incompetente pelos portistas e elogiado pelo Presidente do Benfica disse, após perder 3-1 em Barcelos, que "podiam" entregar as faixas ao Benfica, que se assistiu em Portugal a "assaltos" futebolísticos, com arbitragens que até há poucos meses eu consideraria inimagináveis. Eu penso que nem nos anos do apito dourado se assistiu a uma tão evidente e pública manipulação de resultados.
O Benfica e o seu presidente têm que pensar muito bem no que fazer. Outro ano do mesmo não vale a pena.
sábado, 28 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A mão à palmatória
Na antevisão ao Benfica-Marítimo escrevi que muito me admiraria se o árbitro não fosse extremamente rigoroso na mostragem de cartões. Isto tendo em atenção que o Marítimo tinha vários jogadores à beira da suspensão e que na próxima jornada enfrenta o Porto. Ora isto não aconteceu e tenho portanto que admitir que, felizmente, estava enganado. A arbitragem foi aliás boa, evitando interferir no resultado, algo que para mim é o critério fundamental na apreciação do trabalho de um árbitro.
O que falta jogar (em Portugal e na Europa)
Depois de uma jornada sem surpresas, ficam a faltar três para o fim do campeonato. Haverá ainda alguma esperança para o Benfica?
Eis o calendário:
Rio Ave-Benfica, Domingo 29 às 19.15h
Benfica-União de Leiria, 6 de Maio
V. Setúbal-Benfica, 13 de Maio
Marítimo-Porto, Sábado 28 às 20.15h
Porto-Sporting, 6 de Maio
Rio Ave-Porto, 13 de Maio.
A verdade é que o calendário do Porto é mais difícil do que o do Benfica e sugere que alguma coisa mais pode ainda acontecer até ao fim do campeonato. Não é muito expectável, até porque, como disse anteriormente, o Porto tem vencido em situações de pressão, como foram os jogos na Luz e em Braga. Mas não é impossível que, por exemplo, empate na Madeira e perca com o Sporting ou a inversa. Ou mesmo que perca pontos com o Rio Ave. O Benfica perdeu os 5 pontos que detinha de avanço sobre o Porto em duas jornadas quando nada o levava a crer. Com a vitória de ontem e o empate do Braga, o Sporting voltou a sonhar com o segundo lugar (até porque o Braga vai a Alvalade na última jornada). Dependendo do resultado de quinta-feira em Bilbao, o jogo com o Porto pode-se tornar num jogo muito importante para a época do Sporting.
Tudo isto não passa de um exercício especulativo. Sobre o futuro pouco ou nada nos é dado a conhecer. Importante é o Benfica vencer os seus jogos (independentemente do que acontecer nos do Porto, ou seja mesmo que o Porto ganhe os três jogos que lhe faltam). Depois virão as contas e os balanços. Para vencer jogos e títulos é importante ter uma atitude competitiva constante e um espírito sempre ganhador. Os resultados do Sporting desde que Sá Pinto é treinador mostram isso mesmo. Não importa em que lugar se está ou o que ficou para trás. Importa isso sim enfrentar cada jogo com muito rigor e profissionalismo que os resultados aparecem.
No resto da Europa futebolística, o grande destaque vai obviamente para a vitória do Real Madrid em Barcelona. Mourinho finalmente conseguiu - venceu em Nou Camp e logo num jogo decisivo. Sem casos, apenas com futebol jogado. Mais uma vez, para além das questões tácticas, em que Mourinho é um mestre que aprende, a atitude competitiva da equipa foi muito importante. Desde o início que o Real Madrid foi uma equipa confiante e essa melhor entrada no jogo deu-lhe uma vantagem que custou muito desgaste ao Barcelona anular. Logo a seguir a conseguir o empate e quando o estádio esperava um cerco ao adversário e um massacre nos minutos finais, Ronaldo deu a estocada final. Muito saboroso para o Real Madrid e justo, este triunfo resolve o campeonato em Espanha.
Na Alemanha, as coisas ficaram matematicamente resolvidas este sábado, com a confirmação do bicampeonato do Dortmund, ao passo que em Itália a Juventus além de ser a melhor equipa, venceu a Roma por 4-0 e aumentou para três pontos a sua vantagem para o Milan, que empatou em casa com o Bolonha (evitando a derrota apenas no último minuto com um golo de Ibrahimovic).
Surpreendentemente, em Inglaterra a Liga voltou a estar "viva", com o empate do Manchester 4-4 com o Everton. O Manchester é demasiado inseguro defensivamente e isso é perigoso. Esteve a vencer por 4-2 a menos de 10 minutos do fim e deixou-se empatar. O City venceu e ficou a 3 pontos. Dentro exactamente uma semana o City recebe o United, estando todos os bilhetes para o jogo já vendidos. Por fim em França há também incerteza com o Montpellier a ter 2 pontos de vantagem a 5 jornadas do fim.
domingo, 22 de abril de 2012
Benfica-Marítimo: Nolito de nota máxima
Muito boa a exibição do Benfica ontem, que nos lembrou a todos porque estivemos este ano à beira de ser campeões.
Em primeiro lugar há um factor muito importante e que não posso deixar de destacar: desta vez não houve habilidades na arbitragem. Bem sei que os propagandistas do costume (os mesmos que nos chamam "clube do regime", quando objectivamente nunca o fomos) tentarão fazer de um lance de possível mão de Nolito à entrada da área o centro de toda a polémica e a "chave" do jogo. Realmente não parece haver mão - eu aliás defendo que mais de metade das mãos não deveriam ser assinaladas, pois não são (como a lei exige para que seja marcada falta) deliberadas - mas isso pouco importa para tais "comentadores". Para eles, o Benfica não ser prejudicado pela arbitragem equivale a ser beneficiado.
Ora foi isso precisamente que aconteceu ontem: o Benfica não foi prejudicado pela arbitragem. Também não foi beneficiado e isso é tudo quanto precisaríamos para ser campeões este ano. Ontem, apesar de todas as críticas de que Bruno Paixão tem sido alvo (talvez por não ser, como outros, moço de recados de Pinto da Costa) a arbitragem foi excepcional. Até nisto: depois de dar um amarelo algo forçado a Roberto Sousa não lhe mostrou o segundo quando ele efectivamente merecia. Dirão alguns "especialistas" da arbitragem: devia ter dado, se a falta era para amarelo não interessa ser o primeiro ou o segundo. Eu discordo em absoluto: não é o mesmo dar um amarelo a um jogador ou deixar uma equipa com menos um elemento. Um árbitro não pode ser o factor desequilibrador dos jogos (como foi Proença tantas vezes contra o Benfica), o árbitro deve ter bom senso e passar tão despercebido quanto possível. O jogo deve ser resolvido pelas equipas e não pelo árbitro. Nessa medida concordo em absoluto com a decisão de Bruno Paixão em não expulsar o jogador. Também muito bem ao dar o amarelo ao jogador do Marítimo que simulou um penalty.
Sem factores estranhos, sem árbitros a condicionar ou mesmo determinar o desfecho dos jogos, a enervar propositadamente os jogadores, o Benfica por regra joga bem e vence. Ontem jogou mesmo muito bem, com destaque muito especial para Nolito. Quer Nolito quer Capdevila foram injustiçados por Jorge Jesus pois mereciam ter sido titulares muito mais vezes esta época. Nolito tem muito de fora de série. É um jogador extremamente batalhador, que nunca desiste do jogo, que tem um enorme talento e visão de jogo. O seu passe para o golo de Bruno César foi para mim o momento mais alto do jogo. Nolito deveria ter sido mais vezes titular e espero que Jesus o tenha percebido em definitivo.
Por outro lado, Capdevila sem ser exuberante ou excepcional não compromete, ao contrário de Emerson que há muitos jogos é um foco de instabilidade e insegurança para a equipa. É outra teimosia de Jesus que não se explica e de cujas consequências negativas espero que tenha retirado a respectiva lição.
A colocação de Matic a titular foi também uma decisão certada. Há muito que era evidente que Javi Garcia (para mim um jogador excepcional) não estava nem perto do seu melhor nível. Estava a precisar de banco. Jesus não usou Matic tanto quanto podia e devia ao longo da época - e nem sempre que o usou o fez do melhor modo.
O mesmo se poderia dizer de Saviola, cuja jogada e passe para o segundo golo são demonstrativos da enorme qualidade que este jogador tem e que infelizmente nalguns jogos desta época não conseguiu demonstrar.
Dito isto, o mérito da excelente exibição e vitória tranquila que tinha desejado na antevisão do jogo é obviamente do treinador. O Benfica quando joga bem é um regalo para a vista. É continuar assim até ao fim. O resto logo se verá.
Em primeiro lugar há um factor muito importante e que não posso deixar de destacar: desta vez não houve habilidades na arbitragem. Bem sei que os propagandistas do costume (os mesmos que nos chamam "clube do regime", quando objectivamente nunca o fomos) tentarão fazer de um lance de possível mão de Nolito à entrada da área o centro de toda a polémica e a "chave" do jogo. Realmente não parece haver mão - eu aliás defendo que mais de metade das mãos não deveriam ser assinaladas, pois não são (como a lei exige para que seja marcada falta) deliberadas - mas isso pouco importa para tais "comentadores". Para eles, o Benfica não ser prejudicado pela arbitragem equivale a ser beneficiado.
Ora foi isso precisamente que aconteceu ontem: o Benfica não foi prejudicado pela arbitragem. Também não foi beneficiado e isso é tudo quanto precisaríamos para ser campeões este ano. Ontem, apesar de todas as críticas de que Bruno Paixão tem sido alvo (talvez por não ser, como outros, moço de recados de Pinto da Costa) a arbitragem foi excepcional. Até nisto: depois de dar um amarelo algo forçado a Roberto Sousa não lhe mostrou o segundo quando ele efectivamente merecia. Dirão alguns "especialistas" da arbitragem: devia ter dado, se a falta era para amarelo não interessa ser o primeiro ou o segundo. Eu discordo em absoluto: não é o mesmo dar um amarelo a um jogador ou deixar uma equipa com menos um elemento. Um árbitro não pode ser o factor desequilibrador dos jogos (como foi Proença tantas vezes contra o Benfica), o árbitro deve ter bom senso e passar tão despercebido quanto possível. O jogo deve ser resolvido pelas equipas e não pelo árbitro. Nessa medida concordo em absoluto com a decisão de Bruno Paixão em não expulsar o jogador. Também muito bem ao dar o amarelo ao jogador do Marítimo que simulou um penalty.
Sem factores estranhos, sem árbitros a condicionar ou mesmo determinar o desfecho dos jogos, a enervar propositadamente os jogadores, o Benfica por regra joga bem e vence. Ontem jogou mesmo muito bem, com destaque muito especial para Nolito. Quer Nolito quer Capdevila foram injustiçados por Jorge Jesus pois mereciam ter sido titulares muito mais vezes esta época. Nolito tem muito de fora de série. É um jogador extremamente batalhador, que nunca desiste do jogo, que tem um enorme talento e visão de jogo. O seu passe para o golo de Bruno César foi para mim o momento mais alto do jogo. Nolito deveria ter sido mais vezes titular e espero que Jesus o tenha percebido em definitivo.
Por outro lado, Capdevila sem ser exuberante ou excepcional não compromete, ao contrário de Emerson que há muitos jogos é um foco de instabilidade e insegurança para a equipa. É outra teimosia de Jesus que não se explica e de cujas consequências negativas espero que tenha retirado a respectiva lição.
A colocação de Matic a titular foi também uma decisão certada. Há muito que era evidente que Javi Garcia (para mim um jogador excepcional) não estava nem perto do seu melhor nível. Estava a precisar de banco. Jesus não usou Matic tanto quanto podia e devia ao longo da época - e nem sempre que o usou o fez do melhor modo.
O mesmo se poderia dizer de Saviola, cuja jogada e passe para o segundo golo são demonstrativos da enorme qualidade que este jogador tem e que infelizmente nalguns jogos desta época não conseguiu demonstrar.
Dito isto, o mérito da excelente exibição e vitória tranquila que tinha desejado na antevisão do jogo é obviamente do treinador. O Benfica quando joga bem é um regalo para a vista. É continuar assim até ao fim. O resto logo se verá.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Amanhã há bola.
Benfica-Marítimo é amanhã às 5 da tarde, hora a que se deveria jogar muito mais vezes. Não tenho dúvidas de que as assistências seriam maiores e haveria menos problemas de delinquência.
É óbvio que o Benfica tem que ganhar - e creio que o fará - embora o título esteja praticamente perdido. Não digo que só um milagre nos daria o campeonato (acho que a acontecerem, era mais importante que os milagres se aplicassem a crianças doentes, a pessoas com fome, ou a vítimas da guerra) mas certamente que só um golpe de teatro inverteria as coisas neste momento.
Seria necessário o Porto perder um jogo e empatar outro (além obviamente de o Benfica ganhar todos os seus). Os jogos mais difíceis são o Marítimo para a semana e depois o Sporting. É verdade que o Marítimo não costuma facilitar (o seu Presidente, ao contrário da maioria não presta vassalagem a Pinto da Costa) mas o Porto mostrou na Luz e em Braga (há que o reconhecer) capacidade de lidar com a pressão. Por outro lado - e muita atenção a isto - o Marítimo tem uma enorme quantidade de jogadores no limite de cartões amarelos. Ora eu muito me espantaria se amanhã o árbitro não tivesse um critério disciplinar muito apertado, ao contrário do que costuma acontecer nos jogos do Benfica. Normalmente o futebol português tem muitas destas coincidências. Cá estaremos para o verificar.
Quanto ao jogo com o Sporting, como se poderá verificar pelo calendário, ele realiza-se 3 dias antes da final da Liga Europa, em que o Sporting poderá estar. Se assim for, alguém duvida de que Sá Pinto poupará os seus melhores (quer no 11 inicial quer no empenho que esses 11 colocarão em campo)? Ninguém o poderá sequer criticar por isso, se realmente o Sporting chegar à final.
A esperança é portanto muito diminuta, mas nem por isso o Benfica deve ser menos combativo no jogo de amanhã, até porque há ainda a questão do segundo lugar.
Espera-se portanto uma boa exibição do Benfica e uma vitória convincente. Há que jogar estas últimas jornadas com dignidade. Essa não nos podem roubar.
É óbvio que o Benfica tem que ganhar - e creio que o fará - embora o título esteja praticamente perdido. Não digo que só um milagre nos daria o campeonato (acho que a acontecerem, era mais importante que os milagres se aplicassem a crianças doentes, a pessoas com fome, ou a vítimas da guerra) mas certamente que só um golpe de teatro inverteria as coisas neste momento.
Seria necessário o Porto perder um jogo e empatar outro (além obviamente de o Benfica ganhar todos os seus). Os jogos mais difíceis são o Marítimo para a semana e depois o Sporting. É verdade que o Marítimo não costuma facilitar (o seu Presidente, ao contrário da maioria não presta vassalagem a Pinto da Costa) mas o Porto mostrou na Luz e em Braga (há que o reconhecer) capacidade de lidar com a pressão. Por outro lado - e muita atenção a isto - o Marítimo tem uma enorme quantidade de jogadores no limite de cartões amarelos. Ora eu muito me espantaria se amanhã o árbitro não tivesse um critério disciplinar muito apertado, ao contrário do que costuma acontecer nos jogos do Benfica. Normalmente o futebol português tem muitas destas coincidências. Cá estaremos para o verificar.
Quanto ao jogo com o Sporting, como se poderá verificar pelo calendário, ele realiza-se 3 dias antes da final da Liga Europa, em que o Sporting poderá estar. Se assim for, alguém duvida de que Sá Pinto poupará os seus melhores (quer no 11 inicial quer no empenho que esses 11 colocarão em campo)? Ninguém o poderá sequer criticar por isso, se realmente o Sporting chegar à final.
A esperança é portanto muito diminuta, mas nem por isso o Benfica deve ser menos combativo no jogo de amanhã, até porque há ainda a questão do segundo lugar.
Espera-se portanto uma boa exibição do Benfica e uma vitória convincente. Há que jogar estas últimas jornadas com dignidade. Essa não nos podem roubar.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Caixa de Pandora?
O caso Pereira Cristovão ameaça não desaparecer tão cedo. E ainda bem. É uma janela de oportunidade que se abre para que a Justiça entre no mundo do futebol e a verdade desportiva possa começar a prevalecer. Espero que os dirigentes benfiquistas o percebam e que não deixem fugir esta oportunidade.
É que ficou provado que continua a existir corrupção no futebol português. Das duas uma: ou houve suborno ou houve uma tentativa de simular um suborno. A verificar-se a primeira das hipóteses não há dúvida quanto às consequências (para o Sporting, para o Marítimo ou quem quer que se prove ser o responsável pelo depósito); a verificar-se a segunda, há que determinar qual o objectivo que se pretendia atingir, que tanto poderia ser o de manchar os nomes de Cardinal e do Marítimo como simplesmente o de coagir a actuação do árbitro em causa. Em qualquer dos casos há um crime. Em qualquer dos casos, tentativa de retirar dividendos da situação. Em qualquer situação tentativa de adulterar a verdade desportiva.
Acima de tudo exige-se assim, depois de tudo o que tem acontecido esta época, que a direcção do Benfica não deixe de modo nenhum morrer este caso e que exerça todo o seu peso (que aparentemente hoje é diminuto, mas ainda assim) junto das instâncias do futebol para que se vá até às últimas consequências.
Neste e noutros casos. Muitas vezes o mais difícil é desfiar-se uma ponta e o resto vem atrás. Tenho alguma esperança de que outras coisas se venham a descobrir por arrasto. O que disse ontem o Presidente do Nacional da Madeira dá que pensar. Diz ele que Pereira Cristovão não viajou com a equipa do Sporting para a Madeira (para o jogo com o Nacional da meia final da Taça de Portugal) mas sim noutro voo "ao lado de Pedro Proença". Claro que isto não prova nada, mas, se juntarmos a esta alegação o que foi a arbitragem de Proença nesse jogo, a suspeita fica no ar. Proença expulsou um jogador do Nacional de forma muito forçada e marcou um penalty inacreditável contra o Nacional. Mas Rui Alves diz mais, muito mais. Segundo ele: "Paulo Pereira Cristovão detém dados dos árbitros que não estão ao alcance de qualquer dirigente desportivo. Tenho testemunhas do que estou a dizer. O que se passou foi uma estratégia de coacção dos árbitros".
