As taças valem o que valem e também o valor que lhes quisermos atribuir. Como assinala hoje Domingos Amaral no "Record", a Taça da Liga vale muito mais do que a Supertaça, troféu que permite ao Porto igualar o Benfica em número total de títulos (o Porto tem 18 Supertaças contra apenas 4 do nosso clube). Aquele cronista benfiquista assinala que para vencer a Taça da Liga uma equipa tem que jogar 5 jogos, ao passo que para conquistar a Supertaça basta ganhar um. (A bem do rigor, diga-se porém que no passado, até 2000, a competição era disputada em duas mãos e, em caso de empate, havia ainda uma finalíssima).
Resulta assim claro que desvalorizar uma competição em que estão presentes as equipas da primeira e segunda liga, atribuindo-se uma enorme importância a uma outra que se decide em apenas um jogo (que pode ter como adversário uma equipa secundária que no ano anterior tenha estado na final da Taça de Portugal), não é senão uma estratégia, na linha de outras que bem conhecemos. É bom que os benfiquistas o entendam.
Do jogo de ontem compete dizer que, não tendo sido uma exibição de grande fulgor do Benfica, foi ainda assim uma vitória justa e que teve mérito. Para alguns o Benfica deveria ter goleado por 4 ou mais uma equipa modesta como é o Gil Vicente. Mas convém perceber que nem sempre as coisas se passam assim. Recordo que na primeira edição desta mesma competição o Sporting perdeu com o Vitória de Setúbal. No ano passado, o "super-Porto" de Villas Boas venceu o Braga na final da Liga Europa apenas com um golo (e em fora de jogo). O Benfica campeão de Trapattoni perdeu em 2005 a final da Taça de Portugal também para o mesmo Setúbal. Recordo ainda que este mesmo Gil Vicente está na final após derrotar o Braga e o Sporting. No fim deste parágrafo, reitero a ideia do anterior: não contem comigo para desvalorizar vitórias do nosso clube.
O que me leva a outro acontecimento que emergiu da noite de ontem. Aparentemente alguns adeptos benfiquistas insultaram jogadores e treinadores do Benfica. Isto enquanto em Barcelos a equipa local era recebida com fogo de artifício. Era bom que esses adeptos entendessem que com esse comportamento estão a semear a discórdia e o desânimo nas nossas hostes. Estão a fazer o jogo dos nossos adversários, num ano em que a equipa já teve que suportar tantas injustiças e contratempos. O tempo para fazer balanços e tomar decisões virá no fim da época. Por enquanto há que manter a coesão e a calma. Isso mesmo diz também Hélder (nosso antigo central) no "Record".
Witsel foi eleito o melhor em campo. Fez realmente uma das suas melhores exibições desde que chegou ao Benfica. Gostei também de Rodrigo (ainda longe do que pode, mas a melhorar), de Eduardo, de Matic e da raça de Bruno César, sempre dos mais inconformados. De saudar ainda o golo de Saviola que não tem tido sorte esta época mas é um exemplo de profissionalismo. Saviola tem e sempre teve muita qualidade e pode ainda dar muito ao Benfica. Para o "Record", Nélson Oliveira desaproveitou a oportunidade e foi mesmo o pior em campo. Ao contrário de Saviola, Nélson está na fase de aprender e crescer e como tal é natural que alguns jogos não lhe corram bem. Se há aspecto em que tem que trabalhar e melhorar é na visão de jogo. É bom ter sentido de baliza mas o individualismo em demasia pode ser prejudicial.
A terminar, a pontaria de Rodrigo já depois do fim do jogo. Ao comentar a vitória disse que se o Benfica tivesse sido derrotado, seria como se tivesse perdido a Liga dos Campeões mas como ganhou a coisa passava a não ter importância nenhuma.
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