sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Regresso de Gaitan

O Benfica tem que se preocupar unica e exclusivamente com os seus jogos. Tudo o resto deve passar completamente ao lado da equipa e dos técnicos.

Temos que contar com vitórias do Porto em todos os jogos (excepto obviamente em nossa casa), pelo que também nós teremos que vencer sempre.

Penso que o Porto vencerá o Sporting neste domingo e que, como já vem sendo habitual, vencerá o Braga na semana seguinte. Só contra o Benfica é que estas equipas se superam e jogam com toda a raiva. É assim que as coisas são e é com isso que devemos contar.

A minha previsão para a vitória do Porto esta jornada é simples: Artur Soares Dias (portuense e portista) não deixará de fazer uma arbitragem muito caseira; o Sporting está fragilizado sem Jefferson e com o cansaço europeu; o Porto está proibido de perder pontos. A não ser que Lopetegui faça asneira da grande, o Porto vencerá o jogo. 

Com base nessas possíveis vitórias, e catapultados pela comunicação social que não se cansa de tentar desvalorizar o Benfica e as suas vitórias, o Porto acreditará de novo no título e a "pressão" semanal sobre o Benfica e as arbitragens manter-se-á em níveis elevadíssimos.

Na partida contra o Estoril, enfrentaremos um adversário à partida muito fragilizado mas que por isso mesmo se pode tornar perigoso. A contestação a Couceiro começou a fazer-se sentir no último jogo mas o presidente estorilista falou entretanto com os jogadores que por isso tentarão dar a volta à situação. E que forma melhor de o fazer do que num grande jogo como este? Esperemos por isso que o Benfica não facilite e que, de jogo para jogo, se torne cada vez mais eficaz na concretização. O futebol não é só, nem é sobretudo, construir jogadas de perigo - é também finalizá-las com golos. 



Gaitan é hoje um jogador importantíssimo na dinâmica de ataque do Benfica. De ano para ano o talentoso argentino tem vindo a aumentar a sua influência na equipa e a qualidade e inteligência do seu futebol. Cada vez se sente mais confortável na posição e no estilo de jogo da equipa. Colmatar a sua ausência durante tantas semanas não foi por isso fácil. Já o tenho referido: a má forma de Sálvio não tem ajudado, tanto mais que Ola John é um jogador que apesar de surpreender e ser capaz de rasgos não deixa de ser inconstante, desaparecendo por vezes do jogo. 

O regresso do novo pequeno genial é por isso uma excelente notícia. Não sendo titular, Gaitan poderá porém "ganhar" alguns minutos de jogo de forma a preparar o regresso em pleno. Rúben é outro que "vem a caminho" e em breve Jonathan também poderá ser chamado à equipa. Serão reforços de peso para o que ainda falta jogar esta época - a fase das decisões.



PS - Já há adeptos do Sporting a admitir abertamente que preferem perder com o Porto apenas para este não deixar o Benfica afastar-se. Nada que eu já não esperasse. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Indignação

A imprensa portuguesa manifesta hoje toda a indignação do Boavista pela arbitragem de Hugo Miguel no Estádio do Bessa. O lance do 1º golo do Porto é precedido de ilegalidade, pois uma falta assinalada por Hugo Miguel foi cobrada muito longe do local onde foi cometida, sem que a bola estivesse parada, apanhando os jogadores do Boavista desprevenidos. O lance tem sido mostrado e repetido de diversos ângulos nos diferentes canais televisivos. O clube axadrezado queixa-se ainda do facto de Quaresma e Jackson Martinez (que viria a marcar o 1º golo do Porto, a meias com um defesa) não terem sido expulsos. A entrada do colombiano foi de arrepiar, ao passo que Quaresma pisou um adversário na mão, comportamento em que aliás é reincidente. Os comentadores juntam-se ao coro de críticas, assim como o Sporting, próximo adversário do Porto no campeonato.

Alguns órgãos de comunicação referem ainda que Hernâni deveria ter visto um cartão amarelo por simulação na área do Boavista e que Lopetegui teria sido expulso do banco se fosse português. 

Por outro lado, a imprensa manifestou igualmente surpresa e condenação pela atitude de um jogador de um clube da primeira divisão (Moreirense) em manifestar o seu apoio a outro clube (o Porto), a cujos jogos aparentemente assiste na qualidade de adepto. Considera-se que essa situação coloca em causa o profissionalismo do jogador e a verdade desportiva da competição.

Estes temas estão a ocupar as primeiras páginas dos desportivos, a fazer correr muita tinta e estarão certamente no centro das discussões nos vários programas de comentário futebolístico das nossas televisões.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Vitória importantíssima

Estamos numa fase crucial da época, na fase das decisões. A deslocação a Moreira de Cónegos era, como quase todas, um dos jogos mais difíceis até ao fim da época: teremos ainda que ir a Arouca, Vila do Conde, Barcelos, Restelo e Guimarães. Os restantes 7 jogos são em casa.
À partida os jogos fora são todos difíceis mas o desenrolar das partidas é o que determina verdadeiramente. Qualquer jogo (como o demonstrou a partida nos Barreiros) se pode tornar fácil, tal a qualidade do Benfica face aos restantes adversários. Mas também (como o provou Paços) se pode tornar difícil caso as equipas adversárias cerrem fileiras na defesa e se comece a instalar entre os nossos jogadores a ideia de que não conseguirão marcar. 

Ora nesta medida o jogo de Moreira teve tudo para correr mal.

Depois de uma boa entrada em campo e de algumas oportunidades, o Benfica viu-se a perder sem que rigorosamente nada o justificasse. O Moreirense não tinha feito uma jogada de que me lembre e o golo surge completamente contra a corrente de jogo, num remate que bate no peito de Jardel, o que praticamente impossibilita a defesa de Artur.

A partir daí o Benfica ressentiu-se, pairou o fantasma de Paços e a tarefa complicou-se muito.