São acusações muito graves, perante as quais espero que quer a justiça quer as instâncias do futebol tenham já encetado diligências. É que, a serem verdadeiras estas acusações, o Sporting incorre numa pena de descida de divisão.
Mais uma vez insisto, o Benfica não pode deixar este caso morrer. Acredito que quanto mais dele se vier a saber mais perto ficaremos de eliminar a batota do futebol.
Tenho como verdadeiro que é o Porto e não o Sporting que exerce o maior poder sobre os árbitros portugueses. Mas, a serem verdade as acusações que agora impendem sobre Cristovão, há que recuar ao que passou em Alvalade na última jornada e reapreciar a arbitragem de Artur Soares Dias.
Escrevi a quente sobre esse Sporting-Benfica. Ponderei na altura sobre se deveria deixar passar algum tempo, de forma a não ser tão emotivo, mas estou contente por não o ter feito. É que a indignação esmorece com o tempo e quando nos habituamos a reprimi-la corremos o risco de nos tornarmos insensíveis à injustiça. Ora eu espero que isso nunca me aconteça - ou não fosse o nome deste blog Justiça Benfiquista.
Para além dos penaltis vergonhosos, estão a circular na internet novas imagens (nomeadamente do pisão de João Pereira a Gaitan) e vídeos sobre esse jogo. Que mostram que o árbitro viu determinadas situações que não sancionou.
Já tenho defendido que em que muitos casos de arbitragem não acredito que se tratem de erros, de tal forma as situações são evidentes. A presunção de inocência não pode ser uma carta que constantemente se lança para branquear decisões inexplicáveis e tornar inimputáveis os árbitros. Pelo contrário, quando há erros flagrantes os árbitros deveriam ter que se explicar. Pelo menos ao organismo que os tutela.
Ora se as referidas imagens e vídeos provam que a dualidade de critérios foi gritante e que o árbitro viu e não puniu inúmeras situações em prejuízo do Benfica, não fica a sua imparcialidade (no mínimo) em causa? Qual a sua defesa, quais as suas justificações? Na ausência delas, não podemos deixar de especular: existirá alguma relação entre a arbitragem tendenciosa desse jogo e a identificação de Paulo Pereira Cristovão pela PSP, (a pedido de Soares Dias), no intervalo do Sporting-Marítimo? Por que razão foi feita essa identificação? Soares Dias sentiu-se ofendido por PPC? Intimidado? Coagido? Se assim foi, teria condições psicológicas para arbitrar o Sporting-Benfica?
Volto a dizer, o caso Pereira Cristovão é uma janela de oportunidade para acabar com a corrupção e o tráfico de influências no futebol português. Apelo a uma atenção muito grande por parte da direcção do nosso clube. O Benfica não pode permitir que mais uma vez as coisas caiam no esquecimento. Uma oportunidade destas não aparece todos os dias. Há que ir até ao fim. Até porque isto pode ser só uma pequena parte do que se passa nos bastidores do futebol. Continuo a acreditar que é o Porto quem ali mais se movimenta. Abra-se a caixa de Pandora.
terça-feira, 17 de abril de 2012
No topo da actualidade futebolística
O blog Justiça Benfiquista existe há duas semanas e tem tentado acompanhar diariamente a actualidade futebolística benfiquista, simultaneamente analisando e comentando os temas mais quentes da agenda nacional e internacional.
Nestas duas semanas, para além da análise de jogos (Chelsea, Braga, Sporting, Taça da Liga) e de questões de arbitragem (muito mais do que desejaríamos), abordámos ainda a questão do uso de novas tecnologias, as causas do insuficiente sucesso desportivo do Benfica nos últimos 30 anos e o recambolesco caso Pereira Cristovão.
Na imprensa de hoje, quer nacional quer internacional, algumas destas questões voltam a estar na ordem do dia.
Em relação ao caso Pereira Cristovão, "A Bola" e o "DN" dão conta de uma guerra no seio do Sporting entre os que se colocaram do lado daquele vice e da sua pretensão de reassumir funções e os que se opunham (e que estariam em maioria). Terão existido ameaças de demissão de parte a parte, o que levantava o espectro de eleições antecipadas. "A Bola" diz que Godinho Lopes tomou a decisão final de reintegração.
O Sporting, já o disse anteriormente, vive um momento difícil. A sua crise de identidade ameaça a existência mesma do clube. A rivalidade com o Benfica transformou-se, por via da hegemonia portista que quase acabou com o estatuto de "grande" do Sporting, em esquizofrenia anti-benfiquista. O Sporting está hoje nas mãos das claques. O presente caso é demonstrativo do que atrás digo. Ouvi ontem com espanto, nos "Grandes adeptos" da Antena 1, o sportinguista Jaime Mourão Ferreira (não confundir com David Mourão-Ferreira, filho do poeta e grande benfiquista) fazer-se de ofendido. Afinal de contas, o caso mais não seria do que um ataque "miserável" ao Sporting. Paulo Pereira Cristovão estaria a pagar por "afrontar" o sistema. Que o sistema existe, é algo de que não duvido e que demonstrarei em breve. Dizer que a PJ está envolvida numa cabala é que já não aceito. Tal como não concordo que PCC tenha afrontado o sistema. O que ele fez foi, depois de incendiar o ambiente e incentivar as claques sportinguistas a fazerem o que fizeram na Luz, plantar provas e tentar incriminar o Marítimo e o árbitro Cardinal. A tese da cabala, usada em Portugal quando se é apanhado, já está gasta. Mas diz muito, insisto, sobre a presente mentalidade sportinguista.
Este caso ainda não acabou. Considero que há potenciais consequências desportivas a tirar das acções deste vice presidente sportinguista no exercício nas suas funções. Rui Alves (Nacional) sustenta hoje que o Sporting deve ser eliminado da Taça de Portugal, cenário que para mim não pode ser excluído à partida. Acima de tudo importa apurar cabalmente o que se passou.
Escrevi também há cerca de uma semana um artigo sobre o uso de tecnologias no futebol. No rescaldo do Chelsea-Tottenham, no qual mais uma vez se colocou a questão da bola ter ou não entrado na baliza, a imprensa inglesa volta à questão. É tempo consideram alguns jornais. Curioso também neste caso que, sobretudo desde a saída de Villas-Boas, o Chelsea esteja a ser "feliz" no que respeita a decisões arbitrais.
Por fim, a Taça da Liga volta a ser alvo de uma campanha denegritória por parte dos nossos adversários. Já escrevi sobre o assunto, sendo claras as razões que os motivam. Ontem foi o referido Mourão Ferreira (não sei o que foi dito nos programas televisivos). Hoje é Sousa Tavares n' "A Bola" (esse suposto bastião do benfiquismo que, além daquele jornalista, conta com colaborações semanais de Rui Moreira) a insultar a competição. É apenas mais uma manifestação de desrespeito por uma competição que não conseguem ganhar. Nada de novo portanto.
Nota: a foto reproduzida é retirada do site "Geek for Life", todos os direitos reservados.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
O Benfica precisa de uma estrutura - parte II
No anterior post viajei sucintamente pelos últimos 30 anos de futebol em Portugal em busca das causas da hegemonia portista e do declínio do Benfica.
Considerei que sobretudo nos falta identidade e estrutura organizativa. Desenvolverei agora mais estas ideias.
Antes porém, uma rápida conclusão da panorâmica histórica que no anterior post esbocei.
Depois de João Santos e Jorge de Brito chega ao Benfica Manuel Damásio. Se Jorge de Brito terá (apesar de todo o dinheiro que injectou no clube) deixado dívidas, Damásio deixou atrás de si o deserto.
Com este Presidente o Benfica entrou numa nova fase de descaracterização: a devastação completa da cultura clubística e a depauperação da qualidade futebolística do plantel. Com Artur Jorge ao comando, foi realizada uma destruição completa do plantel do Benfica campeão (vencedor por 6-3 em Alvalade) onde constavam Rui Costa, João Pinto, Rui Águas, Isaías, Vitor Paneira, César Brito, Mozer, Schwartz, Veloso, Kulkov, Mostovoi entre outros.
Com Damásio o Benfica passou a entreposto de jogadores (até da Parmalat...), situação que se prolongou durante o mandato de Vale e Azevedo. Só com Vieira na presidência, Camacho primeiro, Fernando Santos depois e finalmente Jesus reconstruíram uma base de jogadores com alguma coerência entre si e alguma identidade como equipa.
Mas continuamos a falhar. Porquê?
Em primeiro lugar, porque a hegemonia do Porto é de tal ordem que o Porto ganha quase por inércia. Para vencer, sobretudo pelo facto das arbitragens serem o que são, o Benfica tem que ser consideravelmente superior ao seu rival.
Em segundo lugar, porque, para além de identidade (algo que Jesus conseguiu até certo ponto) e cultura de vitórias (que se vai construindo com estabilidade e espírito vencedor), o Benfica carece de organização.
Uma organização que dê condições de estabilidade mental aos seus jogadores e técnicos, escudando-os das polémicas e do ruído lateral e poupando-os ao desgaste desnecessário que nesta altura todos evidenciam. Que incuta os valores e o espírito do clube. Que permita um maior equilíbrio nos plantéis (com jogadores à Benfica, mais jogadores portugueses e soluções para as diferentes posições - não é admissível não haver hoje um substituto para Maxi). Que assegure que existe uma continuidade entre diferentes treinadores.
O Benfica não tem neste momento um director para o futebol. Rui Costa é um grande benfiquista mas está desaparecido em parte incerta. Luis Filipe Vieira não pode, nem sabe, desempenhar esse papel. No Porto, para além de Pinto da Costa, existe um Reinaldo Teles. No Sporting um Luis Duque (e um Carlos Freitas). No Benfica para além de Rui Costa existem António Carraça, Shéu e Lourenço Pereira Coelho. Nenhum deles tem perfil para desempenhar as funções necessárias para dar estabilidade ao futebol do Benfica e o tornar vencedor numa base regular.
Caso contrário, as vitórias serão sempre episódicas e acontecerão mais por demérito dos adversários do que por mérito próprio. Pior, arriscamo-nos, como neste ano, a que mesmo quando o adversário não mantém a qualidade habitual não sejamos capazes de ganhar.
A saída de Veiga, com todos os seus defeitos, não foi compensada. Naquele ano houve uma equipa vencedora - Veiga, Trapattoni, Álvaro Magalhães. No primeiro ano de Jesus houve muito futebol e jogadores excepcionais (como se vê pelos clubes para onde sairam, Real Madrid e Chelsea), o que permitiu disfarçar as deficiências. Que agora estão à vista de todos.
Com um Director para o futebol competente, o Benfica seria nesta altura campeão. Assim arrisca-se a demitir o treinador no fim da época e a voltar a partir do zero - sem resolver o problema de base.
Considerei que sobretudo nos falta identidade e estrutura organizativa. Desenvolverei agora mais estas ideias.
Antes porém, uma rápida conclusão da panorâmica histórica que no anterior post esbocei.
Depois de João Santos e Jorge de Brito chega ao Benfica Manuel Damásio. Se Jorge de Brito terá (apesar de todo o dinheiro que injectou no clube) deixado dívidas, Damásio deixou atrás de si o deserto.
Com este Presidente o Benfica entrou numa nova fase de descaracterização: a devastação completa da cultura clubística e a depauperação da qualidade futebolística do plantel. Com Artur Jorge ao comando, foi realizada uma destruição completa do plantel do Benfica campeão (vencedor por 6-3 em Alvalade) onde constavam Rui Costa, João Pinto, Rui Águas, Isaías, Vitor Paneira, César Brito, Mozer, Schwartz, Veloso, Kulkov, Mostovoi entre outros.
Com Damásio o Benfica passou a entreposto de jogadores (até da Parmalat...), situação que se prolongou durante o mandato de Vale e Azevedo. Só com Vieira na presidência, Camacho primeiro, Fernando Santos depois e finalmente Jesus reconstruíram uma base de jogadores com alguma coerência entre si e alguma identidade como equipa.
Mas continuamos a falhar. Porquê?
Em primeiro lugar, porque a hegemonia do Porto é de tal ordem que o Porto ganha quase por inércia. Para vencer, sobretudo pelo facto das arbitragens serem o que são, o Benfica tem que ser consideravelmente superior ao seu rival.
Em segundo lugar, porque, para além de identidade (algo que Jesus conseguiu até certo ponto) e cultura de vitórias (que se vai construindo com estabilidade e espírito vencedor), o Benfica carece de organização.
Uma organização que dê condições de estabilidade mental aos seus jogadores e técnicos, escudando-os das polémicas e do ruído lateral e poupando-os ao desgaste desnecessário que nesta altura todos evidenciam. Que incuta os valores e o espírito do clube. Que permita um maior equilíbrio nos plantéis (com jogadores à Benfica, mais jogadores portugueses e soluções para as diferentes posições - não é admissível não haver hoje um substituto para Maxi). Que assegure que existe uma continuidade entre diferentes treinadores.
O Benfica não tem neste momento um director para o futebol. Rui Costa é um grande benfiquista mas está desaparecido em parte incerta. Luis Filipe Vieira não pode, nem sabe, desempenhar esse papel. No Porto, para além de Pinto da Costa, existe um Reinaldo Teles. No Sporting um Luis Duque (e um Carlos Freitas). No Benfica para além de Rui Costa existem António Carraça, Shéu e Lourenço Pereira Coelho. Nenhum deles tem perfil para desempenhar as funções necessárias para dar estabilidade ao futebol do Benfica e o tornar vencedor numa base regular.
Caso contrário, as vitórias serão sempre episódicas e acontecerão mais por demérito dos adversários do que por mérito próprio. Pior, arriscamo-nos, como neste ano, a que mesmo quando o adversário não mantém a qualidade habitual não sejamos capazes de ganhar.
A saída de Veiga, com todos os seus defeitos, não foi compensada. Naquele ano houve uma equipa vencedora - Veiga, Trapattoni, Álvaro Magalhães. No primeiro ano de Jesus houve muito futebol e jogadores excepcionais (como se vê pelos clubes para onde sairam, Real Madrid e Chelsea), o que permitiu disfarçar as deficiências. Que agora estão à vista de todos.
Com um Director para o futebol competente, o Benfica seria nesta altura campeão. Assim arrisca-se a demitir o treinador no fim da época e a voltar a partir do zero - sem resolver o problema de base.
O Benfica precisa de uma estrutura - os últimos 30 anos
No rescaldo da vitória da Taça da Liga, defendi não ser ainda chegado o momento de se fazer uma avaliação final ao trabalho de Jorge Jesus, até porque a época não terminou. Pode-se e deve-se porém começar a preparar o caminho e a apontar soluções para que o futuro seja mais estável e sustentado do que o presente.
Os últimos 30 anos do Benfica são os piores da sua história.
Em 1982, faz amanhã 30 anos, Pinto da Costa assumiu a presidência do FCP. Os resultados são os que se conhecem. De uma posição de hegemonia no futebol português, o Benfica passou, numa primeira fase, a dividir o seu domínio com o Porto, até chegar à posição de hoje: um clube menorizado, constantemente vencido pelo seu adversário nortenho. Os períodos de crise, instabilidade e conturbação tornaram-se cada vez mais frequentes.
Entre 82 e 2012 o Benfica venceu 6 campeonatos (1982/83, 1983/84, 1986/87, 1988/89, 1990/91, 1993/94, 2004/05, 2009/10), 7 Taças de Portugal (1982/83, 1984/85, 1985/86, 1986/87, 1992/93, 1995/96, 2003/04), 3 Supertaças (1984/85, 1988/89, 2004/05) e 4 Taças da Liga (2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12). Um total de 20 títulos em 30 anos. No mesmo período, o Porto venceu 18 campeonatos, 12 Taças e 17 (!) Supertaças, totalizando 47 títulos nacionais. Mais do dobro portanto. A isto acrescem duas Taças dos Campeões, duas Taças UEFA (Liga Europa), duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia, num total de 7 títulos internacionais. Se contabilizarmos estes títulos, o Porto quase triplica o número de troféus conquistados pelo Benfica nas últimas três décadas.
Já o Sporting ganhou apenas 2 campeonatos, 4 Taças e 6 supertaças.
Ou seja, desde que Pinto da Costa é presidente do Porto, o domínio deste clube no futebol português foi avassalador, relegando o Benfica para uma posição secundária, e praticamente acabando com acabando com o estatuto de "grande" do Sporting.
Estamos perante algo nunca visto no futebol mundial.
É óbvio que muitos destes títulos portistas foram "conquistados" de forma ilegítima, ilícita, com batota e favores arbitrais. Noutros países, o Porto tê-los-ia perdido e Pinto da Costa teria sido irradiado. É sabido que muitos árbitros, desde Calheiros a Guímaro e Martins dos Santos foram corrompidos. Houve viagens pagas, subornos, "meninas", violência e intimidação. No entanto, estamos em Portugal, a justiça é o que é e a verdade é que esses títulos contam. Por outro lado, não podemos ignorar que houve trabalho, organização e mérito que contribuiram para que o Porto esteja na actual posição. Os títulos internacionais demonstram-no.
O que está então o Benfica a fazer de errado e que lições pode tirar das últimas três décadas para inverter esta tendência de declínio?
A meu ver há dois factores principais: organização e identidade.
A identidade benfiquista começou-se a diluir na época 1979/80 quando entra o primeiro jogador estrangeiro no clube. A mentalidade clubística, a chamada mística, a consciência de se pertencer a um clube especial, a um emblema cuja camisola tinha um peso e acarretava responsabilidades, sofreram o primeiro abalo. Os tempos são outros e não é hoje obviamente exequível manter uma equipa só com portugueses. No entanto, jogar sem portugueses é algo que não pode acontecer no Benfica. Diga-se aliás que Vieira prometeu há uns anos ter no Benfica a espinha dorsal da selecção nacional...
O que se passou seguidamente foi que apesar do Benfica ter bons jogadores nos anos seguintes começou a faltar alguma consistência aos plantéis. Ao lado de jogadores como Diamantino, Chalana, Bento, Rui Águas ou Veloso apareciam outros com menos qualidade. Acima de tudo faltava já a coesão interna necessária para integrar os novos jogadores no espírito benfiquista. Eram equipas heterogéneas. A geração de Humberto Coelho, Nené e Shéu chegava ao fim e a nova não tinha a mesma fibra. Começavam a entrar e sair jogadores e treinadores demasiado depressa. No Porto seguia-se o caminho inverso. Inventava-se uma identidade clubística como bandeira do Norte e criava-se um tipo de jogador à porto, com uma cultura táctica muito forte, que permitia que jogadores menos dotados se integrassem no que era já uma equipa muito coesa. Feita de combatividade e futebol defensivo mas também de alguma técnica, esta cultura portista começou a dar resultados. O complexo de vir jogar ao Sul começava a ser ultrapassado. Jogadores como Jaime Pacheco, Jaime Magalhães, João Pinto, Frasco e Inácio são os maiores expoentes deste novo Porto. Numa bola de contra-ataque Gomes fazia a diferença. Mas em breve haveria também Futre, Madjer, Juary, jogadores cuja criatividade era um bónus para o futebol sempre seguro do Porto.
