O Benfica venceu ontem de forma clara um jogo no qual teve várias coisas contra:
- ausência de vários jogadores importantes por lesões e razões médicas;
- uma chegada atribulada à Madeira com insultos de supostos adeptos (notei o forte sotaque nortenho dos mesmos);
- entrada a perder com um golo oferecido;
- um penalti claro a seu favor não assinalado;
- um relvado em estado impróprio.
Para uma equipa que vinha de maus resultados para o campeonato, estes factores eram tudo o que não se desejava, podendo acentuar ainda mais a crise de confiança. Apesar deles, o Benfica dominou o jogo de forma clara, obtendo uma vitória que não oferece qualquer discussão.
É evidente que a exibição deixou a desejar e que voltou a haver sinais preocupantes, nomeadamente um novo erro infantil de Ottamendi. Mas, nas circunstâncias, conseguimos o que mais importava: a vitória. Aliás as estatísticas mostram que o domínio do Benfica foi quase absoluto. Recorde-se que jogar no Funchal tem sempre algum risco e que o Porto perdeu mesmo em sua casa contra este Marítimo. (Jorge Jesus ainda se queixou do anti-jogo do adversário, mas sinceramente já vi bastante pior).
Este jogo vem na sequência de dois outros, realizados após a paragem no campeonato: um jogo para a Taça deprimente, que terá sido talvez (espero) o momento em que batemos no fundo esta época e um jogo para a Liga Europa em que estivemos a perder por 2-0 e conseguimos recuperar para 2-2, perante um adversário forte, consistente e bem orientado.
Nada disto são razões para celebrar ou podermos afirmar que o pior já passou. É isso que espero e em que quero acreditar, mas tal carece ainda de confirmação e sobretudo de uma melhoria significativa da qualidade de jogo; de uma muito maior confiança e tranquilidade da equipa (como um todo, também não vale a pena estar a singularizar ou perseguir Ottamendi) e, claro está, do mais importante de tudo: uma sequência de vitórias.
Os jogos que aí vêm, de grau de dificuldade médio, oferecem uma boa oportunidade para a equipa crescer e consolidar processos. Veremos se tal acontece.
É importante que sim, até porque a 23/12 (estranha data para um jogo de futebol) disputamos a Supertaça com o Porto. Não muito tempo depois, a 17 de Janeiro, novo confronto, desta vez no Porto e para o campeonato e no último dia do mês deslocação a Alvalade.
Convém por isso dar corda aos sapatos. Jorge Jesus mostrou nervosismo neste jogo e sinceramente é bom que sinta a pressão de ganhar e de apresentar resultados. Nos últimos jogos parecia acomodado e distante. O Benfica fez o maior investimento da história na sua vinda e contratações, pelo que o treinador precisa de retribuir com um trabalho ainda mais dedicado do que o normal.