No entanto, o golo "de raiva" de Luisão (excelente momento para regressar aos golos) mudou completamente a dinâmica e carga emocional da partida, desde logo prenunciando um triunfo do Benfica. Nunca saberemos o que seria do jogo sem a expulsão, mas a minha ideia é que o Benfica passou a estar por cima e venceria a partida independentemente do Moreirense ter 10 ou 11. O segundo e terceiro golo surgiram com naturalidade e outros poderiam ter surgido caso a equipa tivesse continuado a forçar. 

Existem lições a retirar deste jogo: o nosso ataque precisa de maior agressividade e objectividade, nomeadamente como aconteceu na segunda parte e, nalguns momentos, menos passes e menos elaboração. Sálvio (já o sabemos) está num momento mau. Esperemos que Gaitan possa voltar rapidamente porque faz muita falta.

Outro aspecto que pode ser analisado é a titularidade de André Almeida em detrimento de Cristante. Claro que o treinador terá as suas razões mas não me pareceu a melhor opção. Possivelmente JJ terá achado que, com um jogador pouco vocacionado para as tarefas defensivas como Pizzi, seria melhor ter um jogador mais posicional e mais "certinho" como André. Penso porém que o nosso meio campo ficou um pouco carente de dinâmica. Não foi das exibições mais conseguidas de André Almeida que não deixa por isso de ser uma excelente solução e um jogador valioso para o nosso plantel.

No espectro positivo, há que destacar o regresso aos golos de Eliseu, um jogador que a imprensa passa a vida a atacar e desvalorizar. Eliseu tem valido golos que dão vitórias e dá sempre à equipa dinâmica, ainda naqueles jogos em que, nos momentos finais, não tem tido as melhores decisões. No global Eliseu tem sido um jogador com um rendimento elevado e sempre empenhado emocionalmente com a equipa, contribuindo para a união e força mental do grupo.

Finalmente mais uma vez apraz-me elogiar a exibição de Pizzi, que entre outras coisas, aponta muito bem as bolas paradas, nomeadamente os cantos. Talisca irá naturalmente subir de rendimento constituindo-se muito em breve (estou em crer) em mais uma boa "dor de cabeça" para o nosso treinador.

O Benfica tem agora que enfrentar o jogo com o Estoril com a seriedade que tem sempre encarado os jogos e vencer para poder depois beneficiar do resultado do jogo entre os nossos rivais. 

Como nota final, gostava de assinalar que os jogos se tornarão progressivamente mais difíceis até ao fim do campeonato. É natural que os nossos adversários queiram ganhar os seus jogos mas não é normal que enfrentem os jogos com o Benfica (em princípio de "outro campeonato") como se de vida ou morte se tratassem. Caso isso aconteça é porque algo de estranho à normalidade do campeonato se está a passar.

Vem isto a propósito de algum descontrolo emocional que detectei nos jogadores do Moreirense, a ponto de um ter sido expulso por insultar de forma grosseira o árbitro. Afinal de contas o que justificava insultar o árbitro daquela forma naquele momento do jogo? Teria porventura havido algum "caso" até aquele momento? Não, nada de nada, a não ser a história do "canto-penalty". Serve pois isto para dizer que teremos que contar com uma motivação extra, por vezes anormal, dos nossos adversários mas que poderemos usar esse facto em nosso favor, designadamente tirando partido do desequilíbrio emocional dos nossos adversários. 

Quanto ao resto, os nossos adversários que continuem a falar e gritar nos programas de falatório, semana após semana até ao fim do campeonato. São os votos que lhes deixo.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

3 pontos preciosos (ou os penalties que dão cantos)

Acho, sinceramente, que os nossos adversários estão a ficar mentalmente perturbados. Criou-se a ideia de que o Benfica estava a ser beneficiado neste campeonato. E a partir daí semana após semana, dia após dia, em canal a seguir a canal, repete-se esta ideia de uma forma completamente obsessiva, de modo a que quase todos a dada altura ficam sob a sua influência.

Entendamo-nos de uma vez por todas: o Benfica foi beneficiado por algumas decisões arbitrais nalguns jogos? Certamente que sim. Mas não foi também prejudicado em muitas outras? Sem dúvida. Em todos os jogos os árbitros têm decidido a favor e contra o Benfica. Nos jogos contra o Sporting e o Porto, o Benfica não teve nenhum benefício arbitral e teve até várias decisões contra, nomeadamente em termos de critérios disciplinares e faltas em zonas perigosas.
 
O que se está a passar e que leva até alguns benfiquistas a embarcarem nesta onda, é que qualquer jogador que se atire para o chão na área do Benfica todos dizem que é penalty e qualquer jogador do Benfica que caia na área adversária (em resultado de falta ou não) é sempre simulação.
 
Eu percebo que eles quisessem que o Maxi Pereira já entrasse em campo com cartão amarelo e que à primeira falta fosse expulso. Eu percebo que eles gostassem que os penalties cometidos pelos nossos adversários resultassem em cartões amarelos para os nossos avançados. Se eles pudessem, os jogos em vez de começarem com o pontapé de saída do meio campo até começariam logo com um penalty contra o Benfica.
 
Agora, POR FAVOR QUE OS BENFIQUISTAS NÃO SEJAM TÃO POUCO INTELIGENTES QUE SE DEIXEM EMBARCAR NESTA CONVERSA DOS BENEFÍCIOS!!

Mas então ontem não há um penalty CLARO sobre Sálvio?? Então agora os penalties sobre os nossos jogadores não são para assinalar? Tenham dó! Então se o defesa não toca na bola e rasteira o avançado isso não é penalty?
 
 
 
Por acaso o Benfica marcou na sequência do canto que foi mal assinalado. Mas desde quando é que transformar um penalty em canto é beneficiar uma equipa? Mas está tudo doido ou quê??
 
Quanto à expulsão do jogador do Moreirense, não temos obviamente que comentar coisa nenhuma. É entre o jogador e o árbitro. Ambos saberão  que foi dito. O treinador do Moreirense até admitiu que o jogador disse alguma coisa pouco correcta. É tudo. O Benfica nada tem que ver com isso.
 