Para o clube do Norte, o jogo não era para ser bonito, fazer sonhar, transmitir valores. Era para ganhar.
Pedroto e Pinto da Costa começam, a par da cultura desportiva e identidade que inventaram, a fazer uma guerrilha, oculta ou aberta conforme as ocasiões, ao Benfica, a Lisboa, ao "Sul". Não havia "princípios" nem "acordos de cavalheiros". Levam Futre ao Sporting e Rui Águas e Dito ao Benfica. Começam a pressionar árbitros e orgãos federativos. Desde a morte de Pedroto, adopta-se nas Antas uma atitude clara de intimidação e coacção. Do medo futebolístico portista de jogar no Sul passa-se ao medo físico dos restantes clubes (e árbitros) em ir às Antas. Os dirigentes do Benfica não prestaram a devida atenção ao que se estava a passar e quando acordaram já era tarde.
As vitórias dão cada vez mais moral ao Porto. A cidade aglutina-se à volta do clube, o poder cresce nas estruturas do futebol. É a época dos "três pintos". O projecto de poder de Pinto da Costa é estruturado e ambicioso. Também na imprensa há cada vez mais portistas, mais aguerridos, mais militantes e mais subtis do que a clássica imprensa desportiva, maioritariamente afecta ao Benfica. O Benfica perde cada vez mais a sua identidade, definha. Quando chegamos ao fim da década de 80, o equilíbrio de forças no futebol português já foi invertido. O Benfica de João Santos e Gaspar Ramos, que atinge duas finais europeias, ainda consegue dois campeonatos (um deles conquistado nas Antas, sob um clima de terror e violência liderado pelo "guarda Abel") e uma Taça mas os efeitos do ciclo vencedor portista não se tardariam a fazer sentir.
Os últimos 30 anos do Benfica são os piores da sua história.
Em 1982, faz amanhã 30 anos, Pinto da Costa assumiu a presidência do FCP. Os resultados são os que se conhecem. De uma posição de hegemonia no futebol português, o Benfica passou, numa primeira fase, a dividir o seu domínio com o Porto, até chegar à posição de hoje: um clube menorizado, constantemente vencido pelo seu adversário nortenho. Os períodos de crise, instabilidade e conturbação tornaram-se cada vez mais frequentes.
Entre 82 e 2012 o Benfica venceu 6 campeonatos (1982/83, 1983/84, 1986/87, 1988/89, 1990/91, 1993/94, 2004/05, 2009/10), 7 Taças de Portugal (1982/83, 1984/85, 1985/86, 1986/87, 1992/93, 1995/96, 2003/04), 3 Supertaças (1984/85, 1988/89, 2004/05) e 4 Taças da Liga (2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12). Um total de 20 títulos em 30 anos. No mesmo período, o Porto venceu 18 campeonatos, 12 Taças e 17 (!) Supertaças, totalizando 47 títulos nacionais. Mais do dobro portanto. A isto acrescem duas Taças dos Campeões, duas Taças UEFA (Liga Europa), duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia, num total de 7 títulos internacionais. Se contabilizarmos estes títulos, o Porto quase triplica o número de troféus conquistados pelo Benfica nas últimas três décadas.
Já o Sporting ganhou apenas 2 campeonatos, 4 Taças e 6 supertaças.
Ou seja, desde que Pinto da Costa é presidente do Porto, o domínio deste clube no futebol português foi avassalador, relegando o Benfica para uma posição secundária, e praticamente acabando com acabando com o estatuto de "grande" do Sporting.
Estamos perante algo nunca visto no futebol mundial.
É óbvio que muitos destes títulos portistas foram "conquistados" de forma ilegítima, ilícita, com batota e favores arbitrais. Noutros países, o Porto tê-los-ia perdido e Pinto da Costa teria sido irradiado. É sabido que muitos árbitros, desde Calheiros a Guímaro e Martins dos Santos foram corrompidos. Houve viagens pagas, subornos, "meninas", violência e intimidação. No entanto, estamos em Portugal, a justiça é o que é e a verdade é que esses títulos contam. Por outro lado, não podemos ignorar que houve trabalho, organização e mérito que contribuiram para que o Porto esteja na actual posição. Os títulos internacionais demonstram-no.
O que está então o Benfica a fazer de errado e que lições pode tirar das últimas três décadas para inverter esta tendência de declínio?
A meu ver há dois factores principais: organização e identidade.
A identidade benfiquista começou-se a diluir na época 1979/80 quando entra o primeiro jogador estrangeiro no clube. A mentalidade clubística, a chamada mística, a consciência de se pertencer a um clube especial, a um emblema cuja camisola tinha um peso e acarretava responsabilidades, sofreram o primeiro abalo. Os tempos são outros e não é hoje obviamente exequível manter uma equipa só com portugueses. No entanto, jogar sem portugueses é algo que não pode acontecer no Benfica. Diga-se aliás que Vieira prometeu há uns anos ter no Benfica a espinha dorsal da selecção nacional...
O que se passou seguidamente foi que apesar do Benfica ter bons jogadores nos anos seguintes começou a faltar alguma consistência aos plantéis. Ao lado de jogadores como Diamantino, Chalana, Bento, Rui Águas ou Veloso apareciam outros com menos qualidade. Acima de tudo faltava já a coesão interna necessária para integrar os novos jogadores no espírito benfiquista. Eram equipas heterogéneas. A geração de Humberto Coelho, Nené e Shéu chegava ao fim e a nova não tinha a mesma fibra. Começavam a entrar e sair jogadores e treinadores demasiado depressa. No Porto seguia-se o caminho inverso. Inventava-se uma identidade clubística como bandeira do Norte e criava-se um tipo de jogador à porto, com uma cultura táctica muito forte, que permitia que jogadores menos dotados se integrassem no que era já uma equipa muito coesa. Feita de combatividade e futebol defensivo mas também de alguma técnica, esta cultura portista começou a dar resultados. O complexo de vir jogar ao Sul começava a ser ultrapassado. Jogadores como Jaime Pacheco, Jaime Magalhães, João Pinto, Frasco e Inácio são os maiores expoentes deste novo Porto. Numa bola de contra-ataque Gomes fazia a diferença. Mas em breve haveria também Futre, Madjer, Juary, jogadores cuja criatividade era um bónus para o futebol sempre seguro do Porto.
Para o clube do Norte, o jogo não era para ser bonito, fazer sonhar, transmitir valores. Era para ganhar.
Pedroto e Pinto da Costa começam, a par da cultura desportiva e identidade que inventaram, a fazer uma guerrilha, oculta ou aberta conforme as ocasiões, ao Benfica, a Lisboa, ao "Sul". Não havia "princípios" nem "acordos de cavalheiros". Levam Futre ao Sporting e Rui Águas e Dito ao Benfica. Começam a pressionar árbitros e orgãos federativos. Desde a morte de Pedroto, adopta-se nas Antas uma atitude clara de intimidação e coacção. Do medo futebolístico portista de jogar no Sul passa-se ao medo físico dos restantes clubes (e árbitros) em ir às Antas. Os dirigentes do Benfica não prestaram a devida atenção ao que se estava a passar e quando acordaram já era tarde.
As vitórias dão cada vez mais moral ao Porto. A cidade aglutina-se à volta do clube, o poder cresce nas estruturas do futebol. É a época dos "três pintos". O projecto de poder de Pinto da Costa é estruturado e ambicioso. Também na imprensa há cada vez mais portistas, mais aguerridos, mais militantes e mais subtis do que a clássica imprensa desportiva, maioritariamente afecta ao Benfica. O Benfica perde cada vez mais a sua identidade, definha. Quando chegamos ao fim da década de 80, o equilíbrio de forças no futebol português já foi invertido. O Benfica de João Santos e Gaspar Ramos, que atinge duas finais europeias, ainda consegue dois campeonatos (um deles conquistado nas Antas, sob um clima de terror e violência liderado pelo "guarda Abel") e uma Taça mas os efeitos do ciclo vencedor portista não se tardariam a fazer sentir.
domingo, 15 de abril de 2012
Taça Liga II - outras considerações e reacções
As taças valem o que valem e também o valor que lhes quisermos atribuir. Como assinala hoje Domingos Amaral no "Record", a Taça da Liga vale muito mais do que a Supertaça, troféu que permite ao Porto igualar o Benfica em número total de títulos (o Porto tem 18 Supertaças contra apenas 4 do nosso clube). Aquele cronista benfiquista assinala que para vencer a Taça da Liga uma equipa tem que jogar 5 jogos, ao passo que para conquistar a Supertaça basta ganhar um. (A bem do rigor, diga-se porém que no passado, até 2000, a competição era disputada em duas mãos e, em caso de empate, havia ainda uma finalíssima).
Resulta assim claro que desvalorizar uma competição em que estão presentes as equipas da primeira e segunda liga, atribuindo-se uma enorme importância a uma outra que se decide em apenas um jogo (que pode ter como adversário uma equipa secundária que no ano anterior tenha estado na final da Taça de Portugal), não é senão uma estratégia, na linha de outras que bem conhecemos. É bom que os benfiquistas o entendam.
Do jogo de ontem compete dizer que, não tendo sido uma exibição de grande fulgor do Benfica, foi ainda assim uma vitória justa e que teve mérito. Para alguns o Benfica deveria ter goleado por 4 ou mais uma equipa modesta como é o Gil Vicente. Mas convém perceber que nem sempre as coisas se passam assim. Recordo que na primeira edição desta mesma competição o Sporting perdeu com o Vitória de Setúbal. No ano passado, o "super-Porto" de Villas Boas venceu o Braga na final da Liga Europa apenas com um golo (e em fora de jogo). O Benfica campeão de Trapattoni perdeu em 2005 a final da Taça de Portugal também para o mesmo Setúbal. Recordo ainda que este mesmo Gil Vicente está na final após derrotar o Braga e o Sporting. No fim deste parágrafo, reitero a ideia do anterior: não contem comigo para desvalorizar vitórias do nosso clube.
O que me leva a outro acontecimento que emergiu da noite de ontem. Aparentemente alguns adeptos benfiquistas insultaram jogadores e treinadores do Benfica. Isto enquanto em Barcelos a equipa local era recebida com fogo de artifício. Era bom que esses adeptos entendessem que com esse comportamento estão a semear a discórdia e o desânimo nas nossas hostes. Estão a fazer o jogo dos nossos adversários, num ano em que a equipa já teve que suportar tantas injustiças e contratempos. O tempo para fazer balanços e tomar decisões virá no fim da época. Por enquanto há que manter a coesão e a calma. Isso mesmo diz também Hélder (nosso antigo central) no "Record".
Witsel foi eleito o melhor em campo. Fez realmente uma das suas melhores exibições desde que chegou ao Benfica. Gostei também de Rodrigo (ainda longe do que pode, mas a melhorar), de Eduardo, de Matic e da raça de Bruno César, sempre dos mais inconformados. De saudar ainda o golo de Saviola que não tem tido sorte esta época mas é um exemplo de profissionalismo. Saviola tem e sempre teve muita qualidade e pode ainda dar muito ao Benfica. Para o "Record", Nélson Oliveira desaproveitou a oportunidade e foi mesmo o pior em campo. Ao contrário de Saviola, Nélson está na fase de aprender e crescer e como tal é natural que alguns jogos não lhe corram bem. Se há aspecto em que tem que trabalhar e melhorar é na visão de jogo. É bom ter sentido de baliza mas o individualismo em demasia pode ser prejudicial.
A terminar, a pontaria de Rodrigo já depois do fim do jogo. Ao comentar a vitória disse que se o Benfica tivesse sido derrotado, seria como se tivesse perdido a Liga dos Campeões mas como ganhou a coisa passava a não ter importância nenhuma.
Resulta assim claro que desvalorizar uma competição em que estão presentes as equipas da primeira e segunda liga, atribuindo-se uma enorme importância a uma outra que se decide em apenas um jogo (que pode ter como adversário uma equipa secundária que no ano anterior tenha estado na final da Taça de Portugal), não é senão uma estratégia, na linha de outras que bem conhecemos. É bom que os benfiquistas o entendam.
Do jogo de ontem compete dizer que, não tendo sido uma exibição de grande fulgor do Benfica, foi ainda assim uma vitória justa e que teve mérito. Para alguns o Benfica deveria ter goleado por 4 ou mais uma equipa modesta como é o Gil Vicente. Mas convém perceber que nem sempre as coisas se passam assim. Recordo que na primeira edição desta mesma competição o Sporting perdeu com o Vitória de Setúbal. No ano passado, o "super-Porto" de Villas Boas venceu o Braga na final da Liga Europa apenas com um golo (e em fora de jogo). O Benfica campeão de Trapattoni perdeu em 2005 a final da Taça de Portugal também para o mesmo Setúbal. Recordo ainda que este mesmo Gil Vicente está na final após derrotar o Braga e o Sporting. No fim deste parágrafo, reitero a ideia do anterior: não contem comigo para desvalorizar vitórias do nosso clube.
O que me leva a outro acontecimento que emergiu da noite de ontem. Aparentemente alguns adeptos benfiquistas insultaram jogadores e treinadores do Benfica. Isto enquanto em Barcelos a equipa local era recebida com fogo de artifício. Era bom que esses adeptos entendessem que com esse comportamento estão a semear a discórdia e o desânimo nas nossas hostes. Estão a fazer o jogo dos nossos adversários, num ano em que a equipa já teve que suportar tantas injustiças e contratempos. O tempo para fazer balanços e tomar decisões virá no fim da época. Por enquanto há que manter a coesão e a calma. Isso mesmo diz também Hélder (nosso antigo central) no "Record".
Witsel foi eleito o melhor em campo. Fez realmente uma das suas melhores exibições desde que chegou ao Benfica. Gostei também de Rodrigo (ainda longe do que pode, mas a melhorar), de Eduardo, de Matic e da raça de Bruno César, sempre dos mais inconformados. De saudar ainda o golo de Saviola que não tem tido sorte esta época mas é um exemplo de profissionalismo. Saviola tem e sempre teve muita qualidade e pode ainda dar muito ao Benfica. Para o "Record", Nélson Oliveira desaproveitou a oportunidade e foi mesmo o pior em campo. Ao contrário de Saviola, Nélson está na fase de aprender e crescer e como tal é natural que alguns jogos não lhe corram bem. Se há aspecto em que tem que trabalhar e melhorar é na visão de jogo. É bom ter sentido de baliza mas o individualismo em demasia pode ser prejudicial.
A terminar, a pontaria de Rodrigo já depois do fim do jogo. Ao comentar a vitória disse que se o Benfica tivesse sido derrotado, seria como se tivesse perdido a Liga dos Campeões mas como ganhou a coisa passava a não ter importância nenhuma.
Um troféu
Vencemos a Taça da Liga. Pela 4ª vez consecutiva!
É um troféu menor?
Bom, certamente não é o campeonato, nem a Liga dos Campeões. No entanto é uma competição na qual os 4 grandes (incluindo aqui o Braga) estão constantemente nas meias-finais. Para a ganhar em 4 anos consecutivos o Benfica derrotou, nas meias ou na final, o Sporting e o Porto 5 (cinco) vezes no total (3 vezes o Sporting e duas o Porto). Há que lembrar sobretudo uma vitória sobre o Porto por 3-0 e a deste ano por 3-2 (com três bolas nos ferros) e um 4-1 sobre o Sporting em Alvalade com golos para todos os gostos. De certeza absoluta que os nossos rivais não perderam esses jogos de propósito. Ninguém nos ofereceu portanto as Taças. Conquistámo-las.
É tempo de reconhecer esse mérito. É tempo de pararmos de nos desvalorizar, de nos derrotar mentalmente a nós próprios. Se alguns tentam menorizar esta competição é simplesmente porque a não vencem.
O Benfica é tetra vencedor da Taça da Liga em 5 edições.
Queremos mais? Certamente. Mas não podemos desmerecer o que temos.
É um troféu menor?
Bom, certamente não é o campeonato, nem a Liga dos Campeões. No entanto é uma competição na qual os 4 grandes (incluindo aqui o Braga) estão constantemente nas meias-finais. Para a ganhar em 4 anos consecutivos o Benfica derrotou, nas meias ou na final, o Sporting e o Porto 5 (cinco) vezes no total (3 vezes o Sporting e duas o Porto). Há que lembrar sobretudo uma vitória sobre o Porto por 3-0 e a deste ano por 3-2 (com três bolas nos ferros) e um 4-1 sobre o Sporting em Alvalade com golos para todos os gostos. De certeza absoluta que os nossos rivais não perderam esses jogos de propósito. Ninguém nos ofereceu portanto as Taças. Conquistámo-las.
É tempo de reconhecer esse mérito. É tempo de pararmos de nos desvalorizar, de nos derrotar mentalmente a nós próprios. Se alguns tentam menorizar esta competição é simplesmente porque a não vencem.
O Benfica é tetra vencedor da Taça da Liga em 5 edições.
Queremos mais? Certamente. Mas não podemos desmerecer o que temos.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Calendário dos próximos jogos do Benfica (e não só)
O Benfica joga amanhã, Sábado 14 de Abril, a final da Taça da Liga. O campeonato volta para a semana.
Aqui fica o calendário do que resta jogar da época:
Benfica-Gil Vicente, Final da Taça da Liga, Sábado, 14 de Abril às 20.45 h em Coimbra (SIC).
Benfica-Marítimo, Liga Zon Sagres, Sábado 21 de Abril às 17.00h (Sporttv 1).
Rio-Ave-Benfica. Liga Zon Sagres, Domingo 29 de Abril às 19.15h (Sporttv 1).
Benfica-Leiria, Liga Zon Sagres, agendado para Domingo 6 de Maio às 16h.
Vitória de Setúbal-Benfica, Domingo 13 de Maio às 16h.
