terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Princípio da retoma?

 O Benfica venceu ontem de forma clara um jogo no qual teve várias coisas contra:

- ausência de vários jogadores importantes por lesões e razões médicas;

- uma chegada atribulada à Madeira com insultos de supostos adeptos (notei o forte sotaque nortenho dos mesmos);

- entrada a perder com um golo oferecido;

- um penalti claro a seu favor não assinalado;

- um relvado em estado impróprio. 

Para uma equipa que vinha de maus resultados para o campeonato, estes factores eram tudo o que não se desejava, podendo acentuar ainda mais a crise de confiança. Apesar deles, o Benfica dominou o jogo de forma clara, obtendo uma vitória que não oferece qualquer discussão. 

É evidente que a exibição deixou a desejar e que voltou a haver sinais preocupantes, nomeadamente um novo erro infantil de Ottamendi. Mas, nas circunstâncias, conseguimos o que mais importava: a vitória. Aliás as estatísticas mostram que o domínio do Benfica foi quase absoluto. Recorde-se que jogar no Funchal tem sempre algum risco e que o Porto perdeu mesmo em sua casa contra este Marítimo. (Jorge Jesus ainda se queixou do anti-jogo do adversário, mas sinceramente já vi bastante pior). 

Este jogo vem na sequência de dois outros, realizados após a paragem no campeonato: um jogo para a Taça deprimente, que terá sido talvez (espero) o momento em que batemos no fundo esta época e um jogo para a Liga Europa em que estivemos a perder por 2-0 e conseguimos recuperar para 2-2, perante um adversário forte, consistente e bem orientado. 

Nada disto são razões para celebrar ou podermos afirmar que o pior já passou. É isso que espero e em que quero acreditar, mas tal carece ainda de confirmação e sobretudo de uma melhoria significativa da qualidade de jogo; de uma muito maior confiança e tranquilidade da equipa (como um todo, também não vale a pena estar a singularizar ou perseguir Ottamendi) e, claro está, do mais importante de tudo: uma sequência de vitórias.

Os jogos que aí vêm, de grau de dificuldade médio, oferecem uma boa oportunidade para a equipa crescer e consolidar processos. Veremos se tal acontece. 

É importante que sim, até porque a 23/12 (estranha data para um jogo de futebol) disputamos a Supertaça com o Porto. Não muito tempo depois, a 17 de Janeiro, novo confronto, desta vez no Porto e para o campeonato e no último dia do mês deslocação a Alvalade.

Convém por isso dar corda aos sapatos. Jorge Jesus mostrou nervosismo neste jogo e sinceramente é bom que sinta a pressão de ganhar e de apresentar resultados. Nos últimos jogos parecia acomodado e distante. O Benfica fez o maior investimento da história na sua vinda e contratações, pelo que o treinador precisa de retribuir com um trabalho ainda mais dedicado do que o normal. 

3 comentários:

  1. Acredito que o jogo de ontem foi como o de Braga em 15/16 com o Rui Vitória e que a partir de agora vai ser sempre a somar!

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  2. Os defeitos de ontem já são demasiados conhecidos. Defesa que defende muito mal e sem velocidade de recuperação, meio campo sem poder de choque, sem reação à perda da bola sem cometer faltas e sem fazer as compensações devido às subidas dos laterais e ataque a jogar por dentro, ao estilo todos ao molho e fé em Deus. O Seferovic raramente ganha uma bola e consegue passá-la aos companheiros, além de que está sempre fora do lugar do ponta de lança que deve ser em frente à baliza. Quando uma equipa só joga por dentro, afunilando o jogo, basta a uma equipa razoável manter os 4 defesas unidos e o ou os trincos recuarem um pouco, formando um bloco difícil de ultrapassar. Isso consegue-se com jogadores a jogarem por fora, com o pé junto à linha, de forma a provocar aberturas nas defesas logo que a bola é metida para trás, algo que no Benfica atual raramente se vê, pois o iluminado do treinador entende que os jogadores devem jogar nas linhas com os pés contrários, como se isso fizesse com que um jogador normal passasse a ser um Messi. É para marcarem mais golos? Então preocupem-se em entrar nas defesas como deve ser, de forma a colocar a bola nos locais certos, para aparecer qualquer jogador a empurrá-la para o fundo das redes. Gastaram demasiado dinheiro mas convém lembrar que o dinheiro não dá inteligência, como se pode ver pelas asneiras nas aquisições.

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  3. essas coisas só se conseguem ver com um distanciamento depois de acontecerem, até lá é só um desejo uma esperança.

    alguém dizia que as equipas contra nós mudam a sua maneira de jogar e dominamos completamente os jogos, verdade, mas depois não conseguem ver que o nosso domínio é praticamente inócuo e sem objectividade.
    e depois não conseguem ver porque razão as equipas mudam a sua maneira de jogar, é que toda a gente já percebem que em ataque organizado pouco perigo causamos e somos muito permissivos nas transições.

    e enquanto os outros treinadores se adaptam ás nossas características e maneira de jogar o nosso treinador joga sempre da mesma maneira e é sempre previsível e enquanto assim for duvido que mude alguma coisa.

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