Aliás o jogo mudou completamente após o golo - e não após a expulsão. Claro que Freitas Lobo (que normalmente não comenta arbitragens mas sim "o jogo") ontem não falava de outra coisa, repetindo à saciedade que o jogo mudara e acabara com a expulsão do jogador do Moreirense. Chegou ao ponto de, sobre 1º o golo do Benfica, dizer que "a questão" era perceber se tinha sido canto. Quer dizer, em jogos em que o Porto venceu com penalties inexistentes, ele recusou-se a comentar, dizendo que falava apenas sobre "aquilo que foi o jogo". Agora até já sobre se um lance é canto ou não (omitindo completamente a questão do penalty) considera isso o aspecto fundamental!

Mas é curioso que quando outros jogam contra 10, os jogos já não "acabam". Vão dar uma curva!! O que me custa mais é ver a idiotice de alguns benfiquistas a deixarem-se influenciar e alinharem por este diapasão.
 
Sobre o jogo propriamente dito e a importância fundamental desta vitória falarei no seguinte post.
 


Adenda: logo à noite, especialmente na TVI24, o anti-benfiquismo vai raiar a histeria colectiva. Vão gritar e gemer. Entre outras coisas, vão dizer: não houve penalty sobre Sálvio e o nosso jogador deveria ter sido admoestado com cartão amarelo (se for preciso ainda arranjam outro lance para "expulsar" o Sálvio); não era canto e portanto o 1º golo do Benfica é "irregular"; Eliseu fez penalty e provavelmente deveria também ter sido expulso; Maxi deveria ter sido expulso (porque sim); André Almeida deveria ter visto o amarelo e daí para a frente já jogaria "condicionado"; o jogador do Moreirense não deveria ter sido expulso, ou, se o fosse, 5 jogadores do Benfica também o deveriam; Jorge Jesus deve ser suspenso até ao fim da época. E por aí fora...

 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Que meio campo no próximo jogo?

O meio campo do Benfica tem neste momento apenas uma posição fixa, que é a de Samaris. No entanto o grego está castigado para Moreira de Cónegos, pelo que que os titulares daquelas posições são neste momento uma total incógnita. Cristante e Talisca? André Almeida e Pizzi? Rúben Amorim numa dupla com algum daqueles? É difícil dizer o que se passará mas uma coisa é certa: será um meio campo com pouca ou nenhuma experiência em jogar junto.
A minha aposta vai para Cristante e Pizzi. O primeiro porque tem sido a primeira escolha quando se trata de substituir Samaris, o segundo porque tem sido titular (e jogado bem) nas últimas partidas. Rúben ainda não estará, em princípio, em condições de assumir a titularidade, porque caso contrário seria certamente primeira escolha. Por outro lado, Pizzi é um jogador de "andebol", um jogador que, na perspectiva de Jesus, não é suficientemente agressivo a defender. Daí as muitas dúvidas. 

Até por estas razões o jogo de Moreira de Cónegos será de grande exigência e "perigosidade". No entanto é importantíssimo ganhar nas próximas jornadas nas quais os nossos adversários enfrentam desafios muito difíceis e se defrontam entre si, por entre eliminatórias europeias. 


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A faixa da polémica - o que ainda não foi dito

Muito se falou sobre este assunto (já vamos na segunda semana) mas o essencial ainda não foi dito.

A verdade é que quem divulgou a faixa, quem lhe deu o máximo de exposição e portanto a "promoveu" foi o actual presidente do Sporting.

A faixa seria sempre lamentável e abjecta, mas se a grande preocupação eram os sentimentos da família do adepto que morreu no Jamor em 1996 porquê dar tanto destaque à faixa? Naturalmente que quanto mais se fala do assunto mais se agravam esses sentimentos de dor.

É que se não tem sido o actual presidente do Sporting, estou em crer que praticamente ninguém saberia deste caso, incluindo a família da vítima. A coisa aconteceu num pavilhão de futsal onde estava um número limitado de pessoas e na transmissão televisiva nem se viu. Foi só quando o Sporting falou nisso que surgiram fotos em toda a imprensa e que a generalidade das pessoas tomou conhecimento do lamentável episódio.

Por outro lado ao dar-se tanta publicidade à faixa não se está a fazer exactamente aquilo que queriam os seus promotores? A dar importância a quem o não merece? A trazer o extremismo e a marginalidade para o centro do debate e da sociedade?

A indignação sportinguista soa pois muito a hipocrisia: alega-se a dor da família mas não se faz senão agravá-la e usá-la para fins populistas e demagógicos. A hipocrisia manifesta-se também no facto dessa indignação parar e desaparecer quando as faixas e as camisolas são de sentido contrário, dirigidas por sportinguistas a benfiquistas. Aí já não há críticas nem condenação. Tudo bate certo porém com a personagem em causa: um mitómano, um indivíduo que possivelmente nem sequer tem uma noção exacta da realidade, a qual confunde com os seus desejos e visão distorcida das coisas. 

Outro assunto é o das tochas e petardos atirados para o meio dos adeptos do Sporting. Considero isso demasiado grave e a necessitar de atenção por parte da polícia. Acho isso criminoso e a exigir uma punição exemplar. O Benfica precisa de se ver livre desse tipo de gente. Gente que faz isso não pode ter lugar num estádio de futebol. Somos o maior clube português e devemos perceber que isso acarreta responsabilidades próprias, nomeadamente a de tudo fazer para que o futebol seja um espectáculo seguro onde se podem levar as famílias. Para isso há que erradicar algumas ovelhas negras.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O próximo jogo é em Moreira de Cónegos