Quanto ao actual primeiro classificado, vai ao Funchal a 28 de Abril (20.15h, Sporttv 1), recebe o Sporting a 6 de Maio e acaba o campeonato em Vila do Conde.
Na vizinha Espanha, o Barcelona-Real Madrid é a 21 de Abril às 19.00h. Antes disso, o Real recebe o Gijon e o Barcelona vai ao campo do Levante (ambos os jogos são neste Sábado). Na Alemanha tudo terá ficado decidido com a vitória do Dortmund sobre o Bayern na passada quarta e em Inglaterra também dificilmente o título escapará ao Manchester United. Em Itália a Juventus tem uma curta vantagem mas parece a equipa mais consistente.
Por fim, aqui fica o calendário das competições europeias. A primeira mão das meias finais da Liga dos Campeões disputa-se na próxima semana (terça e quarta) e a segunda na semana seguinte. O acesso à final da Liga Europa disputa-se nas duas próximas quintas-feiras. Se o Sporting conseguir chegar à final jogá-la-á a 9 de Maio, isto é 3 dias depois da deslocação às Antas.
Aproveito para incentivar os visitantes da Justiça a participar na sondagem que promovemos sobre a continuidade de JJ no Benfica e que se encontra no topo da barra direita. É só votar.
Aqui fica o calendário do que resta jogar da época:
Benfica-Gil Vicente, Final da Taça da Liga, Sábado, 14 de Abril às 20.45 h em Coimbra (SIC).
Benfica-Marítimo, Liga Zon Sagres, Sábado 21 de Abril às 17.00h (Sporttv 1).
Rio-Ave-Benfica. Liga Zon Sagres, Domingo 29 de Abril às 19.15h (Sporttv 1).
Benfica-Leiria, Liga Zon Sagres, agendado para Domingo 6 de Maio às 16h.
Vitória de Setúbal-Benfica, Domingo 13 de Maio às 16h.
Quanto ao actual primeiro classificado, vai ao Funchal a 28 de Abril (20.15h, Sporttv 1), recebe o Sporting a 6 de Maio e acaba o campeonato em Vila do Conde.
Na vizinha Espanha, o Barcelona-Real Madrid é a 21 de Abril às 19.00h. Antes disso, o Real recebe o Gijon e o Barcelona vai ao campo do Levante (ambos os jogos são neste Sábado). Na Alemanha tudo terá ficado decidido com a vitória do Dortmund sobre o Bayern na passada quarta e em Inglaterra também dificilmente o título escapará ao Manchester United. Em Itália a Juventus tem uma curta vantagem mas parece a equipa mais consistente.
Por fim, aqui fica o calendário das competições europeias. A primeira mão das meias finais da Liga dos Campeões disputa-se na próxima semana (terça e quarta) e a segunda na semana seguinte. O acesso à final da Liga Europa disputa-se nas duas próximas quintas-feiras. Se o Sporting conseguir chegar à final jogá-la-á a 9 de Maio, isto é 3 dias depois da deslocação às Antas.
Aproveito para incentivar os visitantes da Justiça a participar na sondagem que promovemos sobre a continuidade de JJ no Benfica e que se encontra no topo da barra direita. É só votar.
O estranho caso de Paulo Pereira Cristovão
Estranho, caricato e patético. Mas também grave.
Há qualquer coisa de pérfido, doentio e simultaneamente trágico-cómico neste caso, que diz muito sobre a actual mentalidade sportinguista.
Senão vejamos.
Embora ainda estejamos no início e pouco se saiba, a principal acusação a este Vice Presidente do Sporting parece ser a de ter depositado dinheiro na conta de um fiscal de linha (José Cardinal), simulando que tinha sido o Marítimo (que jogava naquela altura com o Sporting) a fazê-lo. Posteriormente aparece uma carta "anónima" no Sporting que acusava o árbitro e o Marítimo de corrupção. O Sporting leva a carta à Polícia Judiciária que inicia a investigação que viria a acusar... Paulo Pereira Cristovão.
Há características da actual mentalidade sportinguista que creio ajudarem a explicar este caso.
Em primeiro lugar a vitimização. Falarei a seu tempo sobre as queixas do Sporting neste campeonato. Por agora bastará dizer que na primeira jornada, em Alvalade contra o Olhanense, foi mal anulado um lance a Postiga. Não se tratou bem de um golo anulado porque a jogada foi parada quando Postiga recebeu a bola e não quando rematou. Tal bastou porém para críticas de tal forma violentas por parte do Sporting que os árbitros se recusaram a apitá-lo na jornada seguinte. O fiscal era Cardinal.
Mas não foi por isso que este auxiliar foi o escolhido de Paulo Pereira Cristovão para simular um suborno. É que Cardinal esteve na tal - a célebre! - final da Taça da Liga de ... 2009. Sempre que falam de arbitragem, os sportinguistas vão buscar este caso, agora já com três anos. Que se passou numa competição que, de acordo com eles, nada vale... Pereira Cristovão armou assim uma cilada a Cardinal para "provar" a posteriori que quem beneficiara em tempos o Benfica era afinal um corrupto.
Nos enredos que os sportinguistas tramam, o vilão das suas histórias é sempre o Benfica. É o Benfica que os prejudica, que domina as arbitragens e controla os bastidores do futebol. Benfica que, em 20 anos ganhou... 3 (três) títulos de campeão. Quanto ao Porto, que no mesmo período ganhou 14 (catorze) campeonatos, pouco ou nada se ouve. Quem vê os comentadores de Sporting e Porto de mãos dadas em 80 ou 90% do tempo nos painéis de adeptos fica com a impressão de que estão ali representados dois pobres clubes que ano após ano são expoliados das vitórias que mereceriam pelo vilão Benfica.
Para os sportinguistas, o Benfica ser beneficiado (como foi nessa final da Taça da Liga, não temos problema em admiti-lo, sendo certo que o penalty nos deu o empate e não a vitória) é algo de escandaloso e hediondo, ao passo que ser prejudicado (como há menos de uma semana, de forma muito mais gritante), é normal e justificável pois "o Benfica também não merecia ganhar o jogo".
É um anti-benfiquismo que nada teria de especialmente criticável, se não se traduzisse numa mentalidade de submissão e vassalagem ao clube do norte.
Mas mesmo sabendo tudo isto, nunca pensei que a máscara sportinguista do "clube diferente", as pretensões de elitismo e superior educação e os ares afectados caíssem com tanto estrondo e tão depressa.
O que se passou é que a estratégia de vitimização e o anti-benfiquismo de Cristovão foram neste estranho caso levados ao extremo da esquizofrenia: simula-se o suborno de um árbitro para ilustrar como o Sporting é vítima, insinuando-se ao mesmo tempo subliminarmente uma possível ligação do Benfica ao caso. Admirável.
A ser verdade a acusação da PJ, este Vice Presidente do Sporting (sublinho que falamos de alguém que ocupava uma posição de chefia na estrutura do futebol) teve um dos comportamentos mais ignóbeis e miseráveis e simultaneamente mais ridículo, que jamais me foi dado ver. Isto depois de há uns meses, enquanto as bancadas da Luz ardiam, ter acusado o Benfica de receber os adversários em condições "pré-históricas".
O que Cristovão agora fez é, além de rebuscado e insólito, uma ilegalidade grave. É uma aleivosia indescritível e refinada, e, à sua própria e ínvia maneira, uma forma de corrupção. Mas atenção! Isto pode ser apenas a ponta do iceberg! O "Correio da Manhã" de hoje fala de uma operação montada por Cristovão para espiar os árbitros e as suas mulheres. Há a suspeita de que existia uma intenção de chantangear os árbitros. Teremos que aguardar por futuros desenvolvimentos.
O estranho caso de Paulo Pereira Cristovão ilustra afinal um grave desvio da mentalidade sportinguista, que hoje afecta infelizmente grande parte dos seus adeptos.
Há qualquer coisa de pérfido, doentio e simultaneamente trágico-cómico neste caso, que diz muito sobre a actual mentalidade sportinguista.
Senão vejamos.
Embora ainda estejamos no início e pouco se saiba, a principal acusação a este Vice Presidente do Sporting parece ser a de ter depositado dinheiro na conta de um fiscal de linha (José Cardinal), simulando que tinha sido o Marítimo (que jogava naquela altura com o Sporting) a fazê-lo. Posteriormente aparece uma carta "anónima" no Sporting que acusava o árbitro e o Marítimo de corrupção. O Sporting leva a carta à Polícia Judiciária que inicia a investigação que viria a acusar... Paulo Pereira Cristovão.
Há características da actual mentalidade sportinguista que creio ajudarem a explicar este caso.
Em primeiro lugar a vitimização. Falarei a seu tempo sobre as queixas do Sporting neste campeonato. Por agora bastará dizer que na primeira jornada, em Alvalade contra o Olhanense, foi mal anulado um lance a Postiga. Não se tratou bem de um golo anulado porque a jogada foi parada quando Postiga recebeu a bola e não quando rematou. Tal bastou porém para críticas de tal forma violentas por parte do Sporting que os árbitros se recusaram a apitá-lo na jornada seguinte. O fiscal era Cardinal.
Mas não foi por isso que este auxiliar foi o escolhido de Paulo Pereira Cristovão para simular um suborno. É que Cardinal esteve na tal - a célebre! - final da Taça da Liga de ... 2009. Sempre que falam de arbitragem, os sportinguistas vão buscar este caso, agora já com três anos. Que se passou numa competição que, de acordo com eles, nada vale... Pereira Cristovão armou assim uma cilada a Cardinal para "provar" a posteriori que quem beneficiara em tempos o Benfica era afinal um corrupto.
Nos enredos que os sportinguistas tramam, o vilão das suas histórias é sempre o Benfica. É o Benfica que os prejudica, que domina as arbitragens e controla os bastidores do futebol. Benfica que, em 20 anos ganhou... 3 (três) títulos de campeão. Quanto ao Porto, que no mesmo período ganhou 14 (catorze) campeonatos, pouco ou nada se ouve. Quem vê os comentadores de Sporting e Porto de mãos dadas em 80 ou 90% do tempo nos painéis de adeptos fica com a impressão de que estão ali representados dois pobres clubes que ano após ano são expoliados das vitórias que mereceriam pelo vilão Benfica.
Para os sportinguistas, o Benfica ser beneficiado (como foi nessa final da Taça da Liga, não temos problema em admiti-lo, sendo certo que o penalty nos deu o empate e não a vitória) é algo de escandaloso e hediondo, ao passo que ser prejudicado (como há menos de uma semana, de forma muito mais gritante), é normal e justificável pois "o Benfica também não merecia ganhar o jogo".
É um anti-benfiquismo que nada teria de especialmente criticável, se não se traduzisse numa mentalidade de submissão e vassalagem ao clube do norte.
Mas mesmo sabendo tudo isto, nunca pensei que a máscara sportinguista do "clube diferente", as pretensões de elitismo e superior educação e os ares afectados caíssem com tanto estrondo e tão depressa.
O que se passou é que a estratégia de vitimização e o anti-benfiquismo de Cristovão foram neste estranho caso levados ao extremo da esquizofrenia: simula-se o suborno de um árbitro para ilustrar como o Sporting é vítima, insinuando-se ao mesmo tempo subliminarmente uma possível ligação do Benfica ao caso. Admirável.
A ser verdade a acusação da PJ, este Vice Presidente do Sporting (sublinho que falamos de alguém que ocupava uma posição de chefia na estrutura do futebol) teve um dos comportamentos mais ignóbeis e miseráveis e simultaneamente mais ridículo, que jamais me foi dado ver. Isto depois de há uns meses, enquanto as bancadas da Luz ardiam, ter acusado o Benfica de receber os adversários em condições "pré-históricas".
O que Cristovão agora fez é, além de rebuscado e insólito, uma ilegalidade grave. É uma aleivosia indescritível e refinada, e, à sua própria e ínvia maneira, uma forma de corrupção. Mas atenção! Isto pode ser apenas a ponta do iceberg! O "Correio da Manhã" de hoje fala de uma operação montada por Cristovão para espiar os árbitros e as suas mulheres. Há a suspeita de que existia uma intenção de chantangear os árbitros. Teremos que aguardar por futuros desenvolvimentos.
O estranho caso de Paulo Pereira Cristovão ilustra afinal um grave desvio da mentalidade sportinguista, que hoje afecta infelizmente grande parte dos seus adeptos.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
E Pluribus Unum
Os anglófonos têm uma expressão que hoje me veio à memória, a propósito do que ultimamente vem sendo feito ao Benfica: to add insult to injury. Uma tradução literal não funciona, pois injúria em português é o mesmo que insulto. Juntar insulto à agressão é uma hipótese mas uma tradução mais livre, deitar sal nas feridas, também exprime aquele conceito.
É isto que tem sido feito ao Benfica nos últimos jogos. Em Alvalade não marcar o penalty descarado de Polga e marcar um mais do que forçado a Luisão (dando-lhe o cartão amarelo e vindo a expulsá-lo mais tarde), mais do que nos prejudicar, é insultar-nos, gozar na nossa cara. Houve muito mais casos no jogo. Por exemplo, estou convencido de que Wolksvinkel parte de posição irregular no lance do pretenso penalty, não ficando minimamente convencido com a única repetição do lance (dum ângulo oblíquo e enviesado). Por exemplo, João Pereira fez o possível e o impossível para ser expulso, tendo acabado apenas amarelado num lance em que Nélson Oliveira recebeu a mesma repreensão disciplinar. Isto depois de pisar, pontapear e insultar - diversas vezes. Por exemplo, Djaló sofreu várias entradas ilegais, para gáudio das bancadas e perante a complacência do árbitro, para quem nada passava. Comparemos o critério aplicado nessas jogadas com o que o árbitro usou no lance entre Luisão e Wolksvinkel e ficamos conversados.
Mas este rol de injustiças, trapaças mesmo - porque não dizê-lo -, veio, como se não bastasse, na sequência de muitas outras coisas. O quê? Dois penaltis por assinalar em Coimbra, o segundo sobre Aimar ainda transformado em falta contra o Benfica, expulsão inconcebível de Emerson por duas faltas absolutamente normais contra o Porto, golo em claríssimo fora de jogo do Porto na Luz, uma escandalosa arbitragem em Olhão (compare-se o abraço de urso sofrido por Jardel ao referido lance Luisão/Wolksvinkel ou a expulsão de Aimar à entrada de Toy sobre Javi Garcia) e, juntando insulto à injúria, a suspensão inédita de Aimar por dois jogos, impedindo-o de jogar em Alvalade. Recordo ainda que contra Sporting acabámos nos dois jogos a jogar com 10, tal como na Luz contra o Porto.
Tenho que discordar de muitos benfiquistas quando dizem que se jogássemos melhor ganharíamos apesar dos "erros" dos árbitros. Peço desculpa mas os nossos jogadores não são super-homens. Os jogos contra o Benfica são já de si difíceis pelo empenho único que os adversários nele colocam e as tácticas ultradefensivas que adoptam. Ora, se as oportunidades que o Benfica cria são paradas ilegalmente e os árbitros nada assinalam, o desgaste psicológico começa a acumular-se e começam a faltar forças aos nossos atletas para combater tamanhas farsas.
Por isso considero que É INADMISSÍVEL QUE NOS RESIGNEMOS A QUE O BENFICA TENHA QUE JOGAR 2, 3 E 4 VEZES MAIS DO QUE O ADVERSÁRIO PARA PODER GANHAR. Sobretudo quando em certos jogos dos rivais são estendidas passadeiras.
Os nossos jogadores estão cansados? Pudera! Estão psicologicamente abatidos? Qual é o espanto?
Veja-se o estado de espírito de Maxi depois de uma destas actuações arbitrais:
http://www.youtube.com/watch?v=SbKVo1o9Gw4&feature=related
Esclarecedor. Ou recorde-se o que disse Artur após o jogo com o Sporting:
http://www.futebol365.pt/noticias/artigo.asp?id=58594&CAT=Nacional
A coisa é de tal ordem que os nossos defesas evitam até encostar aos adversários, quando dentro da grande área, com medo de que o árbitro tenha um pretexo para marcar penalty. Eles estão dentro de campo, sabem como é. Por isso a frustração e o cansaço acumulam-se.
Perante isto, os nossos adversários riem alarvemente e permitem-se fazer piadolas. No entanto continuam a falar de "colo", "andor" e "regime" e a referir-se indignados à "Taça Lucílio Baptista", que aconteceu há 3 anos atrás... Se um lance num jogo alimentasse para nós 3 anos de queixas, tínhamos nesta época matéria para todo o século.
Daí o meu apelo a todos os Benfiquistas que têm a paciência de me ler: não é hora de recriminarmos Jesus e os nossos atletas. Muito desapoiados pela estrutura do futebol, eles têm feito tudo para que possamos vencer. É HORA DE UNIÃO, de honrar o nosso lema. Já o disse e repito, o BENFICA NÃO PERDEU O CAMPEONATO. Se não o ganharmos é porque ele nos foi ROUBADO.
Tenhamos agora a força de nos manter de pé e honrar o nome do Benfica no que falta jogar na época. Tenho esperança de que até ao fim ainda possam estar reservadas algumas surpresas.
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Vídeo-árbitro?
Não sou por princípio partidário da utilização das novas tecnologias no futebol. Confesso que não tenho propriamente razões objectivas que o justifiquem. Trata-se mais de um certo conservadorismo, receio de mudar, medo de que o jogo que tanto apreciamos possa ficar de alguma forma estragado.
Creio porém que é chegado o momento de ser feito um debate sério, racional e desapaixonado ao nível das instâncias decisoras do futebol sobre este assunto.
O futebol é o jogo no qual os pontos, neste caso os golos, são em menor número. O basquetebol, o andebol, e o voleibol têm dezenas ou centenas de pontos/golos ao passo que o râguebi, o hóquei (em todas as suas variantes) e, para citar também os desportos americanos, o basebol e o futebol americano, têm um número mais aproximado (embora superior) de concretizações do nosso futebol . Ainda assim o futebol é praticamente o único jogo no qual um golo pode ser - e é em muitos casos - decisivo. O golo é raro e daí ser comemorado mais efusivamente do que qualquer outra concretização em qualquer outro desporto.
Não há portanto nenhuma decisão arbitral em todo o mundo do desporto tão importante como o assinalar (ou não assinalar) de um penalty.
