domingo, 22 de abril de 2012

Benfica-Marítimo: Nolito de nota máxima

Muito boa a exibição do Benfica ontem, que nos lembrou a todos porque estivemos este ano à beira de ser campeões.

Em primeiro lugar há um factor muito importante e que não posso deixar de destacar: desta vez não houve habilidades na arbitragem. Bem sei que os propagandistas do costume (os mesmos que nos chamam "clube do regime", quando objectivamente nunca o fomos) tentarão fazer de um lance de possível mão de Nolito à entrada da área o centro de toda a polémica e a "chave" do jogo. Realmente não parece haver mão - eu aliás defendo que mais de metade das mãos não deveriam ser assinaladas, pois não são (como a lei exige para que seja marcada falta) deliberadas - mas isso pouco importa para tais "comentadores". Para eles, o Benfica não ser prejudicado pela arbitragem equivale a ser beneficiado.
Ora foi isso precisamente que aconteceu ontem: o Benfica não foi prejudicado pela arbitragem. Também não foi beneficiado e isso é tudo quanto precisaríamos para ser campeões este ano. Ontem, apesar de todas as críticas de que Bruno Paixão tem sido alvo (talvez por não ser, como outros, moço de recados de Pinto da Costa) a arbitragem foi excepcional. Até nisto: depois de dar um amarelo algo forçado a Roberto Sousa não lhe mostrou o segundo quando ele efectivamente merecia. Dirão alguns "especialistas" da arbitragem: devia ter dado, se a falta era para amarelo não interessa ser o primeiro ou o segundo. Eu discordo em absoluto: não é o mesmo dar um amarelo a um jogador ou deixar uma equipa com menos um elemento. Um árbitro não pode ser o factor desequilibrador dos jogos (como foi Proença tantas vezes contra o Benfica), o árbitro deve ter bom senso e passar tão despercebido quanto possível. O jogo deve ser resolvido pelas equipas e não pelo árbitro. Nessa medida concordo em absoluto com a decisão de Bruno Paixão em não expulsar o jogador. Também muito bem ao dar o amarelo ao jogador do Marítimo que simulou um penalty.

Sem factores estranhos, sem árbitros a condicionar ou mesmo determinar o desfecho dos jogos, a enervar propositadamente os jogadores, o Benfica por regra joga bem e vence. Ontem jogou mesmo muito bem, com destaque muito especial para Nolito. Quer Nolito quer Capdevila foram injustiçados por Jorge Jesus pois mereciam ter sido titulares muito mais vezes esta época. Nolito tem muito de fora de série. É um jogador extremamente batalhador, que nunca desiste do jogo, que tem um enorme talento e visão de jogo. O seu passe para o golo de Bruno César foi para mim o momento mais alto do jogo. Nolito deveria ter sido mais vezes titular e espero que Jesus o tenha percebido em definitivo.

Por outro lado, Capdevila sem ser exuberante ou excepcional não compromete, ao contrário de Emerson que há muitos jogos é um foco de instabilidade e insegurança para a equipa. É outra teimosia de Jesus que não se explica e de cujas consequências negativas espero que tenha retirado a respectiva lição.

A colocação de Matic a titular foi também uma decisão certada. Há muito que era evidente que Javi Garcia (para mim um jogador excepcional) não estava nem perto do seu melhor nível. Estava a precisar de banco. Jesus não usou Matic tanto quanto podia e devia ao longo da época - e nem sempre que o usou o fez do melhor modo.

O mesmo se poderia dizer de Saviola, cuja jogada e passe para o segundo golo são demonstrativos da enorme qualidade que este jogador tem e que infelizmente nalguns jogos desta época não conseguiu demonstrar.

Dito isto, o mérito da excelente exibição e vitória tranquila que tinha desejado na antevisão do jogo é obviamente do treinador. O Benfica quando joga bem é um regalo para a vista. É continuar assim até ao fim. O resto logo se verá.

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