Benfica-3 Setúbal-0


O Benfica, ganhou, como se pedia, e cumpriu a sua "obrigação" da jornada. A vitória é normal e esperada tendo a equipa tido alguns momentos bastante interessantes. Pizzi (de acordo com Jorge Jesus, o "jogador de andebol", por só atacar) e Lima foram talvez as exibições mais "coloridas" do Benfica. Jardel voltou a facturar mas desta vez teve uma falha que podia ter sido comprometedora. Na sequência do lance há uma queda muito duvidosa do jogador do Setúbal na área do Benfica. Se fosse ao contrário, todos os comentadores "anti" diriam que foi o avançado que bateu na perna do defesa e portanto não havia falta. Para além disso refeririam que no início do lance o jogador setubalense estava fora de jogo e portanto a jogada devia ter sido imediatamente invalidada. Assim todos acharam que se trata de um penalty descarado. Admito que o árbitro poderia ter marcado falta pois, na passada, Jardel acaba por colocar a sua perna à frente do avançado setubalense. Depois ainda houve um outro lance no qual, aí sim, o Benfica é claramente beneficiado por uma decisão errada da arbitragem: Ola John empurra o seu adversário com o braço e depois faz um excelente cruzamento para Lima marcar o segundo. Claro que isto foi o suficiente para se passarem 45 minutos a escalpelizar os lances (sobretudo na inominável TVI24) e se pretender concluir que o Benfica é beneficiado de forma "sistemática". Na realidade, a vitória não merece qualquer contestação e dá-me ideia que se o Benfica quisesse acelerar poderia ter marcado mais alguns golos. Mas claro que aquela "narrativa" interessa para desvalorizar as nossas vitórias e relativizar a nossa distância pontual, sugerindo que ela se deve aos árbitros. Há que desmoralizar o Benfica e continuar a moralizar o Porto, que, esse sim, precisa de o ser sob pena de ficar a uma distância irrecuperável. Por isso é que o Sporting era o melhor até jogar com o Benfica, fazia tudo bem feito, era o maior e de repente se esvaziou o balão e terá que lutar contra o Braga pela vaga na Champions. Também o Setúbal era óptimo, não perdia desde Bruno Ribeiro e agora passou a ser uma equipa normalíssima que afinal nem sequer tinha argumentos para incomodar o Benfica. Agora é o Moreirense que é uma excelente equipa, que pratica um excelente futebol, que é muito forte em casa, etc, etc. As "narrativas" são muito óbvias, mas nós não podemos deixarmo-nos afectar por elas. 

Na realidade, o próximo adversário é sempre o mais difícil e o mais importante. Nisso até devemos agradecer àqueles que tanto se "preocupam" com os nossos jogos e os nossos adversários. E o Moreirense é efetivamente uma boa equipa. Agora o Benfica é evidentemente muito superior e terá que conseguir impor essa superioridade em campo para vencer o jogo como se espera e necessita. Claro que é sempre possível ocorrerem jogos como Paços mas uma boa equipa (como temos vindo a mostrar que somos) limita esses jogos ao mínimo num ano. Agora que se tenha bem presente: a concentração e o empenho terão que ser máximos, não apenas nesse jogo mas em todos até ao fim. Todos os jogos serão difíceis daqui para a frente. Se os formos vencendo porém - e neste momento já não temos mais nenhuma competição a distrair a atenção e o foco competitivo da equipa do campeonato - é bem provável que possamos alargar a nossa vantagem e ficar bem mais próximo dos nossos objectivos. 

O folclore


O nível - execrável - do presidente do Sporting não merece muito mais comentários. Estamos perante alguém que mais cedo ou mais tarde se vai espalhar ao comprido tal a sua falta de sentido da realidade - e da verdade. A ideia de que se tratava de um novo Vale e Azevedo foi talvez mais acertada do que inicialmente parecia. 

Luis Filipe Vieira pelo contrário interveio muito bem: condenou inequivocamente a faixa do pavilhão, referiu que havia uma investigação interna, mostrou respeito institucional pelo Sporting e disponibilidade para lutar em conjunto pelo combate à violência no desporto. Mais, mostrou-se realista e sério para lá de qualquer simplismo ao recusar a ideia de que de um lado só havia bons e do outro maus, fugindo ao habitual discurso demagógico futebolês do nós contra eles. Não deixou porém de, como aqui aliás fizemos também em devido tempo, de referir o incêndio do estádio da Luz que o Sporting continua sem condenar. Foi um discurso esclarecedor e de um grande sentido de responsabilidade. O presidente do Sporting, como um garoto de escola sem argumentos, respondeu com insultos e estórias anedóticas que até motoristas metem. Um pé de chinelo. 

A maioria dos nossos comentadores é porém tão incapaz, tão ignorante e tão pouco inteligente que, não conseguindo distinguir o trigo do joio, conseguiu ver nos comportamentos institucionais do Benfica e do Sporting algo de equivalente e colocar tudo no mesmo saco. Coitadinhos eles não dão para mais. Não vão além das mais ocas frases feitas, da repetição do que se diz por norma nestas alturas sem qualquer capacidade analítica ou crítica - sem sequer olhar aos mais elementares factos. São no fundo o reflexo da pobreza e pequenez nacional.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Preparar o futuro vencendo no presente

Noite de regressos


O Benfica está mais uma vez na final da Taça da Liga, depois de uma vitória tranquila e que ficou muito facilitada pela expulsão de um jogador do Vitória de Setúbal no fim da primeira parte. Pela minha parte não concordo com a dupla penalização cartão vermelho e penalty, com a excepção das mãos que evitam que a bola entre na baliza. Aí sim há um golo que é impedido por uma acção ilegal e que portanto merece a dupla penalização, até porque o penalty pode ser falhado. Já em lances como o de ontem, que a lei determina que sejam puníveis com cartão vermelho, parece-me que o castigo é desproporcionado. 

Face à concretização do penalty por Talisca (que assim voltou aos golos) praticamente deixaram de existir dúvidas acerca do vencedor do jogo. Logo de seguida novo penalty, igualmente indiscutível, deu ainda mais tranquilidade ao Benfica. Um jogo que começara difícil, com uma entrada muito forte do Vitória de Setúbal, tornou-se assim fácil.

O destaque vai para o miúdo Gonçalo Guedes que foi talvez o melhor em campo e está a demonstrar que pode ser uma aposta consistente no futuro mas também para os vários regressos. Em primeiro lugar Rúben Amorim que não jogava há 6 meses e é um óptimo reforço para o final de época. Sílvio também fez um dos seus primeiros jogos esta época depois de grave lesão e Lisandro voltou também a ser titular, fazendo aliás uma boa exibição ao lado de Jardel.