Há depois o caso das expulsões ou exclusões do jogo. Na maioria dos desportos a expulsão é uma coisa rara, punindo comportamento claramente anti-desportivo (agressão na maior parte dos casos). Nalguns jogos um jogador pode ser temporariamente excluído do jogo, ao passo que no basquetebol ao fim de 5 faltas um jogador é excluído até ao fim mas o treinador pode substituí-lo por outro.
No futebol, pelo contrário, a expulsão acontece inúmeras vezes, na esmagadora maioria por faltas banais ou alegados protestos, quando em situações semelhantes (por vezes até no mesmo jogo) outros jogadores não sofrem punição ou escapam apenas com um cartão amarelo. O poder discricionário do árbitro é tremendo. Acresce que ficar a jogar com menos um jogador é altamente penalizador para uma equipa: se está a perder dificilmente inverterá o resultado e se está a ganhar arrisca-se a empatar ou perder.
A conclusão é óbvia: os árbitros têm um poder no futebol que não têm em nenhum outro desporto e podem facilmente (por lapso, incompetência ou deliberadamente) influenciar ou mesmo inverter o que, em circunstâncias normais, seria o desfecho de uma partida.
Convém agora aqui referir um outro facto: o futebol é o jogo que mais espectadores tem no mundo, que mais paixões gera e que mais dinheiro movimenta.
Posto tudo isto, não será a altura de introduzir meios tecnológicos no futebol? Há situações que se resolveriam imediatamente, a começar pela a entrada ou não da bola na baliza. Por outro lado, um vídeo árbitro poderia apreciar os lances de foras-de-jogo ou penaltis.
O recurso ao vídeo é uma prática no râguebi e no futebol americano, apesar dos ensaios ou golos não terem a mesma importância do golo no futebol (mais raro e decisivo, como vimos). Não consta que tenham arruinado o jogo, muito pelo contrário. Tanto quanto consta, passou a haver menos suspeição e os jogadores e treinadores passaram a ter mais respeito pela figura do árbitro
De uma coisa estou certo. Em Portugal não existe outra forma de trazer transparência e um mínimo de justiça e verdade desportiva aos jogos. Neste momento o jogo está falseado e falseado continuará por muitos e maus anos até que medidas radicais sejam tomadas.
Uma última nota. Tanto quanto sei, está proibido pela FIFA o recurso a qualquer tecnologia e nenhuma Liga ou Federação as pode aplicar internamente. Há no entanto cada vez mais vozes a levantar-se contra esta postura e quem sabe se esta não será uma temática das próximas eleições naquele organismo. Seja como for, o mais importante é ter um debate sério. Aqui ficou o meu humilde contributo.
Creio porém que é chegado o momento de ser feito um debate sério, racional e desapaixonado ao nível das instâncias decisoras do futebol sobre este assunto.
O futebol é o jogo no qual os pontos, neste caso os golos, são em menor número. O basquetebol, o andebol, e o voleibol têm dezenas ou centenas de pontos/golos ao passo que o râguebi, o hóquei (em todas as suas variantes) e, para citar também os desportos americanos, o basebol e o futebol americano, têm um número mais aproximado (embora superior) de concretizações do nosso futebol . Ainda assim o futebol é praticamente o único jogo no qual um golo pode ser - e é em muitos casos - decisivo. O golo é raro e daí ser comemorado mais efusivamente do que qualquer outra concretização em qualquer outro desporto.
Não há portanto nenhuma decisão arbitral em todo o mundo do desporto tão importante como o assinalar (ou não assinalar) de um penalty.
Há depois o caso das expulsões ou exclusões do jogo. Na maioria dos desportos a expulsão é uma coisa rara, punindo comportamento claramente anti-desportivo (agressão na maior parte dos casos). Nalguns jogos um jogador pode ser temporariamente excluído do jogo, ao passo que no basquetebol ao fim de 5 faltas um jogador é excluído até ao fim mas o treinador pode substituí-lo por outro.
No futebol, pelo contrário, a expulsão acontece inúmeras vezes, na esmagadora maioria por faltas banais ou alegados protestos, quando em situações semelhantes (por vezes até no mesmo jogo) outros jogadores não sofrem punição ou escapam apenas com um cartão amarelo. O poder discricionário do árbitro é tremendo. Acresce que ficar a jogar com menos um jogador é altamente penalizador para uma equipa: se está a perder dificilmente inverterá o resultado e se está a ganhar arrisca-se a empatar ou perder.
A conclusão é óbvia: os árbitros têm um poder no futebol que não têm em nenhum outro desporto e podem facilmente (por lapso, incompetência ou deliberadamente) influenciar ou mesmo inverter o que, em circunstâncias normais, seria o desfecho de uma partida.
Convém agora aqui referir um outro facto: o futebol é o jogo que mais espectadores tem no mundo, que mais paixões gera e que mais dinheiro movimenta.
Posto tudo isto, não será a altura de introduzir meios tecnológicos no futebol? Há situações que se resolveriam imediatamente, a começar pela a entrada ou não da bola na baliza. Por outro lado, um vídeo árbitro poderia apreciar os lances de foras-de-jogo ou penaltis.
O recurso ao vídeo é uma prática no râguebi e no futebol americano, apesar dos ensaios ou golos não terem a mesma importância do golo no futebol (mais raro e decisivo, como vimos). Não consta que tenham arruinado o jogo, muito pelo contrário. Tanto quanto consta, passou a haver menos suspeição e os jogadores e treinadores passaram a ter mais respeito pela figura do árbitro
De uma coisa estou certo. Em Portugal não existe outra forma de trazer transparência e um mínimo de justiça e verdade desportiva aos jogos. Neste momento o jogo está falseado e falseado continuará por muitos e maus anos até que medidas radicais sejam tomadas.
Uma última nota. Tanto quanto sei, está proibido pela FIFA o recurso a qualquer tecnologia e nenhuma Liga ou Federação as pode aplicar internamente. Há no entanto cada vez mais vozes a levantar-se contra esta postura e quem sabe se esta não será uma temática das próximas eleições naquele organismo. Seja como for, o mais importante é ter um debate sério. Aqui ficou o meu humilde contributo.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Erros nossos, má fortuna, amor ardente
Cometemos erros. JJ, que várias alegrias deu ao Benfica, cometeu-os (e reporto-me agora apenas a esta época) sobretudo na forma como abordou o jogo de Guimarães, que viria a marcar a viragem do campeonato e a queda abrupta do Benfica. De praticamente campeão (eram os próprios portistas que o diziam, entre insultos ao seu treinador) chegámos à situação actual em que apenas um golpe de teatro nos faria campeões. Mas Jorge Jesus errou também ao não saber gerir o esforço competitivo da equipa. Como diz um familiar e amigo meu, grande benfiquista, Jesus esgota as equipas - física e psicologicamente. Por vezes, a ganhar por 3 e 4 bolas, Jesus gesticula e grita com os jogadores, ao passo que noutros jogos, em que estamos empatados ou a perder e a sua intervenção poderia ser importante, parece resignado e perdido.
É assim, ninguém é perfeito e não raro a grandes qualidades juntam-se grandes defeitos.
Outro erro foi a abordagem desastrosa do Presidente aos poderes do futebol. As principais estruturas de decisão estão hoje tomadas por portistas, com as consequências que se conhecem e de que a suspensão de Aimar é apenas o último e mais desavergonhado exemplo. Tal facto reflecte-se também obviamente nas arbitragens. A maioria dos árbitros portugueses tem pouco carácter e coragem e, sabendo de que lado está o poder, faz por lhe agradar. O anúncio, extemporâneo e inexplicável do Presidente do Benfica de que não voltaria a falar de arbitragens, enquanto outros se iam posicionando, movimentando e pressionando, tornou possível o que veio a acontecer este ano. Regredimos aos anos mais escandalosos do apito dourado.
O Benfica este ano teve má fortuna nas lesões, sobretudo nos casos de Rodrigo e Garay que se lesionaram - ou foram lesionados - no pior momento. Não teve sorte ao perder em Guimarães na única meia oportunidade (um ressalto com um jogador a rematar de costas para a baliza) que o adversário teve em todo o jogo. Não teve sorte contra o Chelsea nem contra o Porto ao sofrer o 2-2 quando parecia à beira de marcar o 3-1 e dar o golpe de misericórdia ao adversário. Não teve nenhuma sorte em Coimbra. Teve alguma na Luz contra o Braga, mas isso é pouco para um campeonato, especialmente quando comparamos com a sorte que os nossos adversários tiveram em múltiplos jogos, de que o último, precisamente em Braga, é um bom exemplo.
Amor ardente é o que muitos árbitros parecem sentir por um determinado clube do norte. Xistra, Capela, Jorge Sousa e agora Artur Soares Dias não conseguem esconder a sua paixão e acabaram (quase) definitivamente com as esperanças do Benfica.
É assim, ninguém é perfeito e não raro a grandes qualidades juntam-se grandes defeitos.
Outro erro foi a abordagem desastrosa do Presidente aos poderes do futebol. As principais estruturas de decisão estão hoje tomadas por portistas, com as consequências que se conhecem e de que a suspensão de Aimar é apenas o último e mais desavergonhado exemplo. Tal facto reflecte-se também obviamente nas arbitragens. A maioria dos árbitros portugueses tem pouco carácter e coragem e, sabendo de que lado está o poder, faz por lhe agradar. O anúncio, extemporâneo e inexplicável do Presidente do Benfica de que não voltaria a falar de arbitragens, enquanto outros se iam posicionando, movimentando e pressionando, tornou possível o que veio a acontecer este ano. Regredimos aos anos mais escandalosos do apito dourado.
O Benfica este ano teve má fortuna nas lesões, sobretudo nos casos de Rodrigo e Garay que se lesionaram - ou foram lesionados - no pior momento. Não teve sorte ao perder em Guimarães na única meia oportunidade (um ressalto com um jogador a rematar de costas para a baliza) que o adversário teve em todo o jogo. Não teve sorte contra o Chelsea nem contra o Porto ao sofrer o 2-2 quando parecia à beira de marcar o 3-1 e dar o golpe de misericórdia ao adversário. Não teve nenhuma sorte em Coimbra. Teve alguma na Luz contra o Braga, mas isso é pouco para um campeonato, especialmente quando comparamos com a sorte que os nossos adversários tiveram em múltiplos jogos, de que o último, precisamente em Braga, é um bom exemplo.
Amor ardente é o que muitos árbitros parecem sentir por um determinado clube do norte. Xistra, Capela, Jorge Sousa e agora Artur Soares Dias não conseguem esconder a sua paixão e acabaram (quase) definitivamente com as esperanças do Benfica.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Jorge Jesus
O dia está triste e cinzento, e assim se sentirão muitos benfiquistas, como é o meu caso.
É-me penoso escrever sobre Jorge Jesus. Sei que, tanto como nós, ele gostaria de ganhar. Sei que grande parte do que se passa não é responsabilidade sua.
Tenho respeito por quem tem convicções fortes e não teme dizer o que pensa.
No entanto, todos temos que perceber que os nossos egos não podem estar acima de tudo e temos que ter a capacidade de aprender com os erros. Temos que saber assumir responsabilidades.
Há portanto que escrever sobre Jorge Jesus.
Jorge Jesus chegou ao Benfica com a promessa de que colocaria os jogadores do Benfica a jogar pelo menos o dobro e com um discurso ambicioso.
No primeiro ano esteve à beira do sonho: a equipa jogava espectacularmente e a dada altura pensou-se que poderia vencer o campeonato, a Taça da Liga e a Liga Europa.
Conseguiu os primeiros dois objectivos mas ficou um amargo de boca pela eliminatória que pareceu mal perdida com o Liverpool (com a opção desastrosa de colocar David Luiz a defesa esquerdo) e a derrota nas antas num jogo em que poderíamos ter assegurado o campeonato. Houve também a eliminação para a Taça contra o Guimarães na Luz num jogo de grande infelicidade. Pelo meio ficaram algumas situações mal explicadas, como o aparente gozar com o treinador Manuel Machado entre outras cenas menos edificantes.
O balanço foi porém muitíssimo favorável, com os 4-1 ao Sporting ou o 3-0 ao Porto para a Taça da Liga a entrarem para a história recente do clube como dos jogos mais memoráveis numa época de goleadas e jogos arrasadores.
O Benfica apresentava uma tal força que se esperava conseguir finalmente quebrar a hegemonia do Porto e entrar numa nova era de sucessos.
Pura ilusão. Depois de derrotas em particulares e exibições para esquecer, o Porto consegue derrotar o Benfica na Supertaça. Isto com uma exibição lamentável do nosso clube e um golo que pareceu muito consentido por um guarda-redes que viria a ser um dos casos da gerência de Jesus: Roberto.
Essa derrota marcou a época. No Benfica é assim. Ao passo que noutros lugares se conseguem fazer das fraquezas forças e encontrar motivação nas derrotas e nas críticas, no Benfica de há uns anos para cá os contratempos desmoralizam e abatem a equipa.
O ano passado o Benfica foi muito prejudicado nas primeiras 6 jornadas de arbitragem que levaram o Porto a ganhar uma vantagem que não mais perderia. Mas, para lá disso, há algo de intrinsecamente desequilibrado nas equipas de Jesus, sobretudo de há dois anos para cá e desde a saída de Ramirez.
O Benfica produz um caudal de jogo atacante impressionante, tem posse de bola, cantos, livres e remates. No entanto na grande maioria das situações é quase inofensivo. Por outro lado, nas raras vezes em que as equipas contrárias atacam criam um tremendo perigo para a baliza do Benfica. Não sou treinador e não sei o que são as transições mas seguramente algo não está bem.
O Benfica inicia os jogos numa fúria atacante que impressiona. Mas quando não consegue marcar cedo percebe-se que psicologicamente se deixa abater, que a equipa contrária (por vezes fraca, fraquíssima) começa a ganhar confiança e a acreditar e que o jogo será extremamente difícil. Nessas alturas JJ bloqueia, coloca em campo mais avançados e normalmente acabamos por empatar ou perder os jogos.
Depois há a teimosia. Primeiro foi Roberto. Não vale sequer a pena recordar as exibições quase patéticas do guarda-redes espanhol. Agora é Emerson. Depois de exibições seguras de Capdevila contra o Porto e o Chelsea, depois de exibições lamentáveis de Emerson (sobretudo contra o mesmo Chelsea mas na Luz), Jesus volta a colocar este último em campo contra o Sporting. Não terá sido por ele que perdemos o jogo mas a teimosia de Jesus terá já causado um desgaste no balneário que poderá ser irreparável.
O campeonato perdeu-se em Guimarães. A dois jogos do confronto directo com o Porto uma vitória em Guimarães asseguraria que, na Luz perante os seus adeptos, o Benfica recebia o seu rival em primeiro lugar, já no último terço do campeonato.
Aí Jorge Jesus entrou em curto-circuito. Coloca Matic só no meio-campo (algo que já fizera em São Petersburgo, resultando na segunda derrota da temporada) e Rodrigo (visivelmente diminuído depois da entrada de Bruno Alves) a titular. No banco Jesus parece perdido: depois de uma primeira parte absolutamente vergonhosa faz a primeira substituição já só na segunda e depois guarda duas para... os descontos. Que Jesus estava perdido foi aliás coisa que se percebeu na entrevista após o jogo, quando diz que "ainda", note-se bem ainda, tinha dois pontos de avanço, pelo que quem vinha atrás é que se teria que preocupar.
O que me leva a uma outra consideração: Jorge Jesus tem, com raras excepções, falhado nos momentos decisivos, nos momentos em que se lhe pedia algo de diferente, de melhor, a capacidade de surpreender o adversário e começar a vencer o jogo tacticamente. É o contrário que se vê: em jogos decisivos como aconteceu com a Taça de Portugal no ano passado, a Liga Europa (em 2010 e 2011), os jogos com o Porto para o campeonato (ano passado e este ano na Luz) e por fim ontem em Alvalade (onde não se podia falhar), o Benfica baqueia. Isto para não falar da eliminatória com o Chelsea em que o medo de sofrer golos o levou a perder o jogo na Luz (apesar de não esquecermos obviamente a influência do árbitro no respectivo desfecho).
Como o Sporting ia jogar ontem era demasiado previsível. Tem jogado sempre assim desde que Sá Pinto chegou. Uma equipa que não assume o jogo e espera por um erro do adversário para marcar. Jesus colocou em campo dois avançados demasiados presos de movimentos (Rodrigo tenta mas nesta fase não consegue) e a equipa nunca teve a velocidade que necessitaria para ultrapassar uma defesa do Sporting que tem lacunas e joga acantonada lá atrás. O Benfica dos últimos jogos parece um touro a marrar insistentemente numa parede.
Por fim há o factor físico. Várias vezes quis acreditar que não fosse verdade mas ontem foi o próprio Jesus a admitir que há cansaço. Ora, se assim é, para quê esgotar a equipa em Londres quando a eliminatória estava praticamente perdida, fazendo 10 homens correr incansável e ingloriamente contra 11? Na própria Taça da Liga terá valido a pena jogar com o Porto praticamente na máxima força?
Para quê ir a todas se daí resulta ganhar apenas a mais insignificante (Taça da Liga)?
Jorge Jesus não chegou ontem ao Benfica. Em breve fará três anos desde que assinou. No entanto os erros, os tiros nos pés não são corrigidos. Nalguns casos as coisas agravam-se com a equipa e os adeptos a tornarem-se cada vez mais descrentes e o nosso futebol cada vez mais previsível, presa fácil de qualquer treinador que tenha algum olhinho táctico. Assim não, Jorge Jesus.
É-me penoso escrever sobre Jorge Jesus. Sei que, tanto como nós, ele gostaria de ganhar. Sei que grande parte do que se passa não é responsabilidade sua.
Tenho respeito por quem tem convicções fortes e não teme dizer o que pensa.
No entanto, todos temos que perceber que os nossos egos não podem estar acima de tudo e temos que ter a capacidade de aprender com os erros. Temos que saber assumir responsabilidades.
Há portanto que escrever sobre Jorge Jesus.
Jorge Jesus chegou ao Benfica com a promessa de que colocaria os jogadores do Benfica a jogar pelo menos o dobro e com um discurso ambicioso.
No primeiro ano esteve à beira do sonho: a equipa jogava espectacularmente e a dada altura pensou-se que poderia vencer o campeonato, a Taça da Liga e a Liga Europa.
