Cometemos erros. JJ, que várias alegrias deu ao Benfica, cometeu-os (e reporto-me agora apenas a esta época) sobretudo na forma como abordou o jogo de Guimarães, que viria a marcar a viragem do campeonato e a queda abrupta do Benfica. De praticamente campeão (eram os próprios portistas que o diziam, entre insultos ao seu treinador) chegámos à situação actual em que apenas um golpe de teatro nos faria campeões. Mas Jorge Jesus errou também ao não saber gerir o esforço competitivo da equipa. Como diz um familiar e amigo meu, grande benfiquista, Jesus esgota as equipas - física e psicologicamente. Por vezes, a ganhar por 3 e 4 bolas, Jesus gesticula e grita com os jogadores, ao passo que noutros jogos, em que estamos empatados ou a perder e a sua intervenção poderia ser importante, parece resignado e perdido.
É assim, ninguém é perfeito e não raro a grandes qualidades juntam-se grandes defeitos.
Outro erro foi a abordagem desastrosa do Presidente aos poderes do futebol. As principais estruturas de decisão estão hoje tomadas por portistas, com as consequências que se conhecem e de que a suspensão de Aimar é apenas o último e mais desavergonhado exemplo. Tal facto reflecte-se também obviamente nas arbitragens. A maioria dos árbitros portugueses tem pouco carácter e coragem e, sabendo de que lado está o poder, faz por lhe agradar. O anúncio, extemporâneo e inexplicável do Presidente do Benfica de que não voltaria a falar de arbitragens, enquanto outros se iam posicionando, movimentando e pressionando, tornou possível o que veio a acontecer este ano. Regredimos aos anos mais escandalosos do apito dourado.
O Benfica este ano teve má fortuna nas lesões, sobretudo nos casos de Rodrigo e Garay que se lesionaram - ou foram lesionados - no pior momento. Não teve sorte ao perder em Guimarães na única meia oportunidade (um ressalto com um jogador a rematar de costas para a baliza) que o adversário teve em todo o jogo. Não teve sorte contra o Chelsea nem contra o Porto ao sofrer o 2-2 quando parecia à beira de marcar o 3-1 e dar o golpe de misericórdia ao adversário. Não teve nenhuma sorte em Coimbra. Teve alguma na Luz contra o Braga, mas isso é pouco para um campeonato, especialmente quando comparamos com a sorte que os nossos adversários tiveram em múltiplos jogos, de que o último, precisamente em Braga, é um bom exemplo.
Amor ardente é o que muitos árbitros parecem sentir por um determinado clube do norte. Xistra, Capela, Jorge Sousa e agora Artur Soares Dias não conseguem esconder a sua paixão e acabaram (quase) definitivamente com as esperanças do Benfica.
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