O Benfica fez uma exibição q. b. numa noite fria e com pouco público nas bancadas. A falta de entrosamento notou-se na fase inicial do jogo assim como alguma falta de ritmo ou confiança por parte de alguns jogadores. Derley até teve um bom começo mas depois desapareceu do jogo e continuou a sua seca de golos. Talisca marcou como dissemos mas pouco fez de mais. Eliseu, Cristante e Pizzi estiveram razoavelmente bem. Ola John faz algumas jogadas e alguns bons centros mas na maior parte das vezes que tem a bola é inconsequente. Sálvio voltou a não ser feliz e Jonas picou o ponto.

Qual o problema da TVI24?


É um assunto recorrente neste blog, eu sei, mas de facto este canal chega a ser doentio na sua cobertura desportiva. A ligação do canal ao site maisfutebol (que pura e simplesmente deixei de visitar) é apenas mais um dos factos que faz com que a TVI24 pareça o canal oficial do anti-Benfica. Começa com Sousa Martins e depois são todos escolhidos a dedo: Manuel Queirós, um fanático portista, Pedro Sousa, que foi director de comunicação do Sporting, Eládio Paramés que apesar de ter ganho dinheiro no Benfica quando Mourinho lá passou é um "anti", agora José Manuel Freitas, que constantemente critica tudo o que é Benfica (chegou a dizer que Matic era um jogador medíocre) e ainda Dani e Vítor Baía. A única pessoa que me lembro que defende o Benfica naquele canal é o Pedro Ribeiro, entre vários sportinguistas como o Pedro Barbosa e Tomás Morais e portistas. A TVI24 até chega ao ponto de dar um tempo de antena de horas todas as manhãs a Fernando Correia que já se assumiu há muito e trabalha inclusivamente na SportingTV.

Ontem mais uma vez tentaram manipular a opinião pública. Custa-lhes muito ver o Benfica ganhar, eu entendo isso, mas há deveres mínimos de isenção (ou deveria haver) para quem está no ar a falar para centenas de milhares de pessoas. Um lance entre Lisando e Suk na área do Benfica, no qual as repetições tornam evidente que não existe absolutamente nada, nenhum movimento do jogador do Benfica para rasteirar ou agarrar o do Setúbal, no máximo há um toque entre os pés mas que até parece causado pelo avançado, é "transformado" pelos comentadores da TVI24 em "penalty e expulsão". De seguida Sousa Martins com um ar muito sério alvitra: "agora a questão que se coloca aqui é o que teria sido do jogo se o árbitro tivesse assinalado o penalty e expulso o jogador do Benfica". Sinceramente, o fanatismo anti-Benfica desta gente tolda-lhes a visão. Quando não me irrita até me dá gozo: é que isto só mostra quão desesperados eles ficam com as nossas vitórias.

Preparar o futuro


A Taça da Liga serve também para rodar jogadores e dar oportunidades aos menos usados. O Benfica sabe-o e tem-no feito. Ontem mais uma vez alguns jogadores não titulares habitualmente jogaram e na maior parte dos casos bem. O Benfica esta época, convém nunca o esquecer, iniciou o calendário oficial sem 5 titulares da época passada. E em Janeiro perdeu mais um (Enzo Perez). Nessa medida foi preciso ir buscar vários jogadores novos que têm feito o seu caminho de adaptação: Samaris, Talisca, Cristante, Pizzi, Derley, Eliseu, entre outros. Conseguir com essas contingências ir ganhando  e ainda conseguir lançar jogadores para o futuro (como Cristante, Gonçalo Guedes e até Pizzi) é o que se pede e que, excepção feita às competições europeias, se tem ido conseguindo. É continuar neste caminho. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sportinguismos...

É relativamente habitual o Sporting fazer muito barulho e muitos comunicados quando joga contra o Benfica.

Basta dizer que uma vez ameaçaram que não jogavam...


Também já nos habituaram ao ridículo, desde Bettencour e Dias Ferreira a cantar num palco de uma feira, a este mesmo Dias Ferreira a sair de uma mesa na SIC com o moderador a apelar "oh Dias Ferreira sente-se", até aos disparates do presidente que queria despedir o treinador e afinal diz agora que nada se passou.

A última é um comunicado onde se acusa o Benfica de tudo e mais alguma coisa e se apela a castigos. 

Deixem-me dizer que faixas alusivas à morte de seja quem for, em termos aparentemente congratulatórios, são algo de deplorável que ultrapassa todos os limites da decência. Ninguém bem formado deixa de condenar veementemente atitudes tão reles que roçam o limite inferior da humanidade. 

Pretender contudo confundir a acção de um conjunto de indivíduos (não sabemos quantos) num jogo de futsal com a posição dos sócios do Benfica em geral e dos seus órgãos dirigentes é porém algo que não colhe. 

Os sportinguistas têm todo o direito de estar chocados com essa tal tarja - eu também estou.  

Mas misturar isso com o resultado do jogo de futebol de Domingo, com considerações sobre a exibição do Benfica e uma série de outras questões, é misturar coisas que nada têm a ver umas com as outras e que sugere até que mais do que a indignação com a tarja, o que se passa é uma grande frustração e incapacidade de encaixar o resultado daquele jogo.

Para além disso, a indignação do Sporting parece um pouco parcial, porque houve em Alvalade - no estádio - faixas exibidas por adeptos do Sporting cujo conteúdo é pelo menos tão criticável como aquele (por exemplo sugerindo que os benfiquistas deveriam todos morrer). 

Em que ficamos? 

Outra coisa que as declarações e comunicados sportinguistas ignoram é que no jogo de Alvalade os adeptos do Sporting passaram grande parte do tempo a entoar palavrões e insultos ao Benfica ou que houve uma festa no estádio quando Maxi levou com uma bola na cara. Note-se bem: os adeptos do Sporting têm músicas inteiras dedicadas ao Benfica, com insultos, provocações e idiotices sem sentido. Algo que pelos vistos nada incomoda os dirigentes sportinguistas. E não falo das claques - falo da esmagadora maioria dos adeptos sportinguistas que estava no estádio e que cantava em coro que em cada lampião há um c... ou SLB filhos da ...