Conseguiu os primeiros dois objectivos mas ficou um amargo de boca pela eliminatória que pareceu mal perdida com o Liverpool (com a opção desastrosa de colocar David Luiz a defesa esquerdo) e a derrota nas antas num jogo em que poderíamos ter assegurado o campeonato. Houve também a eliminação para a Taça contra o Guimarães na Luz num jogo de grande infelicidade. Pelo meio ficaram algumas situações mal explicadas, como o aparente gozar com o treinador Manuel Machado entre outras cenas menos edificantes.
O balanço foi porém muitíssimo favorável, com os 4-1 ao Sporting ou o 3-0 ao Porto para a Taça da Liga a entrarem para a história recente do clube como dos jogos mais memoráveis numa época de goleadas e jogos arrasadores.
O Benfica apresentava uma tal força que se esperava conseguir finalmente quebrar a hegemonia do Porto e entrar numa nova era de sucessos.
Pura ilusão. Depois de derrotas em particulares e exibições para esquecer, o Porto consegue derrotar o Benfica na Supertaça. Isto com uma exibição lamentável do nosso clube e um golo que pareceu muito consentido por um guarda-redes que viria a ser um dos casos da gerência de Jesus: Roberto.
Essa derrota marcou a época. No Benfica é assim. Ao passo que noutros lugares se conseguem fazer das fraquezas forças e encontrar motivação nas derrotas e nas críticas, no Benfica de há uns anos para cá os contratempos desmoralizam e abatem a equipa.
O ano passado o Benfica foi muito prejudicado nas primeiras 6 jornadas de arbitragem que levaram o Porto a ganhar uma vantagem que não mais perderia. Mas, para lá disso, há algo de intrinsecamente desequilibrado nas equipas de Jesus, sobretudo de há dois anos para cá e desde a saída de Ramirez.
O Benfica produz um caudal de jogo atacante impressionante, tem posse de bola, cantos, livres e remates. No entanto na grande maioria das situações é quase inofensivo. Por outro lado, nas raras vezes em que as equipas contrárias atacam criam um tremendo perigo para a baliza do Benfica. Não sou treinador e não sei o que são as transições mas seguramente algo não está bem.
O Benfica inicia os jogos numa fúria atacante que impressiona. Mas quando não consegue marcar cedo percebe-se que psicologicamente se deixa abater, que a equipa contrária (por vezes fraca, fraquíssima) começa a ganhar confiança e a acreditar e que o jogo será extremamente difícil. Nessas alturas JJ bloqueia, coloca em campo mais avançados e normalmente acabamos por empatar ou perder os jogos.
Depois há a teimosia. Primeiro foi Roberto. Não vale sequer a pena recordar as exibições quase patéticas do guarda-redes espanhol. Agora é Emerson. Depois de exibições seguras de Capdevila contra o Porto e o Chelsea, depois de exibições lamentáveis de Emerson (sobretudo contra o mesmo Chelsea mas na Luz), Jesus volta a colocar este último em campo contra o Sporting. Não terá sido por ele que perdemos o jogo mas a teimosia de Jesus terá já causado um desgaste no balneário que poderá ser irreparável.
O campeonato perdeu-se em Guimarães. A dois jogos do confronto directo com o Porto uma vitória em Guimarães asseguraria que, na Luz perante os seus adeptos, o Benfica recebia o seu rival em primeiro lugar, já no último terço do campeonato.
Aí Jorge Jesus entrou em curto-circuito. Coloca Matic só no meio-campo (algo que já fizera em São Petersburgo, resultando na segunda derrota da temporada) e Rodrigo (visivelmente diminuído depois da entrada de Bruno Alves) a titular. No banco Jesus parece perdido: depois de uma primeira parte absolutamente vergonhosa faz a primeira substituição já só na segunda e depois guarda duas para... os descontos. Que Jesus estava perdido foi aliás coisa que se percebeu na entrevista após o jogo, quando diz que "ainda", note-se bem ainda, tinha dois pontos de avanço, pelo que quem vinha atrás é que se teria que preocupar.
O que me leva a uma outra consideração: Jorge Jesus tem, com raras excepções, falhado nos momentos decisivos, nos momentos em que se lhe pedia algo de diferente, de melhor, a capacidade de surpreender o adversário e começar a vencer o jogo tacticamente. É o contrário que se vê: em jogos decisivos como aconteceu com a Taça de Portugal no ano passado, a Liga Europa (em 2010 e 2011), os jogos com o Porto para o campeonato (ano passado e este ano na Luz) e por fim ontem em Alvalade (onde não se podia falhar), o Benfica baqueia. Isto para não falar da eliminatória com o Chelsea em que o medo de sofrer golos o levou a perder o jogo na Luz (apesar de não esquecermos obviamente a influência do árbitro no respectivo desfecho).
Como o Sporting ia jogar ontem era demasiado previsível. Tem jogado sempre assim desde que Sá Pinto chegou. Uma equipa que não assume o jogo e espera por um erro do adversário para marcar. Jesus colocou em campo dois avançados demasiados presos de movimentos (Rodrigo tenta mas nesta fase não consegue) e a equipa nunca teve a velocidade que necessitaria para ultrapassar uma defesa do Sporting que tem lacunas e joga acantonada lá atrás. O Benfica dos últimos jogos parece um touro a marrar insistentemente numa parede.
Por fim há o factor físico. Várias vezes quis acreditar que não fosse verdade mas ontem foi o próprio Jesus a admitir que há cansaço. Ora, se assim é, para quê esgotar a equipa em Londres quando a eliminatória estava praticamente perdida, fazendo 10 homens correr incansável e ingloriamente contra 11? Na própria Taça da Liga terá valido a pena jogar com o Porto praticamente na máxima força?
Para quê ir a todas se daí resulta ganhar apenas a mais insignificante (Taça da Liga)?
Jorge Jesus não chegou ontem ao Benfica. Em breve fará três anos desde que assinou. No entanto os erros, os tiros nos pés não são corrigidos. Nalguns casos as coisas agravam-se com a equipa e os adeptos a tornarem-se cada vez mais descrentes e o nosso futebol cada vez mais previsível, presa fácil de qualquer treinador que tenha algum olhinho táctico. Assim não, Jorge Jesus.
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As culpas próprias
A arbitragem de ontem foi apenas mais um capítulo de uma longa história que se vem escrevendo há vários anos.
Há muito que não acredito nos "erros" dos árbitros. Muito menos na sua honorabilidade. A maioria dos árbitros em Portugal não são sérios nem decentes.
Somos um país pequenino nos hábitos e nas mentalidades, onde o favor e a corrupção fazem parte do modo normal de fazer as coisas. O futebol é por regra um submundo sujo e violento onde se passam coisas que a maioria de nós não sonha. Escreverei aqui no futuro algumas das que sei se entretanto a desilusão não me levar a abandonar de vez estas lides.
Vejo futebol há muitos anos e há muitos anos digo que este jogo está viciado. Acreditamos sempre que as coisas vão mudar, mas ano após ano vemos que isso não acontece.
Ainda me lembro do que passou em 1991 quando o Benfica ganhou por 2-0 nas Antas com dois golos de César Brito. Agressões, cuspidelas e a necessidade de homens como Jorge de Brito terem que se refugiar em ambulâncias para sair dali vivos. Lembro-me bem dos Calheiros, dos Guímaros e da agência de viagem Cosmos. Lembro-me de José Pratas ter que fugir dos jogadores do Porto durante longos minutos. Lembro-me da batalha campal em Campomaior.
Uns anos depois é a vez de Hulk, Helton e Sapunaru agredirem a murro e pontapé, pessoas e equipamento no Estádio da Luz, depois de em campo terem perdido sem espinhas. No final ainda foram vítimas e o "túnel da Luz" o culpado. Se fosse ao contrário, nas Antas, não era o segurança que tinha ido parar ao hospital mas os jogadores do Benfica que sairiam de ambulância ou pior.
Entretanto continuaram as poucas-vergonhas com os árbitros, incluindo o caso de um que na véspera do jogo se desloca a casa do presidente do Porto para pedir aconselhamento matrimonial para o pai. Quando a polícia finalmente investigou e as provas foram apresentadas, um juíz tratou de as inutilizar.
Ontem voltámos a ver como as coisas são. Se o campeonato estava praticamente decidido desde sábado, quando Hugo Viana fez o que fez e a sorte mais uma vez protegeu o Porto, ontem ficou entregue. O que se passou em Alvalade tem que ser escalpelizado, porque não foi pouco. Não foi apenas um penalty gritante que TODOS os que assistiam ao jogo viram. Foi muito mais do que isso.
Não deixa porém de ser verdade que a partir do golo do Sporting, com nova intervenção directa e falseadora do árbitro, o Benfica se perdeu e poderia ter sofrido uma derrota bem mais pesada. Importa portanto olhar para dentro e perceber que algo está mal.
Importa analisar as culpas próprias.
Vieira
Há mais de um ano atrás, quando o Benfica perdeu por 5-0 nas antas esperei que alguém na direcção desse a cara, explicasse aos benfiquistas o que se passara e assumisse responsabilidades. Continuo à espera.
Quando, uns meses depois, perdemos as meias-finais da Taça em casa, após sofrer 3 golos em poucos minutos, perdemos as meias-finais da Liga Europa para um clube muito mais pequeno e deixámos o Porto ser campeão invicto e fazer a festa na nossa casa, continuei à espera que alguém assumisse responsabilidades por tamanho fracasso e desilusão.
Quando nesse mesmo jogo fizemos a vergonhosa e patética figura de apagar as luzes e ligar a rega, continuei à espera. A única coisa que ouvi sobre esse caso foi Jesus dizer que não era electricista.
A falta de liderança no Benfica é evidente. A meio da presente época Luis Filipe Vieira deu uma entrevista à RTP. Apresentou-se triunfal, quando nada estava ganho. Comprometeu-se a dar nova entrevista se o Benfica fosse à final da Liga das Campeões... Disse que o Benfica não falava de árbitros...
Desde essa entrevista assistiu-se ao descalabro que se conhece.
Vieira parece ter organizado o Benfica e apetrechado a equipa de muito bons jogadores. Herdou um Benfica muito frágil, depois de Vilarinho o ter salvo da vertigem e possível extinção da era Vale e Azevedo. Foi muito importante na construção do novo Estádio, dos mais modernos do mundo. O Benfica é hoje uma indústria, com um marketing impressionante e uma capacidade de gerar receitas ao nível dos maiores. É mesmo o maior em termos de sócios.
Vieira tem portanto méritos que têm que ser reconhecidos.
No entanto Vieira está a cometer erros que voltam a ameaçar o Benfica com o espectro da instabilidade e do desânimo. Vieira, para além de ser conivente e até parte do sistema, ao apoiar as estruturas que gerem o futebol português, a começar por Fernando Gomes (quando Fernando Seara se disponibilizara para concorrer à FPF), não tem capacidade de liderança para conduzir a equipa às vitórias.
Esse problema não parece ser resolúvel com o tempo e a experiência. Vieira está aliás há muitos anos no Benfica e já teria tido tempo de aprender se estas coisas se aprendessem.
O problema é porém o da alternativa. Enquanto não se perfilar alguém com a necessária fibra, coragem, frieza e visão para o lugar, um verdadeiro benfiquista que conheça e sinta os valores do clube, teremos que continuar com Vieira.
Sobre Jesus falarei de seguida.
Há muito que não acredito nos "erros" dos árbitros. Muito menos na sua honorabilidade. A maioria dos árbitros em Portugal não são sérios nem decentes.
Somos um país pequenino nos hábitos e nas mentalidades, onde o favor e a corrupção fazem parte do modo normal de fazer as coisas. O futebol é por regra um submundo sujo e violento onde se passam coisas que a maioria de nós não sonha. Escreverei aqui no futuro algumas das que sei se entretanto a desilusão não me levar a abandonar de vez estas lides.
Vejo futebol há muitos anos e há muitos anos digo que este jogo está viciado. Acreditamos sempre que as coisas vão mudar, mas ano após ano vemos que isso não acontece.
Ainda me lembro do que passou em 1991 quando o Benfica ganhou por 2-0 nas Antas com dois golos de César Brito. Agressões, cuspidelas e a necessidade de homens como Jorge de Brito terem que se refugiar em ambulâncias para sair dali vivos. Lembro-me bem dos Calheiros, dos Guímaros e da agência de viagem Cosmos. Lembro-me de José Pratas ter que fugir dos jogadores do Porto durante longos minutos. Lembro-me da batalha campal em Campomaior.
Uns anos depois é a vez de Hulk, Helton e Sapunaru agredirem a murro e pontapé, pessoas e equipamento no Estádio da Luz, depois de em campo terem perdido sem espinhas. No final ainda foram vítimas e o "túnel da Luz" o culpado. Se fosse ao contrário, nas Antas, não era o segurança que tinha ido parar ao hospital mas os jogadores do Benfica que sairiam de ambulância ou pior.
Entretanto continuaram as poucas-vergonhas com os árbitros, incluindo o caso de um que na véspera do jogo se desloca a casa do presidente do Porto para pedir aconselhamento matrimonial para o pai. Quando a polícia finalmente investigou e as provas foram apresentadas, um juíz tratou de as inutilizar.
Ontem voltámos a ver como as coisas são. Se o campeonato estava praticamente decidido desde sábado, quando Hugo Viana fez o que fez e a sorte mais uma vez protegeu o Porto, ontem ficou entregue. O que se passou em Alvalade tem que ser escalpelizado, porque não foi pouco. Não foi apenas um penalty gritante que TODOS os que assistiam ao jogo viram. Foi muito mais do que isso.
Não deixa porém de ser verdade que a partir do golo do Sporting, com nova intervenção directa e falseadora do árbitro, o Benfica se perdeu e poderia ter sofrido uma derrota bem mais pesada. Importa portanto olhar para dentro e perceber que algo está mal.
Importa analisar as culpas próprias.
Vieira
Há mais de um ano atrás, quando o Benfica perdeu por 5-0 nas antas esperei que alguém na direcção desse a cara, explicasse aos benfiquistas o que se passara e assumisse responsabilidades. Continuo à espera.
Quando, uns meses depois, perdemos as meias-finais da Taça em casa, após sofrer 3 golos em poucos minutos, perdemos as meias-finais da Liga Europa para um clube muito mais pequeno e deixámos o Porto ser campeão invicto e fazer a festa na nossa casa, continuei à espera que alguém assumisse responsabilidades por tamanho fracasso e desilusão.
Quando nesse mesmo jogo fizemos a vergonhosa e patética figura de apagar as luzes e ligar a rega, continuei à espera. A única coisa que ouvi sobre esse caso foi Jesus dizer que não era electricista.
A falta de liderança no Benfica é evidente. A meio da presente época Luis Filipe Vieira deu uma entrevista à RTP. Apresentou-se triunfal, quando nada estava ganho. Comprometeu-se a dar nova entrevista se o Benfica fosse à final da Liga das Campeões... Disse que o Benfica não falava de árbitros...
Desde essa entrevista assistiu-se ao descalabro que se conhece.
Vieira parece ter organizado o Benfica e apetrechado a equipa de muito bons jogadores. Herdou um Benfica muito frágil, depois de Vilarinho o ter salvo da vertigem e possível extinção da era Vale e Azevedo. Foi muito importante na construção do novo Estádio, dos mais modernos do mundo. O Benfica é hoje uma indústria, com um marketing impressionante e uma capacidade de gerar receitas ao nível dos maiores. É mesmo o maior em termos de sócios.
Vieira tem portanto méritos que têm que ser reconhecidos.
No entanto Vieira está a cometer erros que voltam a ameaçar o Benfica com o espectro da instabilidade e do desânimo. Vieira, para além de ser conivente e até parte do sistema, ao apoiar as estruturas que gerem o futebol português, a começar por Fernando Gomes (quando Fernando Seara se disponibilizara para concorrer à FPF), não tem capacidade de liderança para conduzir a equipa às vitórias.
Esse problema não parece ser resolúvel com o tempo e a experiência. Vieira está aliás há muitos anos no Benfica e já teria tido tempo de aprender se estas coisas se aprendessem.
O problema é porém o da alternativa. Enquanto não se perfilar alguém com a necessária fibra, coragem, frieza e visão para o lugar, um verdadeiro benfiquista que conheça e sinta os valores do clube, teremos que continuar com Vieira.
Sobre Jesus falarei de seguida.
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lisboa
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Acabou
Honestamente, sinto-me a viver numa realidade paralela. Provavelmente sou eu o louco.
Mas... QUEM NÃO VIU O PENALTY SOBRE GAITAN?
ALGUÉM NÃO O VIU?
Pergunto-me?
E volto a perguntar: houve alguém - NAS BANCADAS E NA TELEVISÃO - que não visse o penalty sobre Gaitan?
Passemos adiante, pois o Benfica continuou a jogar bem e a dominar totalmente o jogo.
Chegamos então ao lance do penalty contra o Benfica. Eu volto a dizer: provavelmente sou eu o louco. Devo sê-lo seguramente para continuar a perder tempo com um jogo tão alarvemente viciado como é o futebol em Portugal, mas... penalty?
Penalty? Luisão TOCOU no pescoço de Wolksvinkel!
Uma entrada a varrer dá canto e um toque no pescoço dá um golo?
Não me interessa discutir mais nada das incidências seguintes, nem sequer o agarrão de Ismailov da camisola de Luisão na área com o árbitro a olhar. Muito menos as oportunidades de golo, que de facto o Sporting teve em número superior.
A mim só me interessam jogos que são sérios ou que pelo menos têm a aparência de o ser. O penalty sobre Gaitan é absolutamente escandaloso não ser marcado. É um ultrage à aparência de verdade desportiva que nos querem continuar a vender. Como o é o ser marcado penalty contra o Benfica no lance de Luisão.
O campeonato acabou hoje.
O clube que nós sabemos ganhou-o. Como antigamente. Sem vergonha. Aliás este ano ultrapassou-se tudo.
Comigo deixam de contar para alimentar esta fantochada. O Benfica deveria ter a mesma atitude e dar um murro na mesa. Mas um murro que a partisse.
Mas... QUEM NÃO VIU O PENALTY SOBRE GAITAN?
ALGUÉM NÃO O VIU?
Pergunto-me?
E volto a perguntar: houve alguém - NAS BANCADAS E NA TELEVISÃO - que não visse o penalty sobre Gaitan?
Passemos adiante, pois o Benfica continuou a jogar bem e a dominar totalmente o jogo.
Chegamos então ao lance do penalty contra o Benfica. Eu volto a dizer: provavelmente sou eu o louco. Devo sê-lo seguramente para continuar a perder tempo com um jogo tão alarvemente viciado como é o futebol em Portugal, mas... penalty?
