Grande jogo de futebol ontem na Luz a fazer lembrar grandes noites de outras épocas. O adversário não se chamava Porto nem Sporting mas era o líder do campeonato. E, a 5 jornadas do fim, o Benfica estava obrigado a ganhar. Ter a capacidade de conquistar a vitória já nos descontos, através de uma bela jogada de futebol, pensada e executada com frieza, é algo que, não justificando obviamente entrar em quaisquer euforias (nesta altura já teremos aprendido bem a lição nesse particular), deve porém motivar o Benfica para os restantes jogos decisivos desta recta final de época. É de facto a forma como a vitória foi conseguida que tem que ser destacada: a equipa teve forças - e qualidade - para, depois de sofrer o empate já nos últimos 10 minutos, ainda conseguir ganhar o jogo. Houve Benfica e a completa explosão das bancadas mostrou bem o que aquele momento significou na alma dos benfiquistas. Há muito que não se celebrava assim um golo na Luz.
O Benfica entrou muito bem no jogo. Foi, como disseram os dois treinadores, muito pressionante - mas foi também uma equipa confiante. Os passes saíam com segurança e os jogadores não tiveram medo de ter a bola nos pés. Isso fez toda a diferença e deixou o Braga, por regra muito consistente e seguro, algo atordoado.
Quem tenha visto apenas os curtos resumos da televisão fica com ideia de que o Braga foi mais perigoso e até dominou o jogo, o que não corresponde à realidade. O Braga teve de facto talvez algumas das jogadas mais vistosas mas o Benfica foi consistentemente mais perigoso e dominador.
Se é verdade que na primeira parte talvez a melhor oportunidade tinha sido do Braga, quase já sobre o intervalo, logo no recomeço do jogo o Benfica teve duas ou três jogadas em que podia ter marcado.
Mas o essencial não é descrever lances ou contabilizar oportunidades. O essencial é que, exceptuando alguns períodos do jogo em que pairou a ideia de que o jogo mais cínico do Braga poderia dar resultado, se sentia claramente que o Benfica estava mais perto de marcar e mais próximo de ganhar.
Quando o golo finalmente apareceu pensou-se que o jogo estava decidido. Há que reconhecer o mérito do Braga em, aí sim, ter assumido o ataque e - mais uma vez- ter marcado num livre ainda longe da baliza.
Mas o Benfica não desistiu do jogo. Continuou a acreditar, continuou a tentar (quer pela direita, quer pela esquerda e, refira-se, já sem Cardozo e Rodrigo) e já nos descontos o talento de Gaitan e a qualidade de remate de Bruno César apareceram. Houve Benfica. Houve estrelinha.
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