É preciso pois dizer uma outra coisa: ao passo que os comportamentos violentos, desviantes e doentios de alguns no Benfica são fortemente criticados e repudiados pela generalidade dos benfiquistas (talvez se possa, admito, fazer algo mais para os erradicar de vez, embora me pareça que terá que ser sobretudo a polícia a actuar), já no Sporting esses mesmos comportamentos parecem ser tolerados quando não aplaudidos. 

E demonstro num segundo o que afirmo: o incêndio ateado pelos seus adeptos na Luz (que não contentes ainda agrediram os bombeiros que o tentavam apagar) NÃO FOI CONDENADO POR NENHUM DIRIGENTE DO SPORTING. O máximo que disseram foi que "não se reviam" naquele comportamento". É esta gente que agora nos quer dar lições de moral? Tenham dó mas para esse peditório eu não dou. Vão dar lições de moral às vossas tias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O anti-benfiquismo ao ataque

Tudo foi feito nas últimas semanas por uma parte muito grande da comunicação social para desestabilizar o Benfica. O aviso de Lucho González  de que para impedir o Benfica de ser campeão teria que se recorrer ao jogo sujo, fabricando histórias e historietas e tentando com manobras de fora do campo aquilo que não estão a conseguir lá dentro foi bem ouvido. Os ataques têm-se tornado cada vez mais desesperados e ferozes.

Primeiro foi a campanha à volta das arbitragens, com um coro de comentadores a garantir que o Benfica só ganhava os jogos graças aos árbitros e a exigir que os golos LEGAIS do Benfica fossem anulados quando os fiscais não estivessem na posição que eles achavam a correcta. No meio disso, Porto e Sporting beneficiaram de erros arbitrais, alguns dos quais flagrantes, em jogos que de outro modo poderiam ter sido muito complicados. Isto claro, com a cumplicidade absoluta da comunicação social que não acha nada de anormal num clube ganhar com três golos irregulares. Houve também o escândalo, o drama nacional que foi a não utilização de Miguel Rosa e Deyverson, sendo que pelo menos uma situação análoga com o Porto, ocorrida já depois, não mereceu nenhum comentário de ninguém. O que era gravíssimo e atentatório da verdade numa jornada passou a ser algo de completamente insignificante meia dúzia de jornadas depois.

Nos últimos dias perdeu-se a vergonha, em especial o "Record" que assumiu as suas cores com um ataque miserável a Artur. Nunca se tinha visto uma coisa parecida em termos de parcialidade tão declarada. Mas "A Bola" não está melhor. Na sua nova política de tentar agradar a gregos e troianos e distanciar-se da imagem de proximidade do Benfica, este jornal entrou na onda do anti-benfiquismo. Basta ver a capa de hoje: o golo de Jardel foi a taluda da sorte num jogo que o Sporting deveria ter ganho. Quando na primeira volta na Luz criamos pelo menos 10 oportunidades claras de golo e o Sporting só empatou devido a um bambúrrio (aí sim) também se falou em sorte grande? Tenham dó. E o que dizer dos "casos" das renovações dos contratos dos jogadores do Benfica e do seu treinador? Sempre a ocuparem páginas de jornais e minutos de conferências de imprensa. Nos outros clubes não há jogadores a precisar de renovar? É só no Benfica?

Na TVI os ataques (raivosos) ao Benfica começaram a ser cada vez mais declarados. Não que eu veja gente como Paramés, Queirós e afins - que parece escolhida a dedo. Mas que é um ninho de anti-Benfica, disso não tenhamos a mais pequena dúvida. E o que dizer de Fernando Correia que até já trabalha na SportingTV e continua a falar na estação dos big brothers como se fosse um comentador isento? E se passarmos para a vizinha de Carnaxide temos os inimigos fidalgais de Jorge Jesus, o "marreta" Ribeiro Cristóvão e o inefável Jorge Baptista para além de Rui Santos que nas últimas semanas também passou a alinhar pelo diapasão do anti-benfiquismo. Da RTPorto já temos falado e da SportTV então já nem vale a pena falar: desde a realização aos comentadores e repórteres cheira-se o azul e branco à distância. Ontem foi apenas mais um exemplo: é espantoso como os lances de ataque perigosos do Benfica interrompidos pelo árbitro ou pelos adversários em situações dúbias não mereceram uma única repetição ou comentário. Sinceramente começa a enjoar.

Os comentadores afectos ao Benfica que aparecem no espaço público têm que estar conscientes do que se está a passar (que tem todos os sinais de campanha orquestrada) e defender o clube com outro tipo de vigor. Que se deixem de querer passar por isentos e justos e assumam como defensores do nosso clube. Quanto aos benfiquistas "anónimos" também devem tirar ilações do que se está a passar e fazer uso do poder que têm, que é o de comprar ou não, visitar ou não, certos jornais em papel e online. Depois do que aconteceu, muito tempo terá que passar até eu me esquecer e voltar a clicar no site do "Record". É que há limites para tudo e claramente o anti-benfiquismo primário e o desespero desta gente está a leva-la a ultrapassa-los.

PS - A resposta de Jorge Jesus ao entrevistador da SportTV na flash interview foi "de letra": "Estamos muito preocupados por estar com 4 pontos de vantagem sobre o segundo".

Jardel - o grito do guerreiro

Jardel foi um durante algum tempo o patinho feio da defesa do Benfica. Com duplas como Luisão e David Luiz ou Luisão e Garay nos últimos anos, é natural que Jardel parecesse um jogador tosco e limitado. Mas a verdade é que Jorge Jesus sempre acreditou no jogador e o brasileiro tem uma atitude e uma mentalidade que o têm feito evoluir imenso e o colocam num patamar altíssimo: dá tudo, é corajoso, é leal e sente a camisola.