Penalty? Luisão TOCOU no pescoço de Wolksvinkel!
Uma entrada a varrer dá canto e um toque no pescoço dá um golo?
Não me interessa discutir mais nada das incidências seguintes, nem sequer o agarrão de Ismailov da camisola de Luisão na área com o árbitro a olhar. Muito menos as oportunidades de golo, que de facto o Sporting teve em número superior.
A mim só me interessam jogos que são sérios ou que pelo menos têm a aparência de o ser. O penalty sobre Gaitan é absolutamente escandaloso não ser marcado. É um ultrage à aparência de verdade desportiva que nos querem continuar a vender. Como o é o ser marcado penalty contra o Benfica no lance de Luisão.
O campeonato acabou hoje.
O clube que nós sabemos ganhou-o. Como antigamente. Sem vergonha. Aliás este ano ultrapassou-se tudo.
Comigo deixam de contar para alimentar esta fantochada. O Benfica deveria ter a mesma atitude e dar um murro na mesa. Mas um murro que a partisse.
Emoções ao rubro
Faltam poucas horas para o início do jogo.
Tenho uma grande vontade de ir ao Estádio mas a perspectiva de ter que assistir mudo e quedo, rodeado de sportinguistas, a um jogo destes refreia-me tal impeto.
Espero um jogo à Benfica, feito de raça e classe. É o momento dos nossos profissionais dizerem presente. Se vencermos hoje acredito que venceremos os restantes jogos do campeonato. Se assim for tenho toda a convicção de que seremos campeões.
Faltam apenas umas horas. Vamos a isto Benfica.
Tenho uma grande vontade de ir ao Estádio mas a perspectiva de ter que assistir mudo e quedo, rodeado de sportinguistas, a um jogo destes refreia-me tal impeto.
Espero um jogo à Benfica, feito de raça e classe. É o momento dos nossos profissionais dizerem presente. Se vencermos hoje acredito que venceremos os restantes jogos do campeonato. Se assim for tenho toda a convicção de que seremos campeões.
Faltam apenas umas horas. Vamos a isto Benfica.
Imperativo vencer
Ultrapassado na última jornada na Luz o obstáculo do Braga, este é o segundo jogo mais difícil até ao fim do campeonato. O terceiro será o Marítimo, de novo na Luz. Será difícil? Sem dúvida. Mas ao Benfica não se pede que faça apenas o fácil, como não se espera que se possa ser campeão sem ganhar os jogos decisivos.
Como sempre acontece nos dérbis, o Sporting dará tudo para proporcionar uma alegria aos seus adeptos. Para muitos sportinguistas afastar o Benfica da luta pelo título seria uma consolação para uma época de grandes expectativas e maiores frustrações a nível interno. Isso é normal e não diz respeito ao Benfica.
O que é essencial é que em todos os momentos do jogo os nossos jogadores tenham mais querer, mais crença e mais confiança do que o adversário. Só assim poderemos ganhar. A consciência do carácter decisivo deste jogo deve levar a equipa a jogar como fez com o Braga, com um ânimo inquebrantável, animada pelo pensamento de que 90 minutos depois do apito do árbitro pode estar mais perto conquista do campeonato.
É verdade que os nossos adversários também ganharam ao Braga, num jogo em que esperávamos que pudessem perder pontos. Foi um jogo estranho, em que o Porto voltou a ter sorte e em que a inspiração do jogador mais criativo do Braga funcionou desta vez ao contrário. Fez um passe que o Porto transformou em golo, depois de falhar em frente da baliza contrária. São, como se costuma dizer, coisas do futebol.
Independentemente disso, ao Benfica só interessa vencer. E sabemos que se o fizermos entramos para as últimas jornadas do campeonato com uma diferença mínima para o primeiro lugar e um melhor calendário. É que depois de nós também o Porto terá ainda que jogar contra o Sporting. E ambos jogaremos com o Marítimo (que tem sido a equipa sensação do campeonato) com a vantagem de jogarmos em casa, ao passo que o Porto irá aos Barreiros.
Como já antes tinha dito, Alvalade é o nosso jogo do ano.
Como sempre acontece nos dérbis, o Sporting dará tudo para proporcionar uma alegria aos seus adeptos. Para muitos sportinguistas afastar o Benfica da luta pelo título seria uma consolação para uma época de grandes expectativas e maiores frustrações a nível interno. Isso é normal e não diz respeito ao Benfica.
O que é essencial é que em todos os momentos do jogo os nossos jogadores tenham mais querer, mais crença e mais confiança do que o adversário. Só assim poderemos ganhar. A consciência do carácter decisivo deste jogo deve levar a equipa a jogar como fez com o Braga, com um ânimo inquebrantável, animada pelo pensamento de que 90 minutos depois do apito do árbitro pode estar mais perto conquista do campeonato.
É verdade que os nossos adversários também ganharam ao Braga, num jogo em que esperávamos que pudessem perder pontos. Foi um jogo estranho, em que o Porto voltou a ter sorte e em que a inspiração do jogador mais criativo do Braga funcionou desta vez ao contrário. Fez um passe que o Porto transformou em golo, depois de falhar em frente da baliza contrária. São, como se costuma dizer, coisas do futebol.
Independentemente disso, ao Benfica só interessa vencer. E sabemos que se o fizermos entramos para as últimas jornadas do campeonato com uma diferença mínima para o primeiro lugar e um melhor calendário. É que depois de nós também o Porto terá ainda que jogar contra o Sporting. E ambos jogaremos com o Marítimo (que tem sido a equipa sensação do campeonato) com a vantagem de jogarmos em casa, ao passo que o Porto irá aos Barreiros.
Como já antes tinha dito, Alvalade é o nosso jogo do ano.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Roubar sim ... mas devagarinho
Caso contrário dá demasiado nas vistas.
Como era provável o Benfica foi eliminado.
Quando, no somatório dos dois jogos da eliminatória, o balanço da arbitragem é o que foi neste caso pouco há a dizer - sobretudo porque não vale a pena. Ninguém nos ouve.
Eu sou dos que não defende o uso de meios tecnológicos. Considero que o jogo tem outro sabor quando as decisões são tomadas no momento. Mas para isso é preciso que haja seriedade. É preciso que os árbitros decidam em consciência e não em função do poderio dos clubes (ou dos países) em questão. Caso contrário estamos perante adulterações da verdade desportiva.
Entre 3 (três) árbitros em campo (daquele lado, porque no total são 5) nenhum viu o penalty de John Terry na Luz? E todos concordaram com o de Javi Garcia?
Talvez por antecipar o que vinha a caminho, defendi que não valia a pena empenharmo-nos demasiado neste jogo.
De qualquer modo tenho que enaltecer a exibição dos jogadores do Benfica. Houve muito Benfica. Simplesmente houve ainda mais arbitragem. Que se descreve apenas num adjectivo: inqualificável. Ou em dois: deplorável.
Parabéns a todos os profissionais do Benfica - Jorge Jesus incluído. Parabéns a Emerson, a Witsel, Maxi Pereira e toda a restante equipa. Rodrigo mostrou que a subida de forma é uma realidade e Djaló mostrou que tem qualidade. Falhou? Certamente. Mas criou as situações que infelizmente (desta vez) não deram golo.
Parabéns a todos. Bom descanso, até segunda. Esse é que é o nosso jogo.
Como era provável o Benfica foi eliminado.
Quando, no somatório dos dois jogos da eliminatória, o balanço da arbitragem é o que foi neste caso pouco há a dizer - sobretudo porque não vale a pena. Ninguém nos ouve.
Eu sou dos que não defende o uso de meios tecnológicos. Considero que o jogo tem outro sabor quando as decisões são tomadas no momento. Mas para isso é preciso que haja seriedade. É preciso que os árbitros decidam em consciência e não em função do poderio dos clubes (ou dos países) em questão. Caso contrário estamos perante adulterações da verdade desportiva.
Entre 3 (três) árbitros em campo (daquele lado, porque no total são 5) nenhum viu o penalty de John Terry na Luz? E todos concordaram com o de Javi Garcia?
Talvez por antecipar o que vinha a caminho, defendi que não valia a pena empenharmo-nos demasiado neste jogo.
De qualquer modo tenho que enaltecer a exibição dos jogadores do Benfica. Houve muito Benfica. Simplesmente houve ainda mais arbitragem. Que se descreve apenas num adjectivo: inqualificável. Ou em dois: deplorável.
Parabéns a todos os profissionais do Benfica - Jorge Jesus incluído. Parabéns a Emerson, a Witsel, Maxi Pereira e toda a restante equipa. Rodrigo mostrou que a subida de forma é uma realidade e Djaló mostrou que tem qualidade. Falhou? Certamente. Mas criou as situações que infelizmente (desta vez) não deram golo.
Parabéns a todos. Bom descanso, até segunda. Esse é que é o nosso jogo.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
João Gobern demitido da RTP
Mais do que uma vez já assinalei que o panorama comentarístico das televisões portuguesas é altamente desfavorável ao Benfica. Num país em que a maioria é benfiquista isto não deixa de causar estranheza. Parece existir uma reverência profunda da maioria dos comentaristas ditos independentes face ao Porto e ao seu presidente, ao passo que nos programas de adeptos (Benfica, Porto, Sporting) é sempre "dois contra um". Assim, nestes últimos (Trio d'ataque, Jogo Falado e Prolongamento) quando se trata de lances de dúvida em que o Benfica foi potencialmente prejudicado, nunca houve falta, os jogadores do Benfica fizeram teatro ou "deixaram-se cair". Em suma, trataram-se de "lances normais de futebol". Na inversa há sempre penalty e os jogadores do Benfica deveriam ter sido expulsos. Como são "dois contra um" e, em dois dos três programas, os comentadores do Benfica são moderados, reconhecendo (ao invés dos seus colegas) os lances nos quais o Benfica é beneficiado, fica sempre a ideia de que o Benfica é auxiliado pelas arbitragens.
Isto num ano em que Cardozo, que passa os jogos a sofrer faltas, por vezes no limite da agressão, como é o caso das cotoveladas, foi expulso duas vezes. Uma vez por "agredir" a relva (contra o Sporting, num jogo decisivo sublinhe-se), outra por saltar por cima de um guarda-redes que se lançou às suas pernas.
Isto num ano em que Aimar é expulso (noutro jogo decisivo e curiosamente pelo mesmo árbitro que expulsou Cardozo contra o Sporting) por ter feito menos que Toy, que entrou de sola à virilha de Javi Garcia e nem amarelo viu.
Isto num ano em que, noutro jogo ainda mais decisivo que os anteriores, tivemos novamente um jogador expulso (Emerson) depois de ter feito duas faltas absolutamente insignificantes, ao passo que Djalma e Álvaro Pereira fizeram entradas assassinas e viram apenas o amarelo e Janko, recordista de faltas que conseguiu ainda lesionar Garay, nem isso. Para culminar sofremos um golo que nos tirou o comando do campeonato em claro fora-de-jogo.
Há muito mais casos - o penalty sobre Aimar em Coimbra por exemplo - mas não vale a pena continuar. Para a análise ser completa teria que referir ainda o que se passou em muitos jogos do Porto e não o quero agora fazer.
Vem tudo isto a propósito de João Gobern, acabado de demitir pela RTP.
O programa em que participava (Zona Mista) não se enquadrava na categoria de "adeptos" mas sim entre os que se pretendem "isentos". Nesse sentido, é natural que os comentadores se abstenham de demonstrações clubísticas. A questão é que eu vi o programa (na sua segunda edição ou seja, em repetição) e não me apercebi da manifestação de regozijo (levantar do braço) de Gobern quando o Benfica marcou o segundo golo contra o Braga. Curiosamente, apercebi-me de que o repórter RTP que estava num café de Braga e entrou em directo durante o programa logo a seguir ao golo do empate não disfarçava o seu contentamento, sublinhando que a atmosfera tinha "melhorado" muito. Quando uns minutos depois se fez novo directo de Braga já com o jogo terminado, o mesmo repórter parecia abatido. Disse ainda, quando um adepto do Benfica lhe colocou um cachecol nos ombros (que o jornalista imediatamente tirou), que aquele não era o seu clube, tendo depois, apercebendo-se do que dissera, corrigido para "nem aquele nem nenhum enquanto trabalhava". O seu anti-benfiquismo já tinha porém ficado bem patente. Agora pergunto-me eu: se este repórter representa a Televisão estatal e se João Gobern se representa apenas a si próprio, qual das duas acções foi mais "grave"? E quem foi demitido?
João Gobern era para mim dos poucos comentadores que não prestava vassalagem ao clube do norte. Naturalmente acabou demitido à primeira oportunidade.
PS - já se apurou cabalmente o (último) episódio de agressão a um jornalista (desta vez da TVI) perpetrado por agentes do Porto, após Pinto da Costa o ter insultado?
Isto num ano em que Cardozo, que passa os jogos a sofrer faltas, por vezes no limite da agressão, como é o caso das cotoveladas, foi expulso duas vezes. Uma vez por "agredir" a relva (contra o Sporting, num jogo decisivo sublinhe-se), outra por saltar por cima de um guarda-redes que se lançou às suas pernas.
Isto num ano em que Aimar é expulso (noutro jogo decisivo e curiosamente pelo mesmo árbitro que expulsou Cardozo contra o Sporting) por ter feito menos que Toy, que entrou de sola à virilha de Javi Garcia e nem amarelo viu.
Isto num ano em que, noutro jogo ainda mais decisivo que os anteriores, tivemos novamente um jogador expulso (Emerson) depois de ter feito duas faltas absolutamente insignificantes, ao passo que Djalma e Álvaro Pereira fizeram entradas assassinas e viram apenas o amarelo e Janko, recordista de faltas que conseguiu ainda lesionar Garay, nem isso. Para culminar sofremos um golo que nos tirou o comando do campeonato em claro fora-de-jogo.
Há muito mais casos - o penalty sobre Aimar em Coimbra por exemplo - mas não vale a pena continuar. Para a análise ser completa teria que referir ainda o que se passou em muitos jogos do Porto e não o quero agora fazer.
Vem tudo isto a propósito de João Gobern, acabado de demitir pela RTP.
O programa em que participava (Zona Mista) não se enquadrava na categoria de "adeptos" mas sim entre os que se pretendem "isentos". Nesse sentido, é natural que os comentadores se abstenham de demonstrações clubísticas. A questão é que eu vi o programa (na sua segunda edição ou seja, em repetição) e não me apercebi da manifestação de regozijo (levantar do braço) de Gobern quando o Benfica marcou o segundo golo contra o Braga. Curiosamente, apercebi-me de que o repórter RTP que estava num café de Braga e entrou em directo durante o programa logo a seguir ao golo do empate não disfarçava o seu contentamento, sublinhando que a atmosfera tinha "melhorado" muito. Quando uns minutos depois se fez novo directo de Braga já com o jogo terminado, o mesmo repórter parecia abatido. Disse ainda, quando um adepto do Benfica lhe colocou um cachecol nos ombros (que o jornalista imediatamente tirou), que aquele não era o seu clube, tendo depois, apercebendo-se do que dissera, corrigido para "nem aquele nem nenhum enquanto trabalhava". O seu anti-benfiquismo já tinha porém ficado bem patente. Agora pergunto-me eu: se este repórter representa a Televisão estatal e se João Gobern se representa apenas a si próprio, qual das duas acções foi mais "grave"? E quem foi demitido?
João Gobern era para mim dos poucos comentadores que não prestava vassalagem ao clube do norte. Naturalmente acabou demitido à primeira oportunidade.
PS - já se apurou cabalmente o (último) episódio de agressão a um jornalista (desta vez da TVI) perpetrado por agentes do Porto, após Pinto da Costa o ter insultado?
terça-feira, 3 de abril de 2012
Uma semana de blog
Faz hoje uma semana que aqui comecei a publicar.
O blog Justiça Benfiquista surgiu da necessidade que tinha de trazer alguma racionalidade à minha (nossa) paixão benfiquista e de partilhar algumas reflexões após - e entre - os jogos. O facto de, sobretudo quando o Benfica tem momentos menos bons durante a época, sermos atacados por um sistema de poder instalado no futebol português, foi outra das razões impusionadoras. Semana após semana, assistimos a um ataque sem quartel ao Benfica nos programas de comentário. O anti-benfiquismo primário de comentadores como Dias Ferreira, Guilherme Aguiar ou Miguel Guedes, raramente devidamente contrariado pelos comentadores do Benfica (Fernando Seara é demasiado brando e por vezes até influenciável e Rui Gomes da Silva tem um estilo demasiado agressivo e por vezes perde a razão), é parte desse sistema, uma vez que cria a convicção de que o Benfica é constantemente ajudado pelas arbitragens, quando o contrário é muito mais verdadeiro. Por outro lado, o verdadeiro beneficiado, o Porto, passa incólume, face à sanha anti-benfiquista dos sportinguistas, que têm sido objectivamente aliados daquele clube do Norte.
O post inicial do blog foi assim chamado de "Em defesa do Benfica". Sem querer fazer da arbitragem e dos factores extra-futebol o centro dos meus posts não deixarei porém de analisar aqueles elementos enquanto se mantiverem situações de gritantes injustiças de que o castigo de Aimar é apenas o mais recente exemplo.
Veio jogo com o Chelsea na Luz que comentei, tendo-me depois debruçado sobre a questão Emerson.
O ciclo de jogos que então se iniciou foi o objecto do post seguinte. Após reflexões sobre o fenómeno do futebol e o que nos leva a dedicar-lhe tanto tempo das nossas vidas e sobre o momento da época benfiquista, analisei o jogo com o Braga, os destaques e fiz uma recensão do que a imprensa desportiva dele escreveu.
Por fim escrevi um artigo sobre as expectativas para quarta-feira.
O blog está ainda numa fase inicial, quase experimental, na qual algumas das funcionalidades ainda não estão totalmente operacionais. De qualquer forma queria agradecer as visitas e encorajar comentários para que este seja também um fórum de troca de impressões e experiências. Os comentários são abertos, não sendo necessário fazer qualquer registo para o efeito.
Finalmente queria assinalar que o Justiça Benfiquista está desde hoje nos motores de busca, aparecendo vários resultados no google.com. Também por isso os meus fortes agradecimentos a todos os que já visitaram o blog e o acompanham regularmente.