Ontem teve um dos seus momentos maiores no Benfica, marcando quando já praticamente só eles, os jogadores, acreditavam que ainda era possível. Foi mesmo na raça. Pela sua humildade e dedicação, poucos mereciam o golo como Jardel, especialmente da forma dramática como surgiu, nos últimos segundos do jogo. Depois de um jogo irrepreensível, o central fez um golaço à ponta de lança. Jardel mostrou que está presente e eu espero que este golo lhe dê ainda mais confiança para o que resta da época. A ele e a toda a equipa. Este campeonato está a ser uma guerra, uma guerra aberta e sem quartel não apenas por parte dos nossos rivais mas da esmagadora maioria da imprensa contra o Benfica. Isto é factual como demonstrarei no post seguinte. Para vencermos precisaremos mais do que nunca de união e de espírito. Como o que ontem demonstrámos. A raça e a alegria de Jardel no golo e o abraço da equipa a Artur no fim do jogo ficam como símbolos deste jogo e dessa atitude que nos distingue.

Era difícil fazer melhor

Não estava particularmente optimista para este jogo. O Benfica partiu para ele com problemas em todos os sectores: na defesa estava fragilizado pela lesão de Júlio César na jornada anterior ao derby, no meio campo há alguns jogos que o decréscimo de rendimento de Talisca tornara claro que nos faltava solidez no sector, no ataque a lesão de Gaitan e a atroz forma em que Sálvio se encontra desde o jogo de Paços tornavam-nos uma equipa com poucas soluções. Por outro lado, como aqui atempadamente referi, o Sporting é uma equipa muito à imagem do seu treinador, muito competente, muito objectiva e  muito determinada. Para além disso, a realidade é que neste momento tem mais soluções do que o Benfica, exceptuando a defesa. Basta dizer que o Sporting apresentou Nani e Carrillo nos corredores, tendo Capel no banco e ainda Mané que também pode jogar por ali. O Benfica que nos últimos anos teve um a abundância enorme de extremos teve que jogar em Alvalade com Ola John que sinceramente me parece muito fraquinho e sem nenhuma solução alternativa no banco. Acabou por entrar Talisca que mostrou que pode jogar por ali mas claramente não é um extremo. Aliás o banco do Benfica para além do baiano tinha apenas Derley em termos de opções ofensivas (Gonçalo Guedes é um jovem da formação que tem qualidade mas que ainda não é para estas andanças), o que é muito pouco.
 
Face a isto, Jorge Jesus, que este ano está a esticar a equipa até onde é possível, adoptou a estratégia mais adequada às realidades. O jogo foi muito fraquinho, é verdade, mas não é possível fazer muito mais. A realidade é que do outro lado estava uma equipa com mais soluções no meio campo e também no ataque, sobretudo nos flancos. Isto claro, contando apenas com os que podiam jogar. Se Gaitan estivesse em condições, a história seria outra. Mas não podendo contar com o mágico argentino, entregar as tarefas de ataque a um insipiente Ola John e um desinspirado Sálvio, que insiste no individualismo, não dava muitas garantias. Jesus privilegiou assim a segurança defensiva e colocou - muito bem a meu ver - André Almeida ao meio, no lugar de Talisca, recuando Jonas para fazer a ligação entre o meio campo e o ataque. Jogar com Talisca e Samaris contra o meio campo de 3 do Sporting seria a meu ver suicida. Já na véspera do jogo eu comentava com um amigo que estava quase seguro de que André Almeida seria titular. Jogou bem e limitou imenso o jogo do Sporting. Maxi foi gigante (como é hábito, fazendo calar aqueles que insistem em criticar um dos melhores profissionais que jamais envergou a camisola do Benfica) e Eliseu não comprometeu, como eu estava seguro de que não faria. O lance em Paços foi um acidente que acontece a qualquer um.
 
O jogo parecia encaminhar-se para o empate a zero com um Benfica pouco perigoso no ataque e o Sporting também a não conseguir estabelecer períodos de pressão contínua nem conseguir criar oportunidades flagrantes. Diga-se aliás que o árbitro anulou uma das jogadas mais perigosas do jogo, um lance em que Jonas tinha a bola dominada dentro da área do Sporting, sem que ninguém tenha percebido porquê e sem que a realização tivesse dado uma única repetição do lance. Aliás para arrumar já este assunto, sublinho que Jorge Sousa, como aliás já é habitual, fez um jogo com poucos erros técnicos (aí pode-se dizer que esteve relativamente bem, ficando porém essa grande dúvida no lance de Jonas) mas com um critério disciplinar no mínimo discutível. Realmente os amarelos dados a Eliseu e Maxi são completamente injustificados, ao passo que Adrien (como também já é hábito) escapou ao cartão apesar das fortes pancadas que deu.

O empate que parecia inevitável foi desfeito aos 87 minutos, num lance que resulta de um ressalto primeiro e de uma recarga depois de uma boa defesa de Artur. A célebre frase feita de que quem joga para o empate acaba por perder parecia ir-se confirmar. O Benfica apelou porém às suas últimas forças e conseguiu na determinação e na raça aquilo que não conseguira na qualidade técnica. Num estádio em delírio perante a possibilidade de vencer o Benfica muitos anos depois, contra uma equipa altamente moralizada por uma sequência grande de vitórias para o campeonato, a crença e o esforço dos nossos jogadores depois de sofrer um golo já nos últimos minutos  para irem "buscar" o empate é algo que merece ser relevado.
 
Foi o possível com as limitações que temos nesta altura face às diversas lesões e momento menos bom de forma de alguns jogadores. O que a equipa mostrou em termos de querer deixa-me antever um desfecho positivo para este campeonato. É importante referir que este era o ano em que o Porto ia cilindrar e em que até o Sporting nos ia ultrapassar. Com lesões de Rúben, Sálvio primeiro, Gaitan e Júlio César agora (além da situação de Fedja), a saída de Enzo em dezembro, não sei como seria possível fazer muito melhor. Recorde-se da época passada para esta saíram "apenas" Rodrigo, Cardozo, Markovic, André Gomes, Garay, Siqueira e Oblak. Estamos 4 pontos à frente do segundo e se conseguirmos restabelecer a confiança que se perdeu um pouco em Paços e recuperar os lesionados, dificilmente perderemos o campeonato.
 