O blog Justiça Benfiquista surgiu da necessidade que tinha de trazer alguma racionalidade à minha (nossa) paixão benfiquista e de partilhar algumas reflexões após - e entre - os jogos. O facto de, sobretudo quando o Benfica tem momentos menos bons durante a época, sermos atacados por um sistema de poder instalado no futebol português, foi outra das razões impusionadoras. Semana após semana, assistimos a um ataque sem quartel ao Benfica nos programas de comentário. O anti-benfiquismo primário de comentadores como Dias Ferreira, Guilherme Aguiar ou Miguel Guedes, raramente devidamente contrariado pelos comentadores do Benfica (Fernando Seara é demasiado brando e por vezes até influenciável e Rui Gomes da Silva tem um estilo demasiado agressivo e por vezes perde a razão), é parte desse sistema, uma vez que cria a convicção de que o Benfica é constantemente ajudado pelas arbitragens, quando o contrário é muito mais verdadeiro. Por outro lado, o verdadeiro beneficiado, o Porto, passa incólume, face à sanha anti-benfiquista dos sportinguistas, que têm sido objectivamente aliados daquele clube do Norte.
O post inicial do blog foi assim chamado de "Em defesa do Benfica". Sem querer fazer da arbitragem e dos factores extra-futebol o centro dos meus posts não deixarei porém de analisar aqueles elementos enquanto se mantiverem situações de gritantes injustiças de que o castigo de Aimar é apenas o mais recente exemplo.
Veio jogo com o Chelsea na Luz que comentei, tendo-me depois debruçado sobre a questão Emerson.
O ciclo de jogos que então se iniciou foi o objecto do post seguinte. Após reflexões sobre o fenómeno do futebol e o que nos leva a dedicar-lhe tanto tempo das nossas vidas e sobre o momento da época benfiquista, analisei o jogo com o Braga, os destaques e fiz uma recensão do que a imprensa desportiva dele escreveu.
Por fim escrevi um artigo sobre as expectativas para quarta-feira.
O blog está ainda numa fase inicial, quase experimental, na qual algumas das funcionalidades ainda não estão totalmente operacionais. De qualquer forma queria agradecer as visitas e encorajar comentários para que este seja também um fórum de troca de impressões e experiências. Os comentários são abertos, não sendo necessário fazer qualquer registo para o efeito.
Finalmente queria assinalar que o Justiça Benfiquista está desde hoje nos motores de busca, aparecendo vários resultados no google.com. Também por isso os meus fortes agradecimentos a todos os que já visitaram o blog e o acompanham regularmente.
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segunda-feira, 2 de abril de 2012
Quarta-feira
É para mim o jogo menos importante deste ciclo - e incluo aqui a final da Taça da Liga.
Considero-o pelas seguintes razões.
Quarta-feira o Benfica não pode esquecer que o jogo com o Sporting é decisivo para o objectivo assumidamente prioritário da época: ser Campeão Nacional. Nessa medida, terá que existir alguma (ainda que escassa) gestão do esforço do plantel.
Por outro lado, o jogo não é tão importante como os outros (Sporting, Gil Vicente e Marítimo) porque não vale um título: mesmo uma vitória e qualificação para as meias finais não alteraria o facto do Barcelona e Real Madrid serem os principais favoritos. Só em circunstâncias muito anormais deixará de ser um deles a ganhar a Liga dos Campeões.
Finalmente é o jogo menos importante do ciclo porque temos poucas possibilidades de o vencer. Nesse sentido temos que ser pragmáticos e aliviar um pouco a pressão sobre os jogadores, ainda por cima sabendo-se que o desgaste tem tanto de físico quanto de psicológico.
Dito isto, é óbvio que o Benfica tem um nome e um estatuto a defender na Europa e que, embora escassas, mantém ainda algumas hipóteses de qualificação.
Não se trata portanto de forma alguma de dar o jogo como perdido e entrar em campo para cumprir calendário. Trata-se apenas de, na escala de prioridades que necessariamente tem que se estabelecer face a vários jogos espaçados por dias, entender que este é o que, com menor prejuízo dos objectivos para a época, se pode não ganhar. Nessa medida, este é o único jogo em que pode haver alguma gestão do plantel ou doseamento do esforço.
Aquilo que preconizo, como já antes escrevi, é que o Benfica deve fazer um jogo inteligente, procurando defender bem e jogar com alguma ansiedade que possa existir no Chelsea em resolver a eliminatória e garantir uma presença nas meias finais. Para os ingleses o jogo é muito mais importante do que para o Benfica - é quase a tábua de salvação da sua época - e talvez isso possa jogar a nosso favor. Para que assim seja temos que ser inteligentes, muito competentes na defesa e letais no ataque. O Benfica precisa de concretizar todas as oportunidades que tenha e precisa também de alguma sorte (que aliás não teve no jogo da primeira mão). Talvez este seja um jogo à medida de Rodrigo e Nélson Oliveira.
Considero-o pelas seguintes razões.
Quarta-feira o Benfica não pode esquecer que o jogo com o Sporting é decisivo para o objectivo assumidamente prioritário da época: ser Campeão Nacional. Nessa medida, terá que existir alguma (ainda que escassa) gestão do esforço do plantel.
Por outro lado, o jogo não é tão importante como os outros (Sporting, Gil Vicente e Marítimo) porque não vale um título: mesmo uma vitória e qualificação para as meias finais não alteraria o facto do Barcelona e Real Madrid serem os principais favoritos. Só em circunstâncias muito anormais deixará de ser um deles a ganhar a Liga dos Campeões.
Finalmente é o jogo menos importante do ciclo porque temos poucas possibilidades de o vencer. Nesse sentido temos que ser pragmáticos e aliviar um pouco a pressão sobre os jogadores, ainda por cima sabendo-se que o desgaste tem tanto de físico quanto de psicológico.
Dito isto, é óbvio que o Benfica tem um nome e um estatuto a defender na Europa e que, embora escassas, mantém ainda algumas hipóteses de qualificação.
Não se trata portanto de forma alguma de dar o jogo como perdido e entrar em campo para cumprir calendário. Trata-se apenas de, na escala de prioridades que necessariamente tem que se estabelecer face a vários jogos espaçados por dias, entender que este é o que, com menor prejuízo dos objectivos para a época, se pode não ganhar. Nessa medida, este é o único jogo em que pode haver alguma gestão do plantel ou doseamento do esforço.
Aquilo que preconizo, como já antes escrevi, é que o Benfica deve fazer um jogo inteligente, procurando defender bem e jogar com alguma ansiedade que possa existir no Chelsea em resolver a eliminatória e garantir uma presença nas meias finais. Para os ingleses o jogo é muito mais importante do que para o Benfica - é quase a tábua de salvação da sua época - e talvez isso possa jogar a nosso favor. Para que assim seja temos que ser inteligentes, muito competentes na defesa e letais no ataque. O Benfica precisa de concretizar todas as oportunidades que tenha e precisa também de alguma sorte (que aliás não teve no jogo da primeira mão). Talvez este seja um jogo à medida de Rodrigo e Nélson Oliveira.
domingo, 1 de abril de 2012
O que dizem os desportivos
Começando pela arbitragem, "A Bola" e o "Record" são unanimes em considerar penalty indiscutível o lance sobre Bruno César, o chuta-chuta (ou gordo, como ontem tantas vezes foi chamado). Já sobre o lance de Javi sobre Lima é considerado penalty pelo "Record" enquanto "A Bola" diz que a falta é ainda fora da área e ilustra-o com uma foto. O "Record" diz ainda que, antes disso, Douglão deveria ter sido expulso por falta sobre Witsel. Na minha opinião a arbitragem foi imparcial e, além do lance de Douglão e do de Javi, totalmente isenta de polémicas. O lance do penalty do Benfica é de facto incontroverso (embora, face às últimas arbitragens, quase tenha ficado surpreendido pela sua marcação). É verdade que é desnecessário mas o jogador do Braga redimiu-se marcando o empate, pleno de oportunidade. Já o lance de Javi está para mim no limite. No limite da linha da área e no limite da falta. O árbitro podia ter marcado e Javi tem por isso que ter cuidado. Podemo-nos considerar felizes por esse lance mas o Braga pode dizer o mesmo em relação à não expulsão de Douglão. Entendo as duas decisões da mesma forma - o árbitro não quis tomar uma decisão que poderia determinar o desfecho do jogo sem estar absolutamente seguro da respectiva justiça. Já o penalty sobre Bruno foi evidente e daí a sua marcação.
Quanto a exibições, ambos os desportivos consideram Bruno César o homem do jogo. Um diz que além de chuta-chuta ele foi corre-corre e o outro ("Record") fura-fura. Gaitan merece a mesma nota que César (e não marcou): 7 n' "A Bola" (1 a 10) e 4 no "Record" (1 a 5). Witsel foi "sereno, talvez até demais" e teve 6 n'"A Bola" e "esteve em dia não" para o "Record" que ainda assim lhe dá 3. Miguel Vitor merece 7 n' "A Bola" e 4 no "Record". Luisão foi "líder", Maxi "impusionador da equipa", Capdevila merece "positivas" em ambos tal como Javi. Rodrigo ficou entre o suficiente e o suficiente menos.
Os desportivos destacam ainda os aplausos que Nuno Gomes recebeu da Luz e as intervenções do speaker durante o jogo, assunto a que dedicarei no futuro uma crónica.
Quanto a exibições, ambos os desportivos consideram Bruno César o homem do jogo. Um diz que além de chuta-chuta ele foi corre-corre e o outro ("Record") fura-fura. Gaitan merece a mesma nota que César (e não marcou): 7 n' "A Bola" (1 a 10) e 4 no "Record" (1 a 5). Witsel foi "sereno, talvez até demais" e teve 6 n'"A Bola" e "esteve em dia não" para o "Record" que ainda assim lhe dá 3. Miguel Vitor merece 7 n' "A Bola" e 4 no "Record". Luisão foi "líder", Maxi "impusionador da equipa", Capdevila merece "positivas" em ambos tal como Javi. Rodrigo ficou entre o suficiente e o suficiente menos.
Os desportivos destacam ainda os aplausos que Nuno Gomes recebeu da Luz e as intervenções do speaker durante o jogo, assunto a que dedicarei no futuro uma crónica.
Benfica-Braga - destaques
Para além da confiança e crença, a atitude com que o Benfica entrou em campo do foi excelente. Os jogadores mostraram vontade de vencer desde o início, mantendo uma pressão constante que nos permitia ter quase sempre a bola e mal deixava o Braga respirar. Fez lembrar o Benfica de há dois anos.
Entre os jogadores Javi Garcia está finalmente a voltar ao seu nível e isso faz uma grande diferença no jogo do Benfica. Ontem esteve muito bem nas dobras a Maxi (o motor do costume), tendo jogado por vezes como um verdadeiro lateral direito. Acabou a central com uma enorme segurança.
Miguel Vítor foi outro jogador muitíssimo seguro e competente. Fintado uma vez em situação perigosa fez a falta que se impunha e viu o cartão merecido. Manteve no entanto toda a concentração e não teve erros até à lesão.
Aliás toda a defesa esteve muito bem, liderada por Luisão que não se escondeu do seu lugar de capitão e tentou sempre carregar a equipa para a frente. Capdevila foi seguro e certinho, que era o que se lhe pedia. É verdade que o golo do Braga surge de um livre no seu flanco mas, mais que sua, foi uma falha de Nolito (acabado de entrar no jogo) que criou a situação confusa que deu a falta.
Witsel foi o cérebro que se esperava, sobretudo uma vez que não havia Aimar. Fez um grande jogo.
Finalmente quanto ao ataque, foi um jogo em que Gaitan, Rodrigo e Bruno César, os criativos, alternaram o bom com o menos bom. O que nunca aconteceu foi terem desistido do jogo ou deixado de acreditar. Na minha opinião, Gaitan foi o melhor dos três mas curiosamente acabou por ser Bruno César a decidir. Na sequência de uma combinação com Gaitan marcou o golo da vitória depois de ter sofrido o penalty. Digo curiosamente porque para mim ele teve imensas intermitências e foi talvez, entre aquele trio, o que mais falhou. Durante o jogo, eu, como tantos outros adeptos pediram a sua substituição. Enfim mais um exemplo da irracionalidade do futebol (ou talvez apenas dos adeptos).
Bem Jorge Jesus a tirar Cardozo para colocar Nélson, que trouxe outra força que bem foi necessária no fim e, claro, acima de tudo muito bem por não ter tirado Bruno César.
Entre os jogadores Javi Garcia está finalmente a voltar ao seu nível e isso faz uma grande diferença no jogo do Benfica. Ontem esteve muito bem nas dobras a Maxi (o motor do costume), tendo jogado por vezes como um verdadeiro lateral direito. Acabou a central com uma enorme segurança.
Miguel Vítor foi outro jogador muitíssimo seguro e competente. Fintado uma vez em situação perigosa fez a falta que se impunha e viu o cartão merecido. Manteve no entanto toda a concentração e não teve erros até à lesão.
Aliás toda a defesa esteve muito bem, liderada por Luisão que não se escondeu do seu lugar de capitão e tentou sempre carregar a equipa para a frente. Capdevila foi seguro e certinho, que era o que se lhe pedia. É verdade que o golo do Braga surge de um livre no seu flanco mas, mais que sua, foi uma falha de Nolito (acabado de entrar no jogo) que criou a situação confusa que deu a falta.
Witsel foi o cérebro que se esperava, sobretudo uma vez que não havia Aimar. Fez um grande jogo.
Finalmente quanto ao ataque, foi um jogo em que Gaitan, Rodrigo e Bruno César, os criativos, alternaram o bom com o menos bom. O que nunca aconteceu foi terem desistido do jogo ou deixado de acreditar. Na minha opinião, Gaitan foi o melhor dos três mas curiosamente acabou por ser Bruno César a decidir. Na sequência de uma combinação com Gaitan marcou o golo da vitória depois de ter sofrido o penalty. Digo curiosamente porque para mim ele teve imensas intermitências e foi talvez, entre aquele trio, o que mais falhou. Durante o jogo, eu, como tantos outros adeptos pediram a sua substituição. Enfim mais um exemplo da irracionalidade do futebol (ou talvez apenas dos adeptos).
Bem Jorge Jesus a tirar Cardozo para colocar Nélson, que trouxe outra força que bem foi necessária no fim e, claro, acima de tudo muito bem por não ter tirado Bruno César.
Benfica-Braga - confiança e crença fizeram a diferença
Grande jogo de futebol ontem na Luz a fazer lembrar grandes noites de outras épocas. O adversário não se chamava Porto nem Sporting mas era o líder do campeonato. E, a 5 jornadas do fim, o Benfica estava obrigado a ganhar. Ter a capacidade de conquistar a vitória já nos descontos, através de uma bela jogada de futebol, pensada e executada com frieza, é algo que, não justificando obviamente entrar em quaisquer euforias (nesta altura já teremos aprendido bem a lição nesse particular), deve porém motivar o Benfica para os restantes jogos decisivos desta recta final de época. É de facto a forma como a vitória foi conseguida que tem que ser destacada: a equipa teve forças - e qualidade - para, depois de sofrer o empate já nos últimos 10 minutos, ainda conseguir ganhar o jogo. Houve Benfica e a completa explosão das bancadas mostrou bem o que aquele momento significou na alma dos benfiquistas. Há muito que não se celebrava assim um golo na Luz.
O Benfica entrou muito bem no jogo. Foi, como disseram os dois treinadores, muito pressionante - mas foi também uma equipa confiante. Os passes saíam com segurança e os jogadores não tiveram medo de ter a bola nos pés. Isso fez toda a diferença e deixou o Braga, por regra muito consistente e seguro, algo atordoado.
Quem tenha visto apenas os curtos resumos da televisão fica com ideia de que o Braga foi mais perigoso e até dominou o jogo, o que não corresponde à realidade. O Braga teve de facto talvez algumas das jogadas mais vistosas mas o Benfica foi consistentemente mais perigoso e dominador.
Se é verdade que na primeira parte talvez a melhor oportunidade tinha sido do Braga, quase já sobre o intervalo, logo no recomeço do jogo o Benfica teve duas ou três jogadas em que podia ter marcado.
Mas o essencial não é descrever lances ou contabilizar oportunidades. O essencial é que, exceptuando alguns períodos do jogo em que pairou a ideia de que o jogo mais cínico do Braga poderia dar resultado, se sentia claramente que o Benfica estava mais perto de marcar e mais próximo de ganhar.
Quando o golo finalmente apareceu pensou-se que o jogo estava decidido. Há que reconhecer o mérito do Braga em, aí sim, ter assumido o ataque e - mais uma vez- ter marcado num livre ainda longe da baliza.
Mas o Benfica não desistiu do jogo. Continuou a acreditar, continuou a tentar (quer pela direita, quer pela esquerda e, refira-se, já sem Cardozo e Rodrigo) e já nos descontos o talento de Gaitan e a qualidade de remate de Bruno César apareceram. Houve Benfica. Houve estrelinha.
O Benfica entrou muito bem no jogo. Foi, como disseram os dois treinadores, muito pressionante - mas foi também uma equipa confiante. Os passes saíam com segurança e os jogadores não tiveram medo de ter a bola nos pés. Isso fez toda a diferença e deixou o Braga, por regra muito consistente e seguro, algo atordoado.
Quem tenha visto apenas os curtos resumos da televisão fica com ideia de que o Braga foi mais perigoso e até dominou o jogo, o que não corresponde à realidade. O Braga teve de facto talvez algumas das jogadas mais vistosas mas o Benfica foi consistentemente mais perigoso e dominador.
Se é verdade que na primeira parte talvez a melhor oportunidade tinha sido do Braga, quase já sobre o intervalo, logo no recomeço do jogo o Benfica teve duas ou três jogadas em que podia ter marcado.
Mas o essencial não é descrever lances ou contabilizar oportunidades. O essencial é que, exceptuando alguns períodos do jogo em que pairou a ideia de que o jogo mais cínico do Braga poderia dar resultado, se sentia claramente que o Benfica estava mais perto de marcar e mais próximo de ganhar.
Quando o golo finalmente apareceu pensou-se que o jogo estava decidido. Há que reconhecer o mérito do Braga em, aí sim, ter assumido o ataque e - mais uma vez- ter marcado num livre ainda longe da baliza.
Mas o Benfica não desistiu do jogo. Continuou a acreditar, continuou a tentar (quer pela direita, quer pela esquerda e, refira-se, já sem Cardozo e Rodrigo) e já nos descontos o talento de Gaitan e a qualidade de remate de Bruno César apareceram. Houve Benfica. Houve estrelinha.
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