Uma palavra final para Artur. O que lhe fizeram é indecente. Valeu tudo para tentar desestabilizar o nosso guarda-redes. Mais uma campanha infame, a juntar às novelas da renovação de Jorge Jesus, da de Maxi, etc, etc. Tudo tem valido para atacar o Benfica. Mas Artur ontem mostrou a sua classe e a sua personalidade e saiu, como ele disse, com a cabeça erguida. Artur que, recorde-se, defendeu um penalty no jogo de abertura do campeonato na Luz, permitindo que viéssemos a vencer esse jogo por 2-0. Ontem fez um par de excelentes defesas. Foi bonito ver os colegas abraçados. Estes são os valores do Benfica e se formos fiéis a eles estaremos sempre mais perto de vencer. O Benfica é indiscutivelmente não apenas o maior. O Benfica é o melhor clube de Portugal. Ontem, apesar de não termos vencido o jogo como desejávamos e como venceremos certamente em muitas outras ocasiões, mostrámos mais uma vez que somos melhores em pequenas coisas que significam muito.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Objectivo cumprido a caminho da primeira "final"

O Boavista quase não deu réplica ao Benfica tal a diferença de nível entre as equipas. Os 3-0 poderiam ter sido mais noutras circunstâncias. O importante era porém voltar a ganhar depois do deslize de Paços de Ferreira.

A propósito deste último e da grande exibição que foi fazer ao dragão, onde empatou por 5-0, devo dizer que só alguém muito desatento pode ter ficado surpreso. Não é preciso recordar o que se passou na última jornada do campeonato de há dois anos quando Josué comandou as tropas do Paços para perder o jogo contra a sua então futura (e actual ex) equipa. Paulo Fonseca foi um figurante nesse jogo que teve outro protagonista principal: Hugo Miguel que marcou penalty num lance em que James Rodrigues tropeçou em si próprio a um bom metro da área, expulsando o jogador do Paços na jogada. Eles são Porto. Para perceber o que se passou ontem bastava ter ouvido o programa "Grandes adeptos" na sua versão jogos dos grandes e ter ouvido a personalidade adepta do Paços: na realidade era um adepto do Porto encapotado, que sabia a história e o passado portista todo do jogador que por ter marcado um golo na semana passada ao Benfica se tornou no novo herói dos medíocres. Jogador que, pelos vistos, já tem contrato com o Porto para a próxima época (um Josué II). Podemos pois esperar que se levantem agora coros de indignação de todos os quadrantes, a começar nos repórteres na sala de imprensa e a acabar nos imbecis dos comentadores de programas da bola, clamando por um "atentado" à verdade desportiva. É que neste caso nem sequer é um jogador emprestado mas um jogador comprado. Mas é melhor esperarmos sentados. Desta vez não se falará de Estorilgate como não se falou há 15 dias de Penafielgate, como nós não falámos - ao contrário do que eles teriam feito - da originalidade de ter um 4º árbitro a assinalar penalties ao minuto 90. Não falámos porque de facto foi penalty e nós não gostamos de viver na mentira. Mas outros - canalhas sem coluna vertebral - ainda se permitem virar o caso ao contrário e dar este penalty - marcado - como exemplo da protecção dos árbitros ao Benfica por alegadamente o árbitro principal ter hesitado em o marcar. Como se alguém o tivesse obrigado! Esta é mais uma que entra para a história! Depois do golo que apesar de legal devia ter sido anulado pois o fiscal de linha de onde estava não podia ter visto (!) , agora é o penalty que apesar de ter sido marcado contra o Benfica ao minuto 90 demonstra como  os árbitros nos estão a levar ao colo. Repito, estamos perante uma canalha miserável e sem carácter!

Vem agora aí o grande derby. Será a primeira de duas finais. É evidente que o Benfica tem que pensar jogo a jogo mas não existem dúvidas de que estes dois jogos serão decisivos. Os nossos adversários precisam de ganhar os seus jogos contra nós para poderem aspirar ao título e se perderem ficam dele irremediavelmente afastados. 

O jogo com o Sporting será o mais difícil dos últimos anos. Há muito tempo que o Sporting não chegava a esta altura ainda com possibilidades de alcançar o título. Vem de uma sequência grande de vitórias, perdeu apenas um jogo no campeonato, empatou na Luz, ganhou no dragão para a taça e empatou para o campeonato e temos a noção de que é uma equipa competitiva em todos os jogos.  O balão da confiança está cheio como raramente esteve mas o seu treinador é um homem inteligente e com os pés bem assentes no chão. Antevejo um jogo muito difícil para o Benfica, no qual podemos ademais esperar ser prejudicados pela arbitragem. Há uma pressão diária do Sporting, do Porto e da comunicação social para que assim seja.

Só mesmo o melhor Benfica pode vencer o jogo em Alvalade. É verdade que o empate também pode ser um resultado válido (até porque Porto e Sporting ainda jogarão entre si) mas jogar para isso normalmente resulta em derrota. O Benfica terá que ser inteligente como foi no dragão mas fazendo bastante mais porque o Sporting nos vai colocar muitos problemas que o Porto não conseguiu. O nosso meio campo terá que estar muito forte, muito sereno e muito bem posicionado (e ter muito cuidado com os cartões) para que possamos controlar o jogo e marcar os seus ritmos. No ataque será precisa uma mobilidade e agressividade diferente do que se tem visto nos últimos jogos. Há que simplificar e ser muito objectivo. Jardel e Luisão terão que ter cuidado com os contactos dentro da área porque os avançados do Sporting vão passar o jogo à procura deles e ao mínimo pretexto o árbitro quererá assinalar penalties contra nós. 

Acredito que podemos conseguir o nosso objectivo se tivermos muita concentração, capacidade de trabalho e humildade quando o jogo exigir que cerremos fileiras atrás e defendamos a nossa baliza. Na frente precisamos de ser objectivos e letais, aproveitando todas as oportunidades para marcar. Precisamos de jogar sem medo, com confiança. 

Como digo acredito que é possível mas será muito difícil. Nesta fase temos muita coisa que corre contra nós. É bom que a equipa o entenda e que seja capaz de dar uma resposta à Benfica. Ganhando ao Sporting fica metade do trabalho feito. Este rival fica arredado da corrida. Fica depois a faltar o Porto. Mas do Lopetegui teremos tempo de tratar mais tarde.